O filho eterno

O filho eterno Cristovão Tezza




Resenhas - O Filho Eterno


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Cristiano.Vituri 09/08/2016

O pai eterno, o homem eterno...
A relação de um pai com seu filho deficiente, e a dura forma de enfrentar esse mundo diferente; esse é o pano de fundo. A história mesmo, não trata do filho. Trata do pai. Trata do homem.
Tezza costura uma teia de eventos paralelas para contar as vicissitudes desse homem (que eventualmente foi pai de um filho com sindrome de Down), mas que também viajou, sofreu, trabalhou por miséria, foi preso, teve sonhos metafísicos, amou e foi amado.

Sob nuances, o autor ainda conta uma parte da história do Brasil com leves estocadas (típicas da ditadura) e revela mais: o caráter e a alma do brasileiro médio dos anos 80 e da sociedade.
" é uma elite tosca, com frequência grotesca, de uma ignorância assustadora, renitentemente corrupta e corruptora e instalada capilarmente em todos os mecanismos de poder do país..." pág. 162)

Por vezes com uma linguagem crua e cruel, Tezza põe o politicamente correto por terra, e expõe nosso lado mais secreto de pensamentos e preconceitos, tudo recheado com várias referencias sobre literatura - William Faulkner (meu favorito), Sartre, Camus, Mann, Freud...- que deixam a leitura ser prazerosa, li em 4 dias.

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beatriz 16/04/2016

Eu estava com muita expectativa para o livro, achei que ele teria um enfoque maior na história do pai com o filho. A escrita do Tezza é incrível porém quando a história fugia do filho para falar sobre o passado do pai a leitura ficava massante, houveram poucas partes que demonstravam o amadurecimento do pai em relação ao filho. No geral o livro é mediano, não me prendeu muito durante a leitura.
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Erika.Almeida 18/01/2016

Narrativa corajosa
"O filho eterno" de Cristóvão Tezza é super premiado - entre outros, ganhou o Jabuti de Melhor Romance de 2008.
Em geral, eu me apaixono pelos livros, fico afetivamente ligada a eles. Com "O filho eterno" não rolou esse amor, mas tenho muito respeito pelo texto. Respeito por ser uma escrita essencialmente corajosa. Tezza fala de peito aberto sobre o que a maioria refuga (o impacto da chegada de um filho especial). A literatura instrumentalizou a expressão de certas dores, para que a partir daí se construísse um laço genuíno.
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Cardoso 23/09/2015

Uma atordoante, aflitiva e impactante análise da maturidade, da paternidade e da vida, "O filho eterno" é uma das mais gratas surpresas que eu já tive; de uma narrativa pós-moderna e ágil, ainda que profundamente ligada ao campo dos pensamentos e das memórias, que impedem e prendem o amadurecimento de um pai de primeira viagem que se vê progenitor de um garoto com síndrome de down.

Acima do politicamente correto, a personagem de Tezza tenta superar seus preconceitos, entender-se tardiamente no mundo e em si próprio de maneira desesperada; envolvente, intimista, furioso e profundo em sua auto-consciência de intelectual rasteiro. Clausuras psicológicas, claustrofobias identitárias são comuns em seu universo particular de indecisão e incerteza.
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Adilson 12/09/2015

Livro muito bom
Conta a visão de um pai durante o processo de educação de seu filho com síndrome de Down, misturando com algumas passagens de sua vida quando solteiro.
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Lorena Alhadeff 09/04/2015

Um livro bom, porém difícil
Gostei do livro. Fala a verdade nua e crua da experiência de Tezza como pai de um filho com síndrome de down.

FELIPE: Desde o início eu torço por esse menino valente! Ele suportou umas terapias estranhas quando bebê, conviveu com um pai em crise quando criança e se tornou um adulto que, em suas limitações, tinha alegria, talento e amor pra dar e vender! Enfim, ele é o sol que brilha neste livro!

PAI: Junte um homem jovem, desempregado, sem saber ao certo se estava pronto para ser pai, com várias incertezas e alguns fracassos sobre a profissão de escritor e numa situação financeira instável com o nascimento de um primogênito com síndrome de Down numa época super preconceituoso. Esse é o mote do Filho Eterno. Por isso, Tezza não doura a pílula e nem procura palavras suaves e isso em parte é bom: acrescenta é bruta porque a realidade é dura. Confesso, algumas vezes o achei um idiota. Mas logo depois pensei: quem sou eu pra julgar isso ou aquilo de alguém que levou uma queda é está tentando, dia após dia se reerguer, aceitar, amar e acolher o filho especial? No início ele pensa e age com imaturidade, o que é normal, creio eu. Por ser Escritor e ter uma extensa bagagem literária ele pensava muito (e se preocupava muito com o futuro do filho), elaborava teoremas, tentava prever o futuro de acordo com seu conhecimento literário e filosófico e tem todo o tempo livre pra isso.
O estigma de ter uma criança com esta síndrome no início dos anos 80 era enorme! Hoje em dia o caminho é para inclusão, respeito e humanização (graças a Deus!!). Mas os desafios continuam os mesmos. Para concluir, no decorrer do livro é exposto muito do que o autor pensa, mostrando em detalhes a evolução e amadurecimento da construção da relação pai-filho. Amor, resiliência, aceitação, equilíbrio são as palavras-chave deste relato muitíssimo bem escrito (palmas para Tezza??)

ESPOSA: Prelato do Autor, ela foi a provedora da casa por muito tempo, ele quem cuidava do Felipe. Uma mulher esforçada, mãe amorosa desde o princípio, não deixava a dor paralisar, fazia o que era necessário para o bem do filho. Passou pelo mesmo que o pai, só que com mais maturidade. Do meio para o fim do livro ele não fala mais sobre ela. Uma heroína anônima.
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Jéssica Bruna 10/01/2015

A história de um pai que cria diversas expectativas à cerca do filho que está prestes a nascer. Espera-se um filho saudável, mas se depara com um portador de Síndrome de Down. Diante disso, chega a desejar a morte e sentir vergonha do próprio filho, e culpa-se por tal sentimento. Um pai que vivencia o desespero de não saber o que fazer com o recém-nascido e, sobretudo, não saber o que fazer com a própria vida. A narrativa leva o leitor a se colocar no lugar do pai e a pensar sobre a questão do que é ser "normal" diante de um padrão imposto pela sociedade, além de refletir sobre o preconceito. É notório que o pai não sente-se envergonhado por mera crueldade, mas por pura frustração. Uma frustração que ele carrega pela carreira de escritor que não caminha bem, e pelos vários livros guardados em sua gaveta que não puderam ser lançados por nenhuma editora. Ele vive uma conturbação com seu próprio eu, e se esconde por trás da fragilidade do filho por medo de saber que são tão parecidos. Com o avanço dos dias e o crescimento da criança, esse relacionamento vai tomando outra forma e cria-se um laço afetivo muito forte. O menino, Felipe, mostra-se teimoso e pouco sociável e o pai enxerga nele a sua própria solidão. Com as dificuldades que o filho encontra no dia-a-dia em atividades simples, o pai vê a sua ânsia perante o mundo. É um livro sensível que mostra uma jornada de transformação para ambos, e que transborda emoção!
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jota 29/11/2014

Pai, você foi [é] meu herói e meu bandido...
O Filho Eterno é sobre Felipe, 25 anos em 2007, quando o livro foi lançado, uma pessoa de verdade e igualmente um personagem. Mas o relato de Tezza parece ser, ou é mesmo, muito mais sobre o próprio autor. Pai e filho se desnudam ou são desnudados aqui sem muita piedade.

Altamente autobiográfico, propositalmente ou não, não sei, é muito pouco sobre a mãe e a irmã do menino nascido com Down nos anos 1980, quando então a síndrome era simplesmente chamada de mongolismo e as famílias escondiam as crianças portadoras dentro de casa ou evitavam falar delas, não apenas não mostrá-las.

Grande parte do tempo o pai ressentido chega a desejar que o filho morra logo (os portadores de Down não vivem muito mesmo, aprendeu) para não passar vergonha com amigos ou estranhos por conta da condição do filho, ele que sonhava alto, fazia grandes planos para o herdeiro no futuro. Mas aos poucos vamos notando pequenas transformações nesse relacionamento conturbado. Como se percebe neste trecho:

"Ali está o pai com o filho idiota diante da fonoaudióloga. Quase esquece que também tem uma filha normal - mas crianças normais só precisam de água, que elas vão crescendo como couves. (...) A criança não se concentra muito, diz a fonoaudióloga, e ele se afasta dali quase arrastando o filho, e no corredor sente o olhar agudo dos outros para o pai que leva aos trancos uma pequena vergonha nas mãos, incapaz de repetir duas ou três palavras numa sentença simples. (E no entanto a criança abraça-o com uma entrega física quase absoluta, como quem se larga nas mãos da natureza e fecha os olhos.)"

Belo livro, com certa crueldade e ironia, também com algum humor, profundamente sincero, mesmo sem nos emocionar tanto assim é interessante do começo ao final (parece ser mais longo do que realmente é) e foi merecidamente ganhador de vários prêmios literários.

Lido entre 24 e 29/11/2014.
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Mary D. 24/08/2014

Nunca tinha lido um livro que tratasse da Síndrome de Down, talvez isso que me chamou mais a atenção na sinopse desse livro, algo diferente de tudo o que já li até então.
A história de um pai que cria diversas expectativas em relação ao seu filho que está prestes a nascer, e quando a criança nasce ele descobre que essa é portadora da Síndrome de Down, o que de certa forma destrói as expectativas do pai em relação ao filho, fazendo-o até mesmo desejar que a criança morra. O que de início me fez ter aversão ao pai, mas que no decorrer do livro me fez entender o que ele sentia, me colocar no lugar dele que, apesar do pensamento cruel, não era uma pessoas ruim.
O modo como o autor narra a história faz com que o leitor entre na história e se coloque no lugar do pai que, aprende a conviver com a síndrome do filho. A narrativa tem muitos aspectos diferentes como o fato de que a única personagem nomeada é o filho, Felipe.
Um ótimo livro, a experiência de mergulhar no psicológico do pai de Felipe foi impressionante, adentrar a um mundo diferente, o mundo de uma família com um portador da síndrome de Down. Recomendo a leitura.
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Gabriela M. 30/07/2014

Nossa. É como descobrir (mais) um novo mundo, totalmente diferente, um mundo de pensamentos - tão confusos e ao mesmo tempo tão fáceis de se entender - de um homem.

Sim pela primeira vez li um homem, não um Aslan, não um Mo, não uma menina sonhando com a leitura na neve. E foi tão especial, Cristóvão Tezza soube narrar de um jeito tão autêntico e tão verdadeiro que é impossível não se deixar cativar pelo pai e claro por Felipe. Ótimo livro, agradeço ser leitura obrigatória da UFRGS.
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Gildo 23/03/2014

Quem é o filho?
Concluí "O Filho Eterno" bem perto do dia internacional dos portadores de síndrome de down. Uma pequena coincidência que ajudou a me relacionar ainda mais com o livro.

Um primor a narração do Cristovão Tezza, que desnuda os próprios preconceitos ao ter um filho portador. Ele nos leva para dentro de sua mente, sem os filtros sociais que geralmente usamos quando tratamos do assunto em público. Há um excesso de gentileza e cuidado ao falar da síndrome e suas consequências. Uma gentileza que incomoda o autor, porque, no fundo, só ele sabe e sente os desafios reais que o filho e ele mesmo enfrentam.

Ao conduzir a narrativa junto com trechos de seu passado, a melhor conclusão a se chegar é que subverte-se o velho conceito de que pais educam os filhos. Neste caso, o filho ajudou a ensinar o pai. Tezza aprendeu mais.

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Yago 26/11/2013

Uma boa surpresa na literatura brasileira.
O Filho eterno, de Cristovão Tezza, é um livro ambíguo e tocante. Tocante porque é impossível não se deixar afetar pela história de um pai que descobre que seu filho sofre de síndrome de Down. Ambíguo pois, profundamente humano, o personagem principal da obra de Tezza não se sente nem um pouco feliz com a descoberta, chegando ao extremo de desejar a morte do recém-nascido, mas nem por isso sendo um vilão odioso. Ao contrário de alguns críticos que identificam nessa recusa um sentimento de crueldade, Tezza nos guia numa profunda dissecção psicológica da vida do pai de Felipe (aliás, o único personagem nomeado na história), sem cair no caminho fácil da redenção. Sem vítimas nem vilões, a história é sobre um pai que esperava no nascimento do filho a oportunidade de se engrandecer, mas, ao invés disso, se vê diante de uma corrente para o resto da vida.

O pai de Felipe é um jovem sem perspectivas além do desejo de ser um escritor. Artista sem obra, intelectual sem formação acadêmica, passa a vida sustentado pela esposa à espera de ser publicado. A sua produção irregular é rejeitada constantemente, enquanto, movido pelo narcisismo intelectual, mais ele se eleva a si mesmo. Ele não pertence o mundo medíocre: ele lê Nietzsche, Camus, Sartre...

O primeiro sinal de estabilidade em sua vida é a sua faculdade de Letras, que ele decide levar a cabo. Já casado, é surpreendido pela gravidez de sua esposa. Agora, não será mais alguém que vaga pelo mundo, ele será pai, dentro de um papel definido no jogo das identidades sociais. Idealiza ensinar ao filho sua erudição, formá-lo um ser inteligente; se vê diante de uma massa de argila bruta com a empolgação de um artesão que ama o que faz. E eis que os médicos, de súbito, tiram toda a sua esperança: seu filho é mongoloide, conforme o jargão dos anos 80. Nunca será inteligente, não poderá articular uma frase mais complexa além da estrutura sujeito-predicado, será sempre um peso na vida do pai, que não poderá sequer participar do jogo egoico de exibir o filho como se fosse um troféu. O único consolo dessa desgraça, pensa o pai, é que a condição trissômica desse ser que não lhe parece humano – na sua mente de escritor, a humanidade está ligada diretamente à capacidade intelectual – não lhe permitirá viver muito; os “mongoloides” geralmente morrem cedo de alguma doença do coração.


O que move o pai de Felipe não é a crueldade, mas a frustração. Não com o filho, mas com a sua própria vida. Seus planos eram de guiar uma criança ao caminho da vida, sendo que ele mesmo tinha uma vida de adolescente cujas preocupações não iam além de seus interesses intelectuais. A relação de pai e filho se desenvolve de tal forma que quem tem que se guiar pela vida adulta, amadurecer, procurar um emprego, enfim, ser parte do “sistema” é o próprio pai. O desejo por uma cria dentro de suas expectativas é saciado em determinada parte do livro, mas curiosamente como um fato menor. Felipe é a grande âncora de seu pai, ainda que este venha a sintir vergonha e uma pontada de lamentação pelo resto da vida. Ao mesmo tempo, corrente torna-se um laço que não ele não deseja mais romper.


Uma leve inspiração autobiográfica é constante no livro todo. Uma breve busca na internet pode revelar que a formação intelectual de Tezza, suas viagens e experiências têm muita coisa em comum com o personagem de seu livro. Partindo de si mesmo, Cristovam Tezza almeja chegar ao outro, numa história que trata a relação de pai e filho, do amadurecimento, de ideais da juventude e da transição para vida adulta tal qual ela realmente é, sem interrupções bruscas, um grande “quando viu que ia, já foi”. Um dos grandes méritos da escrita do autor é justamente traçar um período de 25 anos de forma fluida, atendo-se ao necessário para a história, mas sem se deixar ficar à superfície. Isso, aliado à escrita poderosa, reflexiva, sem excessos de estilo, com a erudição bem dosada de um escritor que não sente a necessidade constante de mostrar ao mundo suas próprias referências (mas sem deixar de citá-las quando necessárias ao texto), fazem de O filho eterno uma ótima surpresa na nossa literatura contemporânea.
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Daviane 12/10/2013

Filho Eterno
Resenha no blog Alucinações.

site: http://alucinacoe.blogspot.com.br/2013/09/hoje-quero-falar-um-pouco-sobre-um.html
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Lucas 28/08/2013

O FILHO ETERNO
Conta a história da dificuldade de um pai em cuidar de seu filho que possui Síndrome de Down. Mostra as conquistas que ele consegue durante os anos, principalmente perdendo um pouco do preconceito que tinha. E os grandes avanços do filho em coisas simples do cotidiano de pessoas “normais”. É uma autobiografia do autor. O único nome que existe é de seu filho, Felipe. Mostra por vezes um pai desequilibrado e totalmente contra a sociedade que o julga vagabundo.

Foi um dos melhores livros que já li!
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