Água viva

Água viva Clarice Lispector




Resenhas - Água Viva


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Luciana Lís 27/02/2015

Trata de respeitarmos nossa memória e sobre saber reconhecer a si próprio diante do passado íntimo; trata de não esperar a conivência e tolerância da vida para conosco diante das dificuldades, trata de perguntas que fizemos quando crianças e até agora não nos deram respostas. Num fluxo de consciência constante, Clarice escreveu uma obra-prima constituída por uma viagem existencial e potencialmente um retrato dela mesma.
Por: @lucianalis

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Renata (@renatac.arruda) 03/08/2015

"Somos todos it"
Minha impressão é a de que a narradora deste livro escreve buscando a essência do ser (existir) e da própria vida. O título me parece de duplo sentido: ainda que remeta ao bicho, e bicho é algo que a narradora do livro diz invejar e afirma que gostaria de ter sido, a leitura me fez pensar em "água viva" como uma metáfora sobre esta essência do ser, que seria representada pela água, líquido sem forma, sem cheiro, sem gosto, sem cor.

O início demora um pouco a engatar e chega a dar a sensação de falta de objetivo, até que a própria narradora parece adivinhar o pensamento do leitor e admite: "não sei sobre o que estou escrevendo: sou obscura para mim mesma", de forma que ainda que seja lugar-comum dizer isso, neste livro Clarice remete mesmo a uma bruxa. Em um sentido mais literal, ela evoca a natureza, os rituais, o sangue, a dança, a fogueira no que parece uma tentativa de comunhão com Deus e, em outro, é capaz de enfeitiçar o leitor com sua habilidade de transformar sensações em palavras, sempre tentando traduzir o que chama de instante-já. E o que parece levar a narradora a suas digressões é a consciência profunda - e o medo - da morte. Ela chega a se revoltar com tal consciência, que chama de crueldade, e sugere a alegria como forma de se rebelar, como forma de suportar a vida -- coisa que me remeteu ao final de O Lobo da Estepe.

Há um tanto de influência da filosofia e da psicanálise neste livro que traz algumas das mais famosas frases de efeito de Clarice, que ganham sentidos mais complexos dentro de seus contextos. Um livro introspectivo e poético, que faz paralelos entra a escrita e a pintura e que transforma em arte a busca pelo sentido da existência.

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SILVIA 15/01/2016

Um poema em prosa
Mas no caso desse livro da Clarice Lispector, há esse lado subjetivo, da expressão de sentimentos, dores, a confusão de uma mente perturbada por um amor que acabou (ou que nunca existiu).

site: http://reflexoeseangustias.com
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@virginiagraciela 29/02/2020

Clarice do céu
"amiga não entendi nada, mas achei muito conceitual, parabéns"

Quando terminei de ler o livro esse meme me veio a cabeça. A escrita da Clarice é sempre muito poética, reflexiva, mas dessa vez a viagem foi muito mais louca. É um romance em fluxo de consciência, sobre essa pintora que escreve para seu amado , e divaga sobre a existência, sobre arte e sobre a vida.
Sempre achei a Clarice e a Virgínia wollf muito parecidas com a mesma carga psicológica e um certo conhecimento da psiquê humana. Neste livro me vi como se estivesse em mrs dallowey.
É um livro que eu precisarei reler mais pra frente. E tudo bem não entender tudo de uma obra, vejo muita gente achando que porque não entendeu tudo é incapaz de ler, que nada, todos nós nos deparamos com livros desafiadores, ao invés de desistir e achar que não somos capazes, vamos enfrenta lo, e se não entendermos tudo, ta tudo bem. A gente tentou.
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Raissa T. 16/03/2020

Um experimento
Tanto foi um experimento para a autora, quanto o é pra nós que estamos acostumados com textos que contenham uma espinha dorsal (claro enredo). Não é um texto fácil, mas é uma experiência letárgica, de quase acesso ao que ela nomeia de atrás do pensamento. Uma experiência de análise. Para mim em alguns momentos a protagonista assemelha-se à Frida Kahlo e o indizível de suas obras, não pelo fato de ambas serem pintoras, mas pelo ensejo de extirpar o q se é mais íntimo.
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Ilza 19/03/2020

Água Viva queima
Íntimo e discreto.
É como se Clarice estivesse de dissolvendo nas linhas. É possível sentir como se estivesse conversando com ela, ou como se fosse ela. É como vagar pela mente dela sem nenhum objetivo claro. Apenas explorando aquele território, convidativo. Não é uma biografia, mas é a própria Clarice. Magnífico!
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Lih 19/03/2020

Diferente. Bom. Reflexivo.
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Gabinas 26/03/2020

Clarice a gente não entende, sente
Meu segundo de Clarice, que pretendo ler sempre e mais... a autora parece tocar sutilmente dentro de nosso coração.
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Dani Carrara 02/04/2020

Instante
Leitura dinâmica, com fluidez e transparência. Parece aqueles papos filosóficos com os amigos numa mesa de bar as 4h da manhã. Sem tema, sem linearidade, o pensamento apenas flui.

"Vivo de uma camada subjacente de sentimentos: estou mal e mal viva".
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Camila 09/04/2020

Dificil resenhar uma obra tão complexa. Me perdi inúmeras vezes ao longo da leitura, não porque as palavras soavam incompreensíveis, mas porque me sentia SENDO compreendida, pelo livro e por mim mesma, e isso foi, por vezes, estarrecedor. Não se trata de uma leitura, e sim uma experiência, que assim como tudo o que foi deixado por Clarice, carece ser retomada e destrinchada.
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Murasakibara12 29/04/2020

Heroicamente livre
Não é um livro de história, é um Agamenon de sensações, identidade e mutações. Um redemoinho de instantes. Uma obra sobre o tempo e sobre o ser que quase não é (como a água viva).
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Kiki 02/05/2020

Complexo e simples...
No início tive dificuldade com a leitura, achei complexa e sem nexo...de repente toda complexidade foi se simplificando.
A leitura se tornou clara; alguns parágrafo esclarecedores e libertadores.
Ler livros da Clarice é assim, você se depara com frases que parecem sair da sua cabeça apesar de toda complexidade. Ler Clarice é sempre libertador e apaixonante.
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Marcelo 03/05/2020

Clarice captou o instante
Há alguns anos, quando li que Cazuza dizia haver lido Água Viva 111 vezes, achei a afirmação inacreditável e exagerada. E ainda acho, para ser sincero. Mas se era verdade, agora eu o entendo. Ler esta novela peculiar e literalmente sem enredo foi como me olhar no espelho, só que para além da carne e do osso. Eu terminei este livro, mas ele ainda não me terminou. Ele continua.
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Steph.Mostav 04/05/2020

Antilivro e antiliteratura
É difícil descrever esse livro, até porque ele é inclassificável. Antilivro, antiliteratura, antificção. Cem páginas sem início nem fim, só o meio - não digo só clímax porque os momentos de tensão são alternados com momentos de relaxamento. É uma espécie de poesia em prosa, mas também pintura escrita, música em palavras, voz transcrita. Lispector explora a existência nessa espécie de discurso gritado a respeito da vida e da morte (não é pra menos que o livro já se chamou Objeto gritante), mas também busca o impessoal, o nada, o "it". Quer usar da linguagem não para explicar ou simbolizar nada externo, mas sim a própria linguagem. Trata do momento-já, do instante da criação para falar desse mesmo processo enquanto escreve. Mais que uma leitura, Água Viva é uma experiência, ilimitada porque não se aceita restringir em um ou em muitos gêneros. Lispector conseguiu atingir a intenção da narradora: Água Viva não é alguma coisa - apenas É. "A intenção é a de reproduzir com a palavra aquilo que na pintura se consegue pela arte abstrata, a tentativa de captar uma realidade para além dos limites da forma."
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Lipe 20/05/2020

Clarice Lispector, nossa tão primorosa educadora existencial, escreve esse monólogo ficcional em forma de carta para falar sobre o "é da coisa", do "instante-já" como forma de necessidade de reconhecimento do presente, do momento, do real. É uma leitura que requer "o sentir da protagonista", que vai lançando às pinceladas os seus pensamentos, como uma artista faz com as cores.
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