Thiago275 18/05/2021
Clássico dos clássicos!
Corro o risco de soar repetitivo, mas lá vai: é difícil expressar em poucas palavras a grandiosidade de O Silmarillion, obra que Tolkien planejou como um arcabouço de todas as histórias que estavam no pano de fundo de seus livros mais famosos, como O Hobbit e O Senhor dos Anéis.
Parafraseando o próprio autor, aqui encontramos um corpo de lendas que abrange desde o amplo e cosmogônico até o nível da história de fadas romântica, com o macro apoiando-se no micro e o micro sorvendo esplendor do vasto plano universal.
Tolkien se ressentia da ausência de mitologias propriamente inglesas e tentou criar histórias lendárias ligadas à língua, solo e clima de seu país. Aqui encontramos relatos que vão desde o início dos tempos e passam pelas eras em que os Elfos foram exilados da Terra Abençoada, fizeram guerra com o primeiro Senhor do Escuro, Morgoth, assistiram ao surgimento dos Homens e o apogeu de seu poder na Ilha de Númenor.
Segundo o próprio Tolkien, os três grandes temas do livro são a Queda, a Mortalidade e a Máquina (ou magia). Mas aqui também temos heroísmo, egoísmo, sacrifício, intrigas, guerras e desgraça, muita desgraça.
Ao final, aparece um breve resumo intitulado Dos Anéis de Poder e da Terceira Era, em que vemos os descendentes e remanescentes dos povos antigos, que tantas lutas travaram, se aproximarem dos pequenos Hobbits e, nesse momento, percebemos como esse universo, embora um tanto caótico e fragmentado, foi detalhadamente planejado.
Tolkien nunca "terminou" O Silmarillion. Embora as histórias tenham começo, meio e fim, o texto precisou ser refinado por seu filho Christopher, que juntou tudo o que o pai tinha escrito desde 1917 e tentou dar o melhor tratamento possível. Embora, em alguns momentos, esse caráter episódico fique evidente, ele merece ser colocado como o clássico dos clássicos da fantasia e, se você é fã do gênero, não pode deixar de ler esse livro que, mesmo "inacabado", é uma obra prima.