Ave Fantasma 01/05/2020Obra-prima!Ao terminar de ler esse poema épico entendo o porquê Paraíso Perdido influenciou tantas outras obras e autores consagrados, o porquê dela aparecer tanto como leituras de personagens emblemáticos, e ter passagens citadas pela literatura mundial.
Se Deus Satã, Paraíso e Empíreo, ou, céu e o inferno, por si só já suscitam um imaginário abundante e extraordinário Milton constrói tais personagens e elementos de modo tão intenso que mergulhamos para além de uma visão bíblica. Dando principalmente voz a Satã e Adão, compreendemos suas lamúrias e sofrimentos como seres amaldiçoados e expulsos das maravilhas.
Temos que nos ater ao tema principal de Paraíso Perdido, que o mantém tão fascinante durante quase 400 anos, a queda do homem, o seu declínio, juntamente com a rebeldia – embora, com final de inclinação a devoção a Deus – é o que parece instigar e fascinar aos que entram em contato com essa obra.
Para nos encantar mais ainda, o poeta não só se utiliza dos principais elementos da mitologia cristã de maneira única, como envolve elementos da mitologia e cultura grega clássica.
Li Paraíso Perdido apenas como apreciação aos clássicos. Há excelentes e extensas análises produzidas por especialistas dessa obra prima. Não me privo de comentar e discutir particularmente, mas aqui, quis apenas deixar algumas palavras, pois me pareceu estranho apenas marcar como lido um livro que me impressionou tanto, e que me surpreendeu. Receava por uma leitura/tradução tão intrincada que me fizesse abandonar por não ter costume em ler poemas, muito menos os épicos. Realmente foi difícil no começo, mas quando me adaptei a escrita, foi um deleite.