Resenhas - Caçando Carneiros

Elizandra 03/06/2016

A realidade fantástica do livro é uma característica de Murakami. Quem conhece os livros do autor sabe que ele não tem a preocupação de explicar o inexplicável. Nesta obra a caça ao carneiro demora bastante para começar, achei que isso deixou a leitura um pouco lenta, porque de inicio nada acontecia, diferentemente de outras obras do autor. Mas a atmosfera de mistério não nos deixa abandonar o livro.

Gabriel 30/08/2016

O livro possui uma leitura bastante reflexiva sobre a vida do protagonista. Nenhum dos personagens é retratado por seus nomes, apenas alcunhas (algumas delas de animais); penso que isso dá uma característica diferente...
Comprei o livro durante o ócio e eu não tinha uma perspectiva muito positiva sobre o desenrolar da história. Porém o autor me surpreendeu; sua narrativa "investigativa" é singular, é diferente da de outros autores (por motivos que desconheço). Acho que o trabalho de tradução deve ter ajudado de alguma forma; só sei que gostei da experiência da leitura.

Marcelo.Stefan 25/01/2017

Caçando Carneiro
Não consigo expressar o meu sentimento ao chegar ao final do livro, é uma simbiose entre sentimentos bons de achar o livro um baita romance com um pouco de decepção, por isso, para ser bem honesto, não sei quantas estrelas dar 4 ou 5. Inegavelmente o livro é bem escrito, prende do princípio ao fim, a trama é muito bem desenvolvida e palatável, mas apesar da trama ser pouco crível do início ao fim (e até dá um certo charme a história), achei demasiadamente forçado o final, apesar disso vale a pena a leitura.
O livro conta como um homem, com poucos amigos, e uma vida chata e rotineira (que ele se nega a deixar) é levado a sair em busca de um determinado carneiro.

Rita Nunes 10/09/2018

Estranho
Esse livro foi muito estranho, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de ler! A história vai te conduzindo de leve e quase sem perceber ao absurdo. Provavelmente tem muitas referências e simbologias que eu não entendi, não sou boa nessas coisas... Mas eu gostei, foi uma ótima viagem em companhia de personagens estranhos e sem nomes...

Aécio de Paula 20/04/2019

Caçando carneiros
Gosto do estilo do autor desde que li 1q84. Mas esse livro achei estranho e não consegui entender o final. Tem um mistério sobre o tal carneiro e as pessoas. Talvez não acabei dando a atenção que deveria. O livro é bom, interessante. Recomendo

CisoS 02/08/2019

Livro bode
Murakami tem um texto inexplicável. Você fica com a impressão que o surrealismo tem um sentido oculto, mas é impossível entender. Ou parar de ler.
O livro é maravilhoso até o meio. Depois é muito bom, mas não mais maravilhoso.
E acaba sem revelar o seu sentido.
O próximo Marukami me aguarda logo ali.

Nivia.Oliveira 22/12/2019

Pênis de baleia, paixão por orelhas, vaca que vende ventilador velho, mãos de animais com esferas nas unhas, descascar maçã com cortador de papel, sentimento de piscina seca e trincada, anões varrendo o cérebro com vassourinhas e sem pá, um gato que é sardinha, um rato que é carneiro... Tudo isso está no livro Caçando Carneiros.
Isso é Dali! Surrealismo puro. Daí o quadro “O homem invisível de Dali”, uma pintura paranoica e irracional para dar significado ao mundo onírico. Consegui identificar partes do livro nele.
Fiz um curso de história da Arte, portanto aprendi um pouco sobre o excêntrico pintor Salvador Dali. Ele pintava seus próprios sonhos e utilizava os estudos de Freud e Lacan como inspiração em busca de soluções para suas crises existenciais. Papo de doido, né? Algum psicólogo ou psiquiatra aí para me ajudar?
Bom resumindo, segundo Freud através dos sonhos é possível mergulhar no mais profundo desconhecido: o inconsciente. Interpretá-lo seria uma revolução para a liberação espiritual do homem.
O pai da psicanálise, entendeu também que a maioria das imagens dos sonhos estão relacionadas com as questões sexuais e que nos recordamos apenas de fragmentos deles porque nós mesmos nos censuramos. Por isso muitas vezes nossos sonhos parecem absurdos!
Entretanto os quadros surrealistas não têm a intenção de interpretar os sonhos, mas encontrar a poesia neles. Então o artista funde o vivido com o sonhado.
Dali elaborou o método paranóico-crítico que consiste em incluir objetos reais em lugares incomuns, uma forma de criar alucinações autoinduzidas. E é isso que faz Murakami!
Resumo do enredo: um publicitário, cuja vida é medíocre, é desafiado por um “chefão” (de origem duvidosa) a encontrar um carneiro que aparece numa fotografia que ele publicou na capa de uma revista. O personagem sem nome (só o gato dele foi chamado de Sardinha) vai para Hokkaido em busca do animal com uma estrela nas costas.
Bom aí me animei, pensei vai começar a viagem... ledo engano. O livro não descreve o Japão nem a cultura local. O restaurante que ele frequenta é francês!
Na verdade o livro é uma “viagem” no sonho, porque os sonhos costumam não ter pé nem cabeça! E não se trata de um realismo fantástico, a história não convence.

Querem o desfecho? É surreal!
O animal carneiro era uma espécie de espírito que incorporou no Sr. Carneiro, o dono do hotel Golfinho, e depois no tal “chefão” e em seguida no Rato (amigo do protagonista), o fotógrafo.
O Rato, que já estava morto, se suicida para matar o carneiro.
Conclusão: As pessoas tornam-se obcecadas por ficarem “descarneiradas”.
A epígrafe diz que o livro é uma viagem do protagonista na busca de si mesmo. Mas não é possível sentir que ele se encontrara, parece que ele ficou mais perdido ainda, só saiu da inércia que vivia.

Nick Exaltação | IG @nickexaltacao 28/01/2020

Uma história sobre o que é real e o que é imaginário, com diversas significações
Antes mesmo de começar a resenha, gostaria de dizer que esse livro não é para aqueles que procuram respostas objetivas. É um livro repleto de subjetividade e por isso terei que dar poucos spoilers, pois pretendo colocar as minhas interpretações.

A narrativa de Caçando Carneiros tem um ritmo monótono e confesso que até a metade do livro senti um pouco de desinteresse, pois nada acontecia. O personagem principal não gera identificação, todos os personagens nessa história não têm os seus nomes citados ou muitas vezes são citados com apelidos e o protagonista é simplesmente chato e tedioso. Mas a partir do momento em que a história engata, percebemos que tudo é proposital. O tédio da narrativa, a mesmice da vida do personagem principal.

O protagonista recém separado recebe uma estranha visita na empresa de publicidade na qual trabalha, de um homem que diz trabalhar para um tal Chefe. Um figurão conhecido na indústria de marketing, política e dentre outras áreas do Japão, que controla uma rede de recursos que pode acabar com a carreira de qualquer um. O pedido do Chefe é que o protagonista retire a publicidade de uma foto repleta de carneiros e também pede que ele encontre um tal carneiro diferente de todos os outros.

Bem, não falarei mais sobre esse Carneiro em particular. Essa história é sobre a busca do tal Carneiro e sobre autoconhecimento. O protagonista parte na sua busca com a sua namorada modelo de orelhas, a qual têm uma obsessão.

Nessa eu já achava que estava tudo bem, até ele conhecer o Dr. Carneiro no meio da viagem, um homem obcecado por carneiro e que se auto-intitula Descarnieirado. Além de tudo ele começa a ver conexões da sua jornada com a carta recebida pelo seu amigo Rato (o apelido dele), onde recebeu a foto estranha do rebanho dos carneiros.

Um dos últimos personagens que ele conhece é o Homem-carneiro, literalmente um homem vestido de carneiro e é aí que eu percebi aspectos parecidos com livros como Coraline e Alice no País das Maravilhas, com a diferença de ser um livro adulto.

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site: https://www.nickexaltacao.xyz/2020/01/resenha-cacando-carneiros-haruki.html

Gab 16/02/2020

Murakami é um dos escritores contemporâneos que mais me agrada, seus livros são despretensiosamente pretensiosos, nada na sua escrita é por acaso. Isso é exatamente o que acontece em Caçando Carneiros, os leitores são levados para um mundo extraordinariamente ordinário ao sermos convidados a seguir os passos de um publicitário em busca de autoconhecimento numa odisseia pelo Japão com personagens intrigantes, buscando encontrar um carneiro especial que não é um animal comum, trazendo o leitor ao seu mundo onde o paradoxo da vida se dá de forma surpreendente.

arthur966 22/03/2020

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absolutamente surreal, uma viagem insana pelo japão, escrita por um dos mais originais escritores contemporâneos. nobel tá perdendo o murakami todo ano porque são burros

Brunna Brasil 13/08/2020

Em Caçando Carneiros, do autor Haruki Murakami (a primeira obra do autor que li), o protagonista é um homem recém divorciado que recebe uma missão inesperada de um desconhecido (mas um desconhecido poderoso, um figurão da extrema direita que promete acabar com sua carreira caso ele se negue a obedecê-lo). A partir daí, ele (e a nova namorada) parte em busca de um carneiro, e as ligações entre o animal e seu passado começam a aparecer.

Acho que um adjetivo que eu daria para a obra é que ela é surpreendente. Sim, no sentido literal, sabe? Ela vai por caminhos inesperados do que se a antevê ao se ler a primeira parte.

Em alguns momentos eu me peguei pensando, inclusive, até que ponto os acontecimentos são reais ou somente fruto da cabeça do protagonista. Mas, como diria Dumbledore, só porque está acontecendo dentro de sua cabeça, por que isso deveria significar que não é real?

No mundo dos livros, essa frase faz muito sentido, não é? Muitas vezes não importa quão no campo da realidade as coisas estão, mas sim a experiência vivida pelo personagem e, através dele, a nossa própria experiência durante o passar das páginas.

Haruki Murakami, através de Caçando Carneiros, acabou entrando para o hall de autores que pretendo ler outras obras.


site: https://www.instagram.com/quer_que_resenhe/

TheCaptainIsDead 21/01/2023

As vezes nós deveríamos caçar nossos próprios Carneiros...
Passei a maior parte do tempo de Caçando Carneiros me pegando na tentativa de entender onde essa história queria chegar. Li crendo que acabaria por ver um realismo fantástico misturado com uma aventura bem humorada e irônica sobre a caça ilógica por um carneiro, o que pode soar cômico e bobo. Bom, eu estava totalmente errado. Esse é o terceiro livro que leio do Murakami e acho que só comecei a sacar agora que uma obra do Murakami conversa mais com você, não no momento da leitura, mas sim depois dela, quando acabei o livro, me peguei pensando se gostei ou não, me peguei pensando se entendi ou não o que ele quis passar com a obra, isso acabou sendo um exercício interessante e que agregou total valor a um livro que fiquei com cara de "?" em boa parte. Para compartilhar o que foi meu entendimento do livro, vou ter que dar uns spoilers, posso estar errado em minha interpretação, não me julguem, quem tiver uma interpretação diferente da minha, é bem vindo em compartilhá-los. O Protagonista é relaxado, desligado e acomodado; coisa que fica clara logo no início quando é descrito que ele não lembra nem do nome de uma namorada que faleceu, namorada essa que ele teve contato o suficiente para não esquecer seu nome. No final do livro, ele se culpa por ter chegado tarde demais, imaginando se poderia ter salvo seu amigo Rato, se não ficasse procrastinando a jornada que lhe fora incumbida. E é com essa culpa que ele vai ter que viver, a culpa de ser um homem que ao invés de agir, de ser proativo, só se contentava com uma vida simplista na sua total zona de conforto. Quando há a oportunidade de sair dessa zona, o protagonista demora bastante para sair do lugar e por consequência de atitudes como essa, perdeu sua esposa, perdeu seu emprego, sua namorada e um dos seus melhores amigos. No fim, ele se encontra sozinho com sua culpa e com uma pequena esperança de mudança, dado a tudo que passou. No meu entendimento, o Murakami faz essa crítica sobre sairmos de nossas zonas de conforto e vivermos uma vida em que ousamos mais, nos aventuramos mais, sem deixar algo que pode ser feito agora para depois, Carpe Diem! É isso o que para mim Caçando Carneiros significa, "caçar carneiros" é essa alegoria para nos aventurar fora de nossas zonas de conforto e viver a vida, mesmo que as vezes isso possa significar sair país afora em busca de um Carneiro Mágico.

Samara274 11/07/2021

Bastante envolvente e imprevisível
Nunca pensei que me surpreenderia tanto com um livro. A princípio foi um tanto confuso e me questionei se o autor estaria levando isso para um lado esquizofrênico demais. No entanto, em pouco tempo eu fiquei deslumbrada com toda a filosofia, o jeito introspectivo do personagem principal e o imprevisível percorrendo toda a trama.
Não é uma obra convencional com certeza, foge de tudo que eu já tenha lido antes e possui um sarcasmo deprimente muito divertido. Ademais, pode ser uma paranoia minha mas eu senti um pouco do jeito do Philip K. Dick nos questionamentos existenciais e amei muito isso.
Super recomendo para quem busca algo diferente e extremamente envolvente.

Cassiano.Monegate 14/07/2021

Bom pra descansar a cabeça
Me prendi bastante na história deste livro. Foi o primeiro que li em que se passa no Japão, foi uma experiência legal, tiveram momentos em que eu me percebia imaginando paisagens européias, aí me corrigia ao lembrar que o livro acontecia no Japão.
Gostei do tom fantástico que ele deu para a realidade, como ele fez com que tudo que acontecesse tivesse uma estranha ordem e sentido.
Gostei, li bem rápido.
Esperava um final mais impactante/emocionante. Mas não é ruim.

Ana T 18/08/2022

Um livro para quem gosta de pensar
Assim que acabei esse livro, percebi que para mim, da página 1 até a 160 parecia um livro e daí por diante, outro. A primeira parte mencionada é repleta de memórias que nos fazem entender um pouco sobre o narrador personagem. O mundo dele é muito cinza, indiferente, até um pouco niilista, mas há cor nas pequenas coisas da vida. A segunda parte é onde a ação começa e metáforas são apresentadas, essas são inclusive fantásticas. Acho que para entender um grande ponto da história, a pessoa tem que saber um pouco sobre a diferença entre o Japão Moderno e o Japão antes das grandes guerras. Amei o livro, ele tem partes muito poéticas e o final me deixou simplesmente refletindo o dia todo.