Lê Golz 10/12/2014Resenha - Dia de folgaEsse é o primeiro contato que tenho com a narrativa do autor, que já é bem elogiado por outras obras como O menino do Pijama Listrado, Fique onde está e então corra, e O garoto do convés, entre outros. Sempre quis ler essas obras do autor, mas me deparei com este conto e resolvi conhecer logo a escrita dele.
Primeira Guerra Mundial, e Véspera de Natal, alguns soldados recebem um dia de folga. Acostumados com toda a agitação da guerra, eles só querem aproveitar o dia da melhor maneira possível.
Hawke, é um dos soldados, e reflete sobre sua atual condição ao receber uma meia nova de presente de sua mãe. Ao trocar por sua meia velha, que continha sujeira e sangue, e notar os vestígios da guerra em sua pele cheia de feridas abertas e bolhas, ele imagina como estaria sua família naquele momento.
"Ele estava impaciente agora. Esse era o problema dos dias de folga. Eles eram tão raros, e você esperava tanto por eles, mas quando eles chegavam, seu corpo estava tão acostumado a se mover constantemente, que era quase impossível relaxar."
Ele recorda de como eram seus natais, as comidas, a decoração feita pela mãe. Imagina, se estaria sua família pensando nele, diante dos preparativos natalinos. Será que ele e seus companheiros, veriam de novo todos seus familiares? De repente se vê cansado demais de tudo aquilo, de toda aquela guerra.
Se tratando de um conto, qualquer coisa dita a mais é spoiler, mas é uma leitura que vale a pena ler, ainda mais nessa época. Gostei muito, pois não foi aquele final surpresa, em que você esperava muito mais da história. O desfecho foi bem construído e faz o leitor refletir sobre muitas coisas, inclusive a dar valor aos pequenos momentos da vida.
De fato é uma narrativa melancólica, onde existe uma guerra tão assustadora, e um raro dia de folga para os soldados. É Véspera de Natal, mas o campo de batalha está ali, a espreita. Vale a pena a leitura!
"Sons a distancia, através dos campos, além das escadas e dos arames farpado, o gramado revolvido, a lama ensanguentada. Botas dançando nos estrados de madeira. O tiroteio começando, as armas disparando. O barulho dos homens quando caíam em suas linhas. Era Véspera de Natal e não havia folga para os ímpios."
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