Bela 27/11/2021"It is only with one's heart that one can see clearly. What is essential is iinvisible to the eye [...] For what you have tamed, you become responsible forever."Um aviador cai no deserto do Saara, onde encontra um menininho muito puro, de outro planeta, um asteroide muito pequeno. O menino está de passagem porque fugiu de uma rosa, que ele ama e não compreende. No caminho esse menininho conhece um rei que não governa nada, um vaidoso, um bêbado triste, um lampião, um homem de negócios que se acha dono das estrelas e um geógrafo, que indica a terra como o lugar ideal para sua próxima parada. Aqui ele descobre outras rosas, mas nenhuma o cativa como a sua, ele conhece alguns homens, que se esqueceram como é ser criança, até cruzar com o aviador.
Ele pede que o homem desenhe uma ovelha para ele lidar com a infestação de baobás em seu planeta, mas uma que não vá destruir sua rosa. Eles passam dias conversando e procurando por água. O pequeno príncipe conta todas as suas histórias, incluindo o dia em que cativou uma raposa, que lhe ensinou a enxergar com o coração. No fim do oitavo dia o aviador consegue arrumar seu avião e é o dia do pequeno príncipe voltar para o seu planeta. Ambos estão tristes, mas o pequeno príncipe deixa para o homem um presente, a possibilidade de encontrá-lo nas estrelas: "You and only you will have stars that can laugh!"
Este é um livro maravilhoso e sensível, que fala sobre a tristeza e a vergonha que é crescer do jeito errado, esquecendo-se de sua criança interior. Uma história que mostra por meio de metáforas muito simples, coisas importantes como a felicidade, o sofrimento, o bem e o mal. Que fala sobre a singularidade das pessoas e sobre a criação e a dissolução de laços. É tão legal quanto a adaptação pro cinema de 2015, que é bem diferente da história do livro, mas é tão emocionante quanto. Uma história que tem muito a ensinar e que todas as pessoas deveriam ler, aliás é tão curtinho que dá para reler sempre!
Eu li em inglês e em português, e notei por conta própria o erro de tradução da frase mais famosa do livro, de "tame", que significa domar/domesticar (como é em todos os países) para "cativar". Dizem que a tradução daqui é a mais fiel ao sentido original e apesar de gostar disso, já que a frase em português tem um significado muito mais bonito (só chorei lendo a edição Br) não sei o que penso sobre o ensinamento de que devemos ser eternamente responsáveis por algo que cativamos e não que domamos. Enfim, uma das reflexões que o livro me trouxe, mas ainda sim é um livro importante e cheio de ensinamentos, que todo mundo deveria ler.