Paola 13/06/2016
Maravilhoso
Thomas Raines não quer mais ser um zero a esquerda. Com 14 anos, uma aparência nada atraente, sem um lar fixo e vivendo com um pai viciado em jogos que ainda tem uma esperança sem fundamentos de recuperar a glória nos jogos, Tom vive uma vida sem esperanças de um futuro melhor. Seu único e maior talento são os games nos consoles de RV (Realidade Virtual) onde ele ganha apostas tentando garantir um quarto de hotel e sua refeição na maioria das noites.
Estamos vivendo a 3° Guerra Mundial, porém não uma guerra comum, repleta de violência, morte e devastação. Essa guerra é diferente. Uma guerra travada no espaço, e em outros planetas, dividida em duas alianças: Russo-Chinesa e Indo-Americana, cada uma patriocinada por 6 das maiorias multinacionais existentes. Portanto, se trata de uma guerra travada no espaço, por naves e máquinas comandadas por jovens combatentes, que usam de sua inteligência em tecnologia e estratégia, para comandarem daqui da terra essas máquinas, e definir assim, os rumos da guerra.
Em meio a tudo isso, Thomas recebe a chance que sempre sonhou, recebe a oportunidade de realmente ser alguém importante quando o General Terry Marsh aparece no cassino em que ele está, após o testar em uma incursão, lhe dizendo que passou no teste e que Thomas está convocado para fazer parte das Forças Intrassolares. Ser um combatente. Ser alguém.
Apesar da relutância de seu pai em aceitar essa nova condição, ele finalmente cede, só pra ser informado de que terá que botar um processador neural, fazer de seu cérebro uma máquina para fazer parte dessa nova realidade.
Esse agora é o novo mundo de Thomas. Ele terá que se adaptar as novas amizades, aos novos inimigos e aos sentimentos estranhos que desenvolve ao longo do tempo. A vida de Plebeu da Companhia Alexandre não será tão fácil como Tom imagina, e ao lado de Vikram, Wyatt e Yuri, seus novos amigos, ele vai em busca de seus momentos de glória (alguns não tão gloriosos).
Na minha opinião é um dos livros mais bem escritos que já li. Eu já havia ouvido falar, mas não me interessei imediatamente pelo livro, até começar a ler. Depois disso a leitura fluiu muito bem.
É um livro com tudo que um livro deve ter, originalidade, bom humor, romance, uma boa história e o principal pra mim: personagens fortes.
É incrível a construção dos personagens.
Desde o inicio até o fim da trilogia é impossível não notar o caráter de Tom.
Creio ser impossível encontrar pessoas igual a ele no mundo de hoje.
Ele é praticamente incorruptível, em muitas ocasiões em que ele poderia ganhar muitas vantagens por agir de forma antiética, ele optou por suas convicções e seu caráter.
Vikram é um personagem muito bem humorado, é a amizade dele com Thomas é uma das melhores amizades literárias que já conheci, é um indiano, que vive implicando com Wyatt, e tem um estômago bem sensível.
Mãos de Homem, também conhecida como Wyatt, é uma garota alta e desajeitada, sem nenhuma noção de interação social, e extremamente inteligente em programação.
Yuri, também conhecido como Androide, é o cara perfeito, bonito, musculoso, e prestativo. Além de provavelmente ser um espião russo. Por esse motivo seu processador bloqueia todas as informações importante dele. Yuri é o cara correto do grupo, além de ser apaixonado por Wyatt.
Esses são só alguns dos personagens, complexos, surpreendentes e fora dos esteriótipos, leais, divertidos, o que só reforça o valor dessa maravilhosa obra de Kincaid.
É um livro com uma leitura fluida, maravilhoso para leitores de distopia, ficção científica e amante dos games, com ação e diversão na medida certa, tramas e vilões muito odiosos, leveza e humor incríveis que fazem de Insígnia uma leitura obrigatória pra qualquer bom amante dos livros.