Mi Hummel 18/02/2015
Em flagrante delito.
Fui, miseravelmente, ENGANADA.
E, em nome do meu orgulho, tiro uma estrela. ( uma barganha razoável.)
Devo ser sincera e dizer que subestimei a autora. Eu, realmente, esperava algo sem muitas pretensões. E, talvez por isso, deixei me envolver com facilidade e me permiti boiar na narrativa. Às vezes, faço isso. Deixo que a narrativa me conduza. Sem grandes expectativas.
E o " plot" me pegou bastante desprevenida. E me senti, exatamente como disse acima - miseravelmente enganada. Foi aquele momento em que...O quê? Tá brincando? É sério?
Era. Fui ludibriada. E não há nada mais engraçado do que quando somos pegos pela própria personagem, que assume a voz do autor e diz, alegremente: Rá! Você acreditou? Você gostou? Que pena...Não é verdade.
Foi um momento crítico: eu me juntei a quem julgava. Instantaneamente. Foi uma rara ocasião em que me odiei por isso e celebrei a autora. Essa experiência me fez pensar profundamente sobre a força de uma narrativa. A construção de uma personagem e a forma como podemos ser manipulados. A autora, habilmente, assumiu uma psicopatia e a reverberou através da escrita. Fui, tolamente, como uma "garota legal" direto para a toca do lobo. Seguindo, mui obedientemente, o que me era oferecido. Migalhas da verdade.
Mas, vou me permitir expressar a profunda verdade: torci pelo vilão/ vilã. ( não se preocupe. Não pretendo oferecer spoilers : vou adorar ver outros seguirem o caminho que trilhei. Talvez com mais gente enganada possa me sentir melhor.) Eu sei. Isso é cruel. Mas, não há nada pior do que uma vítima que oferece motivos. E, fui um pouquinho sádica: acho que a coisa de ser uma "garota legal" calou fundo.
Seja como for, eis aí o meu maior crime: permitir ser um pouco sádica. Afinal, sejamos francos: a minha própria máscara caiu.
Lá no fundo, somos todos personas em grandes atos dramáticos.
Leia " Garota Exemplar" e escolha a sua. ( máscara.)