Adriana Scarpin
22/02/2022Sempre dava uma revirada nos meus olhinhos quando, entre 2015 e 2018, via algum meme sobre como os historiadores iam explicar no futuro o que aconteceu no Brasil naquele período, quem diria isso não tinha o mínimo de perspectiva histórica do mundo e nem do próprio Brasil, já aconteceram reiteradas vezes coisas mais complexas desde sempre, pega qualquer pedaço de história da Roma Antiga ou da Pérsia e verás.
A TAG desse mês enviou um livro que se constrói como ficção histórica através da história do Irã, metade do livro se passa no período em que viveu Omar Kayyam (Samarcanda é o nome da cidade em que nasceu) e em que nasceu a famosa ordem xiita dos assassinos. Fazendo uma elipse temporal gigantesca, ruma-se na segunda metade para a virada do século XIX para o XX, em que a história da Pérsia ainda está numa repetição infinita do espéculo da Idade Média, com golpe político atrás de golpe político.
Ficção histórica não é o tipo de livro que usualmente pego pra ler, mas gosto em geral deles, especialmente quando têm essa coisa tão viva adequada aos acontecimentos históricos, na segunda metade o protagonista estava tão bem enquadrado quanto o Indiana Jones em seus filmes, que, pra variar, também perdeu uma relíquia histórica para as forças das circunstâncias.
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