spoiler visualizarmarilvesquentin 02/09/2023
Impactante como uma boa sessão de terapia.
"É muito difícil ir embora - até você ir embora de fato. E então ir embora se torna simplesmente a coisa mais fácil do mundo."
Aos fatos: Quentin Jacobsen é um rapaz contido e de poucos amigos que, desde pequeno, sempre teve interesse romântico em sua vizinha Margo Roth Spiegelman. A garota constantemente fugia de casa e desaparecia por dias, deixando para trás nada além de pistas de sua localização. Tendo isso em mente, a vida do garoto vira de cabeça oara baixo quando, em uma de suas fugas, Margo desaparece definitivamente, e ele decide seguir suas pistas.
Cidades de papel nao é um romance, é uma jornada de amadurecimento, para todos os personagens e para o leitor que os acompanha. Todos os fragmentos da trama, unidos, formam quem eu sou hoje e tento ser todo dia.
Quando comecei a ler, e acredito que tenha sido o mesmo para a maioria, não esperava tirar algo tão profundo de um mistério. Entretanto, são inúmeras as lições entregues nessas páginas.
Margo vive uma constante crise existencial desde seu nascimento, e representa, para mim aquela parcela que é apaixonada pelo novo, que ama a adrenalina de buscar um lugar em que realmente se encaixe. Enquanto isso, Quentin representa a parte que se mantém na zona de conforto, não limitando-se à o que está acostumado, mas aprendendo a conviver e ver beleza no 'comum'.
Talvez alguns achem o desenvolvimento lento ou enrolado demais, assim como eu mesma senti em alguns momentos. Mas, ainda assim, recomendo o livro, principalmente à aqueles que estão enfrentando alguma fase que dificulte sua autoaceitação. Essa leitura será um empurrão e tanto.