Gigi 16/12/2020
Não é a obra prima de Boyne, mas vale muito a leitura
Para quem nao sabe, o livro é a obra de estreia de John Boyne, e apesar de eu ter algumas ressalvas (principalmente por já ter lido outros titulos dele) me senti feliz e satisfeita ao ter terminado o livro, gostei e me envolvi muito com a maioria dos personagens - que são muitos, tendo em vista 256 anos de história. (Assim como para Matthieu, Constance tem um espaço em meu coração hahaha).
Inicialmente, o livro te prende por completo, capitulos alternados sobre o passado e o presente (característico da escrita de Boyne) do personagem principal torna a história muito interessante e gostosa de ler. Inclusive, recomendo outro título do autor, Palácio de Inverno, onde esse mesmo recurso de escrita é utilizado e o livro é impecável. Voltando ao O Ladrão Do Tempo, alguns capítulos foram cansativos de ler, e o livro se tornou cheio de altos e baixos. Porém, mais altos do que baixos.
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Algo que me incomodou profundamente foi a quantidade de furos da história. Sabemos, por intuição ou por assitir a 'A incrivel história de Adeline' ou 'O curisoso caso de Benjamin Botton', que viver por muitos anos sem envelhecer fisicamente ou passar por um processo reverso de nascimento e morte envolve muita preocupação em manter tudo em sigilo, mudar de identidade, não permanecer por mais de uma década em um mesmo lugar e tantos outros...
Mas, em o Ladrão do Tempo, John Boyne simplesmente ignora essas premissas, e permite que seu personagem fique casado por vinte anos sem que niguém (inclusive sua esposa e amigos) ache estranho sua aparência imutável, que ele more por décadas em um mesmo local sem levantar suspeitas, ou até mesmo assuma cargos de altíssimo escalão com grandes contribuições na construção de monumentos históricos e obras arquitetônicas famosas, que seja um dos grandes nomes nos bastidores de cinema e televisão, e tantas outras profissões onde se destacou imensamente e nunca nenhum ser humano questionou uma vez se quer, sobre o nome de Matthieu Zéla estar em grandes eventos históricos por mais de dois séculos.
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De forma geral, o Ladrão do Tempo é um bom livro e nos faz flanar por grandes eventos históricos, desde o século 18 até a virada do milênio o qual nos encontramos, e vale muito a pena lê-lo. Terminei o livro com aquela sensação boa por ter gostado do desfecho e me ter me familiarizado tanto com os personagens.
Ps.: em O Palácio de Inverno é possível notar o quanto a escrita do autor amadureceu.