Franklin Moreno 26/07/2023Anjos e Demônios"Ter uma opinião sobre o livro, como se fosse a única do mundo inteiro". Talvez não seja a coisa mais inteligente do planeta, mas com tantas outras opiniões, pra que se importar?
Comecei a lei esse livro com tanta expetativa, pois já tinha lido os outros livros do Dan Brown e adorado. A formula é a mesma, coisas que chocarão o mundo, assuntos grandiosos (vida em outro planeta, codigos inquebráveis, provas científicas sobre a existência de Deus, etc), porem qual seria o problema de uma formula, se o autor escreve super bem e cativa tanto os leitores né?
Mas não foi o que aconteceu com esse livro. Foi como um tiro pela culatra.
O enredo é bom, quando se trata de apresentar informações ao leitor e fazê-lo se encantar com os cenários e com as teorias (algumas provadas cientificamente, outras informações históricas, isso é muito bom). Outro ponto forte do livro, claro, as descrições e os cenários. Nisso acho Dan Brown impecável.
O que desequilibrou a balança mesmo foi o nível dos diálogos (superficiais e razos) e também os personagens principais do livro (fraquíssimos). Não há personagens marcantes (nem bons, eu diria), diálogos marcantes, sempre a mesma coisa superficial e chata. Nunca odiei tanto um personagem sem sentido como Langdon, um super professor capaz de desvendar todos os mistérios da humanidade em poucas horas, sem comer, sem nada, e Vittoria Vetra, uma cientísta que o sonho dela é ficar com o norte americano que salvará a nação só com a sua inteligência acima do normal. Vittoria em minha opinião é totalmente sem alma nesse enredo todo. Sem nenhum carisma nem personalidade.
Além disso, algumas coisas não fizeram nenhum sentido (SPOILERRRR). A atitude sem sentido do Camerlengo (nada explica ele agir daquele jeito e tomar aquelas decisões absurdas), a atração que Vittoria criara por Langdon meio que sem explicação nenhuma, o fato do Kohler não contar nada pra Langdon nem para Vittoria até o final do livro, as conversas extremamente toscas sobre assuntos do Catolicismo, que mesmo não sendo católico, deu para ver que a visão do autor é totalmente distorcida, acontecimentos totalmente arranjados (o assassino errando vários tiros na igreja pegando fogo só para poder dizer que Langdon é fod*, cair de um helicoptero de uma autura absurda e sair andando em poucos minutos e etc), entre outra coisas muito bizarras neste livro.
Enfim, o assunto que mais me desanimou foi quando ele citou a vizão que o próprio Langdon tem sobre religião (que claro né, é também uma vizão do autor).
Me decepcionou em vários sentidos, mas melhor assim do que ler os outros da saga e odiar.