spoiler visualizarDrigo.Meida 10/11/2019
O príncipe que torrou a paciência
Expresso minha opinião sobre esse livro baseando-me em três características mínimas que façam um livro se tornar bom. Ambientação, caracterização e enredo.
A começar pela descrição dos ambientes e do tempo em que a história se desenrola, o autor nos deixa apenas com pistas e uma ou outra inconsistência, como um autor real sendo mencionado no livro. Porém, é de se estranhar que o personagem central possa ter acesso a demasiadas informações e autores do século XIX e permaneçam com costumes tão medievais.
Além da incoerência temporal, pois até então, não sabemos em que época o livro se encontra, o ambiente é pouquíssimo explorado. Temos padrões de ambiente minimamente descritos, como por exemplo, o pântano, a caverna, a sala do trono. Lawrence é um autor que faria Tolkien ser o preferido por um leitor apressado. É possível percorrer as 360 páginas do livro sem em nenhum momento se sentir inserido na história.
Na caracterização, nenhum, absolutamente nenhum personagem é digno de nota. É jorg o tempo todo, por conta da narrativa em primeira pessoa, e todos os outros são menos que coadjuvantes, não mais que um detalhe da narrativa. Se foi desejo do autor mostrar como Jorg não se interessava por nada e nem ninguém, ele obteve tal êxito, custando-lhe uma narrativa exclusiva, beirando ao diário de uma menina adolescente.
Sageous e o Nubano seriam dois personagens dignos de nota se fossem melhor explorados, porém, não restam menos de quatro ou cinco páginas dedicadas a esses personagens.
O enredo, por sua vez, é o que torna a história capaz de ser finalizada. Só bem depois da metade do livro é que você consegue assumir as rédeas do pensamento conturbado do autor e começa a ter pistas do que se trata o livro inteiro. Mas, no clímax do livro, quando incontáveis perguntas surgem, a solução com um Deux-ex-Machina coloca todo o desenvolvimento do livro em um péssimo final.
O fim, não surpreende e pouco contribui para salvar o livro. Certamente, é digno de ser lido até o final, mas um livro extensamente ruim.