Resenhas - Mansfield Park

@LuanLuan7 31/08/2022

A insondável Fanny Price
Adotada por sua tia (Lady Bertram), Fanny Price cresceu com seus primos (Tom, Edmund, Maria e Júlia) na mansão de Mansfield Park.

Sempre em segundo plano por ser a prima pobre, além de sua própria predisposição pessoal à timidez, Fanny cresceu em absoluta resiliência e submissão aos tios e primos.

Apesar de tímida, mostrou-se capaz de decidir-se sobre o que era moralmente correto, não esquivando-se de julgar (ainda que em pensamento) pessoas ou fatos de acordo com o que entendia aceitável.

? spoiler - Desde sua chegada à mansão, sempre foi acolhida por seu primeiro Edmund, que será seu amor platônico por toda a obra. - spoiler ?

Com infindáveis jantares e passeios por bosques Jane Austen nos apresenta uma personagem diferente daquelas que vimos em outros romances: fortes e destemidas.

Aqui temos uma personagem tímida, de saúde frágil e de compleição doce e afável. Sempre pronta a ouvir, nunca disposta a falar em excesso. A perfeita ?boa moça?, branca, razoavelmente bela e educada, que ama ler e passear no bosque.

Porém, muito se engana quem pensa ser ela integralmente submissa. Ao ser objeto da obsessão de Henry Crawford, a boa moça mostrou sua toda sua inteligência, perspicácia e determinação para desprezar esse amor tão súbito.

Mais à frente, diante da tragédia entre sua prima Maria e Henry, Fanny confirmou que estava certa em sua rejeição.

No final, com as reviravoltas que um escândalo pode gerar, a autora conseguiu aquecer o coração do leitor que já estava desesperançado de qualquer final feliz.

Juliana 29/08/2022

Jane conseguiu me fazer odiar tanto personagem nesse livro que chego a ficar chocada. Todos tratavam a Fanny como um nada, e quando chegou no final alguns que eram legais com ela finalmente deram valor, mas na minha opinião Edmund nunca mereceu essa mulher, ela é mil vezes melhor que tudo e se ele nunca viu isso em dez anos eu realmente não consigo entender aquele homem tonto.

Guacira.GonAalves 28/08/2022

Fanny Prive teve a sorte de ir morar com a família do tio Sir Thomas e aprendeu junto com seus filhos a ser uma dama, mas sempre sendo deixada em segundo plano. A única pessoa que lhe dava importância era o primo Edmund. Aos poucos esse sentimento dela cresceu e se tornou um amor secreto.
Ao se tornarem jovens, acabaram cada vez mais amigos e ela foi sua confidente e sofreu calada por muitas vezes, conforme os sentimentos dele se inclinavam para outra pessoa.
Uma história que representa muito bem a época em que foi escrita e ganhou meu coração como sendo a preferida da autora.

iarakessia 27/08/2022

O livro mais religioso da Austen
Fanny vai morar em Mansfield Park, após a irmã de sua mãe Sra Norris, dar essa ideia ao cunhado Sr Thomas Bertram. Fanny é tímida e muito sensível, inclusive tem uma saúde fraca. Seu melhor amigo e tutor é Edmund, seu primo, que foi a única pessoa que desde a sua chegada, se sensibilizou em conhecê-la melhor.
Nesse livro acompanhamos os desdobramentos de uma família rica e como amizades ruins corrompem mentes que não tem bons costumes enraizados. A paixão cega. Mas o que é bom permanece irredutível.

Simone 26/08/2022

Fico encantada como os romances de Jane Austen nos prendem e nos levam para dentro da história.
Com Mansfield Park não foi diferente. Sem dúvida uma de minhas autoras favoritas!

Marcos Santos 25/08/2022

Uma história que se passa na Mansão Mansfield Park, que vai conta a vida da menina Fannny que foi levada para Mansão para ser criada pelos Tios. No entanto, a garota se sente solitária longe de sua família. e durante muitos anos ela vai vivem na sombra dos primos Edmund, Tom, Maria e Júlia, porém o primo Edmund percebe a situação descolada de Fannny e passa a ser um amigo atencioso. achei uma história lenta, pois, a ação transcorrer nos pensamentos dos personagens e diálogos do dia a dia. apesar de tudo isso, é interessante notar como as coisas mudaram desde o século 19, em que o seu destino estava vinculado a sua classe social. vale a pena ler pela critica de costumes.

Erica.Barone 24/08/2022

Segundo contato que tenho com a obra de Jane Austen e fiquei ainda mais apaixonada por sua escrita. O enredo de Mansfield Park não é tão interessante quanto Orgulho e Preconceito, e ainda assim autora conseguiu fisgar minha atenção e curiosidade, fazendo eu sempre querer ler mais uma página, curiosa com as possíveis reviravoltas. O final me surpreendeu, somente não decidi se positivamente ou não.

Coral 23/08/2022

Odiei todos os personagens. Felizmente a escrita de Jane Austen é suficiente pra me fazer seguir por 500 páginas de uma história que não me interessa tanto

Ivy 23/08/2022

Mais novo "queridinho" dentre os romances de Jane Austen
Se um enredo pode ser considerado "bom" ao trazer reviravoltas, suspenses, vilões e antagonistas ativos, tema relevante e personagens bem desenhadas, imagine se esse enredo for escrito pela mente brilhante de Jane Austen, contando com uma estória bem amarrada, personagens complexos, camadas de sutilezas que levam a questões críticas, com a costumeira pitada de perspicácia, algum humor e heroínas encantadoramente sagazes e de exemplar retidão, como não seria essa estória? Pois é, adorei do começo ao fim. Não vive senão em função da vida da Srta. Fany Price. Só não favoritei, como dizem, e o passei na frente de Orgulho e Preconceito, devido ao desastroso e insuportável "spoiler" que recebi dos últimos 3 capítulos e que acabou com as surpresas das reviravoltas finais para mim. Mas, tá ali, Mansfield Park encostado em Orgulho e Preconceito no ranking de queridinhos do meu coração, quando se fala em romances de Janinha, a gênia!

Mais Cedo 21/08/2022

Eu esperava menos!
Bom, eu enrolei muito pra ler Mansfield Park! É a terceira vez que começo, desta vez eu finalmente cheguei ao fim. Graças à leitura coletiva do canal "Ler Antes de Morrer".
Eu tinha expectativas muito baixas. Já havia escutado que este é "o pior romance de Jane Austen", mas eu realmente gostei.
Claro, ele não se compara ao Orgulho e Preconceito ou ao Persuasão, mas ele ainda tem uma boa qualidade.
Jane Austen é uma autora tão boa que até as "obras ruins" são deliciosas!
É o meu quarto livro da autora, este está em 3° lugar, atrás de Persuasão e de Orgulho e Preconceito. Ainda está na frente de A Abadia de Northanger (este eu realmente não gostei).

lulu 17/08/2022

Ambição e vaidade
Não me agradou muito, os personagens não insuportáveis, a única que não chegou a me irritar foi a Fanny, a mais sensata e consistente. A leitura só melhora na segunda metade, quando passa a focar mais na protagonista e os outros personagens não aparecem tanto.

Ana Beatriz 16/08/2022

A minha leitura levou alguns poucos capítulos para pegar no tranco, mas quando de fato pegou eu não conseguia parar de pensar na história e de querer devorar o livro. Tudo fica melhor ainda quando passamos para a segunda fase da história.
Das mocinhas feitas pela Jane Austen que eu conheço, Fanny é a mais diferente. Ao contrário delas ela é muito mais submissa, por assim dizer.
Cheguei a me identificar com ela em alguns desses momentos onde ela parece estar a margem do que acontecia em Mansfield Park e só observava tudo. Tem situações que nos sentimos assim.
Do mais, a escrita como sempre é muito bem feita e você se sente totalmente envolvido na história.

Roberto.Vasconcelos 15/08/2022

Início bom , meio bom , mas final feito sob encomenda
Mansfield park não foi o que eu esperava , comecei a ler esperando ver algum tipo de romance mas a história seguiu um rumo totalmente diferente que me agradou demais fugindo do convencional. A história acompanha a família Bertram e retrata a realidade da época , o que gostei foi como mostra o contraste entre a vida dos ricos e dos pobres e os valores da classe mais elevada.
Até 80% do livro a história estava muito boa e ficava imaginando como iria acabar , até a Jane Austen estragar tudo com um final clichê e totalmente forçado.
A forma como acontecimentos acontecem rapidamente perto do final com a clara intenção de dar um final de "conto de fadas" pra protagonista é ridículo e me deixou decepcionado , eu realmente estava gostando demais da história por fugir do convencional e mostrar pontos interessantes sobre personagens que ao mesmo tempo que cometiam atos ruins também demonstravam bondade em outros momentos. Eu gostei dessa dualidade que levanta a questão de todos terem características boas e ruins , e deixar aquela linha entre pessoas egoístas e irresponsáveis e pessoas realmente com má índole... Até mesmo achei que a família Bertram com seus drama familiares se assemelhava muito as famílias atuais em vários pontos. A autora poderia ter levado a um final mais crível e justo pra obra. Enfim , um livro bom que poderia ter sido muito mais.

Pseudônimo Bettina 14/08/2022

Meu favorito de Jane Austen
Gostei muito do livro e, principalmente, do final, que achei muito lindo. Atualmente, é meu romance favorito da Jane Austen.

Nina 14/08/2022

Entre a adequação e crítica dos modelos vigentes, os dois
nota: 3.75

acompanhar a jornada de fanny price foi uma experiência bem massa

a grande proeza da escrita foi a teia cheia de sutilezas com um narrador perscrutador de todas as emoções e intenções dos personagens, mesmo elas escondidas por trás de decoro aristocrático.

essa descrição de emoções por trás do decoro é o que marca a protagonista como este ser construído nos silêncios, constantemente modelada e "guiada" por pessoas obcecadas pelos modos aristocráticos, sem saber, na verdade, que a obsessão pelas aparências, que é o que parece ser o grande véu que esconde a verdadeira intenção, a verdadeira palavra.

o que explica a mesquinhez e maldade de mrs. norris travestidas de palavras bonitas e salvadoras; os desejos egoístas e sem limites de maria por trás do modelo de perfeição que fora criada para ser; a verdadeira natureza ambiciosa e vaidosa de mrs. crawford e o a megalomania e egocentrismo por trás das perfeitas maneiras de mr. crawford.

toda a trama aponta para uma crítica à sociedade inglesa obcecada por aparências e bons modos, mesmo decadente e cheia de hipocrisias.

de alguma maneira, nem fanny price fugiu de tudo isso.

sua grande virtude e personalidade admiráveis são frutos de natureza ou de criação de aparência dos modos rígidos de decoro aristocráticos?
é uma pergunta que se faz quando vemos o ponto crítico da personagem ao visitar a sua casa de origem que não era mais um lar. a casa pobre composta por pessoas sem nenhum modo admirável, grosseiras e não pertencentes à elite colocaram em prova sobre o que seria eficiente para a virtude de uma jovem moça.

fanny fora criada em mansfields park como uma estrangeira, alguém que não fazia parte da família, uma empregada. em sua casa de origem, porém, não se sentira também pertencente.

o desamparo, no entanto, foi uma resposta para ela. soube entender que pertencera aos bons modos apesar dos sofrimentos que passara.
sem ser considerada da família, mas observando o "certo", fanny como testemunha do decoro, mesmo desprezada, foi o único projeto de educação de modos e virtudes que deu certo em mansfields park.

entre a crítica à sociedade inglesa e à adequação, jane austen escolhera os dois. ao premiar fanny, ao final, com tudo o que ela desejara: casando-se com seu amado e estabelecendo-se em mansfield park, austen dá uma pista de sua intenção: ainda há como existir amor em uma época em que relações são trocas econômicas e, mesmo assim, ainda há de se adequar aos princípios e virtudes do que uma mulher "deve" ser.

mansfields park é uma obra que reflete seu tempo e um pensamento da sociedade de costumes inglesa. tem traços moralistas de educação de modos, mas ao mesmo tempo consegue pôr à seco a hipocrisia da aristocracia inglesa, a falsidade por detrás de todas as regras de etiqueta e a não tão romântica ideia de casamento como perpetuação dessa aristocracia e fundamento da economia. é também um retrato de que casar por amor pode ser visto como o ato mais revolucionário, mesmo que obedecendo as regras, para a mulher do século xix em uma sociedade europeia que não tinha fora do casamento nenhuma outra rota para assegurar a própria vida.