Laura.Oliveira 09/01/2024
Nunca vi tanto personagem burro reunido no mesmo universo
A continuação de A queda dos reinos se inicia algumas semanas depois dos acontecimentos finais do livro anterior, que finalizou com a princesa Cleo se tornando uma prisioneira da realeza Damora, a princesa Lucia em coma e o jovem Jonas Agallon buscando formar um grupo de rebeldes.
Neste volume, o foco gira em torno de três questões principais: a continuação da busca do rei Gaius pela famosa Tétrade através de uma estrada que promete lhe mostrar o caminho com a ajuda dos poderes Elementia de Lucia; a formação de um grupo rebelde inexplicavelmente liderado pelo Jonas através do poder do protagonismo e o noivado arranjado entre a Cleo e o “impiedoso” príncipe Magnus.
De certo modo, eu gostei mais desse livro do que do primeiro. Provavelmente porque consegui me envolver mais com a história, embora eu continue achando que a escrita da Morgan é pobre e que ela recorre às explicações e acontecimentos mais fáceis, o que não ajuda na formulação do meu interesse pelos personagens. Até porque a gente sabe que nada muito grave vai acontecer com os protagonistas, apenas com os personagens secundários que mal aparecem e que, quando ganham algum capítulo, é para morrer e criar alguma ação.
Fora isso, o que mais me irritou na leitura foi o fato de que os protagonistas continuam sendo tão burros quanto eram no primeiro livro e pouco se desenvolveram entre um volume e outro, principalmente o Jonas e a Cleo. Honestamente, os dois me irritaram muito e diversas vezes me perguntei porque diabos os rebeldes continuavam seguindo o Jonas, mesmo depois de todas as decisões erradas que ele tomou, e só consegui concluir que foi pelo poder do protagonismo. Assim como foi em todas as vezes em que o personagem quase morreu, mas conseguiu se curar rapidamente, porque, sabe-se lá o motivo, seres mágicos adoram esse grande chato.
Sinceramente, vendo de camarote todas as decisões erradas que ele e a Cleo tomaram, fica fácil de entender porque o rei Gaius se garante tanto. Apesar de saber que os dois são adolescentes agindo como adolescentes ao serem soberbos e acreditarem que planos mal elaborados derrotarão o vilão, tenho que dizer que, na maioria das vezes, isso não faz o menor sentido quando eles têm várias provas do tirano com que estão lidando. Portanto, é só um recurso chato que, ao invés de me aproximar dos personagens, me repeliu.
Já sobre os demais personagens, eu não tenho muito o que dizer a respeito da Lucia. Ela mal apareceu, então não irei elaborar nada sobre sua suposta vilania. Ao invés, falarei dos personagens que me surpreenderam positivamente: o príncipe Ashur, que mal apareceu, mas serviu uma cena que me surpreendeu; a Lysandra, que não prometeu nada e entregou boas cenas, exceto pelo suposto romance ridículo com um certo personagem e o Magnus, que é um clichê ambulante, mas é o meu tipo de clichê ambulante favorito e foi o melhor ao longo de todo o livro.
Enfim, esse foi um bom livro, mas com algumas ressalvas que, em maioria, se deram ao redor dos acontecimentos não terem me agradado tanto, principalmente acerca do final. Mas me envolveu e pretendo ler a continuação, que dizem ser melhor, apenas para sanar a minha curiosidade acerca de um suposto casal e de quem entre os vilões vai ascender com a Tétrade.