Jess 21/03/2014Na primeira vez que coloquei meus olhos neste livro a capa foi o ponto principal ao qual me atraiu para ele, foi o que me fez ter tanto a vontade de saber mais sobre o enredo.
Eu sei que não se deve julgar um livro pela capa, mas quem deixaria de ler um livro com uma capa deslumbrante, ao qual passa perfeitamente a mensagem do que deve ser aguardado pela obra para ler com uma capa mal feita, onde não te passa qualquer informação útil?
Eu deixo!
Eu penso o seguinte: se a editora não se deu ao trabalho de nem ao menos selecionar bem a capa para ser usada no livro, porque ela se importaria em fazer uma boa tradução?
Como sempre não fiz uma má escolha, normalmente a faço quando vou contra o meu julgamento, ou seja, ler um livro com uma capa bizarra. Comecei com essa mania de selecionar meus livros desta maneira por um motivo bobo, mas que ao longo do tempo em que me apaixonei pela leitura descobri que um livro bem cuidado, com uma capa bem selecionada, é na verdade um livro bem trabalhado. Eu não iria seguir com um julgamento como este se com o decorrer do tempo eu errasse tanto com a escolha dos livros.
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O livro não é divido em capítulos como normalmente é visto em qualquer obra literária, mas sim em dois pontos de vista; o de Hephzi, ao qual é narrado antes de sua morte, e o de Rebecca que é narrado após a morte da irmã gêmea. Achei essa divisão algo diferente, único, nunca havia lido qualquer livro se quer que fosse dessa maneira, e o melhor de tudo é que não me perdi ou fiquei confusa em qualquer momento ao contrario, a cada página que lia ficava mais curiosa! Realmente a autora soube trabalhar bem esses dois pontos de visão ao seu favor, ou melhor, ao favor do livro.
Vamos ao enredo?
Como já lhes disse Hephzi e Rebecca são irmãs gêmeas, porém são completamente diferentes, pois Reb sofre da Síndrome de Treacher Collins, uma doença genética rara ao qual deforma o rosto da criança, enquanto isto Hephzi é extremamente linda, tanto ao ponto de chamar atenção até mesmo de quem não deveria (vocês entenderam isto quando ler o livro).
Roderick, pai das gêmeas, é um pastor e as criou de forma rígida, se é que o que ele fez pode-se chamar de criação, ambas viviam apenas indo da igreja para casa de casa para a igreja, não podem ter amigos ou usar roupas novas, além de serem obrigadas a fazer limpeza não apenas em casa, mas também na igreja e se não bastasse; seu aprendizado fora todo instruído pela mãe delas, ou seja, as garotas só aprenderam o que Roderick achava necessário para aquelas duas jovens que deveriam ser a face da castidade. Porém agora, em plena adolescência, Hephzi está começando a sentir vontade de conhecer o mundo lá fora, fazendo com que tenha que recorrer a alguns atos que a leva parecer com o pai.
Após conseguir o que deseja Hephzi se envolve com a vida escolar, tornando-se uma adolescente “normal”, pelo menos nas poucas horas em que fica naquele ambiente celestial (em comparação com sua casa com toda certeza a escola pode ser classificada assim), mas com isto vem o desejo de sair com as novas amigas, assim como também a vergonha que sente de ser irmã de Reb, fazendo-a excluir a garota.
Com o decorrer do livro vários fatos importantes acontecem até a morte de Hephzi, fatos estes que podem mudar e fortalecer Rebecca a finalmente tomar alguma atitude para assim livrar-se da tirania do pai. Mas será mesmo que ela vai ser capaz disto? Será que ela preferirá sair da “segurança” de sua casa, onde sabe que tem o desprezo de ambos os pais para envolver-se em um mundo em que milhares de pessoas vão rir de sua face? Vão lhe excluir e a julgar das piores maneiras possíveis?
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Este livro elevou meus sentimentos ao pico, fazendo-me às vezes ficar realmente uma pessoa nada agradável, assim como um tanto emotiva.
Eu nunca senti tanta raiva de um personagem como senti de Hephzi, a todo o momento pensei que era bem feito o que havia acontecido com ela, que aquela garota merecia ter morrido, afinal de contas, ela tratava sua irmã de uma maneira que me fez repugná-la, logo a sua irmã que sempre a protegia, que distraia a atenção do seu pai para que ele nunca encostasse nela. A pobre garota se sacrificava a todo o momento por uma irmã que tinha vergonha dela, que fingia não a conhecer apenas para que as pessoas não ficassem falando as suas costas.
Por Deus!
Que coração negro essa menina tinha!
Porém, em alguns momentos eu desejava que Hephzi não tivesse falecido, mas não era por causa dela e sim pelas pessoas que a amavam e que sentiam a sua falta, tirando isto, se dependesse apenas da visão que eu tinha sobre aquela garota, eu a desejaria morta.
A leitura foi ótima, mesmo que ela tenha me desgastado emocionalmente. Eu recomendo para aqueles que tem um coração for.
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