Evandr0 18/08/2017
Não tenha medo de ler.
Antes de falar sobre a história, preciso deixar claro certos pontos sobre essa obra:
Ela é muito rica em detalhes.
O livro provoca o leitor.
Se você não gosta de pensar, ou tem medo de que tudo não faça sentido, se limite à minha resenha.
A Corte do Ar tem um modo interessante de contar a história, jogando o leitor de personagem para personagem, acontecimento para acontecimento de uma forma brusca, causando um certo incômodo no começo da leitura. No início do livro, cada personagem tem seu capítulo, o que faz parecer que estamos lendo 2 livros desconexos que se passam num mesmo universo. Há quem não goste disso, eu gostei muito.
No livro são apresentados vários personagens e termos que facilmente são confundidos por sua quantidade e, grande parte desses termos, poderiam ser ignorados, pois poderiam ser quaisquer outro que existem na realidade. O ponto disso é que o livro tenta jogar o leitor para longe do universo do livro, ao contrário do que é o senso comum.
Nesse livro você sabe que nada é real, sabe que tudo aquilo é impossível e isso traz uma liberdade muito grande ao ler e tentar imaginar as coisas.
No livro tem um glossário que ajuda a entender alguns desses termos irreais, mas eu acho que a graça está em não entender ao certo o que está havendo. Por exemplo: Numa certa parte da história, é citado um animal que estava numa caverna. Não há descrição sobre como ele é, mas todos personagens sabiam, e conheciam sua espécie. Eles citam o nome da espécie do animal e sabem exatamente o que é, mas nós como leitores, não fazemos ideia de como eles são até que, muito tempo depois, é dada uma descrição dele.
Isso faz com que seja divertido esperar uma próxima página, pois não se sabe o que esperar. Provoca o leitor a não parar de ler pois, nunca se sabe quando o acontecimento que se está passando vai ser pausado para outra coisa totalmente desconexa começar.
Sobre o enredo: De gênero Steampunk, o livro trata sobre dois personagens que lutam pelas suas vidas. Um garoto (Oliver) órfão que vive numa espécie de prisão domiciliar por ter tido contato com uma magia que todos temem, mesmo não apresentando nenhum resquício de que carregue em si as sequelas desse contato. E uma garota (Molly), também órfã, que vive num internato e tenta sobreviver aos maus tratos e abusos de seus responsáveis.
No livro são tratados temas como política, religiões, culturas, raças, magia e misticismos.
Amei ler esse livro, e recomendo a todos que queiram, assim como eu, mergulhar num mundo fictício em que visivelmente não existimos.