Paraíso Perdido

Paraíso Perdido John Milton
John Milton




Resenhas - Paraíso Perdido


98 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Ogaiht 26/09/2021

A Queda do Homem
Poema épico publicado em 1667 por John Milton, Paraíso Perdido é uma das maiores obras da literatura inglesa. Nos moldes dos poemas épicos clássicos como A Odisseia, A Ilíada e A Eneida, o livro é dividido em cantos, 12 no total. Cada canto é antecedido por um preâmbulo que resume o que acontecerá ali. Ao longo desses 12 cantos, Milton narra a rebelião de Lúcifer nos céus e sua queda até o inferno, levando hordas de anjos caídos com ele. E lá, decide governar e profere uma das mais ilustres frases do livro: ?É melhor reinar no Inferno que servir no Céu?. E, ao descobrir sobre a criação do Homem, decidi ir ao Éden e descobre Adão e Eva. Esta, como já sabemos por causa da Bíblia, acaba sendo enganada por ele (em forma de serpente) e comendo o fruto da árvore da ciência, o que acarreta na expulsão deles do paraíso. Não é uma leitura fácil, recomendo ler um canto por dia, com a máxima atenção, sem interrupção e num lugar bem silencioso. A versão que li foi a da Martin Claret, que a exemplo do que fez com A Eneida, a editora usou uma tradução do século XIX! Por sorte, esta tradução não ficou tão difícil e rebuscada como a tradução de A Eneida. Como Milton usou versos brancos (sem rimas), talvez isso tenha facilitado um pouco a leitura. Mas ainda sim, é uma leitura que exige não apenas muito conhecimento da língua portuguesa, mas também de cultura em geral, pois há referências a diversas divindades, cidades da antiguidade e acontecimentos e personagens históricos. Em suma, qualquer um que se interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre literatura universal deveria ler esta obra e se aventurar em seus belos versos.
Rauny.Campos 28/09/2021minha estante
Achei super difícil de ler. Acabei demorando um pouco. Mas valeu demais


Ogaiht 28/09/2021minha estante
Sim, realmente a leitura não é fácil. Mas um vez que vc foca entra no livro, é bem recompensadora a leitura. Bora ler a sequência? ?




Roberto Soares 17/09/2021

Ao lado de Homero, Virgílio, Dante e Shakespeare, John Milton surge com seu "Paraíso Perdido" como uma das maiores obras do topo do cânone literário ocidental, tida por muitos como a maior de língua inglesa.
São 10.565 versos de um poema épico de beleza incomparável, que narrará o Pecado Original: a queda de Lúcifer e sua subsequente vingança ardilosa, ao se esgueirar pelo recém-criado Éden com o intuito de arruinar a humanidade, levando-a à desobediência através da prova do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, única proibição em um paraíso de prazeres.
O "Paraíso Perdido" pode ser pensado como uma exposição de ascensões e quedas: de Lúcifer e seus companheiros, de suas altas posições no Céu etéreo para as profundezas abaixo do Caos, onde a própria escuridão é palpável; a abundância de Adão e Eva no Éden paradisíaco, e sua queda que arrastou consigo toda a Humanidade para a terra onde mana a dor, o suor e a morte.
Os personagens de Milton podem ser às vezes difíceis de apreender, pois embora emulem, não são seres humanos: são anjos, deuses, espíritos, forças elevadas; mesmo Adão e Eva são demasiadamente idealizados para experimentarmos alguma identificação, pelo menos não antes da Queda.
Mas sem dúvidas o astro de "Paraíso Perdido" é seu herói-vilão: Satã. Harold Bloom diz que o modo como você vai ler "Paraíso Perdido" depende muito de como você vai ler Satã, e isso fica bem evidente desde o início do livro: Satã despertando com suas legiões em uma condição ao mesmo tempo desesperadora e soberana, caído sim, mas anjo ainda. Tudo está perdido, mas ele declara possuir quatro forças que o movem mais que qualquer providência: vontade, vingança, coragem e ódio. E então Milton cria um Satã de Milton como o arquétipo do Ressentimento, o modelo daquele que está magoado por não ter seu mérito reconhecido, tendo seu lugar subitamente ocupado por alguém que julga ser indigno (o filho do dono).
Mas o autor não fecha os olhos para a perversão, ambição e a falsidade de Satã, vulgar, pretensioso e pouco conhecedor da própria natureza e condição; mas ele também não ignora que o caído sofre, caído sim, mas arcanjo ainda, e tem dentro de si um senso de heroísmo, carisma e determinação, resquícios da sua essência divinal. Mas mesmo estes sinais vão se perdendo à medida que ele se entrega cada vez mais à Paixão, embaladora do Pecado (ou, no caso do livro, dA Pecado), e então "Paraíso Perdido" se mostra também livro sobre a Paixão e seus riscos quando triunfa sobre a razão. Daí que o caminho de Satã, pai do Ressentimento, se cruza ao de Eva, mãe da Paixão, a quem parece ser quase impossível Milton descrever sem um tom erótico, mas um erotismo dirigido menos a uma mulher, e mais a uma deusa, quase parecido com Homero descrevendo Afrodite ou Hera.
Diante dessa dupla, Adão, herdeiro da Razão, se torna um humilde figurante no grande espetáculo do Pecado Original. O único conhecimento do bem e do mal visível foi a diferença do bem que perderam e do mal que os esperam. Enquanto Eva, ardorosa, se volta para a abstinência ou o suicídio como escape da maldição, Adão salva a humanidade apelando para a contrição, a submissão e o cultivo de virtudes, ambos só alcançáveis através da Razão. Deste modo, embora Satã seja o herói da causa própria, Adão é o herói da raça humana, abrindo caminho o Filho, segundo Adão, Grande Herói final.
Por fim, foi uma leitura vagarosa, por vezes árdua, mas nunca desagradável: a recompensa é diretamente proporcional ao dispêndio que você está disposto a entregar para conseguir penetrar o melhor possível na poesia de um autor altamente erudito, profundo e inspirado. Pensando nisso me vem à mente as palavras de agradecimento que Adão direciona ao arcanjo Miguel, após este lhe esclarecer o que ele e Eva precisarão conhecer para viverem bem sua nova vida mortal: "Irei daqui instruído/ Na maior das lições, e em paz de espírito,/ Da ciência levo a soma deste vaso;". Vaso este que se trata da Natureza Humana, com sua soma de corpo e alma.
Embora eu não seja adepto a nenhum tipo de religião, acho fantástico o modo como a narrativa judaico-cristã compilou os grandes mitos e arquéticos fundadores da cultura humana, como a perda do Paraíso, o dualismo Bem/Mal, corpo/espírito, razão/paixão e vida/morte, bem como as formas de contato com um deus eterno. E curioso que, embora não seja esta a proposta do livro, ele funcionou pra mim também como um ótimo preenchedor de lacunas dos textos bíblicos, que podem ser frustrantes ao narrarem em poucas linhas, e às vezes de forma indireta, histórias que permeiam o imaginário humano há milênios, instruidoras do nosso conhecimento sobre a natureza humana, de corpo e alma, e que Milton, na minha opinião, refina, através da poesia mais impecável e comovente que já li.
comentários(0)comente



Talvanes.Faustino 12/06/2021

O maior da língua inglesa
100% lido, mais um dos grandes exemplos da coisas maravilhosas que a humanidade pode produzir.

Paraíso Perdido é o maior poema da língua inglesa. Narra a guerra de Lúcifer, contra o alecrim dourado, a queda da Estrela da manhã e a corrupção da humanidade.

Carregado de ironia, de referência a culturas européias, chamada comumente de clássicas, ler o Paraíso Perdido é como fazer um passeio, pelos bosques da ficção - pra lembrar de Beto Eco - Milton nos mostra seus caminhos com maestria.

Dizem uns, Milton é o maior, depois de Shakespeare, eu tenho minhas dúvidas.
comentários(0)comente



Jeni 13/05/2021

Em 1674, o poeta inglês John Milton, publica a versão final do seu mais famoso trabalho: O paraíso perdido, um poema épico dividido em doze cantos, de versos livres. Milton um antimonarquista, protestante e puritano constrói em seus versos o que as escrituras cristãs renegaram a imaginação, a guerra do paraíso. Como Milton constrói seu poema tendo referência os grandes poemas épicos de Homero, Virgílio segue a mesma estrutura, ele canta as musas, pedindo para que elas lhe ajudem a contar a estória que ele se propõe. Como sabemos todo poema épico, Odisseia, Ilíada, A divina comedia ou a Eneida etc? tem seu herói, e sua tragédia. Por exemplo Homero ao escrever a Ilíada narra a o episódio de fúria de Aquiles durante o cerco a Troia, Dante, canta a tragédia da perda do amor. Milton escolhe inusitadamente como herói trágico, ou anti-herói o próprio Lúcifer. Essa opção proporciona um dos mais épicos spins-off dos textos sagrados, influenciando a cultura ocidental até hoje.
Então, poderíamos pensar que Milton repete a formula maniqueísta cristã: o bem supremo vs o mal absoluto, para construir seu personagem e dar a ele um fundo moralizador? ? Não! Pelo contrário, a cada canto que lemos camadas são ingressadas ao personagem principal do poema. E, ao invés de encarnar o Mal absoluto, Lúcifer é humanizado ao ponto de podermos dizer: ele é tão humano que, nós carregamos também suas angústias. E, diferente de um filho pródigo ele não deseja voltar a casa paterna, mas fundar seu império e reinar pela astúcia e pela revolta.
Não há final feliz para nenhum personagem da epopeia de Milton. Deus tem sua criação desvirtuada, o casal é expulso do paraíso, Lúcifer é castigado pela queda do homem, a moralidade cristã do puritano inglês não poupa o fim dos personagens, como Mozart, em seu Don Giovanni, não poupa o devasso de sua condenação. Entretanto cabe a continuidade da história, pois o castigo impetrado pelo onipotente não finalizou os atos, e os poemas se o texto de Milton fosse elevado a sacralidade seus cantos não cessariam no decimo segundo, por outro lado seus personagens estariam vivos até hoje. A crise existencial de Lúcifer, é a crise existencial de séculos.
comentários(0)comente



Jessé 15/04/2021

Milton escreveu um texto imaginativo, robusto e glorioso em seu 'Paraíso Perdido'. Da queda dos anjos à queda dos homens, vemos uma epopéia dramática envolvendo Deus, o diabo e os seres humanos: esses últimos enfrentando a transição de um estado de perfeição para a nossa realidade atual.
É um livro magnífico, escrito com maestria e que marcou não só uma geração, mas toda a história e o imaginário coletivo da civilização ocidental.
O conselho que dou é: desafie-se a lê-lo um dia. Valerá a pena.
comentários(0)comente



Raquel Oliveira 06/04/2021

Se for pra ler, escolha qualquer outra edição.
Livro: Paraíso Perdido
Autor: John Milton
Gênero: Poesia
Editora: Martin Claret -
Nota: 1/10
Resenha:
AVISO: se for alguém MUITO religioso ou que não saiba separar as coisas, peço que não leia este post.
-
O clássico conta uma versão do começo do livro de Gênesis, especificamente no período entre a queda de Lúcifer e a expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden. A história vai focar principalmente nos confrontos de Deus vs Lúcifer e com muitos, muitos mesmo, detalhes sobre os anjos caídos e a “formação” do inferno.
Logo no começo temos o primeiro conflito de Lúcifer que o leva até os portões do inferno junto com seus seguidores onde Caos existe do nada. Com raiva e confuso vemos Lúcifer com seu exército enfraquecido, mas as coisas só começam a verdadeiramente a andar quando ele junto Belzebu resolvem levantar os anjos novamente. Lúcifer começa a lamentar o quanto é inacreditável que perderam a guerra. Ele diz aos anjos para se levantarem ou serão desonrados para sempre – fala isso num discurso animador. Eles se organizam em esquadrões, cada um com um líder que sai para se juntar a Lúcifer. Chemos, Moloch, Baalim, Ashtaroth, Thammuz, Dagon, Rimmnon e Belial são alguns dos líderes nomeados que estão com Lúcifer à frente do novo exército.
-
O livro segue por essa vibe bem puxada, mas vemos com MUITOS detalhes todo processo de Lucifer e seus generais para se vingar de Deus e sua criação.
Além disso a obra cria uma aspecto bem mais detalhado de forma que faz com que a Bíblia aparenta ser incompleta, já que vemos o outro lado da história (o lado de “mal”) que possui muito mais coisas. Vemos uma versão bem detalhada do inferno, do céu e do paraíso, e de como cada um funciona com suas organizações.
Fica bem claro a visão de um tirano, hipócrita, manipulador e ditador por cima de Deus.
-
A obra é uma bela de uma porrada de quebrar o osso para qualquer cristão e para quem não é dessa religião com certeza vai sentir o quão tenso é o livro. Aos meus olhos se a pessoa não souber diferenciar uma coisa da outra vai achar o livro bem blasfemo e desrespeitoso, mas não como se o autor defendesse Lúcifer e o fizesse ser o Herói, pois ele também deixa bem claro que uma reação veio atrás de outra reação (a famosa Lei do Retorno).
-
Para mim o maior e único defeito que prejudicou essa edição tão linda da Martin foi a tradução.
E não foi por conta do boato, mas sim pelo fato de ser PRATICAMENTE uma tradução de 1800 e bolinha. Me sentir com 15 anos sendo forçada a ler um clássico para não reprovar de ano. O livro em si é muito bom, a diagramação do texto é perfeita com letras grandes, várias notas de rodapé e auxílio para entender cada Canto do livro, porém a tradução em si dificultou muito e mesmo com pontos bons pra mim não foram o suficiente para equilibrar.
-
Sou bem acostumada com clássicos difíceis, mas como esse nunca vi igual, mesmo com tantas coisas para ajudar o leitor a ter uma boa experiência, nada foi o suficiente.
Larissa.Peri 23/07/2022minha estante
Esse edição tem as ilustrações igual a edição da editora 34?




Geraldo 04/04/2021

Leitor, seu melhor livro com a leitura mais difícil da sua vida!!!
Que grata surpresa, começo minha resenha/opinião falando do enredo absolutamente genial criado por John Milton.
Conhece estes personagens: Satã, Adão, Eva, Rafael, Miguel, Gabriel...ele coloca todos eles numa trama meio que batida, falo meio que "batida" pois todos sabem a historia de Adão e Eva e o fruto do conhecimento do bem e do mal.
Mas, e antes?
Como o autor construiu tudo ate chegar a perda do paraíso?
O livro foi escrito por volta de 1600, e vou confessar...QUE LEITURA DIFICIL, texto muito entrucado, mas o enredo é absurdamente bem feito, a cada capitulo/livro só melhora.
Fica a dica!!!

CAPA: 9,0
CENÁRIOS: 10,0
DIAGRAMAÇÃO: 10,0
DIÁLOGOS: 10,0
NARRATIVA: 10,0
PERSONAGENS: 10,0

NOTA FINAL: 9,5
comentários(0)comente



Gabriel 06/03/2021

Maravilhoso
Essa foi a segunda vez que li, que livro incrível! Com ctz tá no meu top 10 melhores livros da vida, Milton é foda
comentários(0)comente



Sidney.Muniz 04/03/2021

O livro trata da criação, a queda de Adão e Eva no paraíso, a redenção, tudo em uma linguagem poética.
comentários(0)comente



Karinny 30/01/2021

É um livro que só melhora. Tive alguma dificuldade no início da leitura, mas ela foi se tornando mais clara e interessante a medida que eu ia me acostumando com a escrita. Achei muito bonito, plástico, sensível e profundo. É uma obra que pretendo revisitar frequentemente durante a vida.
comentários(0)comente



Beatriz.Nascimento 03/01/2021

Uma obra extraordinária!
O autor consegue extrair a essência adâmica sem conhecer todos os seres. Nos coloca em posição de juiz-acusador e réu na mesma medida. Nas entrelinhas deste poema, encontram-se detalhes quase que imperceptíveis, da realidade, e naquele momento de queda em desobediência de Adão e Eva, revela-se a verdadeira faceta humana influenciada.

A mensagem deixada nos últimos capítulos, a promessa de redenção futura, serviu para acalentar-me de uma angústia...ainda que tenhamos nascido do pecado, fadados a uma vida de frustrações desejando a morte; se ainda escolhermos o caminho certo, o caminho instruído pelos santos, haverá uma satisfação nesta vida!

Em resumo, o poema trata da visão cristã da origem do homem, a rebelião e queda dos anjos, a criação de Adão e Eva seguida da tentação por Satã e por fim a expulsão do casal do Paraíso.
Com toda certeza, indico esta edição mais do que as outras, pois as imagens são encantadoras e fazem jus ao texto.

Não poderia dizer que é uma inspiração nímia, como a bíblia, mas diria que é algo bem próximo a isso.
Lima 03/01/2021minha estante
obrigado, estava esperando por isso!


leticiamelli_ 11/01/2021minha estante
Estou louca para ler esse livro, mas nao sabia qual edição escolher! Mas depois do seu comentário incrível, só aumentou essa vontade, e sanou minha duvida da edição. Obrigada!


Pedróviz 04/01/2022minha estante
Concordo com você, embora não deixe de acreditar que o Espírito Santo deva, sim, ter influenciado o autor nessa obra maravilhosa!




Luciano Luíz 27/12/2020

Uma das histórias mais conhecidas da humanidade é sobre Adão e Eva e suas peripécias no Jardim do Éden. Mais precisamente entre cristãos, sejam estes católicos e protestantes, também com muçulmanos e outras crenças e entre ateístas e agnósticos. O Gênesis, um dos livros do Pentateuco lá no Velho Testamento gera inúmeras curiosidades ao longo dos séculos. No entanto, o escritor JOHN MILTON produziu o mais importante poema do século 17. PARAÍSO PERDIDO é uma releitura do Gênesis num nível de detalhes infinitamente superior. Enquanto na escritura bíblica há poucas, raras e remotas informações e estas se resumem a mínimas palavras, em Paraíso Perdido há um universo impecavelmente detalhado. Desde a concepção do mundo, a moldagem do jardim, a criação do homem e da mulher, a guerra entre Céu e Inferno, a sede de poder de Lúcifer e os diálogos em grande proporção de sagacidade entre os adversários. O cotidiano no jardim, a visita de anjos, a sedução da serpente, o julgamento pela desobediência e o destino revelado ante os olhos de Adão e Eva.
São 12 cantos (uns maiores e outros pouco menores) com uma quantidade enorme de notas de rodapé. Pode-se ler direto e ignorar as notas para consultar depois ou então ir com mais cuidado e conferir tudo o que há. Antes do poema, há informações acerca da tradução, de termos mantidos, sobre a personalidade de Satã e Deus (já que estes tem um comportamento mais detalhado em diversos segmentos) e muitos outros fatores.
Como o poema possui uma imensa gama de informações (principalmente referente a mitologia grega e outras) a leitura pode não soar tão bem para alguns leitores e leitoras. Mas para quem tem um bom conhecimento nesse quesito, a coisa flui com mais facilidade. Só que tem a decisão de usar termos derivados da tradução portuguesa, o que pode causar algumas perguntas pelo fato de ser uma edição brasileira. A princípio fica confuso, mas depois anda que é uma beleza.
O livro não é somente uma versão amplamente melhorada do Gênesis e sim um poema difícil. Talvez insistir não seja o melhor dos caminhos para quem não nutre interesse tanto por poesia quanto por conteúdo religioso. Porém, para quem procura um desafio literário realmente repleto de encruzilhadas, Paraíso Perdido vale o investimento.
Para os apaixonados por poesia ele divide opiniões. Para quem leu o Gênesis bíblico e quer se aprofundar de verdade, este é o melhor dos caminhos.
Se puder, para um aproveitamento mais saudável, leia sem interrupção de outras leituras. É um poema que requer atenção para uma compreensão mais clara. Ah, vale lembrar que a edição da editora Martin Claret também contém um texto em prosa antes de cada canto para apresentar o que se passa. E não, estes textos não trazem complicações ou mesmo funcionam como uma forma de estragar surpresas, mas sim, dão um auxílio para poder desfrutar com mais qualidade da obra de Milton.
Aliás, originalmente, Paraíso Perdido era composto por 10 cantos, mas dois anos depois o autor publicou uma versão atualizada com 12... é, essas coisas são antigas...

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/lucianoluizsantostextos/
comentários(0)comente



Adriel.Macedo 22/12/2020

O outro lado da história
Certamente uma das obras mais difíceis que já li. A obra é um grande poema, riquíssimo em em citações históricas e mitológicas, em muitos momentos me senti perdido kkk
No entanto, vale muitíssimo a pena.
Acredito ser a primeira obra que apresente o lado do "diabo" na sua batalha conta Deus, é curioso ver que muito do que entendemos hoje sobre esse momento da teologia vem desse livro
comentários(0)comente



Wilker.Dantas 15/12/2020

A histo?ria de Milton segue dois arcos narrativos, o primeiro sobre Lu?cifer e o segundo sobre Ada?o e Eva. Parai?so Perdido comec?a com Lu?cifer ? o mais belo entre todos os arcanjos ? e outros anjos rebeldes sendo derrotados e expulsos para o Inferno, ou Ta?rtaro, como tambe?m e? chamado no poema, depois de tentar tomar o controle do Parai?so. Em Pandemo?nio, Lu?cifer se utiliza do dom da reto?rica para organizar seus seguidores, auxiliado por Mamon e Belzebu,
bem como por Belial e Moloch. Ele enta?o se oferece para envenenar a rece?m-criada Terra e sobretudo a nova e preferida criac?a?o de Deus, a Humanidade. Enfrenta os perigos do Abismo sozinho e, depois de uma a?rdua travessia do Caos fora do Inferno, adentra ao Jardim do E?den. Esta Guerra Ange?lica, com batalhas entre anjos fie?is e as forc?as de Lu?cifer, dura tre?s dias e e? narrada por diferentes perspectivas ao longo do poema. Por fim, na batalha decisiva, o Filho de Deus derrota sozinho toda a legia?o de anjos rebeldes e os expulsa do Parai?so. Em seguida, Deus cria o Mundo, ale?m de Ada?o e Eva, a quem da? total liberdade e poder sob toda a criac?a?o, com apenas uma ordem expli?cita: na?o se alimentar da A?rvore do conhecimento sobre o bem e o mal sob pena de morte. A histo?ria da tentac?a?o de Ada?o e Eva, sob o ponto de vista de Milton, e? um novo tipo de e?pico, fundamentalmente diferente da tradic?a?o bi?blica. Aproxima-se muito mais de uma histo?ria familiar, com o casal descrito pela primeira vez na literatura crista? tendo uma relac?a?o completa e efetiva enquanto ainda vivem sem pecado, com paixo?es e personalidades distintas, em uma relac?a?o de mu?tua depende?ncia e na?o uma relac?a?o de dominac?a?o e hierarquia. Disfarc?ado em forma de serpente, Lu?cifer seduz e convence Eva a experimentar da A?rvore do conhecimento, aproveitando-se de sua vaidade e enganando-a com sua reto?rica. Ao descobrir que Eva havia pecado, Ada?o conscientemente faz o mesmo. Declara a? sua amada que, uma vez que ela e? feita de sua carne, eles esta?o ligados um ao outro e, se ela morrer, ele tambe?m deve seguir o mesmo caminho. Assim, Milton retrata Ada?o como uma figura heroica, mas igualmente pecadora como Eva, com conscie?ncia de que na?o esta? fazendo a coisa certa, segundo os princi?pios divinos. Depois de experimentar da fruta do pecado, Ada?o e Eva fazem sexo de forma altamente lasciva e devassa. Em um primeiro momento, Ada?o se convence dos benefi?cios que podera?o vir ao comer o fruto da A?rvore do conhecimento, como tambe?m acreditava Eva. No entanto, ao adormecer ambos te?m pesadelos terri?veis e, ao acordar, experimentam pela primeira vez a culpa e a vergonha. Dando-se conta do terri?vel ato que cometeram contra Deus, comec?am a recriminar-se um ao outro. Eva implora a Ada?o para que se reconciliem. Sua coragem faz com que eles se aproximem de Deus, para se ?curvar e pedir a grac?a ajoelhados, em su?plicas? e receber esta grac?a de Deus. O anjo Miguel apresenta-lhe uma visa?o onde Ada?o testemunha tudo o que acontecera? a? humanidade ate? o Grande Dilu?vio. Ada?o fica perturbado com o que ve? e Miguel tambe?m lhe conta sobre a possibilidade de redenc?a?o da Humanidade do pecado original atra?ves do Messias. Expulsos do E?den, e mais distantes de Deus, onipresente e invisi?vel (e diferente do Pai tangi?vel ate? enta?o), Ada?o e Eva devem encontrar ?um parai?so dentro de si, mais feliz agora?, segundo o que lhes diz o anjo Miguel. Embora muitos dos estudiosos e cri?ticos de Milton e de sua obra-prima acreditem que Lu?cifer se enquadra na genui?na moralidade crista?, outros argumentam que a complexa caracterizac?a?o de Lu?cifer por Milton resulta em uma maior ambiguidade, compara?vel em muitas maneiras aos hero?is tra?gicos da cla?ssica literatura grega, embora sua hubris, seu orgulho excessivo e desafiador a Deus, os ultrapasse.
comentários(0)comente



98 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR