SG1 11/05/2014Uma história sem história...Este é o primeiro livro que leio de Bukowski. Não desistirei, mas se o próximo que eu ler tiver o mesmo estilo que este, será difícil (pra não dizer impossível) de eu ler o terceiro.
Não há dúvidas de que a irreverência de Bukowski não tem limites e que as risadas são imperiosas com a leitura deste livro. Contudo, o que mais me incomodou foi a falta de história. Ok, ok, muitos podem me dizer que há história, afinal de contas Nick Belane é, na sua própria concepção, o melhor detetive de L.A., mas seus casos são sem pé nem cabeça e isso me irritou um pouco.
Não tive nada contra Nick Belane, pelo contrário, fiquei curiosa pelo fato dele achar as mulheres tão gostosas e, ao mesmo tempo, recusar-se a transar com elas. Acho que três casamentos arruinados acabaram com o tesão dele.
Bom, não achei o livro propriamente ruim, até mesmo porque dei três estrelas para ele, porém não o leria de novo, nem pelas boas rizadas.
É um livro que não possui uma história que te prende. Na verdade, ao meu ver, o que prende é a curiosidade da próxima besteira que será dita. Nick Belane filosofava umas coisas bens verdadeiras de vez em quando, tipo essa, que eu gostei:
"Esperamos e esperamos. Todos nós. Não saberia o analista que a espera é uma das coisas que faziam as pessoas ficarem loucas? Esperavam para viver, esperavam para morrer. Esperavam para comprar papel higiênico. Esperavam na fila para pegar dinheiro. E se não tinham dinheiro, precisavam esperar em filas mais longas. A gente tinha de esperar para dormir, e esperar para acordar. Tinha de esperar para se casar, e para se divorciar. Esperar pela chuva e esperar pelo sol. Esperar para comer e esperar para comer de novo. A gente tinha de esperar na sala de espera do analista com um monte de doidos, e começava a pensar se não estava ficando doido também" (p. 90).
Mas, mesmo com esses pensamentos diferenciados, não consegui entender qual era a do Nick Belane. Talvez, e muito provavelmente, essa era a intenção: ele não tem nada de mais e é o melhor detetive de L.A., na sua concepção, é claro. Na verdade, o que posso dizer, é que senti pena dele muitas vezes, por causa de sua solidão.
Bom, vamos ver o que Bukowski me diz da próxima vez.