A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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Vanessa Meiser 26/01/2014

balaiodelivros.blogspot.com.br
Temos aqui um livro bastante profundo e esclarecedor sobre algo que até então eu não tinha nenhum conhecimento: a síndrome do pânico.
Considero esta obra como uma 'aula' sobre o assunto já que o Breno (autor) teve o cuidado de pesquisar muito sobre o tema antes de escrever o livro e deixar o leitor completamente inteirado de como a síndrome pode aparecer e quais as conseqüências na vida de um panicoso.
Marina é a nossa protagonista.
Ela é uma garota normal, que tem uma família normal e que leva uma vida normal até o dia do seu primeiro ataque de pânico aparecer sem aviso prévio.
Seu primeiro ataque foi em casa, no quarto com sua mãe e seu namorado presentes e presenciando tudo sem saber o que estava acontecendo. Nem mesmo ela sabia o que estava acontecendo e só bem depois de vários ataques é que ela foi finalmente diagnosticada como portadora da síndrome do pânico.
A narrativa é em primeira pessoa, como se a própria Marina estivesse nos contando sua triste passagem. Ao que tudo indica, a doença surgiu na sua vida por conta da enorme pressão de sua mãe para que ela entrasse em alguma faculdade. Marina simplesmente vivia em cima dos livros estudando e estudando para alcançar o objetivo que sua mãe propôs. Além disto, um novo amor está surgindo na sua vida, porém ela sente que o rapaz não está tão interessado nela quanto ela nele e isto a tem angustiado bastante. Assim começam aos poucos a surgirem as sensações de medo.
Como Marina em algumas ocasiões de sua vida fez uso de drogas, suas amigas e conhecidos acreditavam que os ataques eram provenientes de super dosagens, mas em nenhuma destas ocasiões Marina estava drogada.
O primeiro a lhe abandonar foi o namorado que por achar que ela está louca, simplesmente some do mapa sem dar explicações e a deixa arrasada.
Depois de muitos questionamentos descobre - se o que Marina tem. Mas para isto, ela precisou passar por situações difíceis, como por exemplo, quando teve crise na faculdade (dentro da sala de aula, na igreja no meio de uma missa e no meio do trânsito. O medo passou a acompanhar e a impedir de voltar a freqüentar lugares movimentados e de grande público.
Foi muito difícil para ela e para a família compreender como uma garota tão saudável pode ser diagnosticada com uma doença psíquica, mas o fato é que foi isto mesmo e com muita persistência ela busca a cura e a superação e uma forma de recuperar a tranqüilidade perdida em algum ponto distante.
A história se passa no Paraguai. Nunca havia lido nada sobre este país. Além do tema principal do livro, Breno também nos fornece muitas informações sobre o país visinho, além de informações sobre religião (católica) que é a religião de Marina e sua mãe.
Aqui temos bem expostos os vários sintomas que ajudam a diagnosticar a síndrome, todo o sofrimento pelo qual a pessoa passa, além da vergonha e medo de estar em público quando uma das crises chega.
Definitivamente leitura é cultura. Muitas curiosidades foram sancionadas com este livro e muitos conhecimentos foram adquiridos. Agradeço imensamente à Editora Schoba pelo envio do exemplar e quero parabenizar pela excelente diagramação e proposta da trama. Muito obrigada pela oportunidade.
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Rafaella 22/01/2014

"Minha mente estava acelerada, meus pensamentos eram confusos. Eu havia perdido o controle sobre mim mesma, mas estava consciente de tudo. Era como estar sonhando e ter consciência do sonho, sem poder intervir. Se ao menos eu tivesse perdido a razão ou desmaiado, teria escapado desse conjunto de sensações horríveis." Página 38


A garota que tinha medo foi a leitura que despertou o melhor e o pior em mim que já haviam sido esquecidos, ao menos tentado ser esquecidos. Essa obra resumiu tudo o que senti nos últimos quatro anos da minha vida. Não, eu não tenho a mesma doença que a protagonista, mas tenho uma enfermidade semelhante.

No final de 2009 fui diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada e que, em casos extremos, dá vazão a ataques de pânico. O primeiro sintoma ansioso que tive foi justamente um ataque de pânico na sala do cursinho pré-vestibular com outros 300 alunos de testemunha, não lembro ao certo como saí da sala a não ser que pedi ajuda para uma menina que não conhecia e ela me levou até o diretor, que para minha sorte já estava acostumado com descontroles deste tipo. A única característica que difere o meu momento nada glorioso no cursinho e os ataques que Marina tinha foi a de que eu passei por tudo sem dar uma palavra, já os da nossa protagonista eram extremamente barulhentos com direito a gritos e violência.

Já fui aconselhada a não expor meus problemas em redes sociais, mas senti que não seria sincera com vocês leitores ao tratar este livro como uma pessoa leiga, já que conheço todas as sensações que Marina teve ao longo de sua vida. No Skoob acabei me deparando com a resenha de outra garota que se identificou com a protagonista e não é raro encontrar pessoas que sofrem com doenças psicossomáticas, mas mesmo assim a sociedade ainda é intolerante com pessoas que sofrem desse mal.


"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei de onde, virou-a de ponta-cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a ser o centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento." Página 120


Marina é uma jovem ativa que vive para estudar, dispensa sair com os amigos, passear em parques e shoppings para ficar enfurnada em seu quarto estudando para o vestibular. Seu sonho é se tornar uma jornalista e todas as suas forças estão voltadas para entrar na Universidade Católica. Sua mãe é a pessoa que mais a pressiona para entrar na faculdade e concentra todas as suas expectativas em Marina, fazendo com que a jovem se pressione mais do que o necessário para a admissão na UC.

Ao conhecer Julio pela internet a jovem que tinha dezoito anos na época começa a se relacionar com o rapaz que não sabia morar em seu condomínio. Quando é aprovada no vestibular e enfim poderia descansar, Marina acabou se envolvendo com drogas e seu namoro ficou mais sério. Alguns dias depois do início das aulas a jovem teve uma overdose e foi salva por alguns professores da UC, como punição ela e suas amigas precisaram ajudar na organização da biblioteca da universidade. Até então Marina ignorava os ataques de pânico, mas estes começaram a se tornarem frequentes. Pequi, sua melhor amiga, era uma das únicas pessoas que não a considerava louca e ajudou a jovem a entender seu problema que apesar de ser mental, atingia seu corpo das mais variadas formas.


" - Então sou como Jó nas patas de Satanás? A síndrome pode me atormentar até o infinito, pode me impedir de fazer as coisas de que gosto, pode me humilhar diante de meus amigos, mas não pode me matar?" Página 153


Breno Melo trata da Síndrome do Pânico como se fosse Marina, uma jovem de 18 anos que tinha tudo para ter uma vida tranquila, mas esta calmaria foi assolada por um vendaval e nada agora pode ser chamado de normal. O autor mostra ao leitor como uma doença que a princípio é inofensiva, já que não pode matar, mas que faz com que a pessoa sofra mais danos do que uma doença "normal". Não consigo entender como as pessoas ainda tratam doenças de fundo psicológico como loucura, afinal, o autor apresenta que as pessoas que tratam de distúrbios psicológicos com remédios de tarja vermelha, já algumas pessoas consideradas "normais" tomar calmantes e remédios para dormir de tarja preta. Cadê a lógica?

Não vou me aprofundar na doença em si, mas na obra que é tocante de muitas formas. Tenho certeza que no princípio uma pessoa que não teve qualquer contato com a doença vai estranhar e classificar a protagonista como fresca (sou tratada assim até hoje aqui em casa), mas ao longo da obra o autor mostrará o quanto esta doença assim como tantas outras de fundo emocional podem se tornar destrutivas e minar todas as áreas da vida do doente, fazendo com que assim como Marina percam anos na faculdade, seu trabalho e relacionamentos afetivos que até então consideravam estáveis. Recebi um e-mail da editora Schoba e logo me interessei pelo lançamento, como vocês leitores devem ter percebido sempre trago leituras alternativas sobre doenças e assuntos pouco debatidos por aí. Em outro ponto que me identifiquei com a protagonista, além de ter perdido amigos e um semestre na faculdade por conta da doença, foi o gosto pela leitura e não é raro vermos menção a Nicholas Sparks e Meg Cabot nesta obra e assim como eu, Marina alimenta um blog literário que aos poucos foi dando margem para outros assuntos como, por exemplo, sua doença. Para conhecer um pouco mais sobre a história de Marina, não deixe de ler A garota que tinha medo, publicado em 2013 pela Schoba e você verá que uma linda história pode sim ser apresentada em apenas 250 páginas.



"Não podendo viver para coisa alguma devido à síndrome, passei a viver apenas para vencê-la. E cada dia sem um piripaque já era uma vitória." Página 179

site: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Mari Siqueira 27/11/2013

Uma maneira inédita de descrever a Síndrome do Pânico.
Há algumas semanas, recebi um contato da Editora Schoba por email, me perguntando se eu gostaria de receber seu último lançamento, o livro A Garota que Tinha Medo, para resenha.

O mais incrível é que eu sofro de crises de ansiedade, assim como a protagonista do livro, e a proposta não poderia ter surgido em um momento melhor. Claro, aceitei e não me arrependi.

A leitura me foi muito esclarecedora, Breno Melo aborda o tema com maestria, nos explicando os dilemas da síndrome do pânico, seus desdobramentos e o preconceito enfrentado por nós, os chamados panicosos.

A protagonista dessa história é Marina (veja aí mais uma coincidência, até o nome parece com o meu), uma jovem que vive sob muita pressão da mãe para entrar numa boa faculdade. O pouco tempo livre e as enormes responsabilidades sobrecarregam a menina que simplesmente surta. Ela começa a ter crises, a gritar, a tremer, suar e sentir que vai morrer. E é assim mesmo que acontece, uma sensação indescritível de medo, um medo que provoca sintomas reais.

O namorado, os amigos, os pais, ninguém consegue compreendê-la. Talvez por falta de informação, afinal, quem nunca passou por isso ou não conhece alguém que passou por isso, não sabe como é. Eu enfrento diariamente preconceito por conta disso, as pessoas dizem que entendem, mas vivem me perguntando quando minha frescura vai acabar. E os que não dizem isso, pensam.

É complicado entender como uma doença que parece imaginária, afinal você não tem nenhum problema de saúde, pode causar um estrago tão grande na vida de uma pessoa. E eu te digo que pode. Mas essa postagem não é sobre mim, e sim sobre o que o livro me trouxe de bom. Me trouxe tranquilidade, esperança e coragem para enfrentar esse medo irracional que me faz querer fugir de alguns lugares e situações.

Marina tem um namorado, um imbecil de um namorado, na verdade. Ele não a compreende e a abandona no meio de uma crise, isso é a pior coisa a se fazer. Não adianta e só mostra que estamos sozinhos nessa luta. No livro, o namorado dela a acha uma louca. E ela até começa a acreditar nisso. Daí vem a necessidade de alguém positivo ao seu lado, de negativo já basta você.

Depois de muito sofrimento, a menina finalmente é diagnosticada com síndrome do pânico. Após sofrer crises no trânsito, na igreja, na faculdade, no shopping, ela passa a evitar tais lugares. A ansiedade e o medo de passar mal novamente a impedem de frequentar os lugares que ela sempre frequentou. Eu disse que o medo era irracional. Mas vá tentar dizer isso para o nosso cérebro no momento de pânico, é impossível. Especialmente saber que você não vai morrer e mesmo assim ainda ter medo.

Entre personagens muito bem desenvolvidos, se destaca Péqui. A melhor amiga de Marina, e também a pessoa mais fofa desse mundo. Ela talvez, tenha sido uma das únicas pessoas que apoiou a amiga desde o começo. Isso é que é amizade! Preciso de uma Péqui na minha vida *-*'

A Garota que Tinha Medo foi uma leitura incrível e eu fico muito feliz de ter sido uma das pessoas escolhidas para resenhá-lo. O único ponto negativo na minha opinião, foi o posicionamento religioso em excesso. Me incomodaram alguns trechos em que o autor fala demasiadamente da Igreja Católica, até mesmo historicamente. Parecia desconexo do texto, desnecessário mesmo. Não sou de nenhuma religião citada no livro e por isso não me senti ofendida, mas acho que como sugestão eu diria para o autor deixar fora do livro suas opiniões pessoais sobre o tema.

Agradeço muito à Editora Schoba pela cortesia e em especial à Luciana do marketing, que foi uma fofa e me atendeu super bem, me dando atenção e inclusive, depois do envio, desejando que o livro me ajudasse com minha própria síndrome. Espero que esse livro possa ajudar outros como eu, que se sentem incompreendidos e às vezes sem esperança. Acredite, você pode se curar!

"Eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto." (p.8)


site: http://loveloversblog.blogspot.com
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