Grazy 16/07/2020
É um livro muito sensível.
Fala muito de empatia, e conseguimos nos ver representados naquelas pessoas. Percebemos que, de fato, as diferenças nos unem, de uma forma que não precisa ser explicada, apenas vivida.
Sempre me senti incomodada com "amores a primeira vista". Acho que essa foi a coisa mais irreal que o livro trouxe, mas aprendi a aceitar isso e entender que era muito mais do que um romance.
Tem presságios lindos, que fazem os olhos encherem de lágrimas e que o coração aquece. O capítulo que fala sobre a Kelsea é extremamente tocante, e todo mundo deveria ter a experiência de lê-lo. É cruel e magnifico, em dosagens completamente diferentes, mesmo tendo a mesma medida. É só algo para ser sentido.
Entendo que algumas abordagens poderiam ter sido mais construídas, como a questão de gênero, mesmo o autor colocando em cheque o desconforto da Rhiannon toda vez que A era uma garota. E, sim, isso me fez pensar muito na forma como eu mesma agiria. Creio que esse era o intuito. Funcionou.
Não consigo ter uma opinião formada sobre o final. Não quero ficar com a impressão que o amor dói, mas não consigo ter outra visão disso. É engraçado que, mesmo doendo, as pessoas arriscam muitas coisas pela sensação de amar e ser amado.
Eu assisti ao filme também. Foi uma boa adaptação, apesar de focar muito mais no romance e na visão da Rhiannon. Acho que só prova a nossa incapacidade da percepção da essência, ao invés de se deter tanto ao que é palpável.
Ele foi muito mais sutil na questão de empatia, ou toda a reflexão que o livro passa, mas, como já mencionei, não foi de todo ruim. Algumas coisas ficaram meio soltas, como quando A foi um garoto cego. Adoraria que essa parte fosse mais explorada, achei linda a descrição dos sentidos no livro.