Jayne.Carreiro 11/04/2024
Terminei mais um livro da série Bridgerton, e desta vez o foco principal estava na senhorita Eloise, a quinta integrante dessa numerosa família.
Eloise é uma mulher de 28 anos que já recusou várias propostas de casamento, pois casar-se não estava em sua lista de prioridades. Sua melhor amiga é Penélope, que agora também é sua cunhada. Eloise é uma moça inteligente(pelo menos era o que parecia) e adora escrever. Seu passatempo favorito é escrever cartas, seja para saudações, informações ou solicitações. Ela sempre encontrava uma desculpa para enviar uma cartinha a alguém (ousaria dizer que se Eloise vivesse no século 21, seria uma grande adepta e admiradora do WhatsApp. Algo me diz que ela seria aquela tia que está sempre mandando mensagens no grupo da família. Nas datas especiais então, nem se fala...).
Um belo dia, Eloise Bridgerton soube que uma prima distante havia falecido e resolveu enviar uma mensagem a Sir Phillip, o atual viúvo, expressando suas condolências pela morte de sua esposa. Porém, para surpresa de Eloise, ele respondeu. E nessa troca de cartas, os dois se tornaram amigos, sem nem ao menos se conhecerem. Após um ano de correspondências, o que ela não esperava ao ler uma de suas cartas era receber uma proposta de casamento de Sir Phillip...
Pessoal, vamos lá! Desde já, preciso dizer que o livro não me conquistou. Não consegui me conectar com nenhum dos personagens, e o casal principal deixou muito a desejar. Faltou algo, sabe? E não foram os bailes. Tinha grandes expectativas em relação ao livro da Eloíse, especialmente porque adoro sua personalidade na série. Jurei que a literária era a mesma, mas não. Esperava uma Eloíse mais língua afiada, determinada, uma verdadeira dona de si. Que enfrentasse a sociedade patriarcal com determinação e exibisse seu feminismo. Infelizmente, ela não é nada disso nesse livro.
Quanto ao personagem principal, Sir Philip, foi uma grande decepção. Ele é um verdadeiro ogro, e isso me incomodou profundamente. Entendam, nos livros eu quero ver o mocinho abanando o rabo para a mocinha, beijando o chão que ela pisa, não um jumento rude desses. Detestei esse agroboy aqui, viu! Machista, chato, interesseiro, só casou com Eloíse para tê-la cuidando da casa e dos filhos durante o dia e esquentando sua cama à noite (palavras dele, não minhas). "Ah, mas ele ainda não era apaixonado por ela", não interessa. Detestei! Além disso, o modo como ele reclamava que Eloise falava demais e era grosseiro desde o primeiro encontro foi irritante. Compreendo que ele carrega traumas, mas mesmo assim, não me convenceu. Outra coisa que me incomodou foi a quantidade de xingamentos dele, a cada 10 palavras faladas por ele, 5 a Júlia Quinn escreveu "diabos" "demônios". Me irritou profundamente, pois não gosto desse tipo de xingamentos.
Houve também várias inconsistências na história. Pareceu que a autora esquecia que já tinha mencionado tais informações. Como quando os irmãos de Eloíse apareceram, e Philip agiu como se não soubesse da existência deles, mesmo ela tendo mencionado várias vezes que conhecia as artimanhas de seus filhos, pois tinha irmãos e lembrava muito bem das traquinagens que faziam juntos. Enfim, o título do livro, 'Para Sir Philip, com Amor', tem tudo a ver. Foi como se Eloíse fosse entregue de bandeja para ele, acompanhada por um cartão com essa saudação. Uma grande decepção.