Dani Vale 15/04/2015Resenha!Ao final deste livro cheguei a várias conclusões e a principal é de que simplesmente adoro John Boyne e a sua sensibilidade ao descrever tão ricamente o assunto abordado em seus livros.
Quando me perguntaram como definiria este livro consegui pensar em profundo, imensamente triste e realista. Quando digo profundo refiro-me aos sentimentos conflitantes de uma época sem esperança, triste porque os personagens (assim como as pessoas da época) pouco esperavam do futuro e realista por saber que histórias como essa são passíveis de serem reais.
O livro traz como pano de fundo o cenário da 1ª Guerra Mundial, assim como seus desdobramentos, entretanto, o autor conseguiu tratar outros assuntos que mexiam com a sociedade do início do século XX, tornando o momento que já era difícil muito mais complicado.
Boyne conta a história de Tristan Sadler um garoto inglês que desde cedo percebe que há algo de errado com ele, fazendo com que suas preferências e escolhas o levassem a ser expulso de casa e ao alistamento nas tropas inglesas em direção a grande 1ª guerra mundial.
Todo o livro é contado a partir da perspectiva de Tristan e de todas as barreiras enfrentas por ele em uma época que pouco podia se esperar das relações humanas, marcadas por medo e destruição, onde o que prevalecia era a sobrevivência, resultado do que a guerra tinha a oferecer.
"Sei que os homens morrem - os jornais noticiam os números diariamente. Mas são apenas nomes, fileiras de letras impressas no noticiário. Não conheço nenhum. Eles não significam muito para mim."
De forma geral alguns aspectos do livro me chamaram a atenção: a) A descrição da postura das pessoas assim como os costumes da época tão perfeitamente retratados por Boyne; b) Quanto é palpável o fascínio que os jovens dessa época sentiam pela guerra, principalmente por aqueles que não puderam participar, refletindo nos militares através da honra e do respeito destinado a eles; c) Por outro lado, a postura que se tinha em relação aos "galinhas-brancas", aqueles homens que se opunham a lutar e a estar na guerra, sendo tratados como verdadeiros inimigos e levado ao castigo extremo.
Poderia citar muitas outras coisas, entretanto existem algumas que podem ser descobertos apenas no decorrer do livros, porém finalizo dizendo que Boyne possui uma forma única de contar histórias, capaz de nos colocar frente a frente com uma realidade tão distante da nossa. Livro indicado para pessoas que buscam encontrar verdadeiras histórias através do véu da ficção.