Estação Carandiru

Estação Carandiru Drauzio Varella




Resenhas - Estação Carandiru


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Martony.Demes 30/01/2023

Um raio X de uma das mais complexas penitenciarias do Brasil
Eu descobri que havia um livro há tempo atrás. E tinha salvo em minha lista para leitura. Valeu muito a pena!

O livro apresenta muitas e complexas histórias de pessoas que comentarem quase todos os crimes das ações do espectro criminal. De todo tipo! E o livro mostra como é o comportamento, a organização e a imbricada relação entre os detentos.

Concluo que não foi uma jornada muito fácil conviver nesse ambiente. Mas valeu a pena, pois foi possível, aqui de fora, revelar como é o mundo lá! O filme é ótimo também! Porém, o livro se sobrepõe, pois tem mais detalhes e mais histórias.
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lívian 29/01/2023

Excedeu as expectativas!
Muita gente depois de tomar conhecimento sobre o massacre no Carandiru, procura por obras que contem sobre essa história, como foi meu caso. Esse não é o livro direcionado a essas pessoas pois só menciona o massacre nos 3 últimos capítulos, mas mesmo tão curta foi a descrição mais crua e chocante que já li sobre o caso (o testemunho dos presos que estavam presentes e vivenciaram o dia deixa tudo ainda mais forte). O resto do livro, no entanto, me rendeu uma das melhores experiências de leitura da vida.

Desde que comecei a faculdade me interesso muito pelo sistema carcerário, mas não queria me aprofundar sob a visão de um advogado, de um policial ou de outro profissional qualquer. O que me interessava era ouvir sobre vindo diretamente da perspectiva de quem vive essa realidade, então o livro foi perfeito pra mim. O Dr. Drauzio, durante toda a obra, traz diversas narrativas contadas pelos próprios presos: como foram parar na casa de detenção; como funcionava a divisão das funções; o dia a dia e a convivência entre eles.

Mesmo sabendo que grande parte da sociedade despreza essa parcela da população, acho importante que todo brasileiro leia se tiver a oportunidade. Mesmo sem, em nenhum momento, tentar justificar crime algum ou apelar para o leitor sentir pena, me emocionei com vários relatos e percebi que, muitas vezes, o ser humano acaba sendo vítima da sua própria crueldade.
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Maria.Thereza 29/01/2023

Que livro
O livro eh impecável! Dr drauzio consegue colocar em palavras oq eh a realidade do cárcere no Brasil. Leitura que da um soco no estômago
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miguelsuzarte_ 27/01/2023

é preciso clarificar o que é esquecido
texto relatado e muito imagético. a maneira como as dependências da prisão são descritas é clara ao ponto de rascunhar sua planta na mente do leitor. lança uma visão necessária à contemporaneidade de um passado recente e abruptamente esquecido.
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Julia 27/01/2023

Esse livro é intenso de um jeito que nos leva a uma experiência única, um pedacinho do que Drauzio viveu nesses 10 primeiros anos trabalhando em penitenciárias. As histórias contadas são ao mesmo tempo hilárias, tristes, trágicas e caóticas. O livro é contado de forma intercalada com os relatos de parte da vida de alguns detentos, onde acabamos por ficar surpresos com algumas reviravoltas.

Li que algumas pessoas acharam que Drauzio romantizou a história dos detentos e do crime, eu discordo. Drauzio não romantizou nada, ele simplesmente relatou as histórias dessas pessoas do jeito que elas são. O caso é que você não pode ler nada e tomar como verdade e como exemplo para o que deve ou não ser feito da sua vida. Como ele mesmo disse, não cabe a ele julgar os pacientes, a sociedade já possui os juízes capacitados para isso.

Cabe a nós, enquanto sociedade, ler e refletir sobre as histórias vivenciadas antes e durante a prisão dessas pessoas e procurar meios de ajudá-los direta ou indiretamente, de cobrar autoridades para que os vejam como pessoas dignas de moradia adequada, educação de qualidade, relações afetivas. Drauzio fala que muitos pacientes iam até a enfermaria somente para ser avaliados, para sentir um pouco de afeto.

Um livro muito bom, é preciso ter estômago pra ler alguns capítulos, mas até isso incrementa muito nos casos, nos ajuda a ver que tudo, absolutamente tudo dentro da cadeia é precário. Um mundo totalmente diferente do nosso.
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Lênin 26/01/2023

"Como médico, não me cabia julgar os crimes dos pacientes, a sociedade tinha juízes preparados para essa função."

Resultado de 10 anos de atendimento voluntário na maior penintenciária do Brasil, Estação Carandiru surpreende em seu comedimento. Muitos autores cairiam na armadilha de tentar traduzir os sentimentos dos presos ou funcionários da casa de detenção, mas aqui sobressai a humildade do escritor e médico Drauzio Varella, que intercala uma narrativa descritiva e um retalho de histórias contadas por parte dos próprios detentos, que dão vida e diversidade ao presídio. Responsável inicialmente pelo tratamento e conscientizacao da AIDS e sentindo-se entranhado por aquele mundo, o médico que hoje soma mais de 30 anos de trabalho em penintenciárias nos conta como foi o processo de atender as demais ocorrencias do presídio e ajudar aqueles que não tiveram por suas vitimas a mesma empatia. A cadeia, antro da marginalidade, impressiona em seu sistema de regras rígido, auto imposto pela malandragem que cobra caro as infrações. Sobram história tragicas, muitas delas acompanhadas de perto pelo médico, que se adaptou ao ambiente e conquistou o respeito da comunidade carcerária. O resultado final é uma obra memoravel, que nao denuncia ou emite juizos de valor, onde os fatos falam por si e as conclusoes ficam por parte do leitor, numa mescla rara de humanidade e profissionalismo.
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Tali 25/01/2023

Estação Carandiru
No dia 2 de outubro de 1992, morreram 111 homens no pavilhão Nove, segundo a versão oficial. Os presos afirmam que foram mais de duzentos e cinquenta, contados os que saíram feridos e nunca retornaram. Nos números oficiais não há referência a feridos. Não houve mortes entre os policiais militares.
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Júh ^^ 24/01/2023

Como se mede a humanidade?
Optei por ouvir o audiobook desse livro e pra minha grata surpresa é o próprio Dr. Drauzio que faz a narração. Como ele é o autor é muito legal acompanhar a linha de raciocínio que ele adotou pra relatar cada uma das histórias. Achei incrível como independente de julgamentos o Dr. Drauzio atendeu essas pessoas da forma mais humana possível e as tratava como gente, coisa q a sociedade já tinha deixado de fazer há muito tempo. Gostei muito da forma respeitosa que ele manteve os pronomes das pessoas independente do sexo biológico.
São muitas as histórias marcantes, se o objetivo a princípio era somente a conscientização sobre a AIDS e outras doenças que assolavam a cadeia, o Dr. Drauzio coletou de forma oral relatos que que vão ficar eternizados em seu livro, deu voz para quem estava invisível.
Tudo nesse livro surpreende, a forma como a cadeia vira uma cidade com vida própria e as separações do blocos e o pq cada um fica onde fica, retrata pq não um micro cosmos que espelha nossa própria sociedade "livre".
Os dois últimos capítulos são os mais difíceis, o extermínio visto pelos olhos dos exterminados o rescaldo como é chamado o último capítulo traz a tona a velha questão "quem vigia os vigilantes?".
Julia 27/01/2023minha estante
Por onde você ouviu o audiobook?




Lívia 22/01/2023

Necessário
Que leitura sensacional! Me faltam palavras pra descrever a humanidade e o coração de Drauzio Varella!
Livro que narra a história de vários presidiários dentro e fora da prisão, conflitos, casos clínicos e a cruel realidade do sistema carcerário brasileiro.O intuito do livro não é fazer o leitor sentir pena, mas é impossível não se sensibilizar diante dessa cruel realidade e da repressão sofrida por esses seres humanos.
Não fazia ideia de como realmente funciona a cozinha, faxina e hierarquia dentro de uma prisão como Carandiru, e Drauzio faz questão de trazer essa temática que envolve não só um mecanismo de controle, como uma falha governamental na falta de funcionários.
Pra mim, é mais do que claro que ladrões, laranjas e usuários de drogas são também vítimas do capitalismo e da corrupção que este causa no subconsciente humano como forma de sobrevivência.
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Marina 19/01/2023

Há anos queria ler e posterguei, com receio de ser um livro muito pesado por causa da temática. De fato é. Porém, não há muito aprofundamento nas histórias pessoais dos presos ou muitos detalhes, o que o torna mais "superficial" nesse sentido (não me envolvi com as pessoas). Achei a escrita um pouco truncada, às vezes fica cansativo. Mas vale a leitura para entender o funcionamento desse sistema carcerário.
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Lu 17/01/2023

Estação Carandiru
Pra mim, esse livro é uma ótima forma de conhecer o que foi o Carandiru em dias normais, quem eram as pessoas que estão ali e como as coisas funcionavam. É uma leitura super fácil, com histórias que te prendem muito por serem de certa forma curiosas, interessantes e muitas vezes cômicas.

Não é um livro sobre a opinião do Drauzio em relação à prisão e muito menos sobre os presos e o sistema carcerário, mas diversos relatos e histórias de como ele conseguiu estabelecer uma boa relação com as pessoas ali dentro e o seu objetivo como médico.

Recomendo esse livro para todos os brasileiros, é um conhecimento imprescindível, além de um olhar dos presos sobre o maior massacre que já ocorreu em uma cadeia.
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Maria13835 16/01/2023

"Ô, doutor, com todo respeito..."
O que você faria se o seu local de trabalho violasse todos os princípios da sua profissão? Esse foi o questionamento que me cruzou durante todo o livro.

Em primeiro lugar, o fato de um médico escrever sobre a rotina em uma penitenciária, por si só, já é um gesto revolucionário. No mínimo, polêmico. E Drauzio Varella foi brilhante em descrever esse paradoxo que chega a ser cômico no decorrer do livro.

Enquanto médico, há o princípio fundamental do respeito e cuidado pela vida, independentemente de quem seja. Sem julgamentos, sem reforçar estigmas sociais. Contudo, a rotina em uma penitenciária é marcada pela negligência, esquecimento e desprezo pelos detentos, tanto por parte do Estado quanto da sociedade. Direitos humanos é um conceito distante e abstrato. Não há a valorização da vida porque não há o entendimento de que o que está por trás daquelas celas são seres humanos. Como um médico pode exercer a sua profissão em um ambiente tão hostil ao que foi ensinado?

Drauzio chega no presídio com a intenção de conter a epidemia de HIV entre os detentos e termina por conceder assistência para todo tipo de ocorrência, desde tuberculose a uma inflamação crônica nos glúteos de uma travesti. Muitas vezes teve de tratar de patologias que não pertenciam à sua área de especialização ? motivo pelo qual teve que estudar mais e saber um pouco de tudo ?, e de contar com o auxílio de detentos como enfermeiros.

A penitenciária é uma célula social à parte, com um estrutura muito bem definida. Há um código de leis e honra rígido, que é inviolável e punível com a morte: não causar desordem em dia de visita para não assustar as mulheres, não olhar para a mulher do companheiro (nunca, jamais!), não romper com a palavra dada, não jurar de morte alguém e não cumprir, não alimentar dívidas, não entregar ninguém pois "malandro de respeito é aquele que ouve muito e fala pouco". Mas o mais interessante: não faltar o respeito com o médico. Não pelo prestígio da profissão em si, mas pelo médico fazer algo pelo bem da coletivo. Um ato impensado que afeta a vida dos detentos como um todo, é uma falta grave.

Ao sabermos o que leva cada um dos citados no livro chegarem à penitenciária, por vezes ficamos revoltados. Há um pouco de tudo. Mas o Drauzio também teve o cuidado de construir as personalidades para além do crime que cometeram. A maioria cresceu no seio da violência e negligência, é negra periférica e teve diversas passagens pela casa de detenção de menores. Um deles viveu na rua sozinho, sem família, desde os seis anos de idade. Julgar alguém apenas pela sentença é ser leviano, simplista e ignorar a complexidade das pessoas terem se tornado o que são.

Mas o mais interessante é a ênfase que o Drazio deu ao fato de que não cabe a ele julgar e sentenciar os detentos. Isso já foi feito no tribunal por pessoas mais competentes que ele. A ele, enquanto médico, cabe cumprir com o que foi ensinado a fazer, cuidar das pessoas com dignidade, mesmo que seja um ato de contínua resistência.
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Barbara 15/01/2023

Necessário
Cheguei nesse livro totalmente por acaso, mas ele se mostrou uma leitura muito necessária desde as primeiras páginas.
Estação Carandiru me fez sentir tudo, mas principalmente raiva. Ele nos carrega página por página por tantas histórias e tantos indivíduos, que o desfecho acaba se tornando ainda mais cruel e hediondo.
Sem dúvidas é um livro forte, e é escrito de uma forma que deixa extremamente a mostra a época em que foi produzido. Porém, acredito que o livro é simplesmente necessário, e definitivamente não terminei a leitura da mesma forma que iniciei.
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GotikaOMG 13/01/2023

Denso na medida certa.
O final dessa leitura poderia ser comparado a uma pessoa que quer respirar, porém carregar um peso enorme no peito... tornando-se impossível não sentir uma dor e uma angústia a cada repetição do processo.
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Ayla 13/01/2023

A falha do punitivismo penal.
Simplesmente uma leitura necessária para deixarmos de lado as ideias punitivistas que somos ensinados a ter. Que o Estado não cumpre o seu papel com a reintegração dos presos, isso não é surpresa, mas ver a descrição próxima dos fatos que o Dr. Drauzio trouxe, que exerceu a medicina na sua forma mais humana, nos faz ter humanidade também. Não é sobre ?ter pena e passar a mão na cabeça dos presos?, mas sobre defender o correto, os direitos que deveriam ser amplamente garantidos não só para o bem individual mas coletivo. Cumprindo o papel de reintegração social, estaríamos melhorando a sociedade para evitar a ocorrência de mais crimes. Somos o terceiro país com a maior população carcerária, se isso fosse realmente ajudar na diminuição dos crimes, nossos índices de reincidência eram baixos, mas pelo contrário.
No início, achei que não fosse gostar de ler uma narrativa jornalística mas devorei o livro, claro, com as devidas pausas necessárias para digerir algumas histórias e prosseguir.
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