Pandora 07/03/2018Não brinque - John Verdon
Eu gosto do John Verdon. Nesse segmento policial atual é um dos que mais me agradam. Gosto mais do que do Harlan Coben, por exemplo, que muita gente cultua. Acho que Verdon tem uma escrita culta e bacana, às vezes muito detalhista, mas há regularidade nos seus livros.
Esta narrativa, em particular, eu achei um pouco arrastada; creio que poderia ter sido resolvida em menos páginas. Apesar dele gostar desses finais de confronto - que eu particularmente não curto -, este não me desagradou tanto. Gurney é um personagem bem crível, o ex-policial renomado com um belo ego, mas que tem suas fragilidades. Neste livro ele faz algumas reflexões sobre o rumo que sua vida está tomando. E Madeleine, a melhor personagem de Verdon ever, está maravilhosa como sempre: sábia, sensata, companheira, boa ouvinte, conselheira e, acima de tudo, independente. Por falar em personagem, Kim Corazón talvez tenha sido a criação mais irritante do autor nos três livros que li.
Gostei da abordagem do reencontro de Gurney com seu filho, sua dificuldade inicial em estabelecer uma conexão, o visível desconforto com sua presença e depois, o trabalho em equipe e a emoção com o carinho e admiração do filho. Enfim, foi uma narrativa policial com muito espaço para relações familiares.