Enquanto agonizo

Enquanto agonizo William Faulkner




Resenhas - Enquanto Agonizo


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Teco3 06/04/2020

Enquanto agonizo
"Chuque. Chuque. Chuque. da enxó"

É essa a melodia fúnebre que perpassa por todo o livro, o barulho da madeira sendo lapidada para se tornar o leito eterno da matriarca da família Brundren. O sofrimento nessa jornada familiar ganha eco nesse som que parece materializar a agonia de todos os membros dessa família. Talvez, Addie, a falecida, seja a mais sortuda dessa história, a morte, que para ela nada mais é do que o próprio sentido da vida, a livrou de vivenciar as situações escabrosas que seus filhos passaram para tentar realizar o seu último desejo de ser enterrada na sua cidade de origem.
Cada capítulo é narrado pela consciência de um personagem diferente. Addie teve cinco filhos, cada um com suas tragédias pessoas, que vão ganhando forma com o decorrer da história. No livro, a loucura não é exceção, é a regra. A crueza da vida é explorada em seus detalhes mais íntimos. Não são só os personagens que agonizam, o leitor agoniza junto, afinal uma da particularidades do ser humano é reconhecer semelhanças na diferença.
A cada novo capítulo, uma cortina cai e o que era a peça central do livro, acaba se tornando algo secundário. O enterro em si perde o protagonismo para as narrativas indivíduos dos personagens dessa família que só está unida porque ainda não encontrou uma forma de se desunir. Não parece haver amor entre eles, só há uma espécie de conveniência temporária.
A míseria humana de uma América pouco conhecida é abordada minuciosamente pelo Faulkner, se trata de um romance social crítico, escrito na década de 30 e que ainda hoje parece ser tão atual em tantas partes diferentes de todo o globo terrestre. Bem, é o que chamam de romance universal.
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AleixoItalo 17/01/2020

A jornada da família Bundren, para cumprir sua promessa e enterrar sua matriarca em sua terra materna.
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Vencedor do Nobel, e de dois Pulitzer, Faulkner não é famoso por ser um autor palatável, pelo contrário, sua narrativa muitas vezes afasta leitores menos acostumados ao seu estilo, criando uma aura mais de "ame ou odeie-o!". ⠀⠀
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Ao optar por contar sua história através dos sentimentos e pensamentos dos personagens, a obra de Faulkner é muitas vezes um quebra cabeças narrativo, aonde é preciso juntar as peças associando-as ao contexto para entender o que de fato está acontecendo.
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Uma vez aceito o desafio, é impossível não ser tocado pela sua obra. "Enquanto Agonizo" é mais uma clássica viagem do autor no âmago dos seus personagens desafortunados, uma mistura de sentimentos, repleta de ardor e fúria (uma palavra muito associada a sua obra), como um verdadeiro negativo do sonho americano!
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Trícia 20/09/2020

Todos em agonia
Que livro incrível! A mudança dos narradores entre os personagens mostra a as angústias e tormentos de cada um muito além do evento principal que os une. E a agonia também é do leitor em seguir todos em sofrimentos particulares.
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Ana 06/02/2023

3.5***

Achei mais dificil de entender do que O Som e a Fúria. Um dia, releio e vejo se entendo mais.
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Klelber 19/05/2021

Profundo
Égua do livro sofrido, passar 9 dias carregando um corpo e passar tanta agrura pra cumprir uma promessa...
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Bells 25/01/2022

"Lembro-me que, quando jovem, eu julgava a morte um fenômeno do corpo; agora, sei que não passa de função do espírito, também do espírito dos que sofrem a perda. Os niilistas dizem que a morte é o fim; os fundamentalistas, que é o princípio; quando, na realidade, não é mais que um inquilino ou uma família que sai de uma casa alugada ou de uma cidade."
Carlos Patricio 02/09/2022minha estante
melhor trecho do livro




Renato.Antunes 16/12/2019

Não recomendo, mas...
Por essa obra, o autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1949. Essa obra foi eleita um dos 100 melhores romances do século XX (Fonte: Folha de São Paulo).

Retirei este trecho de um comentário em outro site: "Outro aspecto que me chamou a atenção é o estado de quase incomunicabilidade existente entre os personagens. Eles pouco se falam ao longo do romance. É o mundo interior de cada um que tece a narrativa, um mundo de desconfiança, lacunas e de densa melancolia".

Portanto, fico em uma situação complicada... Prêmio Nobel, muitos elogios... Gostei muito da maneira como o Faulkner tenta nos apresentar uma situação... Ele usa um recurso (não sei o nome desse recurso na Língua Portuguesa) que vejo muito nos livros do Stephen King... "Parece uma figura mal talhada em madeira bruta por um caricaturista bêbado"...

No entanto, ao narrar a história sob a perspectiva das personagens, o autor dificultou o meu entendimento...Não consegui me familiarizar com os sonhos, os medos ou com a personalidade das personagens...
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Day 10/09/2021

Essa foi uma leitura complexa. Foi o primeiro livro que li que tem o recurso de fluxo de consciência, e é muito difícil entender a mente humana (ainda mais de pessoas que acabaram de perder a mãe). De longe, o personagem mais "confuso" é Vardaman, o filho mais novo, que aparenta completa instabilidade depois de perder a mãe.
Por utilizar esse recurso de narrativa, fiquei confusa por várias partes do livro. Cash e Darl foram os personagens com quem mais tive afinidade, mas ainda assim era difícil entender o que estava acontecendo. A sensação era de que eu estava lendo um livro em inglês, que entendia mas não a ponto de esboçar reação.
Apesar disso, é um livro interessante, que mostra realmente o ser humano por dentro, e que eu pretendo ler de novo daqui um tempo pra pegar coisas que não consegui nessa primeira leitura. Acho que ele só foi 3 estrelas porque não entendi completamente. Tem muito potencial pra 5.
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monique.gerke 19/03/2019

Uma mãe morta. Um pai preguiçoso. Cinco filhos. Uma carroça. Um enterro em uma cidade situada a 60km da atual morada.
Faulkner pega essas características e cria um enredo original, cruel, confuso, um enredo que massacra a alma de seus personagens, brincando de esconde-esconde, expondo-os de forma límpida, e noutros momentos não deixando transparecer a mínima coisa.
O resultado é um texto assustadoramente belo e desafiador.
Um dos filhos, Jewel, passa o livro numa relação de dominação com um cavalo arisco e selvagem. Essa é a melhor forma de definir a experiência com o livro. Você acha que está indo bem. Que está entendendo. E o cavalo te dá um coice no rosto (e se você não desiste de ler, é porque o coice pegou raspando).
É o terceiro livro que leio do Faulkner, e tenho a sensação de que se você termina sem compreender tudo, está no caminho certo..
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Josué Brito 31/10/2018

O livro das múltiplas narrativas
Livro de autoria de William Faulkner, prêmio Nobel de 1949, Enquanto Agonizo foi lançado em 1930, sendo um marco da literatura por trazer em seu corpo as múltiplas vozes de uma família capturada por uma promessa: a de enterrar Addie Bundren em Jefferson, segundo narrativa de Anse Bundren, seu marido.
O livro se inicia com a lúgubre cena de uma mulher que sofre, em sua miséria, a espera da morte, ao mesmo tempo em que ouve o seu filho Cash construindo o seu caixão. Após a morte, procede-se a odisseia da família Bundren, com suas traições, desassossegos e mentira, em busca de cumprir com o prometido.
Em cada um dos mais de cinquenta capítulos, conhece-se um ponto de vista individual, revelando diferentes detalhes sobre essa trama que viaja ao fundo da realidade humana e rural dos pobres produtores sulistas. O livro surpreende pela ausência de um narrador e de um único foco narrativo.
Indico esta narração a todos que queiram desfrutar os máximos primores da literatura do século XX, com todas as suas peculiaridades e invenções próprias. Aviso que se engana, porém, quem pensa que por ser limitado em páginas (um pouco mais de 200), o livro não tenha tanto impacto e preciosidade. Trata-se de um monumental tratado sobre moral, honra, promessas, perfídia e tudo isto em escrita casual.
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Ylane.Santana 01/11/2021

Escrita complexa de acordo com o google...
Minha primeira experiencia com Faulkner e confesso que foi difícil pra conseguir pegar o ritmo da escrita dele.

Um livro bem interessante, fala sobre fé, religião, pobreza, relações familiares e solidão e etc, uma experiência pra lá de diferente, tanto com os personagens quando com a escrita.

Recomendo! Pretendo ler mais livros do autor.
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arthur966 23/08/2020

"eu só lembrava como meu pai costumava dizer que a razão para viver era se preparar para estar morto durante muito tempo."
cacete. não sei nem o que dizer desse livro. li o capítulo da addie duas vezes porque fiquei sem palavras pra ele. amo muito o vardaman e o darl e a dewey dell. e anse seu porco nojento morra.
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Andrade 18/11/2017

Nada é o que parece.
Narrativa do livro me encantou pelo fato de ser narrado por diversos personagens em primeira pessoa.

O livro é uma espécie de 'dominó', onde o leitor vai tirando suas conclusões sem condenar ninguém. Sobretudo por ser um livro com muitos personagens e todos sendo os narradores em determinados capítulos. Com uma pegada bem diferente, Faulkner cria uma atmosfera diferente de tudo que eu já li. Ele mostra ao leitor as dimensões de nós, seres humanos, na busca do 'eu'. Nem tudo é o que parece ser. As coisas não são 8 ou 80. Tudo tem seu lado sombrio (ou não).

Com essa grande leitura, só pude reforçar minhas idéias sobre o ser humano. Se a sociedade continuar deste jeito, a tendência é piorar cada vez mais. Valeu cada página lida, cada capítulo terminado. Doido para me aventurar nesse mundo caótico (ou realista demais) do Faulkner.

Citações:

Porque nada justifica a destruição deliberada do que um homem construiu com seu próprio suor e dentro do qual aguardou o fruto desse suor.'

'E ai ele morreu. Não sabia que estava morto.'

'Minha mãe é um peixe.'
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