O Pesadelo

O Pesadelo Lars Kepler




Resenhas - O Pesadelo


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gleicepcouto 17/02/2013

Emaranhados de acontecimentos em uma história previsível e pretensiosa
http://murmuriospessoais.com/?p=6034

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O Pesadelo é o segundo livro da dupla sueca Alexandra e Alexander Ahndoril, que atendem pelo pseudônimo Lars Kepler. O primeiro, O Hipnotista, se tornou best-seller e teve destaque no meio, sendo vendido para 35 países e a sua adaptação ao cinema está a cargo de Lasse Hallström. Os dois autores, porém, já escreviam antes de se unirem e ganharam até prêmios individualmente.

Nesse livro, novamente, temos o detetive Joona Linna envolvido em uma série de assassinatos. O corpo de uma jovem é encontrado em um barco abandonado. O estranho é que há indicações de que morreu afogada, mas suas roupas estão secas. No outro dia, um funcionário importante do governo sueco é encontrado com uma corda no pescoço, amarrada ao lustre. Joona tem certeza de que foi suicídio, apesar de tudo no aposento dizer que tal ato seria impossível. As mortes não parecem ter ligação, mas Joona descobre o ponto em comum entre elas e se vê emaranhado em uma rede de corrupção e tráfico de armas.

A leitura de O Pesadelo foi, literalmente, um pesadelo. O que me deixa mais surpresa nem é o fato do livro ser ruim, e sim existir fãs da dupla. Em literatura, algumas coisas são questão de gosto pessoal, né? Mas outras não, gente. Não, não e não. E nada me tira da cabeça que todas as ‘n’ bilhões de pessoas no mundo não deveriam dar tanto crédito para o que Lars Kepler escreveram aqui. E por vários motivos. Vou até numerar para não me perder.

1. Pretensão. Os autores criaram uma história pretensiosa, que quer ser grande e complexa, mas o máximo que conseguiram foi amontar alguns acontecimentos pra lá de esquisitos e sem nexo. É uma trama que quer aparecer, sabe? Como aquele seu colega que adora contar vantagem? Pois é, é isso. A história passa uma falsa impressão de ‘uau!’, mas na verdade não passa de ‘ah, tá’. Acho que os suecos (e o mundo) se empolgaram com o sucesso de Stieg Larsson e aí querem, encontrar em uma esquina qualquer, alguém que tenha 1/5 do talento que o cara tinha. Difícil, né gente?

2. Suspense, cadê você? Então, tô procurando até agora. Acho que ele fugiu de mim. Fui virando as folhas, em busca de intrigas mirabolantes que me levariam a uma curiosidade e tensão enormes. Mas que nada. Fui lendo a história, como se lesse uma receita da Ana Maria Braga. Mas aquela receita cheia de itens, que você sabe que, no final, não vai ser grandes coisas, entende? Os autores nem deixam o leitor saborear o livro. Acontece, explicam. Acontece, explicam. E o que não explicam, você nem sente falta. O elemento surpresa é nulo. E isso nos leva ao terceiro item…

3. Eu sei que você sabe o que ele sabe. Até a página 80, mais ou menos, o brilhante detetive descobriu o que o leitor já sabia há eras! Qual a graça de ler o protagonista descobrindo algo que você já sabe? Gente, não é assim que se faz um romance policial! Vontade de pedir pro mundo parar, que quero descer. Sinceramente, acho que a dupla deveria beber da fonte de alguns autores já consagrados para aprender a fazer o negócio direito. Ou então mudar de gênero, porque, no policial, não tá rolando.

4. Personagens. Quem? O mínimo que espero de um protagonista de romance policial é um cara fodão. Nem precisa ser bonito, mas tem que chegar a conclusões brilhantes; tem que me fazer me apaixonar pelo cérebro dele. Mas aí chega o Joona. Um homem inexpressivo, nada carismático e com deduções óbvias. Ou seja, boring. Chegou ao ponto de eu torcer pro vilão, porque o mocinho não estava fazendo por onde. Até porque o vilão aqui dá a volta em geral e ninguém percebe: polícia, Sapo, o caramba a quatro. Mas, gente, como assim?!

Resumindo, O Pesadelo é o tipo de livro difícil de descer. Não funciona como romance policial nem na Suécia, nem aqui, nem em lugar nenhum da galáxia. Os autores podiam aproveitar a sua narrativa, que é simples e razoável, em outro gênero literário que não necessariamente precise do elemento surpresa. Porque, pra escrever policial, falta ainda muito arroz com feijão.
Mel 28/01/2022minha estante
Concordo totalmente, eu fui ler depois de ler o Hipnotista, que achei melhor que esse, mas ruim também kkkk


Romane.Cristine 14/06/2023minha estante
Acho que nem preciso resenhar mais, porque sinceramente o livro foi péssimo. Nem lembro de quando foi que eu achei um livro tão ruim, tão sem rumo, sem futuro, e pensando que eu que tinha lido errado porque só via maravilhas sobre ele. Mas alguém concordou comigo.




stsluciano 07/02/2013

Minha primeira surpresa com “O Pesadelo” foi descobrir que, na verdade, Lars Kepler é o pseudônimo do casal Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril. Interessante isso, um casal dividir a escrita e, conjuntamente, conseguir dar vida a personagens tão marcantes. Se tenho um pé atrás com livros escritos à quatro mãos, aqui tive que me render ao talento dos escritores, que entregou ao seu público um livro de muitas formas diferente do que se vê no mercado de romances policiais.

Em “O Pesadelo”, a polícia encontra o corpo de uma jovem morta em um barco e ao que tudo indica ela foi afogada, mas, logo a polícia percebe, seu corpo e roupas não apresentam sinais de água do mar. Um dia depois, um importante funcionário público, responsável por autorizar as exportações de armas da Suécia é encontrado morto, no que aparenta ser um suicídio.

Não demora muito para que a polícia – e em especial Joona Lina, o principal personagem criado pelo autor, Lars Kepler – relacione as mortes, e se ver envolto em um mistério de grandes proporções, tendo de se desdobrar para capturar o assassino da mulher no barco que, ao que tudo indica, agora está caçando a irmã da vítima.

A ação do livro é bastante rápida, principalmente graças aos capítulos curtos que dinamizam a ação, e ao autor não perder tempo com devaneios. Tudo é muito rápido, os acontecimentos se sucedem sem que dê tempo para o leitor respirar, e em livros policiais isto é bom, e o livro te prende de uma forma que é quase impossível larga-lo e não querer saber o que se passa no capítulo seguinte.

Mas nem por isso os personagens são mal desenvolvidos. Ao contrário, o livro tem uma coleção de sujeitos estranhos, que vão desde um fracassado – e psicótico – ex-apresentador de tv que vê na vida um grande jogo à uma empregada que não se mostra muito abalada com o suicídio do patrão, dizendo simplesmente que não falaram sobre o fato por seu trabalho não lhe exigir discutir assuntos pessoais com o contratante. E, claro, passam pelo assassino, que aqui tem um jeitão Jason Vorhees de ser: sempre perseguindo às vítimas onde quer que vão, sem aparentemente nunca perder o rastro, e estando sempre um passo à frente. Frio, rápido e bem treinado, nem mesmo Joona é páreo para ele durante um breve encontro, que, ao menos, serve para o detetive definir o assassino como profissional.

E chegamos à Joona Lina, o detetive com nome de mulher. Ou ao menos assim parece para mim, acostumado à forma latina dos nomes, e esta é uma das dificuldades do livro: você não consegue guardar bem nomes com os quais não tem uma certa afinidade – por isso romances russos e orientais tendem a ser mais complicados de se guardar os nomes dos personagens – então demora um certo tempo até se adaptar a eles.

Mas Joona é brilhante. Ele é impulsivo, sempre sabe o que é certo fazer, mas há algo em suas atitudes que não fazem dele alguém a se detestar, mas sim a seguir e, onde quer que ele esteja, sua presença é sempre sentida e respeitada. Mesmo com todas estas qualidades ele não é chato. Poirot, Maigret e Holmes são chatos às vezes, e Marlowe é irritantemente seguro de si. Joona não. Mesmo sabendo relacionar fatos e se lembrar de detalhes mínimos de cenas de crimes, ele é excelente também em combate, o que o coloca em um grupo diferente de detetives. Você não vê Poirot trocando sopapos por aí. Já Joona, ao mesmo tempo em que deduz algo corretamente consegue ser bom também nos momentos de ação.

Mas, como todo bom personagem de romance policial, ele tem alguns problemas, como um relacionamento que não consegue desenvolver com Disa, e uma enxaqueca tão forte que o faz perder os sentidos – que eu acho, e espero, tenha sido originada na primeira aventura do detetive, “O Hipnotista”, que agora quero muito ler; assim como uma mensagem que recebe de uma senhora, lá no final do livro, e que me deixou curioso além do normal.

E não posso me esquecer de Saga, uma detetive que trabalha com Joona neste caso e que tenta se impor por ser uma mulher com ares élficos em um departamento de polícia, se sentindo constantemente diminuída pelo sentimento de proteção que seus colegas têm para com ela. Gostei dela, ela tem a boca suja que imagino que um policial deve ter para dar vazão à adrenalina comum ao serviço, e também é disposta a todos os tipos de missões, assim como Joona.

O livro não é o primeiro de uma série, mas dá pra ler tranquilo, lembrando que sempre se perde um pouco nas relações que envolvem os personagens, mas nada que mine a experiência de leitura.

Mas lendo o livro achei o título inadequado. O pesadelo só tem uma participação decisiva já adiante no livro, e a explicação dada a ele quebra um pouco o tom realista que o autor dá a obra, com informações sobre órgãos e decisões legais que só podemos adivinhar serem verdadeiras. Mas, sendo ou não, a parte do pesadelo – que não posso dizer o que é por ser spoiler – destoa do restante, e se outra explicação fosse dada faria muito mais sentido com o livro como um todo.

No final é um livro acima da média, que foge do padrão que se costuma ver nos romances policiais atuais. Aqui, o crime cometido chega a ser obliterado pelo tamanho dos personagens e a construção que Kepler dá a eles. É raro isso, em certo momento Joona me interessou mais que o próprio crime que investigava. Mas, de certa forma, isto é bom para a longevidade da série, que, aqui, já ganhou mais um fã.

Resenha originalmente publicada aqui: http://www.pontolivro.com/2013/01/o-pesadelo-resenha-103.html
Ricardo Tavares 19/01/2016minha estante
Concordo com a maior parte do que você disse, só para acrescentar, o título em português foi traduzido do inglês, contudo, no original, sueco, o título tem tudo a ver com a trama: O contrato Paganini, que está relacionado com o desfecho da história e o vilão. Discordo de quem acha a trama fraca e comparo a narrativa aos livros de James Patterson e Robert Ludlum. Gostei mais dessa segunda aventura de Joona Linna.




Monique Pacheco 22/01/2013

Um livro eletrizante, onde a estória se desenrola numa velocidade tão grande, que quase parece difícil de respirar. O detetive Joona Linna investiga o desaparecimento de Penelope e descobre uma enorme esquema que envolve lealdade, tráfico de armas, sonhos e pesadelos. O livro ganharia de mim 5 estrelas não fosse a péssima tradução de Alexandre Martins e os erros de revisão contidos na 1ª edição. Me surpreende a Intrínseca imprimir um livro com tantos erros. Apesar disso, vale a leitura se você gosta de ação policial.
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Mari 25/12/2012

Depois de "O hipnotista", um dos melhores livros que li nos últimos tempos, é claro que ansiava por mais uma história do casal Ahndoril.

Essa nova história traz todos os elementos que nos cativaram na outra: assassinatos, suspense, fugas espetaculares, personagens conturbados e um desfecho que embora não muito surpreendente, é bem coeso com o enredo.

Desta vez, Joona Linna tenta desvendar qual é a ligação entre uma mulher que morreu afogada e é achada dentro de um barco, um homem que se enforcou em seu apartamento e mais duas pessoas desaparecidas.

Em comparação ao primeiro romance, a história não prende tanto talvez por se tratar de questões que envolvam o grande investimento em exportação de armas, porém eles acertam com as motivações pelas quais cada personagem foram levados a aceitar tal acordo (o fio condutor da história) e desta forma, contar um pouquinho da vida de cada um. Além disso, não deixa de ser uma forma para chamar a nossa atenção para as consequências do investimento massivo em armas.

Uma boa leitura!

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Paixão 20/12/2012

Oi?
Tá, depois de ter lido "O Hipnotista", eu tive a certeza: Logo logo Lars Kepler revelerá, nos próximos livros, que Joona Lina só enfrenta inimigos com poderes sobrenaturais. Porque é impressionante como os "vilões" criados pelo(s) autor(es) conseguem dar tantas voltas na polícia, nos investigadores, no país. Não é possível. Sério! Nem mesmo sendo ficção você consegue digerir. A obra, em si, não é ruim, principalmente no que concerne o seu objetivo principal. Mas há livros do gênero incomparavelmente melhores.
Fellipe.Tavares 24/12/2012minha estante
Discordo plenamente contigo... achei a história bem interessante e até mesmo bem realista :)




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