O visconde Partido ao Meio

O visconde Partido ao Meio Italo Calvino




Resenhas - O visconde partido ao meio


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Fehisrp 25/04/2022

Um dos livros mais engraçados que eu li, o Calvino tem umas tiradas que lembram um pouco o Saramago. Inspirado nas novelas de cavalaria medievais, o autor faz uma crítica muito inteligente tanto aos horrores de uma ditadura de direita, tanto quanto a passividade da esquerda.
A história ainda vai mais além ao tratar de temas mais filosoficos, como o sentimento de incompletude, e a existência do bem no mal e do mal no bem.
Ótima leitura!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 18/07/2018

Diferentes Perpectivas
O italiano Italo Calvino (1923-1985) é considerado um dos romancistas mais originais do século XX, por conta da imaginação desenfreada, aliada ao forte anseio de renovar a literatura.

Publicado originalmente em 1952, "O Visconde Partido ao Meio" inicia a trilogia "Nossos Antepassados", da qual também fazem parte "O Barão nas Árvores" e "O Cavaleiro Inexistente". Também é sua primeira incursão pelo realismo mágico, após seu romance de estreia, "A Trilha dos Ninhos de Aranha", de cunho neorrealista.

Sua história pode ser analisada mediante diderentes perspectivas. A mais imediata sugere uma divertida fábula medieval, inclusive, no prefácio, o escritor afirma que seu principal propósito ao escrevê-la, foi entreter o leitor e sem a menor dúvida, ele acertou o alvo: uma vez iniciada, é impossível interromper a leitura.

Sob o contexto histórico, lançada em plena Guerra Fria, pode-se comparar a sina do protagonista, o Visconde de Medardo di Terralba ("Medardo" sugerindo "mezzo", "medio" ou "meio"), como uma parábola sobre a polarização entre Comunismo e Democracia. Singularmente, a passagem dos anos não diminuiu a importância desse enfoque, a medida que a sociedade atual está diante do difícil equilíbrio entre Capitalismo e Socialismo.

O visconde, dividido simetricamente em dois aleijões de corpo e personalidade, traz de imediato a mente "O Médico e o Monstro", porém, no clássico de Stevenson, as duas criaturas habitam um único homem. Na verdade, Calvino trata a natureza da dualidade humana com maior sutileza, criticando o maniqueísmo e defendendo a ideia de que "nem todo mal é inteiramente ruim como nem todo bem é completamente bom"...

Inteligente e irônico, recomendo.
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Cíntia 01/04/2018

Estilo conto de fadas
Como o próprio autor diz, é uma estória para entretenimento, mas ao mesmo tempo para discutir a incompletude das pessoas. Para tal, o autor escolheu dividir seu personagem entre a parte boa e a parte má.
Medardo é dividido em dois numa guerra contra os turcos. Não consegui identificar a época, mas também tem outra referência, a presença dos huguenotes, religiosos fugitivos.
A parte má volta para suas terras, Terralba, e a parte boa fica perdida por mais um tempo.
Seu sobrinho, cujo nome não é mencionado, narra os eventos, a vida perto do castelo, as maldades do visconde.
Acredito que seja um menino saindo da infância e entrando na adolescência, mas também não me lembro se o autor diz isso ou se dá pistas.
Essa visão infanto-juvenil de aventura dá muito tempero à narrativa, tornando a leitura prazerosa.
Trata-se de uma fantasiameio conto de fadas.
Talvez a discussão sobre a completude tenha a ver com as vontades que às vezes nos dividem que uma parte nós censura, uma consciência.
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Rafael1146 02/03/2020

Dois extremos
Tive uma surpresa enormemente positiva: Não conhecia nada do Italo Calvino e peguei esse livro às cegas por indicação de um amigo.
O enredo é narrado pelo sobrinho do visconde, que conta a história de quando seu tio foi à guerra contra os turcos e por um descuido é partido ao meio, verticalmente, por um tiro de canhão, com sua metade má regressando à Terralba. A "fábula" narrada sob o viés infantil do sobrinho atenua a fantasia e o absurdo dos acontecimentos e torna a leitura extremamente divertida (Li em duas sessões de leitura, de tão curioso que estava com o desfecho).
Recomendo, principalmente nos dias atuais, em que vivemos polarizações em diversos setores do nosso cotidiano.
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Paulo Sousa 12/12/2019

O visconde partido ao meio, de Calvino
Título lido: O visconde partido ao meio
Título original: Il visconte dimezzato
Autor: Ítalo Calvino
Tradução: Nilson Moulin
Lançamento: 1952
Esta edição: 1996
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 100
Classificação: 4/5

??????????????????
"(...) isso é o bom de ser partido ao meio: entender de cada pessoa e coisa no mundo a tristeza que cada um e cada uma sente pela própria incompletude? (Pág no iBooks 80).
.
este é já o terceiro livro de Ítalo Calvino que leio. os dois anteriores foram ?se um viajante numa noite de inverno? e ?a trilha dos ninhos de aranha?. mas o escritor italiano é dono de uma respeitável miríade de livros, um convite para embrenharmos num mundo que mistura o fantástico, o fabulário e a militância.
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em ?o visconde partido ao meio?, somos supreendidos com um fato extraordinário: de como o visconde medardo, senhor de um domínio chamado terralba, quando em guerra contra os turcos, ao ser atingido por um disparo de canhão, o mesmo não morre, mas tem uma parte de seu corpo, exatamente a metade, aniquilada. o que restou do lorde é levado de volta a terralba, onde, uma vez restabelecido, começa a se comportar estranhamente, vindo a adotar práticas nada sadias, que tem gerado temor e ódio aos seus moradores. acostumado a cortar animais e plantas exatamente ao meio, vai deixando um rastro de horror e apreensão, o que é aumentado quando em certo dia a outra parte de medardo, tida como estraçalhada pelo disparo mortal, aparece em terralba, causando confusão aos aldeões. acontece que, o que a parte má de medardo fazia, uma versão boa era praticada pelo medardo recém chegado, causando um estranho antagonismo na pequena aldeia e nos lugares próximos. calvino explora, nessa fábula, um interessante ponto de vista sobre o lado bom e o ruim que todos temos e de como se atinge a harmonia quando juntados.
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o livro, marrado pelo sobrinho de medardo é bonito, divertido, bela espécime de literatura fantástica que igual, só posso me recordar da prosa do colombiano Garcia Márquez. igualmente relevantes as metáforas contidas nessa alegoria, que levam a pensar que extremismo e intolerância seriam facilmente contornados se seus praticantes lessem esse curto livro. não deixa de ser uma excelente aula de como é possível uma convivência dualística e pacífica entre opiniões, matéria que, aliás, Calvino é excelente professor. vale!
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Biblioteca Álvaro Guerra 05/09/2019

A impagável alegoria de um visconde que, em guerra, é dividido ao meio por uma bala de canhão. As duas metades - uma, malvada ao extremo; a outra, boa até o fastio - voltam a seus domínios para atormentar os súditos. O visconde partido ao meio, publicado originalmente em 1952, veio a compor com O cavaleiro inexistente e O barão nas árvores uma trilogia a que Italo Calvino (1923-85) chamou de Os nossos antepassados, uma espécie de árvore genealógica do homem contemporâneo, alienado, dividido, incompleto. É a história de Medardo di Terralba, o voluntarioso visconde que, na defesa da cristandade contra os turcos, leva um tiro de canhão no peito, mas sobrevive, ficando absurdamente partido ao meio. A metade direita atormentada pela maldade, e a esquerda, pela bondade. "Ainda bem que a bala de canhão dividiu-o apenas em dois", comentam aliviadas suas vítimas.

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/978857164617
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Cristiana 19/10/2012

Esse sem dúvidas é um dos meus livros favoritos. Fiz essa leitura durante uma cadeira de teoria literária, mas tenho que admitir que já devo ter relido esse livro umas três vezes... A linguagem de Calvino é fantástica, e nesse livro ele descreve a maldade do ser humano de forma tão articulada que podemos ler coisas terríveis, como cegonhas e flamingos comendo carne podre no lugar de corvos e abutres, sem nenhum espanto. Recomendo esse livro a todos!
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e-zamprogno 12/01/2013

Uma fábula infantil

Em todos os aspectos me pareceu uma fábula, dos acontecimentos fantásticos à presença de uma moral.
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Samuel 16/06/2018

Um livro para trabalho escolar...
Até aparecer o nome na lista de livros para ler da minha escola, eu nunca tinha ouvido falar de O Visconde Partido ao Meio nem de Ítalo Calvino. Um escritor e uma obra clássica. E assim, de forma ingênua e inesperada do livro que entrei em outro tipo de literatura que não estava acostumado a ler.
Eu lia em PDF para não precisar comprar o livro e toda noite por 3 dias antes de dormir, abria o texto e a aba do Google, principalmente. Durante grande parte da leitura, via palavras que nunca tinha ouvido falar como " azamafado" e "choupana".
A história me prendeu aos poucos no começo e somente do meio ao fim que pude perceber o enredo simples narrado pelo sobrinho do visconde, direto às situações decorrentes da história e profundo ao tema. Tratando-se, literal e figurativamente, da dualidade do ser humano.
E de como somos um todo de partes opostas apoiadas por nossa natureza experiente de sentidos e emoções.

Minha opinião é de um livro bem escrito, redigido a uma fabula e criterioso aos personagens. Mas que como não faz o tipo de leitura que eu me aconchegue ou tenha maior afinidade, não tive tanto vinculo ou afinco pela história.

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José Marques 11/02/2021

Você já pensou se fosse 100% bom ou 100% mau?!
Livro - O visconde partido ao meio, Italo Calvino

Você já pensou se fosse 100% bom ou 100% mau?!

Bom, partindo dessa possibilidade o autor italiano, nascido em Cuba, Italo Calvino nos apresenta o visconde Medardo di Terralba, jovem que vai para linha de frente duma batalha bélica. Lá acaba sendo partido ao meio, quando atingido no peito por um tiro de canhão.

Uma matade, milagrosamente, retorna para seu vilarejo Terralba com vida, para continuar com suas funções de visconde. O que os moradores não esperavam é que esse meio homem voltasse da guerra com uma única característica, sem meio termo.

Numa construção trágica e cômica, acompanhamos um busca por identidade própria e pela percepção que somos um conjunto de fatores, sentimentos e consequências.

Recomendo!
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Milly 18/02/2021

Extremos
Isto não é uma resenha ->

Ítalo Calvino transforma conceitos ou ideias em personagens - pelo menos é o que tenho observado em dois livros dele -.
Nesse caso em específico ele nos traz Medardo de Terralba que após defender as invasões e ataques turcos ao lado dos cristãos é dividido ao meio por uma bala de canhão.
A divisão nem de longe é apenas física, com ela o Ítalo divide o bem e o mal, lembrando até o Yin e Yang ou uma referência mais atual como o desenho "Divertida mente" com suas figurinhas para cada emoção.
Volta então para sua cidade apenas a metade que sobreviveu, genuinamente má. Eram assustadoras as coisas que aquele Medardo conseguia fazer e destruir, também ele cortava tudo ao meio buscando talvez enquadrar o entorno ao seu molde.
Quando os moradores da cidade enfim se acostumam com meio Medardo, a outra metade genuinamente boa aparece. Nessa parte da narrativa você percebe junto com a vizinhança dele o quão insuportável alguém tão bom pode ser, sendo danoso para ele próprio e para outros.
Assim, acredito que o livro fala sobre equilíbrio. Da mesma forma que o conceitos já citados, dentro do bem existe o mal e dentro do mal existe o bem ou ainda a alegria só existe por causa da tristeza e vise versa. Por fim, a diferença do autor em comparação a filosofia chinesa é a transformação das ideias em personagens; contextos e histórias, sem faltar uma boa dose de humor.
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Carla 19/11/2017

A dualidade posta em jogo!!
Em 1952, Italo Calvino nos brinda com o lançamento desse magnifico escrito, considerado por muitos, como uma novela devido ao tom de intriga, mesmo que um tanto quanto absurda!
A história gira em torno do Visconde Medardo de Terralba, que em guerra contra os turcos, toma uma bala de canhão no peito, dividindo-o em duas partes exatamente iguais, pelo menos fisicamente. Absurdamente o Visconde continua vivo com cada uma dessas partes funcionando separadamente. Quanto a sua personalidade, esta também dividida, uma torna-se má e a outra boa.
No decorrer da narrativa conhecemos a dualidade, evidenciada de forma extrema em cada uma das partes e o comportamento das pessoas que convivem com essa dualidade. Tanto a parte totalmente má como a totalmente boa incomodam os camponeses, que convivem com os disparates extremos de ambas as partes. Faz pensar o tempo todo na necessidade do equilíbrio para que as relações humanas aconteçam da melhor forma possível.
Maravilhoso, ao mesmo tempo que leve e divertido nos traz reflexões profundas e válidas!
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Bianca 13/04/2021

Não tenho muito oq falar desse livro, ele é um livro rápido de se ler, você consegue acabar ele em um dia, mas não é uma história tão intrigante. Esse livro é de ficção, tem uns pontos bem típicos de livro de contos de fadas também, sabe? Mas o Ítalo Calvino fez isso de propósito.
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É uma história bem simplesinha, diferente, irreal, mas até que dá pra passar o tempo e fazer uma reflexão sobre a vida no final, mas, como eu falei, não é uma história q vc fala "nossa, que legal!" é ok.
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Veri 01/04/2024

O Bom e o Mau e o Mal
Contado pelo narrador adolescente, sobrinho do Visconde que se partiu ao meio, acompanhamos o drama da comunidade que tem que lidar com as duas metades do Visconde, uma excessivamente má e uma excessivamente boa.

Mas, nesta dicotomia entre o bem e o mal, as coisas não são exatamente como as idealizamos, e os homens são bem mais cinzas?
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