Irene Moreira 21/09/2013QUEM ÉRAMOS ANTES DA EPIDEMIA - E COMO NUNCA SEREMOS NOVAMENTE...A Outra Vida da autora Susanne Winnacker me chamou atenção desde as primeiras apresentações sobre seu lançamento. É o primeiro livro da série e ler uma distopia zumbi foi uma experiência fantástica e sua história contagiante prendeu minha atenção até o fim. Parece fácil reclamar da vida, mas imagina se um dia você não puder mais vivê-la em virtude de uma epidemia e tiver que se esconder e lutar para sobreviver?
Sherry tem 15 anos vive há “ três anos, um mês, uma semana e seis dias” em um abrigo com sua família. Tinham que se revezar pedalando uma bicicleta que gerava energia para o ar condicionado, televisão, geladeira e tudo que uma casa precisa. Só que estavam confinados sem poderem usufruir de uma vida normal. O seu mundo tinha mudado em virtude de um vírus contagioso que transformou as pessoas de sua cidade , Los Angeles, na Califórnia em mutantes selvagens e assassinos.
“Eu ainda não tinha ido a uma festa, nunca tinha pintado o cabelo, nunca tinha beijado um garoto. Existia tantos “nunca”.página 14
Nesse abrigo viviam seus pais, seus irmãos e sua avó que só fazia tricotar sem parar desde que avô falecera. Seu pai manteve um estoque de comida que deveria durar mais tempo, mas terminara e alguma coisa tinha que ser feita , pois senão todos morreria de fome. Seu pai resolveu sair do abrigo em busca de alimento munido com sua arma. Sherry foi logo dizendo que iria com ele e por mais que relutasse ela o convenceu.
-Pai, você não pode ir sozinho. Se você se machucar, não vai ter ninguém para ajudá-lo. Essa é uma regra básica de treinamento de sobrevivência: não se vai a nenhum lugar sozinho, sempre aos pares. Foi isso que você e vovô nos ensinaram.” Página 26
Ficou combinado que sua mãe aguardaria até o dia seguinte pela manhã eles voltarem. Caso contrário, ela junto com sua avó , Mia e Bobby, seus irmãos, sairiam para tentar encontrar outras pessoas.
Quando saíram já ficaram espantados com o que encontravam, pegaram o carro que estava cheio de fuligem, limparam o para-brisa e seguiram em frente. Enquanto dirigia seu pai colocou a espingarda entre as pernas e Sherry ficou com um revolver no colo olhando tudo pela janela. Espantavam-se com rugidos que parecia ser de um animal, mas não viam nada. A cidade de Los Angeles estava deserta e queriam saber o que havia acontecido com as pessoas e para onde foram.
Entraram no estacionamento de um supermercado na tentativa de encontrar comida e lá se viram numa emboscada , o pai de Sherry desaparecera e ela aflita a sua procura deu de cara com uma criatura peluda em quem atirou, mas continuou sendo seguida. Atirou até suas balas acabarem, mas continuava segurando o revolver para se defender caso a criatura aparecesse. Escutou tiros que a deixaram assustada.
“Alguma coisa quente descia pelo meu pescoço e encharcava minha camiseta. Sangue. Eu devia estar tendo uma hemorragia.”página 52
A criatura havia tombado no chão e Sherry sentiu um braço agarrá-la. Era um rapaz que a carregava para seu carro – o Lincoln que estava no estacionamento. Ela queria buscar seu pai e Joshua, o rapaz que a salvara, falou que ele tinha sido levado pelos “chorões” – como são chamados os infectados - para reserva.
Joshua a levou para o Refúgio –uma vinícola - onde viviam alguns sobreviventes e que ajudavam àqueles que conseguiam encontrar. Surgem vários personagens que vão, através de suas histórias ,dar sentido aos acontecimentos. Joshua consegue trazer a sua família do abrigo para se juntar a eles.
Joshua vai com Sherry tentar encontrar o seu pai. São momentos tensos, muitas mortes, muita tensão , pânico que vai deixando os nervos a flor da pele. Parece que não tem fim esse tortura, essas criaturas que parecem vermes que surgem de seus esconderijos deixando todos em pânico. Será que Sherry vai conseguir encontrar e salvar o seu pai?
Joshua tinha perdido sua família e carregava essa tristeza, o trauma de não ter conseguido salvar sua irmã. Tornara-se uma caçador em busca não só de alimentos como do que fosse necessário para salvar as pessoas que conseguisse encontrar.
Joshua e Sherry sempre juntos enfrentando a todos os perigos acabam nutrindo um sentimento um pelo o outro. Ele tinha perdido sua família e carregava essa tristeza, o trauma de não ter conseguido salvar sua irmã.
“Inclinei-me e esfreguei os lábios nos dele. Doces e cálidos. Joshua abraçou-me e me puxou para si. Nosso beijo foi suave e desfez o nó de meu peito.” Página 267
No decorrer da história vamos descobrindo muitas coisas que vão prendendo eles cada vez mais nesse mundo inexplicável. Será que conseguiriam viver nesse mundo assustador? Será que conseguiriam se manter vivos?
A história é narrada por Sherry e a autora consegue manter o ritmo sem que nos percamos nos envolvendo nessa trama de arrepiar até o último fio de cabelo.Agora só nos resta aguardar o próximo livro dessa série.
A capa é super sugestiva e criativa tendo tudo a ver com a história. Quanto a apresentação, encadernação, acabamento, as folhas, os detalhes das fontes que facilitam a leitura como mostram sempre a qualidade das obras da Editora Novo Conceito.
EM UM MUNDO DEVASTADO,
A ESPERANÇA É A ÚNICA SOBREVIVENTE