Além de 50 Tons 21/03/2019
Aquele em que Alexia está mais empoderada que nunca rumo à Escócia...
Nesse livro, Alexia Tarabotti passou a se chamar Alexia Maccon e agora ela está mais poderosa do que nunca. Ela não só é a esposa do Conde de Woolsey, como também está na função de Muhjah, conselheira íntima da Rainha da Inglaterra! No começo do livro temos um gostinho de como essa função funciona na rotina de Alexia, mas claro que essa rotina não dura muito.
Acontece que, após ser acordada cedo demais para o seu atual gosto noturno, Alexia descobre que está ocorrendo uma Praga de Humanização em certa parte de Londres, onde todos os seres sobrenaturais acabam perdendo sua imortalidade por um tempo. Ela, claro, armada com a sua mais nova sombrinha que faz de tudo, menos protegê-la da chuva, vai atrás de investigar o que diabos está acontecendo.
“A jornada se tornou bem menos interessante para o conde assim que ele entrou na cidade propriamente dita, nas cercanias de Fairfoot Road, quando reassumiu a forma humana inesperadamente. […] Quando deu por si, Lorde Maccon estava trêmulo, ofegante e nu, no meio da rua.”
Sua aventura acaba levando-a a uma muito esperada viagem de dirigível rumo à Escócia com as piores companhias imagináveis: sua irmã insuportável; sua melhor amiga melodramática, Ivy Hisselpenny, sempre equipada com os piores chapéus imagináveis; uma inventora com gosto questionável para vestimenta e uma super novela mexicana de amor impossível entre Ivy e Tunstell, um dos zangões de seu marido.
Após episódios de enjoos, quedas, ataques e tentativas de envenenamento, finalmente esse grupo de viajantes esquisitos consegue pisar em terra firme novamente e Alexia nunca pensou que se sentiria tão aliviada em, finalmente, estar pisando numa terra tão selvagem quanto à Escócia…
“- Bom, agora o ocorrido está fazendo muito mais sentido.
– Está?
-Sim. Não posso imaginar que Tunstell tenha muitos inimigos, mas há sempre alguém tentando me matar.”
Até se deparar com os integrantes da antiga alcateia do seu marido que, por incrível que pareça, acabam se mostrando mais estranhos do que o esperado.
“De súbito, o corredor ficou cheio de homens grandalhões, quase todos de saia.
– Pela madrugada – Exclamou Felicity – , o que é que eles estão vestindo?
– Kilts – explicou Lady Maccon, divertindo-se com o desconforto da irmã.
– Saias – rebateu Felicity, muito ofendida – e, além disso, curtas, como se eles fossem bailarinos de ópera.”
Confesso que depois de ter me surpreendido com o primeiro livro da série, minhas expectativas para o segundo livro estavam bastante elevadas. E quando comecei a ler, tive dificuldades com o enredo dessa continuação, mas logo me perdi nessa história junto com Alexia e não consegui parar mais até meu coração ser partido no final do livro.
Quanto aos personagens, gostaria de destacar uma novidade: Madame Lefoux. Ela é uma cientista muito esquisita e dona de uma chapelaria (que, por sinal, Ivy amou). Mas por trás dessa chapelaria, ela tem uma sala de invenções que faz nossa protagonista pirar. Ela faz para Alexia, a pedido de Conall, uma sombrinha cheia de funcionalidades que funciona tanto como arma, quanto como bolsinha, onde Alexia guarda tudo que ela tem de mais importante; mas na hora de se proteger da chuva, cadê? A sombrinha não tem essa funcionalidade (inclusive, essa parte do livro é muito cômica rs). Ainda não temos como saber se Madame Lefoux é amiga ou inimiga. Durante o livro, fica essa dúvida tanto para Alexia quanto para quem está lendo. Espero que nos próximos livros a gente tenha a oportunidade de saber mais sobre ela, acredito que ela tem muito a oferecer para toda essa história.
Outra coisa interessante que a autora trata com muita naturalidade é a homossexualidade de alguns personagens. Madame Lefoux e Lorde Akeldama (que já está na história desde o primeiro livro) são homossexuais e são tratados com muito respeito e carinho pela Gail Garriger. Isso me chamou muito a atenção e deixo aqui meus aplausos pra esse posicionamento lindo da autora.
Quanto à diagramação, assim como em Alma?, eu li o livro em e-Book. A fonte e o espaçamento do livro são confortáveis para leitura e o início dos capítulos seguem o mesmo estilo do primeiro livro, com títulos coerentes e bem sinalizados com fontes diferentes.
Por isso, deixo aqui minhas 4 estrelinhas para esse segundo livro e vou correndo ler o terceiro livro da série, Inocência?, porque estou morrendo de curiosidade pra saber o que vai acontecer.
site: https://almde50tons.wordpress.com/