Lina DC 27/01/2013O que eu achei do livro? Surpreendente! Melissa é uma jovem de 21 anos, que tem uma vida tranquila até que um acidente inesperado faz com que sua mãe e o seu padrasto infelizmente percam a vida, deixando sua meia irmã de 5 anos aos seus cuidados. Decidida a dar estabilidade para Alice, Melissa larga os estudos e volta a morar com o Opa (é o modo carinhoso como ela chama George), seu avô em uma cidade pequena, próxima às montanhas.
“Minha única conversa com meu avô foi decisiva, ele protestou apenas quando comuniquei que iria largar a faculdade e sua preocupação paterna até me comoveu. O senhor George Wels, que carinhosamente chamo de Opa – avô em alemão – é um descendente de austríacos com um duvidoso senso de humor, mas muito correto. Tem uma visão simplificada da vida e esconde um coração sentimental. Ele ainda mora em nossa antiga casa e possui a mesma vida simples da minha infância, que resume suas duas paixões, seu kit de pesca e a revendedora de madeira – que nunca vai deixá-lo rico, mas está na família Wels há gerações. George ficou animado com nossa mudança e isso me deixa culpada. Ele ficou muito sozinho com a morte de minha avó e a perda de minha mãe, sua única filha; foi um golpe e tanto para o seu coração. Nos últimos meses ele passou por várias fases, de arrasado para transtornado, de abalado para “quase” conformado e sabia que ele se esforçaria para mascarar a própria dor por nossa felicidade.” (pág. 15)
George tem como vizinhos a família Casella, os pais Lucila e Antônio, donos de um restaurante na cidade, e seus filhos gêmeos, Helena e Arthur, que cresceram com Melissa. Helena mudou-se, mas Arthur voltou a morar com os pais e ao rever Melissa demonstra um grande interesse nela.
É de se esperar que em uma cidade pequena existam diversos boatos e fofocas, e a maior parte deles está relacionada à família Von Berg, donos das montanhas próximas à casa de George e moradores reclusos. Um dos personagens mais misteriosos da cidade é Vincent, um homem rude e totalmente sério, mas que mexe com Melissa desde o primeiro momento em que se veem.
Como não bastasse tudo isso: a mudança, o avô, a família Cosella e Vincent, Melissa tem Alice como prioridade e descobre que a menina é mais do que especial.
É nesse turbilhão de acontecimentos que Melissa vai descobrir que existem mais coisas do que imagina, e que desde a sua infância ela está envolvida com seres místicos.
O livro tem uma trama complexa, mas muito bem desenvolvida, com personagens marcantes e intrigantes. O aspecto familiar, independente de qual núcleo, seja dos Casella, dos Von Berg ou dos Wels é uma presença constante na história, mostrando a lealdade e a preocupação por seus entes queridos. O livro é uma jornada, e o final de “Cores de Outono” me deixou curiosa para ler a continuação.