MariCarolina 05/10/2020
Uma biografia que não romantiza a biografada
Maria Antonieta é uma das rainhas europeias mais conhecidas no mundo, tanto por ser a última rainha da dinastia Bourbon e ter sido vitima da guilhotina durante a Revolução Francesa, seja pela corte que esbanjava dinheiro e futilidade, uma das mais belas de toda a Europa do século 18, de todo modo, nós a estudamos de maneira superficial durante a escola, quando vamos falar da revolução francesa, e, para pessoas como eu, fascinadas por história, gera uma enorme curiosidade, sobre o que a levou a guilhotina, como era a sua vida e todas essas coisas.
Escolhi essa edição, deste biografo em especifico, após ver um vídeo da Tatiana Feltrin a respeito, pois confesso que o tom do filme da Sophia Coppola, ultra colorido e excessivamente romantizado me afastou dessa figura histórica, mas após o referido vídeo, revirei a terra atrás dessa obra escrita em 1932 e, mesmo assim, tão completa e fascinante.
Falando do livro em si, o autor tem um ritmo narrativo interessante, sem ser lento demais ao ponto de me fazer largar o livro, nem rápido ao ponto de ignorar pequenos detalhes que evidenciam para o leitor o verdadeiro caráter do seu objeto de estudo, ele não a trata como uma coisa, mas sim como uma pessoa, sujeita a enganos e extravagancias, apenas por que a bolha em que a rainha vivia a fazia pensar que todos viviam de modo equivalente, ou, ela simplesmente, seja pela idade ou pela completa ausência de interesse, a levou à uma alienação a respeito de seu próprio modo de vida.
A vida da rainha e de sua corte são destrinchadas, segundo uma linha de raciocínio comprovado por documentos e relatos que, em 1932, eram considerados legítimos relatos da época, pois, no período pré revolução havia um excesso de documentos, panfletos, livros e jornais com informações pouco confiáveis, logo, uma peneira teve que ser feita para que a biografia fosse o mais verossímil possível.
Ademais, o livro fala bastante sobre Luis XVI e de como a sua natureza hesitante e pouco confiante o levou a tomar decisões equivocadas e também o levaram a guilhotina.
Gosto de como o autor, nós pontos onde há divergência entre os historiadores, ele a explica de maneira resumida e deixa seu ponto de vista claro, rebate as partes que não entende como verdadeiras, mas reconhece que há uma discursão e deixa aberto ao leitor a concordância ou não sobre aquele tema.
Enfim, uma das melhores biografia que eu já li e assim que eu achar, vou ler a da Mary Stuart .