Silvio.Nilo 27/08/2022
Eu assisti ao filme "O Nevoeiro" e ao final dele pensei: meu Deus, o filme tem idéias muito boas mas não aproveita. O livro deve ser bem melhor e mais bem explorado.
Para minha surpresa, o filme é uma adaptação bem feita com algumas ressalvas... e essas "pequenas" ressalvas tornam o livro bem melhor.
Primeiro de tudo: o filme é ruim. Ponto.
Segundo: bom, é o livro, e as palavras expressam mais (e melhor) toda a trama.
A NARRAÇÃO:
Toda vez que eu leio um livro narrado em primeira pessoa eu me pergunto de onde começa a idéia do personagem em narrar o que tá acontecendo. Qual o ponto de partida que fez com que ele percebesse precisamente que estava na hora de narrar? Não faz muito sentido pensar isso para a maioria dos livros, mas nesse caso faz...
Você está "lendo a mente" de um pai preocupado com seu filho num meio de um apocalipse, sua visão dos acontecimentos está limitada ao que ele vê, pensa e até onde suas preocupações não corroem seus pensamentos e os deixam confuso.
Além do mais, o cenário é muito limitado, é apenas um mercadinho, e é bem interessante como a geografia trabalha aqui, como o personagem usa elementos do mercado (caixas, setores, produtos) pra identificar os caminhos percorridos.
É precisamente nesse sentido que o livro supera o filme, afinal você sente mais a pressão de estar preso com 80 pessoas num supermercado durante um pandemônio do que assistindo o filme. O medo e as preocupações de tornam mais aparentes e reais do que naquele blockbuster feioso.
LINHAS GERAIS:
É bom. Não é extraordinário e nem medíocre. É bom.
Um leitora aqui disse que não recomendaria esse livro como primeira leitura de Stephen King, mas em contra caminho disso, foi a primeira leitura dele... e mesmo sem ter lido outros, eu entendi o que ela quis dizer, parece fazer sentido mesmo.
Mesmo assim, eu recomendo a leitura independente de ter lido ou não Stephen King porque ele é um livro curto, bom e interessante. Mas tenha isso em mente, não parece ser a melhor obra do autor.