Leitora Viciada 02/03/2014Adorei o livro e a resenha ficou longa, pois minha intenção é apresentar um pouco o mundo criado pela autora (sem spoilers) e mostrar tanto o lado da ficção científica quanto o lado sobrenatural e mágico do livro. Classifico-o como fantasia urbana futurística.
A autora atingiu o equilíbrio ideal do fantástico e do tecnológico através de uma escrita madura. Não necessariamente é um livro sério ou para adultos, não. Mas é necessária certa maturidade para ler, compreender e se fixar na mitologia de A Era de X.
Genética. Magia. Política. Sexo. Intrigas. Ação. Mistério. E muitos detalhes que não podem passar despercebidos pelo leitor. Espero que eu possa mostrar como é a ambientação e a temática do livro. Mergulhei nesse mundo bem-estruturado e espero que gostem da minha indicação.
A narrativa é em terceira pessoa e os trinta e sete capítulos são de média extensão. Possuem títulos e nesse caso eu preferia que não tivessem, pois queria mistério total antes de começar um novo capítulo.
Os pontos de vista são modificados o tempo inteiro, dando dinamismo à narrativa, sempre dividindo o foco entre os protagonistas Mae e Justin. Acompanhamos os pensamentos, opiniões e sentimentos de cada um. Ás vezes um capítulo termina e outro começa com uma (super) rápida retrospectiva de um último acontecimento, sob uma nova visão.
As cenas de ação são cheias de energia; as de sexo são vigorosas; e as sobrenaturais ricas.
É um livro complexo e criativo. Começa lento e estranho, porque o leitor precisa se ambientar, conhecer como tudo funciona, da política à vida social. Como é esse futuro exótico? Pensei que seria uma leitura maçante e entediante, à princípio. Logo me prendi a história e ao mundo. A escrita da autora me envolveu e cada cena era processada em minha mente como um filme.
Não sei se todo tipo de leitor curte histórias que necessitam de um tanto de esforço mental inicial.
A capa de Tabuleiro dos Deuses, primeiro livro da série da Richelle Mead A Era de X traz um rosto calmo, frio e sensual que transmite uma impressão extravagante. É a protagonista Mae, linda castal pretoriana que sempre controla suas emoções, mesmo possuindo um chip no organismo que a transforma em uma máquina mortífera. O fundo negro representa o lado sombrio que assola a personagem, um contraste com seu rosto pálido. Tudo isso em uma imagem de capa, então aviso ao leitor: O livro é de ficção científica misturado a itens sobrenaturais, adulto e um pouco complexo.
Essa complexidade se estende ao título, pois todo o livro cria e monta um tabuleiro de jogos, como o de xadrez, mas são os deuses e forças mágicas que influenciam e tentam mover suas peças: seres humanos. É necessário ler tudo para ter uma compreensão total do sentido do nome escolhido pela autora em sua terceira série adulta. Eu nunca havia lido algo da Richelle e, pelo menos sobre A Era do X, posso afirmar que gostei muito e me interessei pela continuação.
O meu exemplar é um livro de prova, portanto não posso opinar sobre a qualidade gráfica e editorial da Paralela, mas gostei do material que vi, mesmo não sendo o resultado final. Espero poder reler o livro finalizado antes de prosseguir para o próximo volume.
Juntamente ao livro impresso recebi um glossário preparado pela editora sobre nomenclaturas e definições de várias coisas importantes para este mundo futurístico. Não costumo acompanhar esses anexos nos livros, prefiro sempre ir descobrindo naturalmente o que cada nomenclatura significa. Porém sempre me sinto aliviada quando o livro possui extras, para caso eu me perca ou me confunda.
No caso de Tabuleiro dos Deuses, precisei do material extra no começo. Porque o mundo e o enredo são intrincados. Por exemplo, a Era de X representa uma nova época que está para chegar, uma era desconhecida que politicamente alguns cidadãos aguardam. É o ponto de partida da série.
Já passamos pela Era do Declínio, ocorrida após o Mefistófeles, um vírus que se espalhou pelo mundo no século XXI e matou metade da população mundial. Quanto mais um indivíduo é miscigenado geneticamente, maior sua resistência ao vírus. Há também a sequela deixada pelo vírus, a Doença de Caim, um conjunto de debilitações genéticas hereditário.
Passamos também pela Era da Renovação, quando a vacina contra esse vírus foi descoberta e a sociedade foi se reconstruindo e se recriando através de novas regras, castas e ordem.
Não apenas social e política, mas também religiosa. Os cidadãos dessa nova nação, formada pelo Canadá e boa parte dos Estados Unidos da América são chamados de gemanos.
(Gostei que a autora não perde tempo explicando isso, ela vai mostrando o cotidiano das personagens e o leitor vai "aprendendo" um pouco mais.)
Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.
site:
http://www.leitoraviciada.com/2014/03/a-era-de-x-volume-1-tabuleiro-dos.html