Lívia 19/12/2021
Decepcionante
Cada livro da série foca em um casal, entretanto, não se limita a isso, trazendo também interações de outros personagens e introduzindo um pouquinho a trama do livro que vem a seguir. E foi APENAS POR ISSO que eu não abandonei esse livro.
Foi muito bom relembrar os casais formados nos livros anteriores, mas o que realmente me fez insistir nesse livro foi o Leo e a Cath.
Eu sempre gostei do bom humor, sagacidade e ironia do Leo; ele e a Bea são meus favoritos! E quando ele se junta com a Cath é confusão na certa. As implicâncias e alfinetadas são engraçadas de acompanhar e dá pra sentir de longe um cheirinho de enemies to lovers. De novo: SÓ POR ISSO não abandonei.
Mas vou ser sincera: depois de 50% eu não aguentava mais ler sobre esse tal Harry Não Sei Das Quantas e saia pulando várias cenas dele com a Poppy. Sabe quando tu tá com um texto chatão pra ler e em vez de ler com atenção vai só passando as páginas e olhando por cima? Então!
Basicamente depois da metade eu só lia realmente quando o Leo aparecia, a Cath ou algum outro Hathaway. Mas Poppy e Harry? Ai gente, que preguiça desses dois!
Um casal sem química, que não convence, não rende, uma pura encheção de saco.
O Harry é um escro** de mer**, manipulador, enganador, falso e inescrupuloso. Foi ridículo como a história dele e da Poppy começou e só foi ficando pior.
Basicamente a história é isso:
> Harry se sentiu atraído pela Poppy
> Poppy já estava apaixonada por Michael
> Apesar de Poppy reconhecer que Harry é um homem charmoso, ela não quer saber dele
> Harry não aceita ser rejeitado e decide que terá Poppy por bem ou por mal
> Harry explana o relacionamento secreto de Poppy e Michael para o pai de Michael e sabe-se lá quais as palavras que ele usou para isso, muito provavelmente aumentando o fatos para que o veio não aprove a relação
> Harry compromete Poppy com um beijo em um evento público de propósito
> Com Poppy tendo sua reputação comprometida ela teria que escolher entre se casar com Harry sem nem sequer GOSTAR minimamente dele ou nunca mais se casar, haja visto sua má reputação perante à sociedade
> Poppy se casa sem gostar do cara
> Poppy tem que "aprender" a amá-lo
> E viveram felizes para sempre
???
Harry ignorou completamente os sentimentos, emoções e VONTADES da Poppy, a manipulando para que tudo ocorresse do jeito que ELE quisesse. Como o próprio Harry disse, ele não se importava que Michael tivesse o coração de Poppy, desde que ele tivesse o resto. ?
Ele forçou uma vida para Poppy que ela não queria tudo porque tinha desejo por ela. Não era amor, não era nem mesmo amizade, era puramente desejo. Tirou-a do alcance de quem a amava para aprisioná-la em uma cela de amargura. E claro, com o tempo Poppy aprendeu a amar essa cela e o homem que a botou lá.
No decorrer do livro descobrimos mais sobre o passado do Harry e dá pra notar que a autora tenta usar isso pra aliviar a culpa do Harry, tipo "ei, ele cresceu sem amor, por isso ele é implacável assim" (?) Mas não convence, sabe? Eu li e fiquei "okay, mas isso não justifica ele ser um grande c*zão. Tem personagens que são tão bem construídos que a gente compra facilmente o passado triste deles, mas aqui não colou!!
Esse livro traz um conceito que é até interessante: a princesa (Poppy) fica com o vilão (Harry) em vez do príncipe (Michael). E essa não é uma dinâmica ruim, só que para funcionar é preciso que a autora saiba articular tudo direitinho e na minha opinião, Lisa não soube.
O livro tem conceito? Tem! Mas eu leio histórias, não conceitos. Um conceito sem desenvolvimento é vazio e inútil, apenas uma ideia com potencial que PODERIA ter dado certo.
Ah! E quanto A Grande Revelação entre o Harry e a Marks eu achei uma reciclagem de plot muito da mal feita ?
Enfim, mais uma vez digo: só li pelos outros Hathaways, porque por esse casal cOnCeIto eu já queria abandonar o barco em 50% lido.