Azul é a Cor Mais Quente

Azul é a Cor Mais Quente Julie Maroh




Resenhas - Azul É A Cor Mais Quente


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Gramatura Alta 08/02/2024

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Clementine é uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. Em tempos de luta por direitos e de novas questões políticas, AZUL É A COR MAIS QUENTE surge para mostrar o lado poético e universal do amor, sem apontar regras ou gêneros.

A essência de AZUL É A COR MAIS QUENTE transcende a temática da homossexualidade e do preconceito, focando-se no amor em sua forma mais genuína. Os desafios apresentados são meros obstáculos a serem superados em busca desse sentimento sublime. Portanto, a narrativa não se destina exclusivamente a um público específico ou seus simpatizantes. Clementine e Emma representam a universalidade dos sentimentos e do amor que compartilham, ressoando com qualquer um que valorize as profundezas das conexões humanas.

Embora Julie Maroh teça a narrativa de Clem e Emma em meio a eventos e conflitos relacionados à liberdade de orientação sexual, ao preconceito contra homossexuais, e à discriminação por parte de colegas, amigos e familiares em relação à escolha de um parceiro ou parceira do mesmo sexo, o cerne de sua obra vai além. Através de seu texto e suas pinturas (sim, cada quadrinho é uma obra de arte, capaz de transmitir diversos significados a depender da sensibilidade do leitor), Maroh destaca a luta persistente de uma jovem de 15 anos para amadurecer, aceitar-se e abraçar um amor que, embora não compreendido em sua totalidade, a consome intensamente sempre que dela se afasta.

A jornada que Julie Maroh nos oferece é repleta de sofrimento entrecortado por momentos efêmeros de alegria. Inicia-se no presente, onde as ilustrações são vívidas e coloridas, embora a atmosfera já prenuncie os desafios futuros. Ao regressarmos ao passado, as cores se esvaem das páginas, restando apenas o branco, o preto, suas nuances e o azul. Este último, um símbolo constante de tudo que Clem ama: desde a blusa do primeiro namorado, que rapidamente perde seu significado ao perceber que aquele não era o tipo de amor que buscava, até o marcante cabelo azul de Emma. A predominância do azul persiste até que, progressivamente, sua importância se desvanece à medida que o drama se intensifica e o desfecho se avizinha. A partir desse momento, não se faz mais necessário ressaltar uma única cor. E assim, a cada quadro, o leitor é convidado a experimentar a complexa mistura de alegria e tristeza que a história transmite.

Por essa razão, AZUL É A COR MAIS QUENTE merece ser lido com uma atenção minuciosa. Deixe-se envolver pelos detalhes. Tome, por exemplo, o quadrinho que se estende por uma página inteira carregando apenas uma única frase, ressaltando o peso de seu significado. Ou aqueles quadrinhos desprovidos de balões de fala, que capturam os aspectos mais preconceituosos e dramáticos da narrativa, permitindo ao leitor “ouvir” as atrocidades implícitas nos desenhos. Atenha-se aos desenhos em que somente os olhos dos personagens se sobressaem, carregando lágrimas não derramadas, talvez refletindo as suas próprias emoções contidas. Ou às expressões de felicidade forçada, uma tentativa de mascarar a opressão sentida diante do julgamento alheio sobre a orientação sexual. Esses elementos, sutis e poderosos, convidam a uma reflexão profunda sobre as complexidades das experiências humanas compartilhadas na obra.

O único ponto de crítica na trama, como em qualquer história, reside na razão escolhida pela autora para gerar um conflito entre Emma e Clem quando ambas já estão na casa dos trinta anos. Este desentendimento parece deslocado, considerando a autenticidade e os inúmeros sacrifícios que as duas personagens enfrentaram para permanecerem juntas. De fato, o motivo do conflito poderia ser mais plausível se tivesse ocorrido na época em que Clem tinha 15 anos, um momento marcado pela incerteza em relação à sua orientação sexual, e não aos trinta, quando se esperaria que ela estivesse mais madura e confiante em suas escolhas. Contudo, este aspecto não chega a comprometer a riqueza e o impacto da narrativa como um todo, nem diminui a expectativa pelo que ainda está por ser revelado.

O amor retratado em AZUL É A COR MAIS QUENTE é aquele idealizado, reservado exclusivamente a um indivíduo e capaz de perdurar eternamente, mesmo diante de obstáculos como a infidelidade e as falhas de caráter. Contudo, na realidade, o amor não se restringe a uma única pessoa, nem é infindável. Como já me disseram, o mundo é vasto demais para acreditar que somente uma pessoa é capaz de despertar tal sentimento. Ou que este amor possa resistir a tudo, desconsiderando as falhas, as influências externas e as necessidades pessoais. O amor exige uma constante reavaliação para que possa se sustentar. E, mesmo com esse esforço, é possível descobrir esse mesmo ímpeto emocionante em mais de um indivíduo ao longo da vida.

Clem e Emma vivenciam um tipo de sentimento que todos anseiam que seja real: puro, apesar das imperfeições humanas, e exatamente como imaginamos o amor verdadeiro. Quanto à adaptação para o cinema, embora tenha seus méritos, sugiro manter o foco nos quadrinhos. A experiência que eles oferecem é incomparável e profundamente rica, de uma maneira que o filme, apesar de seus esforços, não consegue capturar nem de longe.

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lovilianas 08/02/2024

?
Já tinha ouvido muito sobre o filme, embora nunca tivesse assistido, então, decidi ler. Foi uma leitura rápida e ele é um livro curto. A história já começa triste. E o livro traz assuntos pesados. A gente acompanha a vida da personagem através do seu diário que foi deixado para a mulher que ela amou. E a gente acompanha seu sofrimento e como ela se sentiu perdida e sozinha desde o momento em que começou a sentir que talvez o que as pessoas falavam sobre o amor? normal? não se encaixava a ela. Confesso que teve umas pontas soltas e umas falas infundadas, também houve momentos nos quais eu tinha raiva de ler, mas infelizmente na maioria das histórias LGBTS, o enredo traz todo o preconceito que o público sofre, nesse livro não foi diferente.
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Stephani 07/02/2024

Azul.
Com certeza a leitura vale muito mais a pena que a desgraça do filme, trás sim muito mais drama e peso mas cabe na história. triste, forte e importante também.

uma história sobre o peso do preconceito com você mesmo e com os q convive com você. sobre se amar além de amar o outro.
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Argoso 24/01/2024

Polemico?? Hmmm talvez
Assim, eu gostei.
Mas é impossível não dizer que é problemático.
Por exemplo, a forma que quando a Clem está passando pela fase de negação, a Emma está constantemente falando pra ela se aceitar e tals.
Pra quando ela se aceita, ela fica constantemente falando que a Clem vai achar um cara que ela vai se apaixonar?
Desconsiderando tudo por que as duas passaram.
Achei muito sem noção.
Mas fora isso, mostra uma história triste e complicada de duas mulheres lá pelos anos 1990, e como era problemático e traumático simplesmente amar.
No final dei 4 estrelinhas.

????
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luana 19/01/2024

Meu anjo de azul, azul do céu, azul dos rios, fonte de vida.
Já tinha ouvido muito sobre o filme, embora nunca tivesse assistido, então, decidi ler. Foi uma leitura rápida e ele é um livro curto. A história já começa triste. E o livro traz assuntos pesados. A gente acompanha a vida da personagem através do seu diário que foi deixado para a mulher que ela amou. E a gente acompanha seu sofrimento e como ela se sentiu perdida e sozinha desde o momento em que começou a sentir que talvez o que as pessoas falavam sobre o amor ?normal? não se encaixava a ela. Confesso que teve umas pontas soltas e umas falas infundadas, também houve momentos nos quais eu tinha raiva de ler, mas infelizmente na maioria das histórias LGBTS, o enredo traz todo o preconceito que o público sofre, nesse livro não foi diferente. A protagonista passa a vida toda se culpando e se odiando por ser lésbica, tanto que até o último dia de vida ela não assume, só assume que ama. Tem muitos conflitos entre amigos, familiares e parceiros românticos. Há dependência emocional, homofobia, transtornos, hot, problemas familiares - e muito-, relacionamento tóxico e traição.

O plot é bem meia boca, não vou mentir, mas eu entendo o ponto de vista da autora e a mensagem que ela quis passar desde o início do livro, que uma pessoa que não se aceita está fadada a se martirizar e se perder a vida toda, tentando incessantemente mudar aquilo que não é mudado, consertar aquilo que não é quebrado, voltar ao ?normal? que lhe foi apresentado desde o início.

Que triste que os pais só puderam olhar para sua filha no momento em que já não fazia mais sentido.

Uma quote: ?o amor é abstrato demais, e indiscernível. ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. se nós não existíssemos, ele não existiria. e nós somos tão inconstantes? então, o amor não pode não o ser também. o amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima? nos reanima. o amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternas? para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir seu caminho.?
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Jaguadarte0 17/01/2024

"Deus não fez um amor tão lindo pra ser proibido"
O que dizer de Azul É A Cor Mais Quente? Esse livro/ hq certamente que não é um conforto para jovens que estão a se descobrir, ele é na verdade uma bela pedrada na cara.

O livro não busca consolar ninguém, mas sim expor a realidade e o qual doloroso é ser uma pessoa lgbt+, ainda mais nos anos 90. A negação, a dificuldade para se aceitar, se assumir, o medo do julgamento não só da sociedade, mas também dos amigos e da família são alguns dos temas abordados aqui. Além é claro das divergências, as formas individuais sobre como cada pessoa lida com o amor e com sua própria sexualidade, fora as dificuldades em que Emma e Clémentine enfrentam ao ser um casal homossexual.

Diria que a hq escancara até as mínimas dores do que é ser uma pessoa lgbt+ numa sociedade tão opressora e conservadora, mas ainda assim, ela não é somente isso. A narrativa, a forma como os personagens são escritos e até o traço que, diga-se de passagem, não é dos melhores, mas certamente essencial para que a história das duas personagens seja contada da forma mais realista possível, tudo isso isso acaba por se completar e tornar a obra o mais nua e crua possível. Vale ressaltar também o qual humanas são Emma e Clémentine, elas amam, elas odeiam, elas erram e se perdoam, elas foram feitas uma para a outra.
Infelizmente nem tudo são flores, achei o final bastante apressado pra se concluir, não necessariamente ruim, mas deixou um pouco a desejar. Também tem uns furos aqui e ali e algumas pequenas coisas que simplesmente te deixam "???".

Apesar de tudo, é uma boa hq. Acho que é uma experiência bastante única e interessante não só para pessoas lgbts desfrutarem, mas também heterossexuais. Deixo somente um alerta aqui: se você está com problemas pra lidar com sua própria sexualidade, recomendo que leia somente após se acertar mais, pois, querendo ou não, a leitura machuca e não é pouco.
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pietralouizee 17/01/2024

Azul? Azul fuzilante que te queima como esse, não existe.
Azul é a cor mais quente. Nunca concordei tanto com isso

Tudo se passa em algum lugar do mundo onde se fala francês, e isso me surpreendeu bastante e fez com que eu entendesse o porquê de falarem tanto da cor do cabelo de Emma. Duas surpresas em um único papel.

Clementine é uma jovem, adolescente, criança... 15 anos é a idade das descobertas para Clementine, e não é surpreendente que ela se sinta atraída por um rapaz consideravelmente bonito. Após alguns trocares de olhares e um esbarrão no corredor (que provavelmente foi de propósito), esse rapaz, Thomas o seu nome, e Clementine iniciam então uma não tão longa jornada juntos. Confesso que não me surpreende Clem, como é carinhosamente apelidada pelos amigos e familiares, ter se descoberto.

Em certo momento, em um relacionamento, iria sim ocorrer onde os dois dormiriam juntos. Não sei por que, mas na maioria das vezes quando uma lésbica se vê nesta situação, ela automaticamente encaixa todas as peças deste tão temido e complicado quebra-cabeça.

A forma como o desenrolar dessa história acontece, principalmente entre Emma, a dona dos olhos fuzilantes e do tão quente azul, e Clementine, é tão fluída quanto um rio perto da nascente. É de fato muito gostosa a leitura, já que não ocorrem momentos entediantes e sim revoltantes na história.

Em relação à história, me magoa sim o fato de Clementine mexer exatamente na ferida de Emma. Mas, mesmo assim, sinto que foi necessário para as duas. A história é de fato linda e verdadeiramente similar à realidade.

A cada livro sáfico que leio, vejo o quanto me pareço com as histórias.
Letioli 17/01/2024minha estante
Que resenha bonita, meu amor. E sim, eu concordo, a cada livro safico que a gente lê, mais a gente se identifica


joao.borck 17/01/2024minha estante
essa de longe foi a resenha mais linda que eu ja li nesse app


pietralouizee 17/01/2024minha estante
Obrigada ? ?




Linn 16/01/2024

Um azul apaixonante.
Esse livro me proporcionou tudo o que eu esperava. Chorei, sorri e me emocionei muito.

Quando um autor, escritor, desenhista consegue expressar através da sua obra/arte sentimentos tão profundos, ações tão reais e cenas tão marcantes, o livro se torna extraordinário. E foi isso que essa obra se tornou: perfeita.

Eu vivi junto com a prota todo o processo de descobrimento e aceitação; pude sentir a paixão e o amor até o último minuto. As duas tinham uma química gigantesca.

Amei ler e viver isso. Recomendo muito a leitura.
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Duda Moura 13/01/2024

"Só o amor pode salvar o mundo. Pq teria vergonha de amar?"
Este quadrinho não é um romance fofo e leve para ser usado como uma válvula de escape da vida real. Na verdade, ele mostra a realidade nua e crua de muitas pessoas da comunidade LGBTQIA+, tratando de temas extremamente delicados e reais. E eu o amei por isso.

O preconceito, a autodescoberta, o medo do julgamento dos mais próximos, a rejeição. Tudo isso por causa do amor. Amar (romanticamente) é um sentimento que a maioria quer sentir e que costuma ser muito respeitado, mas, quando o sentimento ocorre entre pessoas do mesmo sexo, logo a pessoa é marginalizada, xingada e desrespeitada. Contraditório.

Eu gostei desta obra porque ela mostra a realidade, ela mostra acontecimentos que costumam ser esquecidos. O amor é lindo, mas nem tudo é um mar de flores. Gostei demais do que este quadrinho nos mostra. Agora, eu sinto que entendo mais a luta diária que é ser da comunidade LGBTQIA+.

Para mim, o único ponto negativo foi o início do romance, que foi muito superficial, pois se resumia a atração física e sexual. Mas o final da obra fez tudo valer a pena. O amor que elas construíram no decorrer da obra fez tudo valer a pena. E me fez me apaixonar completamente por este quadrinho.

Para quem se interessa pelo assunto, eu super recomendo esta leitura. Mas já aviso: é preciso estar com a cabeça muito boa, porque é uma obra bem pesada...
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Daiasaa 03/01/2024

Muito melhor que o filme! É muito mais triste também.
Uma história dolorida e real.
Nos faz refletir sobre vários pontos da vida, sobre momentos que já passamos ou já presenciamos. E é uma tristeza saber que essa é a realidade de muitas pessoas!
É muito comovente, mas no final a mensagem que passou para mim, é que o amor supera as barreiras do preconceito e que no final é o que mais importa! ???
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Predo21 02/01/2024

Um drama real
Eu acho incrível como depois de tantos anos, essa HQ continua sendo minha história favorita da literatura, A relação de Emma é Clémentine é insuperável e me faz ter sentimentos fortes até hoje. Uma pena que nenhum diretor bom pegou pra adaptar isso até hoje.
Eva 13/01/2024minha estante
Tem um filme, se não me engano.


Predo21 14/01/2024minha estante
O filme é tenebroso e todo errado na história. Além de ter abuso nos bastidores


Eva 14/01/2024minha estante
Mdsss, chocada




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