A Desumanização

A Desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


280 encontrados | exibindo 256 a 271
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 18 | 19


Aldeizia 16/03/2016

Leia outras obras do autor.
Que livro fininho mais cansativo! Não é a profunda tristeza em cada página (que eu gostei muito), ele me tocou, me quebrou o coração cada dia que eu o pegava para ler. Mas o excesso de poesia acabou atrapalhando um pouco a fluidez da narrativa, que em não raros momentos, trava. Enquanto o desenvolvimento traz informações muitas vezes desnecessárias (o que serviu para dar uma esticada nessa parte), o final fica bem corrido, senti uma pressa do autor em terminar. O livro tem passagens lindas, o Valter Hugo Mãe é muito bom no que faz. Mas ainda prefiro "O Filho de Mil Homens".
comentários(0)comente



Raphael Rasse 15/12/2015

A Desumanização
Valter Hugo Mãe surpreende nesta obra maravilhosa que transborda poesia em forma de prosa. Lendo você esbarra na poesia por mais que não queira.
Em resumo, este livro é triste... muito triste. É triste por nos mostrar as multiplas facetas da perda e da morte. Nos mostra o quão genial pode ser a inocência e o quão maldosa pode ser a esperança.
Triste... mas indispensável
comentários(0)comente



Boniex 14/12/2015

Para nós tudo começa quando a criança é plantada. Halla é quem nos conta a história, sua história, a história de um mundo sem nome; carente da inutilidade de uma nomenclatura. "As palavras eram inúteis para abordar algo que estava proibido à pequenez humana. Qualquer nome não passava de uma blasfémia."

Sua gêmea, morta, foi plantada na terra, e não tendo mais os olhos da irmã, Halla pede emprestado outros olhos para ver o que ela própria já via. Usa os olhos da ira: "A terra estava infestada de seres matadores, invejosos, gulosos da felicidade dos outros. Comem-lhe a felicidade." Da desilusão: "Tão pouca gente podia ser uma coisa grande no tamanho da alma." Do medo: "Não inventava mais monstros. Bastavam-me os que a realidade tinha." Da resignação: "...não te importes que sofram. Elas vão ter de sofrer de qualquer maneira e não vale de nada a vida se não a jogarmos por inteiro." Enfim pelos olhos da tristeza mortal, pelos olhos dela mesma: "Pensei em muitas ocasiões que não éramos gémeas. Pensei que ela era a genuína e eu apenas a imitação."

Melancolicamente Halla nos conduz pelo seu pequeno mundo onde poucos personagens são nomeados, a maioria são definidos em expressões verbais coletivas como "começaram", "fizeram". Mais adiante novos personagens surgem e ganham nomes adjetivados como A Mulher Urso ou Senhor Apagado e a Senhora Acesa. Tudo é melancólico. Pequeno. Mas a complexidade é expandida na imensidão de seu mundo interior. Como é gigante os pensamentos desta menina. Constantemente questiona a morte, as crenças, sua própria existência.

Alimenta o sonho de fuga. Como se aquele lugar não existisse e para sua própria existência tivesse que fugir. Pois não existindo o lugar, logo as pessoas que formam o lugar são desprovidas de existência. Em um momento imagina o tédio divino em relação à pequenez de sua vila: "Deus certamente bocejaria se assistisse ao espetáculo pequenino das nossas vidas. Estaria indubitavelmente olhando para outro lado, para outro lugar." Por isso fugir era importante, mas nada fácil: "O caminho ficava muitíssimo mais longo porque eu urgia na necessidade de chegar." Acredito que seu desejo de fuga seja mais interior que exterior, embora ela mesmo conclua que "ninguém é longe. As pessoas são sempre perto de alguma coisa e perto delas mesmas." Mesmo assim sente-se compelida a fugir "O que me magoa está por definir e tem-me aqui presa quanto me obriga a fugir. De igual modo me propõe a morte e a vida ao mesmo tempo."

Bom. Encerro por aqui. Me esforcei para não revelar muita coisa. Pensei tantas coisas sobre este livro, infelizmente careço de inclinação para o ensaio e elas ficam apenas vagando pelo espaço oco da mente. Espero que os próximos leitores captem o que pra mim voa longe.
comentários(0)comente



Mateus Atadeu 11/12/2015

De criança para gente grande
A história melancólica de uma menina menos morta; é de trazer perplexidade, tristeza, poesia, assombro, reflexão sobre o morrer, sobre o nascer, sobre o ser ou estar vivo, morto ou talvez menos morto. Vale a pena pra quem não tem medo da melancolia e quer se arriscar a uma leitura mais difícil.
comentários(0)comente



vanessa 22/11/2015

Opiniao
Linguagem Q eu amo! Rico , apaixonada
comentários(0)comente



IvaldoRocha 09/09/2015

Um tanto diferente.
Este foi o terceiro livro de Valter Hugo que li. Confesso que apesar das qualidades inegáveis do livro, não tem como evitar uma certa estranheza, talvez pela paisagem um tanto inesperada, não que o autor fosse obrigado a se manter sempre no mesmo ambiente e falar sobre as mesmas coisas, mas mesmo assim este talvez seja dos livros que li o que menos gostei.
Não tem como negar a sensibilidade e um certo ar de magia que o livro apresenta, realmente muito humano contrapondo o título. Acredito que se tivesse lido este livro primeiro que os outros eu teria gostado mais.
comentários(0)comente



Samara 26/08/2015

Lindo, triste e poético
"A Desumanização" é sobre a morte, é sobre o luto. É sobre o amadurecimento, é sobre a perda da infância, é sobre a desumanização.
"O paraíso são os outros" é sobre o amor, é sobre a infância.

Em A Desumanização a personagem Halla perde a sua irmã gêmea Sigridur. O livro começa com "Foram dizer-me que a plantavam." Plantavam a sua irmã, a Sigridur. Enterraram-na. Halla conhece então a morte, com onze anos.
A história é narrada pela menina, na sua trajetória até seus treze anos, até seu amadurecimento, até sua perda da infância.

Leia mais no meu blog!

site: http://historiaaocontrario.blogspot.com.br/2015/08/a-desumanizacao-e-o-paraiso-sao-os.html
comentários(0)comente



ViagensdePapel 15/05/2015

A desumanização, de Valter Hugo Mãe
O livro pode ser fino, mas sua história passa longe da leveza e superficialidade. A Desumanização, de apenas 160 páginas, é um relato cruel, inquietante e sensível. Porém, ao mesmo tempo em que traz assuntos um tanto pesados, o autor Valter Hugo Mãe imprime uma poesia sem igual na obra, tornando-a bastante tocante e bonita.

Ambientado em uma pequena aldeia da Islândia, o livro conta a história da pequena Halla, que com onze anos perdeu sua outra metade, a irmã gêmea Sigridur. A obra é um relato, narrado em primeira pessoa, de como Halla tenta reencontrar a si mesma após a morte da irmã. Ela, que se sente muito perdida, tem que lidar também com a ruptura da própria família, já que a mãe não aceita a morte da filha e o pai fica desnorteado com a situação.

Buscando o seu sentido na vida, Halla tenta sobreviver, embora se sinta como a “menos morta”. Em sua própria solidão, ela lida com diversas situações, como a crueldade da mãe, que quase não suporta olhar para a filha que está viva. Seu único aliado em casa é o pai poeta, que tenta explicar para a filha que nós somos o que nós vemos, portanto, é preciso buscar a beleza da vida. Além de explorar a situação de dentro da própria casa, o autor insere as reações dos poucos moradores da aldeia e de que forma lidam com a pequena.

Em meio a seus percalços, Halla aproxima-se de Einar, um rapaz do qual vivia fugindo, entre brincadeiras, junto com a irmã. Como o achavam nojento e grotesco, Sigridur pediu, antes de morrer, que Halla nunca desse bola para ele. Porém, devido aos tristes acontecimento,é em Einar que a pequena Halla busca consolo. Juntos, os dois estranhos buscam um complemento. É com ele que ela passa a amadurecer e deixa de ser uma criança. E, nela, Einar reencontra a esperança.

O romance de Valter Hugo Mãe mantém o lirismo e a poética de suas outras obras. Desnudando o interior de Halla, o autor expõe a personagem e suas principais batalhas e faz com que o leitor sinta-se arrebatado pela menina, que amadurece muito rápido perante as situações vividas. É difícil não se comover com tanta dor sentida por ela. São inúmeros os sentimentos que a leitura desperta.

Além de falar sobre o amadurecimento de Halla, o livro traz as muitas descobertas feitas por ela na passagem da infância para a fase adulta. Ela, aos poucos, vai descobrindo o mundo e seus prazeres e desprazeres. Descobre também que só querer não é o bastante para esquecer as marcas deixadas pelo tempo. Para enfrentá-las, é preciso saber lidar com cada uma delas.

Fazendo-se valer de uma prosa poética e de muitas metáforas, que em alguns pontos tornam a leitura um pouco enfadonha, Valter Hugo Mãe traz uma história capaz de despedaçar o coração do leitor, ao mesmo tempo em que gera um turbilhão de pensamentos a respeito da vida, do amor, da compaixão, e de tantos outros temas que permeiam a nossa existência. Ao fim da leitura, fica o questionamento e a vontade de que a desumanização esteja tão longe quanto esperamos.

“O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se a pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém no presente nem no futuro, o indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e parece como um atributo indiferenciado do planeta. Parece como uma coisa qualquer”.


site: http://www.viagensdepapel.com/2015/03/a-desumanizacao-por-valter-hugo-mae.html
comentários(0)comente



Rafaela 09/05/2015

A Desumanização se passa na Islândia, mas a impressão que tenho é que se passa numa terra árida e onde amor nenhum vinga.

Halla é uma menina de 11 anos que tem que enfrentar a morte da irma gêmea e também da sua família, que vai se acabando com o luto. A mãe se torna autodestrutiva, e busca na filha sobrevivente o reflexo da outra, mas as gêmeas apesar de unidas tem personalidades bem distintas, o que faz a mãe torturar e desejar a morte de Halla.

O pai apesar de trazer poesia para a vida da filha e a defender da mãe passa o restante da história inerte, como que conduzido pela mulher e pela cunhada.

Halla apesar da idade engravida aos doze, a menina está tão sozinha e acaba encontrando refugio no homem que as irmas tinham medo e nojo.

Esse é o primeiro livro que leio de Valter Hugo Mãe, já esperava uma escrita poética e diferente pelas diversas resenhas que já li, mas achei que houve um exagero nesse romance que é cem por cento poesia, tudo é dito por metafora e frases abstratas e acaba ficando forçado. Fica dificil acreditar que Halla é uma criança tao nova e analfabeta, todo mundo ali é irreal, mas pretendo ler outros livros do autor, talvez eu que ainda não tenha a capacidade de captar toda a grandiosidade do autor.
comentários(0)comente



Rita.Sodre 30/04/2015

Minha Leitura
A morte interpretada por uma criança de 12 anos que perde a irmã gêmea e tem de enfrentar o mundo adulto: um convite a reduzirmos os indícios de insensibilidade para continuarmos a ser gente. Escrita linda. Vale a pena cada página. Recomendo.
comentários(0)comente



alineaimee 16/03/2015

Publicado em 2013, A Desumanização é o sexto romance do autor português Valter Hugo Mãe. Ambientado na Islândia, o romance é centrado na jovem Halldora, que narra como ela e sua família lidam (ou tentam lidar) com a vida após a morte prematura de Sigridur, sua irmã gêmea. Enquanto Halldora tenta superar essa perda que, para ela, é a perda de uma parte de si própria, a família e as pessoas próximas tratam-na como se ela estivesse parcialmente morta, em processo de apagamento, como se fosse um retalho equivocado dessa partida.

A mãe de Halldora, consumida de revolta e culpa, projeta sua frustração na filha viva, agredindo-a física e verbalmente, empenhando-se em fazer com que a menina não viva plenamente, com que se desumanize de forma gradativa, num tributo desesperado à memória da adolescente morta. Incapazes de compreender e superar essa ausência, os membros da família perdem a capacidade de se comunicar e de se reestruturar. Por isso, o pai se isola no mar, a mãe se mutila e Halldora se anula.

"As palavras são objetos magros incapazes de conter o mundo. Usamo-las por pura ilusão. Deixámo-nos iludir assim para não perecermos de imediato conscientes da impossibilidade de comunicar e, por isso, a impossibilidade da beleza". — Pg. 27

A comunicação entre eles se dá apenas de forma simbólica, através de atos ora violentos, ora generosos, mas predominantemente desorientados. A partir dessa ruptura familiar, a menina de doze anos se vê enredada num relacionamento tão absurdo quanto ilógico, cujos desdobramentos, no entanto, a ajudarão a amadurecer e a compreender melhor a si mesma e às pessoas próximas.

Um dos aspectos mais belos do romance é a relação que Halldora tem com seu pai, e que ambos estabelecem com a palavra. Para consolar a menina sozinha e negligenciada, o pai lhe recita os poemas que escreve para entender os próprios sentimentos. Deslumbrada com tais poemas, Halldora toma conhecimento de possibilidades antes insuspeitadas, começa a sonhar, a entrever a possibilidade de reinvenção da própria existência.

"Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia." — Pg. 40

"Andávamos como pessoas com luzes acesas dentro. As palavras como lâmpadas na boca. Iluminando tudo no interior da cabeça. Como o cristal natural do Einar, que o deixava mágico. As palavras deixavam-nos mágicos. Eram os livros que traziam feitiço e punham tudo a ser outra coisa. A boca elétrica, dizia alto. Eu e o Einar escutávamos estudando o mundo". — Pg. 125

A solidão e a imensidão da ausência tornam necessária a recriação da linguagem, pois esta não dá conta do absurdo doloroso que consome os personagens. É preciso restaurar o caráter inaugural da linguagem, dar-lhe poderes redentores, fugir às limitações do prosaico e se entregar às múltiplas possibilidades do poema, à liberdade do poema, que conferirá esperança, que os dignificará. Renascer pela palavra, fazer-se poema, fazer-se indivíduo possível.

"O pequeno tanque branco, pensei, podia ser uma página. Os peixes debatendo-se podiam ser um poema. Chamei o meu pai. Disse-lhe que os poemas deviam ser assim, como caixas onde estivesse tudo contido e onde, por definição, pudéssemos entrar também. Caixas grandes, se fosse necessário. Adequadas ao tamanho do que se quisesse dizer. Do que se quisesse guardar. E os peixes como versos que podemos tocar. Pai. Que podemos tocar. Esses versos convence-me, os outros, não". — Pg. 32

"Eu perguntei: posso chamar a vida de poema. E ele respondeu: podes chamar a vida de poema. Ou podes chamar de normalidade. A vida é a normalidade. O poema é normal.

Onde há palavra, há deus. Onde nasce a palavra, nasce deus. Todos os outros lugares são ermos sem dignidade". — Pg. 45

A arte como redentora e reveladora de potencialidades ressurgirá, ainda, associada a outras incongruências do espírito. Embora reverencie o poder criativo do homem (ou talvez por isso mesmo), o romance quer apontar, também, a coexistência do sublime e do terrível na psique humana, o potencial a um só tempo destrutivo e criativo de um espírito em crise. Por esse motivo, menos que um romance que busca apaziguar, A Desumanização quer aproximar esses dois polos, estabelecer-lhes uma equivalência que evidencie o mais profundo da natureza humana. Se a beira da loucura serve de antessala à aniquilação, ela também pode fazer surgir a transcendência.

Embora o autor comente, no posfácio, a grande admiração que tem pela cultura da Islândia, o que poderia, por si só, servir de justificativa para a escolha da ambientação, as paisagens inóspitas desse país se adequam muito bem à atmosfera retratada no romance. As montanhas, geleiras e fiordes são, de certa maneira, um espelhamento das angústias dos personagens: as montanhas poderiam servir de alegorias para a magnitude da dor e para a inclemência dos fatos; as geleiras, para a esterilização das ligações existentes; os fiordes, para a insistência humana de sobreviver em meio às circunstâncias terríveis. A solidão e o isolamento exacerbam a consciência de si mesmo, obrigando os personagens à autoanálise, ao enfrentamento das próprias fraquezas.

Esse drama denso e extremamente simbólico é narrado com uma linguagem que é, apesar de simples, muito poética — repleta de imagens, metáforas e alegorias. É um romance que replica o paradoxo do tema na forma, na medida em que se utiliza da beleza linguística para investigar o sofrimento mais intenso.

"Se a minha irmã morta engravidasse, seria como a terra estar grávida. Uma ilha grávida. A Islândia inteira. Para construir uma criança ou um monstro, uma pedra ou um poço de novo fogo. A ilha grávida poderia ser normal. Era um poema muito intenso". — Pg. 63

Com originalidade e força, Valter Hugo Mãe demonstra, nesse seu mais recente livro, que a dor mais aguda e debilitante é também um caminho possível para o entendimento de si e do mundo.

site: http://www.little-doll-house.com/2015/03/a-desumanizacao.html
Wolney Fernandes 16/03/2015minha estante
Que ótima essa sua resenha. Para mim, esse livro está entre as melhores leituras que fiz nos últimos anos.




Rafael Mota 12/03/2015

Singular
Difícil descrever o que senti ao ler este livro... Senti frio, e medo, e muita solidão... O estilo de escrita a lá Saramago sempre enriquece bastante, torna-se o veículo perfeito para o caos existencial vivido pela protagonista - e por todos?!.. O que é ser humano? O que é ser? Crêscer? Existir? Seria a desumanização, por vezes tão dolorosa e estarrecedora, o caminho de se saber o que é ser humano???
comentários(0)comente



larissa dowdney 09/03/2015

Confesso que comecei o livro com a maior das expectativas. Já nas primeiras páginas fui me apaixonando pela poesia, sensibilidade e pela delícia das palavras. Lembrei-me do meu autor preferido: Raduan Nassar. Porém, à medida que fui destrinchando o livro, comecei a ficar cansada. A história não se desenvolvia. E a poesia excessiva (que outrora me deixou fascinada) foi acabando com meu interesse. Sim, o livro é extremamente poético e profundo. Mãe é inegavelmente um ótimo escritor. Mas, não sei se pelo momento, achei que faltou enredo à história e faltou elementos que complementassem o florido das palavras.

Em resumo, é um livro para ser amado ou odiado. Eu, por agora, não me entusiasmei. Quem sabe, numa outra fase...
ElisaCazorla 30/03/2015minha estante
Concordo com você. Apenas não posso afirmar que ele é um bom autor porque não li mais nada dele, mas passei pela mesma frustração que você passou: comecei entusiasmada, o começo foi ótimo e...de repente o livro enrola e enrola e não vai para lugar nenhum. Até tive a impressão que o próprio autor sentiu isso e apressadamente termina o romance com rápidas explicações e pronto. Este livro é tão bem editado, uma capa linda e um título instigante para deixar o leitor absolutamente frustrado.


larissa dowdney 02/04/2016minha estante
Elisa, leia O filho de mil homens do Mãe. Esse sim é uma obra-prima!!




Mariana Knorst 04/02/2015

A Desumanização
Valter Hugo Mãe, escritor português, teve seu livro, A Desumanização, lançado pela excelente editora Cosac Naify.

O livro é narrado por uma menina de 11 anos que perde a irmã gêmea, sua melhor amiga e companheira de todas as horas. Halldora, a irmã sobrevivente, transmite ao leitor, através de sua narrativa ingênua, a dor da perda e os reflexos que o evento traz para a família, evidenciando os estados de miserabilidade, de desequilíbrio e de desumanização, como o próprio título sugere.

Assim, a família, que antes era unida e feliz, após o evento, vai se desintegrando e a cada página visualizamos o seu esfacelamento, a perda de valores morais e a busca pelo preenchimento do vazio.

A Desumanização é uma história densa, difícil e extremamente dolorida, apesar de possuir poucas páginas. Não lembro de ter lido outro livro que desenvolvesse de forma tão real e chocante a dor e a transformação humana diante de um evento inevitável.

Portanto, A Desumanização, embora difícil de digerir, é uma leitura essencial para aqueles que gostam de entender um pouco mais sobre as atitudes humanas diante de um dos momentos de maior sensibilidade enfrentados em vida.

site: http://gargalhandopordentro.blogspot.com.br/2014/10/livro-desumanizacao-de-valter-hugo-mae.html
comentários(0)comente



Rafa P. 25/01/2015

.. achei que o mundo mostrava a beleza mas só produzia o horror...
A desumanização de Valter Hugo Mãe , conta a história de Halla, uma menina de 11 anos que perdeu sua irmã gêmea, na qual possuía uma ligação muito forte. Com uma premissa simples, porém complexa, o autor explora o luto, a tristeza o sentimento de perda, culpa, o relacionamento familiar e o amadurecimento dessa garota diante do horror da morte.
A história se passa em primeira pessoa, narrada pela menina, que tenta se adaptar e superar sua triste realidade. A narrativa possui passagens belíssima, muito emocionante e sensíveis, entretanto possui um ritmo lento, causando facilmente a distração do leitor. Confesso que fiquei um pouco confusa com a forma da sua narrativa, que é poética e até filosófica, e por realizar excessivas referências ao abstrato, a presença da morte, paisagem local e personagens, me pareceu algumas passagens do livro funcionam como devaneios sem sentido e ilógico dentro da narrativa.
No geral, é um bom livro, mas acredito que possivelmente não agradará a todos os leitores, mas se vc tiver paciência e sensibilidade pode se surpreender com a profundidade da história, os dilemas travados pelos personagens e a suas tentativas de superação. Recomendo.

O livro é triste, melancólico e bastante inquietante em diversos pontos, porém é uma leitura que vale a pena. Recomendo.
comentários(0)comente



280 encontrados | exibindo 256 a 271
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 18 | 19