Michele 03/01/2020Um lençol para doisAté que enfim..
No terceiro livro da série Feita de Fumaça e e Osso, Laini Taylor, reforça a ideia de força, esperança e união. A mensagem é linda, mas dessa vez, a narrativa não me prendeu - foram longos 3 meses para terminar essa aventura.
Mas não desanimem, amigos aventureiros, isso foi a minha percepção. E como sempre, vamos aos fatos:
Agora, Karou e Akiva tem uma grande missão em mãos: unir forças entre quimeras e anjos para derrubar Jael - o tio boa-praça #sqn.
Pausa para o momento spoiler: caso não tenha lido os anteriores, vai ficar um pouco confuso.
Depois que Jael assume o Império, resolve dar um rolê na Terra em busca de armas - e você pensando que bastava um par de asas de fogo? Jael e mais mil soldados do Domínio levam os terráqueos a loucura com uma transmissão direto do Vaticano, criando várias especulações.
É nesse momento que temos a brecha para introdução de mais um personagem importante na narrativa. E não, não curti. Eliza é estudante/trabalha - quem nunca? - em um Centro de Pesquisas. Será recrutada por seu orientador para uma viagem misteriosa para coletar informações sobre corpos de criaturas enterradas. Eliza tem um passado nebuloso, cortou laços com a família e tem uma inimizade no trabalho. Pega tudo, mistura no liquidificador e vamos ver no que dá :)
Enquanto isso, do outro lado do céu, em Eretz, vemos povos historicamente inimigos aprendendo a coabitar o mesmo espaço.
Thiago/Ziri mostra-se um líder exemplar, uma pena que seu antecessor não era assim. Isso gera desconfiança na sua equipe. Os poucos momentos em que baixa a guarda, mostra seu outro lado. O lado mais humano, mais sensível - mais cansado da farsa - e é essa faceta que conquista uma cenas mais bonitas do livro.
Falando em coisas bonitas: o mulherão da porra do momento. Aqui Liraz se transforma. Ela não sabe do que é capaz. Ela está se redescobrindo uma nova pessoa, com novos sentimentos, novos dilemas. Liraz é força absoluta, faz-me lembrar mulheres empoderadas. Ela só basta. Até ser apropriadamente apresentada.
Por falar em pessoas que mudam, Akiva, invisível para a morte - será?
Não, ele não mudou. Continua sendo o Anjo que gostaria guardar no armário, mas, agora, Akiva está descobrindo seus poderes. Como um Stelian, herdou, sabe-lá como habilidades demais e sabedoria de menos e tem que administrar isso sozinho - vem pra cá que a titia ajuda :~)
O bom disso é que Akiva consegue usar sua magia para o bem e também fazer umas cagadas federais. E foi aqui que achei que a autora deu uma corrida de 100 metros desnecessária, quando tudo estava caminhando tão bem. Mas, ok, a saga tem que terminar, né non?
Nesse volume já voltamos a ver a faísca entre os amantes aparecer novamente. É um flerte sem toques, apenas com olhares e ao mesmo tempo intenso - muito louco. Quando eles finalmente se rendem, é linda a cena - mas mantém a linha do excêntrico, porque estamos falando de pessoas que somem, ora bolas.
E por fim, Zuzana. Ela foi defensora dos chocólatras mal interpretados, representante das sobrancelhas expressivas, domadora de leões, salvadora de seres místicos, real e a ligação com a humanidade - porque todo mundo sofre de mal humor de vez enquando. E o mais importante do que todas as suas aventuras para proteger a amiga, ela escreveu a própria história.
No terceiro, e último volume da série, algumas coisas são explicadas. Confesso que nas últimas páginas fiquei com mais perguntas do respostas, devido a introdução de novas coisas ao longo da trama, pra mim ficou confuso, corrido, mas não menos belo. Em um único momento temos uma guerra - foi inevitável, algumas baixas, uma pena. O resto é bem pacífico, há mais momentos de discussões e estratégias - habemus democracia? E temos o início de um romance que poderia ser lindo. E outro duvidoso, visto que foi bem corrido o final, mas com um gostinho de quero-mais. O final deixou muitas perguntas no ar. Talvez por beleza ou por não querer se prolongar no assunto, ficou bem subjetivo.
Apesar disso, temos confirmação da mensagem principal da saga: Esperança acima de tudo.
E foi lindo!