Camila Lobo
28/08/2015Resenha: Na Companhia das Estrelas (Por Livros Incríveis)O livro conta a história de um mundo que foi "esvaziado" por uma doença contagiosa. Os que não estão mortos, ou ainda estão com a doença, partindo lentamente, ou conseguiram escapar dela, que é o caso de Hig e Bangley.
Contudo, Hig ainda espera encontrar pessoas ainda saudáveis por aí e por isso, sempre sobrevoa com seu cão, Jasper, as cidades em um velho avião. Hig voa a procura de um pouco de amizade, amor e compaixão.
"Daqui de cima não havia infelicidade, sofrimento, conflitos, apenas desenhos e perfeição."
Eu começarei dizendo que a leitura de Na Companhia das Estrelas foi meio ruim pra mim, mas não por causa da escrita do autor, nesse caso. Não sei se é algo da tiragem do meu exemplar, ou de todos os exemplares da editora. Mas meu livro não tinha demarcação de falas! Eu simplesmente tive que adivinhar onde eram as falas, e a quem elas pertenciam, durante as mais de 400 páginas! Sério, gente, isso é péssimo. Parece até algo bobo, mas é horrível. Felizmente, conforme eu ia avançando na leitura, o problema ficou um pooouquinho mais suportável.
A palavra que uso para descrever a obra é superficial. Tem momentos fofinhos e divertidos, mas a maior parte é monótona. Dividido em três partes, o autor separou três acontecimentos importantes que basicamente definem a narração. É frustrante pensar nelas, e um dos eventos especificamente, me incomodou bastante, porque tirou muito da essência da história. As outras duas partes são um pouco mais interessantes, prendendo mais a atenção, mas sempre seguindo o mesmo ritmo lento.
Heller não fez uma boa condução também. Nos poucos momentos de ação, a narrativa não deixa o leitor intrigado, eletrizado ou até mesmo angustiado. Volto a repetir, talvez a falta de demarcação de falas tenha atrapalhado bastante, mas a leitura não me transmitiu nenhuma emoção. A ação vem, vai e você se pergunta "é só isso?". Além de tudo, não lemos muitos momentos com o cão Jasper. Ele parece importante pela sinopse, mas não há muitos momentos com o dono durante o livro.
O ponto alto da obra são os personagens. Apesar de não ter gostado do protagonista, ele tem ótimas reflexões, e as memórias dele de sua antiga vida foram a parte mais interessante de ler. Bangley foi meu personagem favorito, com personalidade difícil, mas cativante.
Eu tenho que confessar que o trio Hig-Bangley-Jasper me lembrou bastante do filme O Cão e a Raposa, com toda sua atmosfera. Não direi nada além, para não estragar a leitura!
"Fico pensando o que é essa necessidade de falar. Animar de algum modo a quietude mortal da beleza mais profunda: respirar vida ao falar."
Em resumo, Na Companhia das Estrelas é um livro bonitinho, mas sem nada de novo, sendo bom para passar o tempo.
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