Fabio Pedreira 21/05/2017Prince of Thorns “As estradas do Império Destruído. Um cenário abandonado há milênios pelos enigmáticos Construtores. É nessa nova era medieval que o Príncipe Honório Jorg Ancrath se vê obrigado a amadurecer para saciar seu desejo de vingança e poder.
Jorg testemunhou o brutal assassinato da rainha-mãe e de seu irmão caçula, ainda criança. Jogado à própria sorte em um arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente a sua pele, e sua alma. Quatro anos depois, o Príncipe dos Espinhos lidera uma irmandade de assassinos. E sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.”
Precisa de mais do que essa sinopse para te deixar curioso em relação a esse livro? Sou fã de livro de fantasia e admito que há um bom tempo não lia uma obra tão boa. Assim que bati o olho na capa fiquei curioso, o que não é para menos também, porque falar em Darkside Books é falar em sinal de qualidade, nunca vi uma editora para ter tanto cuidado com seus livros, capa dura, arte sensacional, um acabamento de primeira no livro todo. E não me decepcionei nem um pouco com o que li.
Para começar que logo ao iniciar o livro o seu primeiro pensamento é: “é uma obra medieval”, sim de fato é, tem reis, castelos, guerreiros, igreja e tudo mais que existe em gêneros do tipo. Porém, existe um diferencial, durante a leitura você começa a ver referências sobre Shakespeare e Nietzsche, sobre as grandes construções feitas pelos grandes construtores de antigamente e objetos muito familiares hoje em dia. Passamos a notar que o mundo de Prince of Thorns se passa não no passado, mas em um futuro pós apocalíptico e que de alguma forma fez a sociedade retroceder a era medieval.
Os personagens também são maravilhosos, com um destaque especial claro para Jorg. Um garoto com 13 anos, sem nenhum escrúpulo, capaz de matar alguém simplesmente porque não vai com a cara, mas ao mesmo tempo que sabe como conquistar seus irmãos de guerra. Um assassino impiedoso, que busca por vingança, desde quando viu sua mãe e seu irmão serem assassinados enquanto ele estava preso a um arbusto cheio de espinhos. Ele sabe como jogar o grande jogo e sabe o que tem que fazer para conseguir.
Os personagens têm objetivos muito simples, mas isso não os impede de serem interessantes e bem trabalhados, pelo contrário, o fato de terem objetivos simples os tornam bem definidos, tornando fácil de entender o que cada um ali busca: seja vingança, sobrevivência, pilhagem ou simplesmente o gosto pela matança. Isso faz com que a obra seja mais fluida também, não perdendo tempo com enrolações desnecessárias e fazendo você ler tudo sem parar.
Isso também é favorecido por um mundo rico, onde não existem só guerreiros e reis, mas existe magia, feiticeiros e criaturas sombrias (como fantasmas guerreiros por exemplo). Porém, essa parte da magia, apesar de ser bem explorada, não é o foco do livro, o foco é a vingança de Jorg. O livro traz uma narrativa tanto no presente como também no passado, quatro anos atrás para ser mais preciso, e é necessário ficar atento para não confundir. A narrativa do passado mostra o que aconteceu com Jorg e o que o levou a procurar vingança, enquanto a do presente já o mostra atrás desse objetivo.
No mais é isso, um livro incrível de se ler, capítulos pequenos, porém, muito bons. Uma narrativa que envolve o leitor e o faz torcer pelo personagem principal, mesmo sabendo que ele está mais para vilão do que herói, com muitas reviravoltas, tendo um toque de Game of Thrones em sua narrativa, lhe deixando curioso para saber o que vai acontecer em seguida. O único ponto que eu faria uma ressalva é em relação a idade do personagem e sua inteligência. Não sou muito fã de personagens que são mais novos do que sua idade mental aparenta e Jorg com 13 anos já parece ter 20, mas isso não é nada que atrapalhe a leitura, então, que venha o próximo livro.
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