Joyce 14/06/2013
Resenha do Blog Entre Páginas e Sonhos - http://entrepaginasesonhos.blogspot.com.br/
Sete Dias Sem Fim é um livro que me fez refletir na mesma proporção que que me fez dar boas gargalhadas porque achei a escrita do autor sensacional. As nuances da história são bem trabalhadas e pude sentir toda a confusão e sentimentos de Judd, deixando o livro tragicômico.
A história dele é trágica: No aniversário de sua mulher Jen, Judd com então 35 anos e casado a quase 10 anos, a flagra na cama com seu chefe, Wade. A partir daí sua vida vira de cabeça para baixo completamente porque fica sem o emprego, sem a esposa e seu pai falece. Com o último pedido do pai, toda a família de Judd se reúne para cumprir o Shivá, ritual judeu, já que todos estão meio afastados um dos outros.
"Não há nada na vida, nada mesmo, que nos prepare para a experiência de ver nossa mulher trepando com outro homem. É um daqueles acontecimentos surreais que imaginamos em um ou outro momento, mas sem qualquer definição, como morrer ou ganhar na loteria." pág 21
Judd se reúne na casa de sua mãe com Paul, o irmão mais velho e a esposa dele, Alice; Wendy, sua irmã e o marido dela, Barry e Phillip, o irmão caçula e a noiva dele, Tracy. Eles não conseguem demonstrar seus sentimentos tornando essa convivência uma ótima oportunidade para que seus laços se fortaleçam, além de rolar várias situações bizarras, engraçadas e/ou tensas.
Todo o livro é narrado em primeira pessoa por Judd. Eu ri horrores com as observações que ele faz nas cenas ou de sua própria vida. Adorei demais esse lado cômico do livro mas em compensação, a parte trágica também é muito trágica, fiquei deprimida por ele, mas é isso que o torna um livro tão bom. Essa mistura de sentimentos enriqueceu o livro.
Além de Judd ter sido traído, Jen que teve um aborto uma vez durante o casamento deles, fica grávida e para a surpresa de todos é de Judd, já que Wade é estéril. Isso embaralha ainda mais a cabeça de Judd e não é por menos, né. Imagine a situação.
Todos os irmãos tem uma personalidade diferente um do outro: Paul é o mais reservado e sério e está tentando ser pai, Wendy tem 3 filhos pequenos e um marido que não dá muita atenção a ela; Phillip é o irmão que mais dá trabalho a família e Judd está num momento complicado da vida. A mãe é uma figura, super divertida e aberta, o final dela é super diferente. Durante o livro vamos nos deparamos com os dramas de cada personagem.
"O show continua. Estamos todos de volta às nossas cadeiras da shivá... O restante de nós encara a platéia como uma banda de rock em turnê: mesmo repertório, público diferente." pág 146
O pai deles era um homem rígido que não demonstrava afeto pelos filhos depois que cresceram mas todos guardam ótimas lembranças. O falecido pai se dedicou muito ao trabalho e deixou lojas de materiais esportivos para a administração deles e embora não estejam numa situação tão boa, é o que tem.
Durante o livro vamos entendendo melhor cada personagem. O que mais gostei foram Judd, a mãe e Phillip porque são engraçados e verdadeiros. Também são apresentados Jenny, um antigo amor de Judd e Horry e Alice, vizinhos da mãe. Judd vai relembrando de sua vida e tentando dar rumo a sua nossa situação. Achei sensato como acabou o livro.
O livro me tocou. Gostei demais da história e da forma como ela foi contada com humor e tragédia. A narrativa flui muito bem e é uma delícia. As partes do livro são divididas pelos 7 dias da semana e os capítulos apresentam a hora que acontece a cena. A capa está linda demais, adorei as cores escolhidas e o design. Fiquei super curiosa para ler os outros títulos do Jonathan Tropper. As páginas são amareladas e a diagramação é simples.
Recomendo para quem quer dar boas risadas e degustar uma história diferente e trágica.