Diga aos Lobos Que Estou em Casa

Diga aos Lobos Que Estou em Casa Carol Rifka Brunt




Resenhas - Diga Aos Lobos Que Estou Em Casa


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Jessica 24/10/2017

Um romance sensível, sobre entender seus próprios sentimentos e os dos outros que a cerca.
"Ser uma romântica significa que você sempre vê o que é bonito. O que é bom. Você não quer ver a verdade desagradável das coisas. Acredita que tudo vai ficar bem."
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June logo de inicio perde aquele que a compreende, seu padrinho e tio Finn, o renomado pintor, para a AIDS, um de seus últimos atos é pintar um quadro de June e Greta. Ela é uma garota tímida e solidária, que se vê sem amigos e que vê sua vida tornar-se sem sentido após essa perda.
Porém Finn deixa algumas lembranças para ela e entre elas está o recado de cuidar de Toby, o namorado de Finn, mais conhecido como o amigo especial, no qual todos julgam assassino por pensarem que o mesmo foi culpado pelo Finn ter pego Aids e que June nunca havia ouvido falar.
O recado era para June cuidar de Toby, que não tinha mais ninguém no mundo. No começo ela se vê relutante, mas curiosa e não podendo negar a um pedido de seu tio ela aceita.
Uma nova relação se desenvolve com esses dois improváveis e uma história de amor, arte, compaixão e autoconhecimento acontece.
Cada personagem é importante, sua irmã Greta *a popular e malvada* e seus pais*ele sempre apoiando e ela escondendo segredos*. Nem sempre as coisas são como enxergamos. E quando podemos considerar uma paixão errada?

Leitura muito válida, diferente de tudo que eu já havia lido, pois a grande história está apoiada em um personagem ausente e muitos outros acontecimentos na presença de um outro personagem que não havia o conhecimento de sua presença. Um romance sensível, sobre entender seus próprios sentimentos e os dos outros que a cerca.


"Algo que eu sei de verdade é que meu super poder sumiu. Meu coração está quebrado e amolecido, e sou comum de novo. Não tenho amigos na cidade. Nem mesmo um. Eu costumava pensar que talvez quisesse ser falcoeira e agora tenho certeza disso, porque preciso descobrir o segredo. Preciso descobrir como fazer as coisas sempre voltarem para mim, em vez de irem embora voando." .
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site: https://www.instagram.com/p/BGZuAPoM1IQ/?taken-by=shippandolivros
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Luana.Canavessi 15/10/2017

"Preciso descobrir como fazer as coisas sempre voltarem para mim, em vez de sempre irem embora voando."
June Elbus tem 14 anos e sente como se a unica pessoa no mundo que a compreende de verdade é seu tio Finn, e que ela é a unica que conhece bem o tio. Quando Finn morre, depois de anos sofrendo com AID'S, em uma época que pouco se sabia sobre a doença, June descobre coisas que foram escondidas dela por anos. Em um conflito de sentimentos, ela se aproxima de Toby, o namorado de Finn, que foi escondido dela por anos e que, segundo sua mãe, é o responsável pela morte de seu tio. Ela se encontra com Toby às escondidas, enquanto tenta descobrir a verdade sobre Finn, sobre ela mesma e tenta reconquistar a boa relação com sua irmã mais velha.
É uma estória sobre relações familiares, amores inapropriados, ciúmes, perdão e amadurecimento. Apesar de não ter grandes mistérios e tramas, a narrativa possui uma simplicidade para tratar de assuntos complicados, o que torna a leitura leve e fluída. O final deixou algumas pontas soltas, mas mesmo assim o desfecho foi satisfatório.
Frase favorita: "Eu sentia ter provas de que nem todos os dia têm a mesma duração, nem todo o tempo tem o mesmo peso. Prova de que há mundos e mundos por cima de mundos, se você quiser que eles estejam ali."

site: https://mundodaluunaa.wordpress.com/
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Carous 13/10/2017

Com toda sinceridade, não sei o que sinto em relação a este livro.

Se por um lado gostei da escrita de Carol - consegui me atrair pela história, ansiar pelo que vinha a seguir -, me surpreendi de ter gostado de um romance mesmo ele não tendo reviravoltas e mantendo-se fiel à sinopse (isso após uma sequência de livros de aventura partes de séries e cheios de ação), me incomodei com algumas questões que ela adicionou em seu livro e me pergunto se moralmente - melhor dizendo, legalmente - isso foi uma boa decisão.

O livro é sobre June Elbus, 14 anos, que se vê como uma pessoa mediana, exceto para seu tio. Porém, ele morre e a história é sobre seu luto e como ela deixa de ser uma adolescente-criança e passa a enxergar o mundo mais cruamente. A história é narrada por ela. É engraçado como imaturidade e maturidade se misturam sem padrão nos pensamentos e ações dela. Nota-se que ela é muito bobinha em relação a certos assuntos ao mesmo tempo que muito sagaz.

Encontrei muitas passagens opiniões que tinha quando tinha 14 anos e outras que me serviram de conselho para a vida. Raramente destaco trechos assim, mas realmente aqui era um mais espetacular que o outro e o jeito foi marcar e guardar para sempre.

Este é o livro de estreia da autora, ganhou prêmio e fiquei aliviada ao fim da leitura de não me perguntar por que raios premiaram essa mulher - já aconteceu com outroa livros antes.
Mas enfim, o que quero dizer é que não há indício de uma escritora inexperiente aqui, aquelas derrapadas que todo leitor encontrar em autor iniciante, que torce o nariz, mas perdoa por se tratar do primeiro livro. Digo com relação aoa diálogos, as divagações de June e ao excelente uso dos personagens secundários. Eles não foram esquecidos na história, mas também não apareciam em excesso. Grata ao perceber que Carol sabia o que estava fazendo.

Contudo.... a parte moral que me incomodou. Podíamos passar os trechos de paixonite de June por Finn e Toby. E as partes em que um adulto oferecia cigarros e bebidas para uma menor idade. A parte quase me fez gorfar foi quando June achou que Toby queria transar com ela. Tipo, oi?? Não fez o menor sentido ela pensar algo assim dele.

Greta me irritou um bocado e, embora eu entenda que o tratamento que dava à June era seu jeito torto de lidar com uma frustração, queria dar uns tapas na cara dela. Ou da June, ciente do que a irmã fazia com ela, mas passiva demais para se defender.

O livro não era o que esperava. Achei que mais da vida de Finn fosse ser trabalhado, mas me enganei e até que não foi ruim.

Algo que notamos de cara é a capa linda, algo raro em se tratando da Novo Conceito. Mas tudo tem um preço: vai ver por investirem num trabalho gráfico decente a editora teve que economizar na revisão. Era pronome errado, concordância mal feita, erro de digitação que tiraram a minha atenção depois de um tempo.

site: https://www.instagram.com/shiuestoulendo/
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Vanessa.Issa 02/10/2017

Reading Challenge 2017: A book recommended by an author you love

Foi difícil escolher um livro pra esse item do desafio, pois diariamente vejo meus autores favoritos comentando sobre obras de colegas e leituras recentes que lhes agradaram. São tantos, mas não são "novidade" para mim. Na maioria das vezes, as dicas deles já fazem parte da minha lista. Eu já estava querendo ler, e as recomendações deles ficam apenas como um incentivo a mais. Então, para esse item, eu queria escolher algum livro que realmente tivesse um significado, que talvez eu não leria por conta própria se não tivesse visto alguém falando sobre.

Alguns anos atrás, lembro de ter visto a Lauren Graham recomendando esse livro no twitter dela, e na época fiquei bastante interessada, mas não pude comprar. Depois, o tempo acabou passando e esqueci. Então agora, mesmo atrasada, e mesmo que ela seja mais conhecida como atriz do que como uma autora, resolvi seguir a dica.

A história é fofa e emocionante. Consigo entender o motivo de ter feito tanto sucesso. Porém, particularmente, não me conectei tanto com as personagens. Gostei bastante do estilo de escrita dessa autora, mas algumas partes demoram a passar e não acrescentam tanto assim ao desenvolvimento da história. De toda forma, foi uma leitura bacana, valeu a pena.
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Lucas 07/08/2017minha estante
Esse livro é simplesmente maravilhoso. Sério, ele mexeu comigo de um jeito que nenhum outro livro mexeu. É aquele tipo de história que, não importa quanto tempo você já tenha lido, você nunca vai conseguir superar. Já tem uns dois anos que li e sempre me pego pensando em alguns personagens, e até hoje me sinto meio mal por tudo o que aconteceu. E eu super entendo você estar "desesperado" para conversar com alguém sobre esse livro, a gente fica assim mesmo, depois que eu li, eu precisava colocar tudo isso pra fora, precisava conversar com outras pessoas sobre, tanto que já consegui convencer vários amigos a lerem também. Mas enfim, esse livro é realmente incrível e merece ser lido por todos.


Marcel 07/08/2017minha estante
Aí meu Deus!
Que bom que vc me respondeu,juro que achei que seria ignorado!
Mas sim,esse livro é maravilhoso!Vi algumas resenhas de pessoa que não gostaram,e tudo bem,foi bom pra mim,pra vc e isso é o que importa!


Lucas 08/08/2017minha estante
Também vi alguns comentários negativos, mas sei lá, esse é um livro que tem que ser lido no momento certo, porque não é uma história cheia de ação, em muitos momentos a narrativa acaba sendo bem lenta, tem que ter um pouco de persistência, então eu entendo algumas pessoas não terem gostado. Felizmente, todo mundo que leu por indicação minha, gostou bastante hahaha


luzmarinafg 02/01/2018minha estante
Estou lendo, até agora me apeguei ao Finn, June ainda não me conquistou kk. Quando terminar volto pra dizer se amei o livro. Ou não. kk


Marcel 03/01/2018minha estante
Estou no aguardo =)


Garcia 23/09/2019minha estante
Esse livro é perfeito! Nunca tinha me sentido tão tocado por uma história tão simples, mas tão comovente. Logo postarei minhas impressões de leitura por aqui.




Juujie 21/07/2017

Um livro sobre diferentes tipos de amor
As recomendações de outros autores e críticos na capa me informaram que seria um livro sobre luto e amor e superação de coisas difíceis. E de fato é exatamente sobre isso. Sobre luto e amadurecimento e ser adulto ou ser criança e tipos diferentes de amor e outros sentimentos nem sempre tão bons que vêm junto quando você ama alguém. É uma história triste, vou falar pra vocês. A protagonista do livro é June, uma menina de 14 anos, apaixonada pela era medieval, que acaba de perder o padrinho para a AIDS. A história se passa na década de 80, quando toda a discussão sobre a doença ainda era muito nova, difícil, mais preconceituosa que hoje, eu acho (não que hoje esteja ideal, mas ainda assim melhor que 20 anos atrás). Porém, o livro não é totalmente ou apenas sobre isso. Devo admitir que o fato de June ter 14 anos me atrapalhou um pouco, porque não consegui sentir muita empatia por ela em algumas instâncias. Ela me pareceu uma personagem muito sem noção ou juízo, em partes. Foi, na realidade, uma interpretação errada minha, ela não deixa de ser uma criança, afinal de contas. Mas há muito mais coisas acontecendo além de June, ao ponto que nem ela se dá conta de tudo, há muitos detalhes tão bonitos, do tipo de detalhe que ocorre na vida, que passa por nós, e quando nos lembramos deles o coração aperta com aquela sensação quente, saudosa. E também, June tem uma irmã, Greta, 2 anos mais velha. De uma forma muito… gostosa, devo dizer, consegui sentir toda a empatia do mundo por June e Greta juntas. Senti uma genuína vontade de ter tido uma irmã.
Esse livro trouxe pra mim um sentimento muito forte que aqueles filmes de romance e drama escolar dos anos 80 e 90 trazem, sabe? Uma inocência, uma sensação linda de descobrimento dessas de quando você está começando a entender melhor o mundo e as coisas e começa a pensar que já é adulto aos 15 anos, sabe? Não acho que seja um livro, assim, extraordinário. É bem ordinário, e para mim é isso que faz o livro ser tão bom. É sobre situações muito reais, e muito duras, pelas quais passamos na vida. Não necessariamente desse mesmo jeito do livro, mas muito similar. Tomar decisões, ir embora de casa, deixar de ser criança, lidar com as realidades da vida que até pouco tempo atrás não eram problema nosso para lidar. Eu passei por isso. Todo mundo passa por isso, cada um da sua forma. E no fim da leitura fiquei com uma reafirmação de que tudo dá certo, da forma que precisar dar certo. Que não devemos abrir mão de coisas que nos fazem bem porque achamos que precisamos ser outro tipo de pessoa. Que coisas ruins acontecem, não para balancear coisas boas, ou para qualquer outro propósito, apenas acontecem. Os lobos vêm, e os lobos vão.
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Aline.Callai 03/05/2017

LIVRO: DIGA AOS LOBOS QUE ESTOU EM CASA
A história começa já com Finn, tio de June e Greta bem doente em decorrência da AIDS. Finn era a pessoa que June mais amava no mundo, e era seu melhor amigo e padrinho. Ela era uma menina sem muitas amizades e sempre no canto dela. Seus pais e irmã fizeram de tudo para não contar a June o estado de saúde de seu tio, mas chegou a um ponto que se tornou mesmo inevitável. Nesse meio tempo, Finn estava pintando um quadro para as sobrinhas, um retrato das duas. Ele consegue terminar e logo ele se vai. (...)
Enfim, o livro retrata as mudanças na vida dessa jovem - que muitas vezes sentiu-se perdida com tantos acontecimentos e para fugir da realidade ia para a floresta com suas botas medievais e brincava que vivia na idade média. Ouvia uivos e achava que eram lobos. Se via entre eles - como uma heroína.
Fala sobre amor, sobre a perda de pessoas que amamos, sobre vermos os dois lados da história e guardarmos somente o que achamos que é certo - e não o que os outros nos falaram. Fala sobre ceder, sobre buscar entender o comportamento das pessoas, e acima de tudo sobre amar e perdoar. (...)
Leia a resenha na íntegra no link!

site: http://www.nomundodaluablog.com/2016/07/livro-diga-aos-lobos-que-estou-em-casa.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 27/04/2017

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
"Conhecia a maneira como esperanças perdidas podiam ser perigosas, como elas podiam transformar uma pessoa em alguém que ela nunca pensou que seria." (página 414)

A história se passa em 1987, nos Estados Unidos, e é narrada por June, uma garota de 14 anos, apaixonada pela época medieval. June era filha de um casal de contadores que tinham muito trabalho em determinada época do ano, deixando a família um pouco de lado. Ela tinha uma irmã poucos anos mais velha: Greta; na infância elas eram muito unidas, mas Greta cresceu e elas começaram a se desentender, parecia que Greta fazia de tudo para magoar a irmã. Sendo assim, June passou a ter como melhor amigo o seu tio Finn. Porém, Finn ficou doente, ele tinha AIDS e, numa época onde não havia um tratamento como nos dias de hoje, ele morreu.

"E foi uma sensação boa a de fazer alguém feliz. Não havia muitas pessoas que se animariam com um simples aceno da minha cabeça." (página 152)

Sofrendo pela falta do tio, June descobriu a existência de Tobby, um homem misterioso que não pôde entrar no velório, que foi acusado pela sua mãe de ter colaborado para a morte de Finn. Pouco a pouco, a garota descobriria que ela não era a única amiga do tio, que ele tinha um "amigo especial" mantido em segredo até então. Será que ela deveria confiar em um homem desconhecido e se aproximar dele contra a vontade da família? Tobby poderia lhe fazer algum mal? Ou juntos eles poderiam aprender a lidar com a ausência de Finn e diminuir um pouco a saudade que sentiam dele?

"No meu colo estava o pequeno presente, embrulhado no papel azul de borboletas. Não abri logo, porque era assustador abrir algo vindo de uma pessoa morta. Em especial uma pessoa morta que você amava. Abrir um presente vindo de uma pessoa viva já era assustador o bastante. Sempre havia a chance de o presente ser tão errado, tão completamente longe do tipo de coisa de que você gostava, que você percebia que a pessoa não o conhecia nem um pouco." (página 201)

Eu já havia visto alguns comentário sobre "Diga aos lobos que estou em casa", e por isso, pela capa bonita e pelo título curioso, estava com expectativas imensas em relação ao livro, mas a história foi bem diferente do que eu esperava. A primeira coisa que temos que ter em mente é que a história se passa nos anos oitenta, e que de lá para cá muita coisa mudou (ou não).

"E se tudo o que eu amava em Finn tivesse na verdade vindo de Tobby? (...) Talvez, durante todo aquele tempo, ele estivesse brilhando através de meu tio." (página 195)

A June, num primeiro momento, me pareceu extremamente inocente e ingênua, não me lembro se garotas de 14 anos são mesmo assim ou se era pela época em que a história se passava. Logo de cara eu saquei que o Tobby era o namorado/marido do Finn, e dava vontade de entrar no livro e gritar isso para a June para ver se ela entendia, mas sei que, infelizmente, ainda hoje, algumas pessoas preconceituosas não aceitariam bem a relação dos dois. A questão de confiar em estranhos também está presente no livro, June poderia se meter em um grande problema se as intenções de Tobby fossem ruins, mas ela precisaria seguir sua intuição. Vivemos numa época onde há tantos perigos, que duvidamos da possibilidade de uma amizade entre um homem de trinta anos e uma garota de quatorze.

"E, então, me lembrou da Greta que costumava ser. A Greta de nove anos que ficava esperando o ônibus com o braço em volta dos ombros daquela eu de sete anos. As meninas Elbus. Era assim que as pessoas nos chamavam. Como se nem precisássemos de nomes separados. Como se fôssemos uma coisa sólida e inquebrável.
Eu estava feliz por não ter levado o livro. Eram coisas normais que Greta queria que eu confessasse. Namorados e sexo e paqueras. Coisas que poderíamos ter em comum. Tudo o que eu tinha era um homem estranho na cidade e viagens secretas para Playland e apelos de ajuda vindos dos mortos." (página 211)

O que me incomodou no livro foi o fato de as coisas demorarem muito para acontecer, e quando finalmente os problemas foram resolvidos, foi tudo muito rápido. Foram páginas e páginas tentando entender o que estava acontecendo com a Greta, e quando descobri, foi algo interessante, mas que até então não tinha aparecido em nenhuma pista. Capítulos e capítulos de segredos e desentendimentos entre alguns personagens, e quando chega a redenção e o perdão, isso é feito em poucas palavras. Não consegui ver muita relação entre a história e o título (além da questão do quadro), se alguém tiver uma interpretação sobre isso, por favor deixe aí nos comentários.

Ainda assim, "Diga aos lobos que estou em casa" foi uma leitura válida e interessante, escrita de forma sensível, e que mostra o amadurecimento da protagonista. Como disse, no início a June é bem infantil, além de solitária, e com o passar dos capítulos, foi agradável vê-la seguindo sua intuição e fazendo coisas que acabam tornando-a a personagem mais sensata e equilibrada do livro, no sentido de ser verdadeira e fazer o que é certo. A June foi se descobrindo e encontrando o sua própria identidade, vendo o seu valor.

Achei que a ambientação nos anos oitenta foi muito bem feita, em nenhum momento ficou forçado ou parecia que coisas que temos nos dias de hoje, como a internet, faziam falta. Tenho que agradecer a autora pela inserção de músicas da época na trama, após a leitura eu fui pesquisar algumas delas e me apaixonei por "You've Got A Friend" do James Taylor. É sério, vocês precisam ouvir essa música linda! Além disso, falar sobre a AIDS é importantíssimo para conscientizar especialmente quem não viveu a época mais crítica de propagação do vírus, para que entendam que temos sorte de termos tratamento e informação que não existiam na época da morte do tio da June, e que o risco de ser infectado ainda existe e a prevenção é o melhor caminho. Segundo a UNAids - programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a doença, "cerca de 43 mil novos casos eram registrados no Brasil em 2010, a taxa em 2015 subiu para 44 mil".

Sobre a edição da Novo Conceito: capa muito bonita, páginas amareladas, boa revisão e boa diagramação, com detalhes no início de cada capítulo.

Enfim, "Diga aos lobos que estou em casa" é um livro sobre esperanças perdidas, sobre família, sobre o luto e sobre amizades. Alguns leitores comentaram que choraram com o livro, eu não chorei, mas foi uma leitura que valeu a pena realizar.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2017/04/resenha-livro-diga-aos-lobos-que-estou.html
Natalia 27/04/2017minha estante
eu amei tanto esse livro


Natalia 27/04/2017minha estante
eu amei tanto esse livro


Maria - Blog Pétalas de Liberdade 27/04/2017minha estante
Ele é bem tocante mesmo, Natalia.




Layla 31/03/2017

A vida é trem-bala, parceiro
Vocês já viram como se faz um copo de vidro? Eu, particularmente, nunca fiz um, e no programa Ra-Tim-Bum, que passava na cultura e tinha um quadro musical que com “viu como se faz?” explicava os processos de criação de várias matérias, sempre parecia fácil demais produzi-lo, com aquelas máquinas enormes e rápidas.

Ao pegar um copo na mão, ver seu design e cor e espessura diversas, não vejo como possa ser simples produzi-lo. Deve ser difícil, demorado e trabalhoso. O que diverge completamente da facilidade com que podemos destrui-lo. Quebrá-lo. Não precisa de muito, na verdade. Em questão de segundos, uma mão estabanada pode deixar escapar o vidro escorregadio pelo sabão e pronto. A gravidade e a fragilidade do vidro fazem o resto.

E isso não é só com o vidro. Eu aposto que vocês já quebraram mais do que um copo. Podem ter destruído um prato, um fone de ouvido, um espelho, um celular, a lombada de um livro e tantas outras milhares de coisas. E tudo bem quanto a isso. O ser humano é, por si só e sua natureza, destrutivo.

Mas vocês já tentaram desconstruir um pensamento? Vocês já tentaram desmanchar um achismo, um conceito pré-concebido, um ideal, um padrão? Já tiveram de desmontar um comportamento, uma personalidade, o que você é? É extremamente difícil. Não chega perto da facilidade de quebrar aquele copinho de vidro.

E não chega perto da facilidade de acharmos que sabemos de tudo.

AIDS. Só de ler a palavra, seu cérebro já jogou tudo o que você conhece sobre o assunto contra seus olhos. Você pode ter lembrado o fato de ela ser uma doença auto-imune, pode ter lembrado de que é transferível pelo contato direto com sangue contaminado e pelas relações sexuais. Pode ter lembrado que sabemos quase tudo sobre ela, menos um dos fatores mais importantes: não conhecemos sua cura. Em Diga Aos Lobos Que Estou Em Casa (ou DALQEEC para encurtar), os personagens maravilhosamente escritos nos mostram que a AIDS não é só isso - e, ao mesmo tempo, mostram que a AIDS não é tudo isso.

“Era possível que, sem a AIDS, eu nunca tivesse conhecido Finn ou Toby. Haveria um grande buraco cheio de nada no lugar de todas aquelas horas e todos aqueles dias passados com eles. Se eu pudesse viajar no tempo, seria altruísta o bastante para evitar que Finn pegasse AIDS? Mesmo se isso significasse que eu nunca o teria como amigo? Eu não sabia.”

Nossa protagonista, June, se pega pensando - por incentivo de sua família, da sociedade pouco compreensiva de 1987 e de seu ressentimento - que alguém que passa AIDS para outra pessoa é um assassino. Que esta pessoa merece ir para cadeia por condenar outro sujeito a ter seu mesmo fim. June tem quatorze anos e já tem de segurar em suas mãos a existência frágil de pessoas que ama; June tem quatorze anos e já se vê confusa com as regras da vida, com os porque sim excessivos e os por quê não em falta; June tem quatorze anos e já não sabe como pode viver o resto da sua vida sem Finn - seu padrinho, seu tio, sua própria deficiência imunológica adquirida; June tem quatorze anos e ainda não sabe quem é, mas já se vê pensando que a AIDS é a pior inimiga que ela poderia ter.

“Meu coração está quebrado e amolecido, e sou comum de novo. Não tenho amigos na cidade. Nem mesmo um. Eu costumava pensar que talvez quisesse ser falcoeira e agora tenho certeza disso, porque preciso descobrir o segredo. Preciso descobrir como fazer as coisas sempre voltarem para mim, em vez de sempre irem embora voando.”

É compreensível. Vocês podem entender o ponto de vista dela: como é que algo tão ruim que trará a morte pode fazer alguma coisa boa? Para ela, isso é impossível.

E é aí que a desconstrução entra. E são desconstruçÕES. Porque, apesar de seus poucos anos de vida e muitos ditames da sociedade, June começa a perceber que nada é tão preto no branco ou factual, cheio de verdades absolutas, para ser impossível. Não há amores impossíveis, por mais incompreensíveis e inacessíveis que possam parecer para nós. Não há sonhos inalcançáveis e metas impraticáveis. Não há só coisas ruins e nem só coisas boas. Há, na verdade, situações que são desconhecidas, que transcendem nossa depreensão. E há, acima de tudo, desconstruções que precisamos fazer.

Ao terminar este livro, nós podemos ver que a AIDS é fundamental para o enredo, mas não é o centro da história. Não. DALQEEC fala sobre o amor, sobre ser e sobre redescobrir verdades já escritas. Nas páginas dele nós podemos ver personagens que querem ACONTECER, sem a coação do impossível em seus planos. Podemos ver que a deficiência imunológica adquirida não é a AIDS, e sim a chance que damos a todos os males, descrenças e intempéries de nos infectar, de não deixarmos nós mesmos crescer, de deixarmos de acreditar, de nos deixarmos correr com as águas do tempo sem nadar no sentido contrário.

Diga Aos Lobos Que Eu Estou Em Casa pisa diretamente no que achamos mais concreto e destrói os conceitos que pensamos ser os mais verdadeiros possíveis. É um livro profundo, pesado e intenso, lindo de sua capa à quebras de capítulo e transições de tempo. É uma jóia rara que não se vê nem lê todo dia. É um livro que você lê sabendo que é um risco, pois ao terminá-lo, você não será mais o mesmo. É como avisar os lobos selvagens sobre sua localização exata - é como dizer a eles que você está em casa, e esperar o estrago ser feito.

E sim, é um estrago e tanto.

Mas é um estrago que vale a pena. É um estrago que abre nossa visão, muda nossa ótica.

É um estrago necessário.

Porque, como na música, a vida é trem-bala, parceiro, e a gente é só passageiro prestes a partir.
Luciana 01/04/2017minha estante
Uau...


Layla 02/04/2017minha estante
Ai, L! Você me deixou sem palavras aqui. Obrigada. De verdade.


Luciana 02/04/2017minha estante


seja se 10/10/2017minha estante
Eu termino de ler um livro e venho correndo procurar uma resenha sua, porque é incrível como você consegue descrever como me sinto milhões de vezes melhor do que eu mesma escreveria.


Layla 10/10/2017minha estante
Ai, G! Assim você me deixa emocionada! Fico feliz por conseguir expressar as minhas emoções de modo que abordem as suas também, de coração. E você gostou do livro? Como foi a leitura pra você? Deixe-me saber, chuchu!




Fernanda.Alves 28/03/2017

Adolescente, com orgulho
Com esse livro me senti de volta aos meus 14 anos e, olha, isso é bom. O livro é sensível, feminino e te pega de jeito. Li em tempo recorde e fiquei com pena de acabar.
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Pri Gabarron 24/03/2017

A capa e o título são só atrativos pra uma história, até que envolvente, sobre amadurecimento, relações familiares e no que elas nos transformam.
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