Frankenstein

Frankenstein Mary Shelley




Resenhas - Frankenstein


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Alyne 05/06/2015

Moderno Prometeu
É incrível ler você mesmo uma estória clássica e tirar suas próprias conclusões. Essa obra relaciona o universo científico da época com as concepções vigentes ali, englobando conflitos internos, metalinguagem e debate filosófico. Nunca que vai ser a estorinha de terror que você escutou por aí. Tenho a impressão de que todos falam dela como se a conhecessem pelo mito do monstrengo construído por um cientista maluco envolvido em muitas aventuras alucinantes -- corta, sessão da tarde -- enfim, tenho essa impressão reforçada depois dos comentários que ouvi das pessoas que me viam lendo esse livro. Esqueça de todas essas adaptações. Será que agora você não poderia sair da concepção simplória e condensada que faz os clássicos serem adaptados para livros infantis (o que é completamente válido, sem dúvidas) e buscar compreender sua enigmática original para conhecê-la de verdade?

O título do livro "Frankenstein ou Prometeu Moderno" foi dado pela pretensão de recontar o mito grego de Prometeu, um titã defensor da humanidade, que rouba o fogo sagrado pertencente aos deuses do Olimpo para permitir a supremacia dos homens sobre os seres vivos. Zeus puniu Prometeu, decretando que ele fosse preso em correntes junto ao alto do monte Cáucaso por 30 mil anos, durante os quais ele seria diariamente bicado por uma águia que lhe destruiria o fígado. Como Prometeu era imortal, seu órgão se regenerava constantemente e o ciclo destrutivo se reiniciava a cada dia. Uma obra artística bacana que ilustra isso é "Prometheus chained by Vulcan", de Dirck van Baburen.

O mais legal é como esse clássico surgiu: em um dado verão os Shelley estavam com os amigos Lord Byron e John Polidori numa tarde chuvosa e, como quem está entediado, Lord Byron sugeriu um desafio: quem seria capaz de escrever a melhor estória de terror. Foi nesse dia que Mary começou a desenvolver o conceito de Frankenstein. O mote do romance é a soberba e imprudência ambição de Victor Frankenstein pelo conhecimento.

Desde as primeiras páginas acompanhamos, através de cartas, a maneira como Victor era fascinado pelo mundo ao seu redor, pela ciência experimental e a grande satisfação que ele sentia quando conseguia adquirir todo o conhecimento e colocá-lo em prática. Nessa primeira fase, o conhecimento desempenha seu papel primário, que é o de libertar e de mostrar a verdade. Mas isso não dura muito tempo, como todos já sabem. Frankenstein recolhe restos animais da região e mortais do cemitério, uma das partes que se encaixa no gênero "terror", além das obviedades como o castelo, os raios e o suspense. Outros elementos não tão óbvios na escrita descritiva da natureza e dos ambientes sombrios dada pelo estilo gótico também colaboram para a força trágica da trama. Viktor, sozinho, dá vida à sua criação com um forte sentimento de imponência -- ele se sente Deus. A criatura nunca é nomeada, Victor o chama de ser maldito, demônio e simplesmente monstro.

Um dos pontos mais altos e que mais comunicam a ideia central da autora como um todo é quando Frankenstein dá vida ao monstro e fica completamente atônito e em verdadeiro estado de choque não só com a percepção da "coisa" que acabara de criar, mas com seus próprios demônios pessoais, graças a essa eterna insatisfação ambiciosa que nós, humanos, temos. Victor foge e isso desencadeia um dos acontecimentos mais épicos e um dos melhores diálogos do livro: o primeiro encontro do criador e da criatura.

Algumas das muitas questões levantadas pelo livro têm relação com a nossa identidade (quem nós somos? o que nos faz humanos, parecidos com Deus ou com um monstro? com quem nos aliamos e de quem buscamos aceitação, de todos os tipos de criadores como nossos pais, de Deus ou de nós mesmos?). Muito também é dito através das próprias descobertas do monstro como uma criatura que se encontra num estado perpétuo de solidão e de isolamento, aprendendo sobre a humanidade, lendo seus livros, observando seus hábitos mas nunca sendo permitido a se relacionar e a expor a ternura que sentia, o que se dá pela sua natureza grotesca, repudiada pelos seres humanos (belos, perfeitos e complexos). Será que a linguagem e a comunicação são dons restritos a nós? Na estória, a criatura aprende a falar nossa língua e ela não é humana. Será que podemos nos sentir "superiores" por conseguirmos formular algumas frases? Será que temos mais direito sobre a Terra do que qualquer outro ser? Nós somos nascidos dentro do pecado? É a nossa sina? Estamos aqui para sofrer? É melhor expressar nossa dor com palavras ou sofrer em silêncio? Deus nos abandonou? Tentamos ser como nosso criador mas buscamos refúgio em nós mesmos? Ou em outras criaturas? E se não existissem outras criaturas como você? E se até seu criador te rejeitasse?

Ainda, será que devemos nos proteger do que queremos?

Enquanto lia, me deparei com tantas indagações que não conseguia parar de carregar o livro pra um lado e pro outro. O fato de os dois personagens -- Frankenstein e o monstro -- terem em si aspectos de Prometeus não é surpresa alguma se pararmos pra pensar que até o próprio Prometeus é ambíguo. Não se trata de um titã que ajuda a humanidade?

Frankenstein se sente como Deus e como Satã, um na criação, outro como criatura:

"All my speculations and hopes are as nothing, and like the archangel who aspired to omnipotence, I am chained in an eternal hell. My imagination was vivid, yet my powers of analysis and application were intense; by the union of these qualities I conceived the idea and executed the creation of a man."

O monstro também se identifica com tal dualidade de se sentir como Deus e como Satã ao mesmo tempo, um pela sua força onipotente, outro como criatura:

"Remember that I am thy creature; I ought to be thy Adam, but I am rather the fallen angel, whom thou drivest from joy for no misdeed. Everywhere I see bliss, from which I alone am irrevocably excluded. I was benevolent and good; misery made me a fiend."

Essa é uma interpretação radical de um dos livros que o monstro leu durante sua existência (Paraíso Perdido de John Milton), que reconta de forma poética a queda do homem. A criatura parece querer dizer que Adão caiu por vontade própria ao cometer um pecado fatal, enquanto Satã já estava pra cair do céu como parte intrínseca do plano de Deus e suas criações. Assim, ele diz que deveria ser Adão pois é o que faria sentido e é a atitude esperada de seu criador, mas que nunca foi e nunca será Adão e sim um ser obscuro que já tinha sua natureza amaldiçoada planejada. Egoísmo? Satisfação própria? Apesar de notar a alegria em todos os lugares, não lhe é permitido senti-la e então não lhe é concedido um motivo para viver ou para ser uma criatura benéfica, por mais que ele queira.

Esse livro, sem sombra de dúvidas, é um dos livros mais importantes da minha vida. Se eu falasse que chorei lendo esse livro ninguém acreditaria, não faria sentido. Mas é verdade. Espero que todos, um dia, tenham a oportunidade de ler Frankenstein e pensar sobre tudo que esse livro debate com uma escrita maravilhosa e que me deixou com muita saudade depois de terminar a leitura. Fiquei umas 2 semanas sem ler nada por não querer sair desse mundo e enrolei demais nas últimas páginas pra que não acabasse logo.
Anderson Menezes 29/01/2016minha estante
Alyne, senti tudo neste livro, e chorei desde o abandono declarado pela criatura, ate o desespero da criatura a ser aceito numa sociedade "humana" e ter alguem que o pudesse compreendê-lo de uma forma que fosse igual a ele. Fiz uma comparação a nossa realidade sobre tanta exclusão. E querendo ou não eu pude sentir até o medo nas reações de Victor... bem, nao sei como descrever, mas foi um livro maravilhoso e vou relê-lo.




May 14/05/2015

EU LI: FRANKENSTEIN de Mary Shelley
Minhas opiniões no video.

site: https://www.youtube.com/watch?v=TeLTQ5Ae8yk
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JH 01/05/2015

Of monsters and men
In this tale, a frequent concern is placed on the corruption of the soul. Therefore, as a modern reader, you would have to have a strong sense of morality to sympathize with the narrator’s anguish, as a big share of the pages is dedicated to describe his self-inflicted torments and his psychological struggles with the consequences of his acts.

The act of murdering is an ultimate disgrace and a murder, an unforgivable wretch. In this resides most of the horror of the novel, which may render to frustration the modern reader, so used to stories of slaughter and other hideous crimes. Keep in mind, though, that the tale was written in the victorian era.

Yet, the concept of an undead creature made out of corpses may chill one’s bones, even though the original novel doesn’t have all the cinematographic appeal added by post adaptations to the original plot.

Finally, it is pitiful the treatment Frankenstein’s creature receives from humankind, whose hostility towards its hideousness turns the creature into a villain just like it is taken as.

"Am I to be thought the only criminal, when all humakind sinned against me? [...] I, the miserable and the abandoned, am an abortion, to be spurned at, and kicked, and trampled on. Even now blood boils at the recollection of this injustice."
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Café & Espadas 28/02/2015

Frankenstein ou Moderno Prometeu
Mary Shelley nessa magnifica obra reproduz cirurgicamente a pretensão da criatura em ser Criador e o produto deste feito. O ideal romântico de Victor Frankenstein em seu discurso sobre “trazer a luz nas trevas do mundo”, “romper os laços entre a vida e a morte”, “criar uma nova raça de seres puros”, trouxe à vida um ser que nem o pintor mais prodigioso poderia esboçar o retrato.

Victor era um rapaz que desde cedo foi contagiado pela curiosidade. Dotado do maravilhoso desejo de saber, de conhecer, capaz compreender o porquê das coisas. Membro da ilustre família Frankenstein, era cidadão de Genebra. Dedicou-se ao estudo das ciências naturais, e o aprofundamento desse conhecimento fomentou um ensandecido anseio de encontrar os “mistérios da criação” para revelá-los ao mundo. Porém todo esse torvelinho de sua alma acabou por explorar forças desconhecidas que o levaram a ruina.

Shelley também entra na questão da tendência social em rejeitar o esquisito, o incompreensível, acompanhando o mito do bom selvagem. Nesse determinado momento da narração o enfoque é diretamente no intelecto que o monstro consegue construir através do contato com livros e ao observar um modesto ambiente familiar. A criatura começa a ter questionamentos existenciais, admira a virtude, abomina o vício e tem a generosidade sempre presente.

Contudo, o monstro tem acesso ao diário em que Victor escreve detalhes do processo de criação e os principais desejos de sua alma em cria-lo. Depois de constatar que é fruto de sentimentos egoístas, pueris e que foram necessárias tais atrocidades em laboratório para sua construção, o monstro sente asco de si. Amaldiçoa seu criador e o dia em que recebeu vida. Esse sentimento de maldade acaba levando-o a uma vingança doentia.

A imprudência do homem carrega consequências malignas, ao ponto de causar danos com proporções extremas e irreversíveis à vida humana. No caso do jovem protagonista do nosso romance, o que resultou foi apenas angustia e morte. Sua inconsequência criou um monstro assassino, sequioso por vingança, “miserável além da expressão”. O mais perfeito reflexo do negrume de sua alma.

As poucas páginas de Frankenstein ou Moderno Prometeu conseguem tratar de assuntos complexos e conflitantes em harmonia impecável com uma escrita polida e lacônica. A história é contada através de cartas escritas por Robert Walton a bordo de um navio nos mares do extremo norte, endereçadas a Margaret sua irmã, que está na Inglaterra. Robert acaba por encontrar Victor Frankenstein quase morto nas superfícies geladas do polo e o resgata; a partir daí a história começa a ser narrada.

O drama, as paixões tão verdadeiramente expostas e a originalidade, faz com que a obra ultrapasse o tempo tornando-se um clássico. A leitura desse volume é impagável. Apesar da polêmica que causou na sua época Frankenstein ou Moderno Prometeu tornou-se um dos livros mais populares e influentes da literatura moderna, devido ao seu cunho filosófico existencialista profundo, amalgamado ao pioneirismo na ficção cientifica. Sem mencionar no terror.

Não deixem de ler!

site: http://cafeespadas.com/?p=2390
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melissa 16/02/2015

Um clássico
http://livrosdefantasia.com.br/2014/09/01/frankenstein-de-mary-wollstonecraft-shelley/

Como todo mudo, passei a infância assistindo desenhos que faziam menção a Frankenstein. O doutor num laboratório sinistro animando uma espécie de monstro inerte não era novidade para mim. Li o livro pela primeira vez na adolescência, acho que tinha uns 14 ou 15 anos. Era uma edição traduzida para o português que meus pais tinham. Eu peguei o livro sem querer e resolvi ler. A princípio, estranhei. Afinal, não tinha muito a ver com a ideia que eu tinha na cabeça sobre a história (terror e horror). Foi aí que descobri que Frankenstein era o sobrenome do cientista, Victor, e não de sua criatura.

A leitura não fluía como os livros que costumava ler – a narrativa era mais lenta, um pouco truncada – mas minha curiosidade falava mais alto: eu queria saber qual seria o destino de Frankenstein e sua criatura (às vezes chamada de monstro). No entanto, logo me acostumei. Algumas pessoas reclamam que livros do século 19 são difíceis, que o vocabulário é impossível, mas eu sempre digo duas coisas sobre isso: 1) a gente se acostuma e 2) não tem como ampliar seu vocabulário se você não lê livros que pedem que você amplie seu vocabulário. Tenho uma memória muito vívida dessa primeira leitura: estava esperando meus pais saírem de uma reunião e eu lia o livro, econstada numa parede fria, estava exatamente na parte em que Victor conta como foi se apaixonar por Elizabeth.


Rascunho de Frankenstein.
Foi uma obra que me marcou muito na época. Lembro de ter terminado o livro e ficar uns dias pensando sobre as consequências das coisas que fazemos. Frankenstein criou um monstro para satisfazer a própria vaidade e nunca se preocupou que aquela criatura pudesse ter uma vida sua, sonhos e anseios. Sempre achei que as cenas mostrando a vida do monstro uma das coisas mais tristes da literatura em língua inglesa. O modo como ele olhava a vida por uma fresta, sabendo que nunca seria aceito… e quando finalmente tem sua chance, ele é perseguido. O monstro é o eu marginalizado às últimas consequências.

A segunda e a terceira vez (sim, teve uma terceira) foi na faculdade. Li em inglês, como parte do currículo das matérias de literatura que fiz (eu me formei em Letras/Inglês). Essas duas leituras me fizeram ler o livro além do óbvio. Como por exemplo prestar mais atenção na estrutura narrativa. Afinal, o livro começa com a narrativa do Capitão Waldon, que é feita em formas de cartas que ele escreve para sua irmã sobre sua viagem no Ártico, vai para a narrativa em primeira pessoa do Victor Frankenstein e termina de novo com as cartas do Capitão. Outra questão foi também dar mais atenção ao subtítulo do livro: O Prometeu Moderno. Assim como o Prometeu da mitologia, que roubou o fogo dos deuses e foi condenado, também Frankenstein teria que viver com as consequências de suas ações.

Frankenstein foi publicado em 1818 em Londres de forma anônima. Apenas cinco anos depois, numa publicação na França, o nome de Mary Wollstonecraft Shelley apareceria. A obra é considerada um das primeiras publicações de ficção científica por muitos teóricos. Além disso, o livro tem vários elementos do gótico: laboratórios escuros, lugares ermos, escuro, etc.


Retrato de Mary Shelley por Richard Rothwell (1840).
Mary Wollstonecraft Godwin Shelley era filha do filósofo William Godwin e da feminista Mary Wollstonecraft. Ela teve uma educação informal, mas bastante sólida, encorajada por seu pai. Durante alguns anos, foi amante do poeta Percy Shelley, com quem se casou mais tarde. Segundo algumas declarações da autora, a ideia para Frankenstein surgiu durante uma viagem à Suíça, quando Mary Shelley, seu marido e outros convidados (incluindo aí o também poeta Lord Byron) resolveram fazer uma espécie de concurso para saber quem seria capaz de escrever a história de horror mais assustadora. Mary diz ter pensado muito sobre o assunto, mas que a ideia lhe veio num sonho: um homem dando vida a uma criatura horrenda. A partir daí, escreveu sua história. Ela foi a única a fazê-lo.

Existem várias controvérsias em relação à publicação de Frankenstein. Muitos dizem que seu marido, Percy Shelley, modificou o texto e fez um imenso lobby mais tarde para que fosse publicado. Controvérsias à parte, Percy Shelley morreu em 1822 e Mary fez sucesso como escritora profissional durante as décadas seguintes. Ela escreveu outros romances, dentro os mais famosos, o pós-apocalíptico O Último Homem (The Last Man, 1926). Mary Shelley é tida como pertencente a um pensamento político radical e seus biógrafos endossam a ideia de que ela defendia que a sociedade civil poderia ser mudada através de simpatia e cooperação entre as pessoas (uma visão totalmente oposta ao individualismo de seu marido e de seu pai).

Mary Wollstonecraft Shelley morreu em 1851, aos 53 anos de idade, provavelmente vítima de um tumor cerebral. Não é preciso falar de seu legado. Frankenstein é considerado um marco da literatura de língua inglesa e é lido nos círculos acadêmicos e populares. Existem inúmeras adaptações fílmicas, teatrais e artísticas para essa história.

E aí, vai animar de ler? Frankenstein é uma obra de domínio público para quem quiser ler em inglês (você pode baixar de graça no Kindle aqui) e é fácil encontrar inúmeras traduções em português.

site: http://livrosdefantasia.com.br/2014/09/01/frankenstein-de-mary-wollstonecraft-shelley/
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andredonadia 24/01/2015

Um mito moderno - um livro sobre paternidade
O livro de Shelley é um mito moderno.

Tais como os mitos antigos este também apresenta vários temas. Cada vez que se lê o livro pode-se perceber uma nuance nova sobre a história de Frankenstein e o seu monstro.

O livro trata essencialmente do tabu da criação da vida artificial e dos limites das ciências. Tema relevante para à época, pois foi durante o século XIX que o animo geral do ocidente tinha com os avanços das ciências, especialmente em áreas que, como a história mostraria depois, iriam melhorar a condição de vida dos humanos.

O tema do tabu e dos limites das ciências são os que mais ganham atenção dos leitores. Porém, há um tema mais profundo: o da paternidade. Victor cria um ser que é abandonado a própria sorte e, em vários momentos, o monstro pede ajuda para descobrir como deve-se viver.

Devido a sua aparência horrenda o mostro é maltratado e, de pouco a pouco, aprende a brutalidade do que seja viver com os homens. O que foi uma grande frustração para o monstro que seguia códigos morais dos poetas e filósofos mais refinados.

Ao perceber que não conseguiria conviver bem em sociedade amaldiçoou o seu criador por sua existência desorientada. Não raro compara a si mesmo a Adão, quando este foi abandonado por Deus e teve de aprender sozinho como viver.

Assim, o livro de Mary Shelley apresenta dramaticamente quais são os riscos de abandonarmos nossas crianças às suas próprias sortes.
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monique.c.rodrigues.3 21/01/2015

Obra de Arte
Esqueça aquele Frankenstein malvado e cruel de Hollywood. Pra começo de conversa, Frankenstein é o nome do cientista que consegue dar vida a um ser feito com restos de cadáveres, ser este que não possui nome durante toda a trama. A pobre criatura não consegue se compreender, mas tenta compreender os outros. Assim, ele avista de longe uma família pobre e cuida tudo o que eles fazem. Não só os observa, como começa a nutrir afeto por aqueles estranhos e deseja ser aceito. Com essas observações, a criatura aprende a falar, ler e se torna bastante articulado. O que o infeliz não sabia é que sua aparência causaria horror e espanto em todas as pessoas. Enfim, a história é incrível! Mary Shelley foi uma das poucas feministas de sua época e já havia escrito algumas obras sobre o tema, quando conheceu ninguém menos que Lord Byron! Dessa amizade, surgiu o livro aqui citado, pois Lord Byron a instigou a escrever a história mais terrível que ela conseguisse. Estou cada vez mais convencida que a amizade entre escritores traz muitos frutos, eis aqui mais um exemplo. Enfim, a obra não é de terror, mas é bastante dramática (em minha opinião).
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Carlos531 16/06/2014

Finalmente, um clássico que gostei!
Finalmente, um terror com qualidade.
Eu recomendo muito, muito, muito mesmo.
É um livro que te faz tremer, ansiar. E ainda tem aquele tom bem gótico e acizentado. Do tipo: "você nunca sabe o que pode acontecer".
É um terror bem bonito, recomendo muito, muito, muito mesmo.
Eu gostei, gostei muito mesmo desse livro.
Se fosse pra descrevê-lo com uma palavra, essa palavra seria: sensacional.
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Vinicius 27/02/2014

Surpreendente!
Bom, todos já ouviram falar de Frankenstein, mas como eu, aposto que muitos se surpreenderiam ao ler a obra de Mary Shelley. Em um só livro ela conseguiu trazer reflexões fortes, sobre o egoísmo humano, os estereótipos, o preconceito, a superficialidade e muitas coisas que você vai vendo na trajetória do "Monstro" e também de seu criador.

A estória retratada nesse livro é tão diferente daquilo que vimos e conhecemos nas telonas, que despertou minha curiosidade a um nível absurdo. rs A cada capítulo que terminava, eu suspirava e me preparava psicologicamente para o próximo, já que me apego muito aos personagens. A escrita é simples e o livro é narrado em primeira pessoa, porém a estória te obriga a questionar as ações tomadas pelos personagens o tempo inteiro, te faz questionar quem é o verdadeiro monstro, se a criatura ou seu criador.

Gostei bastante do que li e recomendo. ;)
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Vargas 07/09/2013

"You made me, but now you want to destroy me. You do not know my misery. I wanted friends and I wanted love. But I frightened people. They thought I was cruel. If I cannot have love, I will take revenge on my enemy - you, Frankenstein"
Sempre quando ouvia falar da história de Frankenstein, imaginava um velho careca criando um monstro verde em uma noite chuvosa. Porém, esse livro desfez todo o meu anterior conhecimento sobre essa famosa história.
Esse foi o segundo livro que eu li em outro idioma e confesso que foi o melhor. A minha primeira dedução foi que o criador do monstro q se chamava Frankenstein e não o próprio monstro ( sim, eu não sabia disso ). Depois descobri o porquê da criação e como ela foi feita.
A obra de Mary Shelley é simples, rápida e usa uma linguagem do inglês extremamente singela e sem abreviações. Para iniciantes no idioma como eu, a leitura é fácil e sem preocupações. Outro aspecto que ajudou muito foi que, o livro vem com dois CD`s onde a pronúncia é lenta e facilmente compreensível.
Pois bem, a história em si é muito boa e apesar do começo que é muito fantasiado, ela demonstra ser muito realista e sentimentalista.
A obra também é uma análise psicológica tanto de Victor como do próprio monstro que é o personagem que mais sofre na história. Na minha opinião, o verdadeiro vilão é o próprio cientista Victor Frankenstein que, além de criar um ser sem ter nenhuma consciência, o abandona e o trata como um monstro cruel e sem coração. E o pior que, enquanto a história se desenvolve, o monstro se apresenta muito mais amável e bom que o seu criador.
O que restaria para o monstro recém criado (que por sinal apresenta capacidades normais de um humano perfeito, apesar da sua força maior do que a de um homem qualquer)? Onde ele se abrigaria? Como viveria, se o seu próprio criador, a única pessoa que sabia da sua existência o abandonou e nem sequer se importava com o que havia criado? Como seria aceito e feliz, se o seu corpo era costurado como um pano feito de retalhos de tecidos? Todas essas perguntas frustam o monstro e a mim também, que fiquei com ódio e nojo de Victor devido ao seu egoísmo.
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Meu Paginômetro 24/03/2013

Resenha: Frankenstein de Mary Shelley
Esqueça aquele monstro verde com parafusos na cabeça. Esqueça aquele cientista maluco. Na história original de Frankenstein não tem nada disso. Na verdade, Frankenstein nem é o nome do monstro, é o nome do seu criador. Criador que, como qualquer jovem, tinha ambições de estudar e ser alguém na vida. O jovem Frankenstein adorava estudar. Quando achou que podia crescer mais em uma universidade, mudou-se de cidade. E em outra cidade, cursando uma universidade de ciências biológicas, sua paixão por biologia ganhou vida, literalmente.

Continua em http://meupaginometro.blogspot.com.br/2013/03/resenha-frankenstein-de-mary-shelley.html
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Nina Cristy 07/09/2012

Em síntese, "Frankestein" conta a história do cientista Victor Frankestein, que tinha a ambição de dar vida a um ser que não a tivesse.
O senhor Frankestein estudou durante bastante tempo, até que descobriu uma forma de realizar o seu projeto ambicioso (mas ele, logicamente, nada revela sobre como obteve esse êxito). O importante é que o cientista coletou pedaços de cadáveres, juntou-os para formar um corpo, ainda que desproporcional, e animou-o.
O problema é que a criatura (essa é a maneira como o ser em questão é chamado no livro, quando não é chamado de monstro) tinha uma aparência considerada, pela maioria das pessoas, desagradável ou mesmo amedrontadora. Isso porque seu tamanho era exagerado e porque quase nenhuma parte de seu corpo era compatível com as demais.
Sem afeto de pessoa alguma (nem de seu criador), a criatura revolta-se contra Frankestein por tê-la avivado e depois abandonado.
O livro em questão é muito bom e traz uma reflexão sobre as consequências dos atos humanos. Frankestein estava tão focado em seu projeto, que não pensou no que isso provocaria, sendo posteriormente perseguido pela sua própria criatura.
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Gisele-chan 13/02/2012

O 1º livro em inglês que li! ^^
Peguei esse livro emprestado de um amigo.
Era um livro intermediário de inglês, então, contou a história de maneira bem sucinta.
Apesar disso, a história não perdeu seu sentido original, nem o clima de terror existente. Quem quer que tenha feito essa versão de "Frankenstein", fez muito bem... Como merece um grande clássico da literatura merece!
Sem dúvida, recomendo a todos.
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L. 16/08/2011

Outra génese?
Ficando, talvez, apenas atrás de Bram Stoker e o seu Conde Drácula, Mary Shelley, surpreendentemente aos 21 anos, criou um dos monstros de maior repercussão na história ocidental; seu personagem transcendeu tempo virando mito, semeando medo, e mexendo com a imaginação dos curiosos das ciências naturais ao incrementar teorias galvanistas que especulam que a corrente elétrica pode excitar o sistema nervoso dos seres vivos.

A agradável surpresa que vem com a estória do Frankenstein, é muito mais do que a desconstrução de tudo aquilo que é exposto desfigurada e incompletamente em: desenhos, filmes e citações. Um dos inesperados choques da obra se dá no conhecimento de que o nome Frankenstein, é na verdade sobrenome e não a denominação da criatura verde - que nos remete a idéia de zumbi gigante, irracional e aterrorizante.
Em uma escrita simples Mary Shelley nos leva a acompanhar relatos de uma destemida viagem em descoberta ao Pólo Norte na qual o maior descobrimento equivale ao encontro do moribundo Victor Frankenstein ilhado em um bloco de gelo.
Resgatado, o verdadeiro Frankenstein, se põe comedidamente a detalhar o processo que o deixou em tal miserável naufrágio. Retrocedemos à formação e crescimento da família Frankenstein, assim como do pequeno Victor e de sua paixão descomedida pelas ciências.
Somos enredados por uma trama superficialmente simples, onde estórias se desenrolam dentro de estórias sem notarmos que estamos mergulhando em várias memórias. E vemos, mais uma vez, os defeitos humanos moldando os pensamentos de seus personagens através de seus medos e falhas, dando realismo a trama; sem forçar a perfeição e sem excessos, dando liberdade ao leitor em questionar os atos de seus personagens.
Assistimos o nascer de uma nova espécie, e temos a chance de conhecê-la mais profundamente, vemos sua ascensão intelectual e sua luta pela vida; para os leitores mais vulneráveis, pode haver um apegamento por esse ser estranho que chega a aflorar uma empatia justificando uma enraivecedora sensação de injustiça e desleixo praticada por Victor.
Temos até mesmo a livre escolha de nos apegar ao que enoja o inconseqüente Victor. Victor não é o mocinho esperado, para alguns ele pode até ser o verdadeiro vilão, é só dar uma chance ao que é repudiado e você pode acabar tendo compaixão pela estranha criatura criada tão insanamente e chegar a justificativas plausíveis para coisas incabíveis.
Cabe a cada um ler e avaliar o que seu instinto lhe diz.
...
O que acabou realmente por me fascinar são as questões filosóficas e os “se”s não acontecidos. Me pego ainda pensando, e se ele tivesse feito o que a criatura pediu seria este o surgimento de uma nova espécie mais forte que a sua criadora? Seria esta a forma como surgimos e acabamos por fim a matar nosso “Deus” por sermos mais fortes e criados inconseqüentemente, dotados de força acima dos nossos criadores? Viajo em especulações e me vejo amarrada romanticamente a saborosas teorias que trazem uma sensação de alucinação.

PS: A resenha acabou ficando aérea por medo de sair algum spoiler

Mary Shelley jovem e sagaz em seu Frankenstein parece se fundir em sua biografia a sua obra; não pude deixar de notar uma previsão do trágico futuro da autora, pareceu no fim se unir ao seu protagonista. Alguém mais notou isso?
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