A Filha do Sangue

A Filha do Sangue Anne Bishop




Resenhas - A Filha do Sangue


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Fernanda Machado 04/09/2022

Sem palavras e furiosa por não ter indicação de gatilhos.
De começo eu ia esperar um pouco para fazer essa resenha, ainda mais que acabei de ler o livro e o final realmente me revirou o estômago, mas desisti e resolvi por a sinceridade para fora.

Este livro sem sombra alguma de dúvidas é o livro mais problemático que já li, o que mais me deixa p*** da vida é que não tem nenhum aviso sobre isso. Tanto a editora quanto a autora não deixa em nenhum momento claro que à gatilhos como estupro, incesto, pedófilia, tortura.... com isso início a resenha.

O livro tem uma premissa boa, promete um enredo, um mundo fantasioso incrível e te entrega nojo da sua própria cara por ler certas coisas, acho que autora ligou muito o sexo como causa de tudo, e esqueceu que a protagonista se apresenta com 7 anos. Me. incomodou muito isso, sei que em livros de fantasia é super comum haver essa diferença de idade, mas gente.... quando ela tinha 12 beijou um escravo sexual de mil e lá vai bolinha de anos....

Torturas descritivas que as vezes me faziam questionar se era realmente necessárias serem abordadas. Informações despejadas na sua cara sem o mínimo de contexto ou explicação, o livro devia vir com um manual, porque só a explicação base no inico não basta... Além do ênfase absurdo da autora em dizer porque a protagonista é f*** e de como ela vai ficar mais f*** ainda, para no final ela ser uma m*** que não fez nada..

Algumas partes realmente foram boas, me fizeram rir, ou chorar (aí a morte do dançarino negro me abalou)... mas sinceramente não vale a pena indicar para ninguém, na realidade tenho vergonha só de pensar nisso.

Tem muuuuuito erros de revisão e ortografia, que atrapalham muito na hora de entender o livro, além da falta de notas de rodapé, ninguém quer pegar o celular ou o dicionário o tempo todo né.

As três estrelas vai para criatividade da autora e as poucas partes que citei acima, porque é realmente interessante pensar em como ela criou o mundo fantasioso de Terreile (gostaria que o livro viesse com um mapa para facilitar o entendimento), a escrita é fluida e bem descritiva facilitando a imaginação dos lugares e toda a construção da política, artes, costumes e culturas criadas no livro que são incríveis.
Samara321 04/01/2023minha estante
Mano,estou lendo ele e estou quase desistindo... só tem coisa grotesca


Fernanda Machado 04/01/2023minha estante
Bom, quando eu li ele tivesse essa vontade diversas vezes, as coisas grotescas só vão piorar, (entrei no teu perfil pra ver onde tava kkkk) e sendo bem sincera não vale nem um pouco a pena continuar a leitura se tu já está com essa sensação... o final não é fechado, porque tem as continuações, mas ele é tão bizarro, mas tão bizarro, que te faz pensar duas vezes em continuar a trilogia... se quiser saber mais ou menos (não sei se gosta de spoiler, ou se vai continuar a ler ) te falo pelo chat, mas assim grotesco




spoiler visualizar
Duda 11/09/2021minha estante
Eu tbm não gostei desse livro, na vdd achei ele uma copia mal feita de tvd, eu li a sequência dele mais parei, é realmente bem problemático.


alexandra165 11/09/2021minha estante
ainda bem q eu não comprei a continuação kkkkkk




Lanny 08/10/2020

Trash
Eu estou sem palavras para resumir esse livro. A única coisa que me vem à cabeça é... Meu Deus! Como é ruim.

Geralmente quando não gosto de um livro e vejo resenhas positivas eu entendo o apelo. Entendo que as pessoas pensam de forma diferente, tem anseios diferentes e experiências de vida diferentes das minhas que fazem com que elas gostem de algo que eu não gostei e vice versa. Mas esse livro eu não entendo como alguém pode fazer resenha positiva dele. Respeito, mas não entendo.

Primeiro, a mitologia criada é extremamente confusa, e ao invés de tirar um tempo para ir explicando as coisas aos poucos, a autora simplesmente vai jogando as coisas no seu colo e você que lute pra entender do que é que ela está falando. Essa coisa das Joias, de descer até a vermelha, depois a cinza e eu bem meme Nazaré Tedesco. Aí quando você acha que está entendendo as coisas, capítulo seguinte entra um monte de personagem novo sem explicação alguma fazendo coisas e tendo pensamentos que você fica ... que? De onde saiu essa criatura?

Aí chega a parte da pedofilia. A autora tinha contado um pouco a história de Kartane, mas não tinha se aprofundado em como ele é um safado doente. Tive nojo daquela reta final.

Enfim, ainda estou perdida sem saber quem presta e quem não presta nessa história. Quem é vilão, quem é mocinho e quem é ingênuo iludido. Estou me sentindo como se não tivesse todas as peças do quebra cabeça (ou só burra mesmo) pra não entender tudo que está acontecendo.

Na minha opinião a história é péssima, confusa, retalhada, pervertida, trash mesmo. E gostaria de ter tido algum tipo de aviso desse antes de perder meu dinheiro comprando a trilogia. Agora vou sofrer lendo os outros três porque eu sou dessas que se castiga quando faz uma besteira, tipo, comprar um livro a partir de opiniões dos outros. Deveria ter lido mais sobre ela e procurado saber mais. Agora é tarde e eu vou sofrer com os outros livros, depois vou fazer de conta que nunca li isso.
Ana 28/12/2020minha estante
Eu estou lendo e tô simplesmente indignada no modo sexual e sensual que falam da protagonista! Ela tem 12 anos, isso tá errado de tantas formas diferentes! Não é porque ela é uma feiticeira poderosa que se pode ignorar que ela é uma CRIANÇA.


Suh 23/10/2021minha estante
Essa sua resenha sou muito eu na vida lendo esse negócio KKKKKKKKKKK
Ganhei esse livro de uma amiga e decidi me aventurar já que amo fantasia e tals, mas só a descrição do cenário, das pessoas e do universo já me deixaram confusa. É muita coisa ao mesmo tempo! A autora só descreve e esquece de realmente dar início à estória. Pois eu vou abandonar esse livro porque sem paciência estou pra ficar lendo algo assim, com tantos melhores me esperando!




Kaire 15/10/2022

Olha, sei nem o que dizer...
Eu tinha tudo pra adorar esse livro, não fosse a relação maldita do Daemon com a Jaenelle - e olha que não falta coisas pesadas (e gráficas) na história.

Dá para entender a obsessão que os machos (forma a qual é denominado os homens da história) tem pelo poder da Feiticeira, confiando que ela os libertará dos mandos e desmandos da feiticeira atual - que escraviza muito deles - e, por isso, estão dispostos a servirem ela de corpo e alma, mas que ódio a relação que envolve amor carnal ter início logo com um cara secular e uma criança de 12 ANOS!

E assim, eu compreendo o contexto e o que cada macho estava disposto a oferecer: Saetan deseja alguém que reconheça seu poder; Lucivar deseja liberdade e confiança; e o Daemon, o mais forte macho de sangue, estava disposto, e sonhava todo dia, em ser a fonte de paixão/prazer da futura feiticeira (que todos achavam que não seria tão nova) e, tanto como os outros, se chocou com a idade; porém, mesmo reconhecendo como é horrível sentir esse desejo, qualquer proximidade com a menina deixava ele doido de tes@o, e isso me deixava louca de agonia!

Enfim, isso aqui estragou muito minha leitura. De modo geral, é uma aventura empolgante, e eu gostaria muito de acompanhar personagens como Surreal e Lucivar, mas só pensar que terei que acompanhar esse romance me faz desistir de seguir com a série. Talvez eu mude de ideia, mas vou preparar o estômago.
Samara321 04/01/2023minha estante
Estou lendo esse livro,e olha,cada coisa q eu já li q foi tão BIZARRO q sla


Kaire 05/01/2023minha estante
@Samara eu tentei relevar mas afundei muito na história e não consegui deixar pra lá




Dhiego Morais 11/07/2016

A FILHA DO SANGUE
Muito bem! Por onde começar a resenha deste livro? Ah, tenho certeza de que terei bastante coisa para falar de A Filha do Sangue. Que tal começar por: Meu Deus! Esse livro foi lançado em 1998 nos EUA! São dezesseis anos de diferença! Deveríamos agradecer a Saída de Emergência Brasil pela ousadia (explicarei melhor ao longo da resenha) em trazer esse livro para as nossas terras tupiniquins.



Quando eu fiquei sabendo desse livro pela primeira vez, há alguns meses, por um amigo, um dos pensamentos que vieram à minha mente foi justamente em relação à capa: “Pessoas na capa! Oh, não!”. Li a sinopse e o excerto que a editora disponibilizou e contrabalanceei as expectativas. Talvez fosse realmente interessante. Uma dark fantasy onde um dos locais em que o enredo se passa é o Inferno? Não é todo dia que eu descubro um livro assim. Ganhei o livro de presente de aniversário da minha mãe e, uns meses depois eu decidi pegá-lo para ler (a propósito, abrirei um adendo aqui mesmo só para falar que, mais uma vez a diagramação e a capa estão impecáveis! No quesito inovação, a SdE Brasil merece aplausos novamente. Com um recorte oval no centro da capa, joias em alto relevo e uma letra agradável de ler, eu só tenho elogios.).

Para que possamos entender esse livro, é necessário que antes nós entendamos como funciona a sociedade e sua cultura no mundo de Anne Bishop, no Reino Distorcido e tudo o mais. Primeiramente: em A Filha do Sangue, a sociedade é dividida em castas. Isso mesmo; castas. Existem os machos e fêmeas, e ambos são divididos em categorias específicas, tais como:

— Plebeus: aqueles que não fazem parte dos Sangue.

— Macho/Fêmea dos Sangue: machos/fêmeas dos Sangue que usam ou não as Joias.

— Senhor da Guerra: macho que usa joias e cujo status equivale ao de feiticeira.

— Príncipe: macho que usa joias e cujo status equivale ao de Sacerdotisa ou Curandeira.

— Príncipe dos Senhores da Guerra: macho que usa joias de status ligeiramente abaixo da Rainha.

— Feiticeira: fêmea que usa joias.

Ainda temos as Curandeiras, Sacerdotisas, Viúvas Negras e Rainhas; todas com as suas peculiaridades perigosas.

É perceptível que em A Filha do Sangue, a sociedade é rigidamente matriarcal, feminista e cuja magia é intrínseca e domina este mundo assombroso. Todas as coisas são praticamente comparadas ao seu par feminino e medidas por esse fator. As mulheres detêm uma força tenebrosa em toda a estrutura social e cultural do enredo (não pense mais em mulheres frágeis e dóceis, ah não! Aqui elas são na maior parte do tempo mais cruéis e vorazes que na maioria dos livros do gênero.).

LEIA NA ÍNTEGRA EM:

site: http://www.intocados.com/index.php/literatura/resenhas/457-resenha-a-filha-do-sangue-trilogia-da-joias-negras-1-anne-bishop
Johny 24/07/2016minha estante
Incrívelque quase todos os livros que que estou lendo ou quero ler vc já leu kkkk


Dhiego Morais 24/07/2016minha estante
Gostos parecidos, então hahaha




Nina 17/07/2021

Esperava muito mais da história, muito confusa.
Ainda estou analisando para ver se vale a pena finalizar a trilogia.

site: https://www.instagram.com/carolst.jpg/
Rafaella 17/07/2021minha estante
Eu achei muito confusa também, até comecei a ler o segundo, mas desisti




Bella 29/10/2021

Procurasse amigos que tenham lido esse livro
Eu li esse em 2017, achei ele escondido por R$10,00 na Americanas? Valeu a pena cada centavo.
Temos aqui uma fantasia sobre magia que divide uma sociedade por cores de joias, quanto mais escura for sua joia mais poder você tem, e é sobre isso. Aguentem o começo, que pode parecer confuso e maçante, pq esse livro vai te surpreender.
Boa Leitura
Tabata32 03/08/2022minha estante
eu comprei esse livro do mesmo jeito, de promoção nas amaricanas e se tornou um favorito kkkkkkkkkkkkkk




ELB 18/11/2017

Complexo e rico em detalhes e nuances
Já começo essa resenha dizendo que esse livro é bastante complexo e rico em detalhes e nuances, até porque não é qualquer autor de fantasia que consegue escrever histórias como a Anne Bishop.

Vem ver...

Esta história se passa num mundo onde a magia existe e as pessoas são divididas em castas. Não é um mundo brilhante, é um mundo sombrio e a magia vem das Trevas e para as Trevas retornam. A hierarquia é complexa e regida por regras muitas vezes cruéis.

Existem os humanos e existem os Sangue. Os humanos são pessoas comuns, que não possuem magia, e também são chamados de plebeus. Os Sangue são as pessoas que nascem com habilidades mágicas. Elas são treinadas na Arte e, quando chega a uma certa idade, fazem à oferenda às trevas e recebem a jóia correspondente ao seu nível de poder.

Tudo gira em torno das jóias. As mais escuras são as mais poderosas, que contém mais magia e sendo assim, mais poderosa. A joia mais poderosa é a Negra e a mais fraca é a Branca.

Mas não é somente em torno das jóias que gira essa hierarquia. As posições de poder vêm de nascença e geralmente são transmitidas pela linhagem. Uma rainha já nasce rainha, um príncipe senhor da guerra já nasce assim. Assim como as Viúvas-negras e as feiticeiras.

O pilar da sociedade são as mulheres. Os senhores da guerra, os príncipes e os príncipes senhores da guerra servem às feiticeiras acima deles, mesmo que eles sejam mais poderosos que ela. A Rainha governa um território e os machos a servem. Tudo é sobre hierarquia e cada um tem os seus deveres na corte das Rainhas, sendo que aqueles que possuem jóias mais poderosas estão sempre acima dos de joia menos poderosa. E o pilar é sempre as mulheres.

Existem dois reinos: Terreille e Kaeleer. Dentro de cada reino existem várias cidades, governadas cada uma por uma rainha, que são chamadas de rainha do território. Em Terreille existe uma Feiticeira Suprema que governa todo o reino e está acima das Rainhas dos territórios.

Dorothea SaDiablo é essa Feiticeira. Há centenas de anos, ela orquestrou uma perigosa teia de eventos que a levou a eliminar todas as rainhas que poderiam superá-la. Assim, ela se tornou a feiticeira e viúva negra mais poderosa de Terreille.

O reino de Dorothea é cruel, muitos são escravizados e todos que apresentem uma oposição são eliminados. Mesmo os homens poderosos são tratados muitas vezes como objetos por ela e suas feiticeiras.

Há também o Inferno, que é para onde os mortos, demônios e outros seres sombrios vivem, que é governado por Saetan.

Saetan SaDiablo é o segundo Sangue mais poderoso que existe. Dotado de uma joia negra, ele é um viúva negra e também é o Sacerdote Supremo da Ampulheta e Senhor Supremo do Inferno. Ele já ocupou uma posição extremamente alta na hierarquia de Terreille, mas foi pego na teia de Dorothea e perdeu muito do prestígio que tinha. Hoje, ele vive no Inferno sem muito propósito a não ser esperar que se cumpra uma profecia que espera há muito muito tempo.

Daemon Sadi e Lucivar Yaslana são filhos de Saetan, que foram separados dele ainda pequenos, por conta das maquinações de Dorothea. Ela fez com que ambos fossem escravizados e que não fossem reconhecidos como filhos do Senhor Supremo, porque sabia do poder que detinham.

Daemon tem uma joia negra e é um Viúva Negra de nascença. Ele foi criado para servir na corte de Dorothea, tanto por sua beleza quanto por suas habilidades de satisfazer uma mulher. Mesmo sendo o Sangue mais poderoso que já existiu, ele foi escravizado e um anel peniano controlava-o para garantir sua obediência. Assim, ele satisfazia todas as mulheres para quem era mandado, mas nunca a si mesmo. Mesmo com toda violação física e emocional, e toda raiva acumulada durante séculos dessa vida, ele tinha esperanças. Sabia que a sua Feiticeira estava chegando, e é a ela a quem serviria fervorosamente e daria tudo de si. E ela daria tudo a ele: a vida que sempre quis, um reino que valesse a pena lutar, e todo o prazer que ele nunca teve. Só ela, e por ela, ele esperaria.

Lucivar é metade eyrieno, possui asas exuberantes e uma força de vontade infinita. Pelo seu temperamento explosivo de eyrieno, ele foi enviado para as minas de sal, onde foi escravizado e torturado durante todos esses anos. Possui um anel peniano, assim como seu irmão Daemon, mas o seu humor sempre desafiante o fazia sofrer mais e mais nas mãos de suas donas. Ele também sonha com o dia que a Feiticeira chegaria. Serviria a ela, lutaria em seu nome e protegeria o seu reino a todo custo.

E a Feiticeira chegou. O nome dela é Jaenelle. Uma criança de apenas sete anos, dotada de muito poder. Ela vive numa cidadezinha chamada Chaillot, e sua vida não é nada fácil. Seus poderes não são aparentes e ela não consegue realizar as mais básicas tarefas de magia iniciante.
Porém, é muito poderosa. E logo começou a manifestar esse poder das mais diversas formas. Viajava por lugares, atravessava o reino, ia para locais há muito esquecidos, sem se dar conta de seu imenso poder. E assim fez amigos em lugares inusitados e quando falava desses amigos em casa, era tida como louca, que via coisas, imaginava lugares e pessoas.

Com isso, sua família inescrupulosa a mandava para uma instituição para jovens com problemas mentais, e lá a pobre Jaenelle sofria muito.

Numa de suas muitas viagens, ela chegou a Saetan. Ele sabia quem era ela e sentiu que sua hora chegava. Então, concordou em ensiná-la magia e ser seu tutor e professor, aquele que a encaminharia ao seu destino.

E Daemon também foi colocado no seu caminho quando foi transferido para Chaillot, por ordens de Dorothea. Lá, ele serviria a todas as mulheres mandadas a ele, como sempre fazia. Porém, ao conhecer Jaenelle, sabia que era ELA. Aquela por quem ele esperou a vida inteira. Mesmo sendo apenas uma criança, a ligação entre eles era forte demais, e ele seria seu amigo, protetor e guia, para livrá-la dos terríveis males que já a cercavam.

Assim, esses homens, conectados pelo sangue, porém separados pelo destino, eram os responsáveis pelo futuro da Feiticeira e ela pelo futuro deles e de todo o reino. Muitas forças do mal conspirarão contra Jaenelle e seus fiéis aliados, o que seria de seu futuro?

“Um desejo, ofertado com sangue, é uma prece às Trevas.”

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Olha, está aí um livro MUITO difícil de resenhar, de falar sobre e até de pensar rs. A escrita de Anne Bishop é densa, complexa e forte. A Trilogia das Jóias Negras se passa em um mundo complexo de dark fantasy, com muitos elementos sombrios e polêmicos.

A sociedade é matriarcal, com o poder exercido pelas mulheres e todo um toque de erotismo e crueldade. A separação racial é intensa, seja pelos possuidores das joias, seja pelos membros das famílias reais e até dentre os plebeus. Tudo é para as mulheres e comandado por elas.

O sexo é uma coisa banalizada, assim como a tortura, escravidão e os constantes abusos de poder. Ou seja, não é uma série fácil de se ler.

A premissa certamente é muito original, como tudo que Anne Bishop escreve. Sou fã dela por causa de sua outra série, The Others, e por isso comecei a ler essa trilogia com muito entusiasmo.

Entretanto, me assustei. Não era o que eu esperava, rs. É dark fantasy, toda a parte da escravidão de Lucivar e Daemon me atingiu bastante, assim como a parte da família de Jaenelle.

Os personagens são muito bons, porém me deixavam o tempo todo com aquele ar de dúvida. Porque? A escrita da Anne, especialmente nesse livro, é muito subjetiva, cheia de figuras de linguagem e pequenos sentidos dentro das frases. Não é um livro fácil de ler, tem que se estar atento aos detalhes para se aprofundar na história e, principalmente, ter a mente aberta!

O personagem com quem mais me conectei foi Daemon. Extremamente forte por dentro e capaz de mostrar uma fachada de servitude, mas com uma vontade tremenda de passar por cima de todos. As cenas dele com Jaenelle são bem legais, e podemos ver sua confusão de como agir e o que fazer quando está perto dela.

“Seu quarto a olhar o vazio, relutava em libertar o medo e a reverência. Somente Daemon apreciava a beleza aterradora de poder tocar sem limitações. Somente Daemon sentia um desejo agudo.”

Saetan também é um personagem fenomenal, mas esperava mais dele nesse livro. Me parece ser muito poderoso e sábio, mas acabava não mostrando seu potencial. Espero que no próximo livro, ele ganhe mais espaço. Assim como Lucivar, que me fez morrer de pena e raiva por sua situação. Ele sofre demais minha gente e ainda continua firme dentro de sua mente.

No geral, eu gostei do livro, mas com ressalvas. Por vezes, a escrita ficava subjetiva demais e eu simplesmente não entendia nadinha, e esses fatos soltos se conectam mais para frente, mas não gosto de nada muito à deriva em livros.

Não gostei foi do sofrimento todo de Daemon e Lucivar, quando eles e Saetan são os Sangue mais poderosos que existem e um não faz nada sobre o outro. Mas, no fim, entendi que cada coisa tinha a sua hora.

Vou ler o segundo com muito mais mente aberta do que esse e espero que a história avance de acordo com as minhas expectativas, porque essa trilogia tem tudo para ser muito muito boa.

“A única forma de confiná-la seria convencendo-a de que não poderia sair, embrutecendo seus instintos até que já não tivesse certeza de nada. Você quer ser o canalha responsável por esse esquartejamento emocional? Porque eu não farei esse papel. Pelas Trevas, Geoffrey, o mito vivo chegou e é este o preço exigido para que ela caminhe entre nós.
Geoffrey fechou os registros com cuidado.
— Tem razão, claro, mas... não há nada que você possa fazer?
Saetan fechou os olhos.
— Irei ensiná-la. Servi-la. Amá-la. Terá de ser suficiente.”

site: http://www.everylittlebook.com.br/2017/06/resenha-filha-do-sangue-anne-bishopok.html
Míriam Pimenta 22/08/2018minha estante
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Jaíne 09/12/2016

Desabafo de alguém que leu e não gostou!
Sabe qual é a única e melhor parte do livro A Filha do Sangue? A capa. Porque a história...
Desculpa aí galera do mal, que cobre essa trilogia de elogios mas gosto é gosto e eu não gostei nadinha.
Achei a escrita chata, bem como a linguagem. Achei o mundo de fantasia e poderes criados, confusos. A alternância, ora descrevendo a vida de Saetan, ora descrevendo a vida de Daemon, ora descrevendo outras vidas é fraca, não inspira curiosidade. Não inspira nada.
Achei uma fantasia tão... Sem nada de fantástico. Um enredo super forçado, dando voltas e mais voltas em torno de praticamente nada, era como se não tivesse história para contar!
Ok, o foco era mostrar a importância da feiticeira e da importância de protegê-la? O foco era mostrar intriga entre reinos? O foco era mostrar briga por poder? Desculpem, mas qualquer um que tenha sido o foco ali, foi muito ruim.
400 páginas de voltas e mais voltas, para não chegar a nenhum lugar interessante. Para não me surpreender em nada. Para não me conquistar. Para fazer com que eu me sentisse totalmente neutra em relação a história.
Tão chato dizer que detestei um livro. Mas infelizmente...
Estou com o segundo exemplar dessa trilogia na estante, mas nem sei se terei coragem de ler. Quem sabe, eu seja forte e tente né?
E se você leu este livro e gostou, por favor, não me xingue e nem me odeie, como eu disse lá no início, gosto é gosto!
Até a próxima!

Para ler outras resenhas, acessem:

site: mundodasresenhas.com.br
Lu 30/01/2017minha estante
A sua resenha me deixou com mais vontade de ler, sério!!!! Porque eu imaginava que fosse algo bem típico de fantasia e pelo que você falou não é, meu problema estava sendo justamente esse.




Adriana 04/05/2014

A Filha do Sangue - As Joias Negras - Livro 01 de Anne Bishop
Este é o primeiro livro da trilogia das Joias Negras e eu fiquei completamente encantada este mundo diferente, as joias, o poder adquirido conforme a cor das joias e tudo mais, porem se trata de um livro bem complexo, mas pode ler sem medo, pois a autora fez um trabalho fantástico e conforme vamos mergulhando neste novo mundo vamos entendendo melhor do que se trata.

Vou tentar explicar do melhor jeito possível, pois como eu já disse a historia é complexa e difícil de tudo que já li. Tem muitos personagens, de personalidades interessantes e bem diferentes. Divididos em reinos e mundos paralelos, entre senhores supremos, príncipes senhores da guerra, rainhas e princesas, senhoras, serviçais e escravos. Então o melhor jeito de entender a historia, é lendo o livro mesmo, mas vou tentar dar uma resumida.

Há um mundo composto de três reinos e cada reino é dividido em territórios, que são regidos por suas respectivas Rainhas. Neste mundo, as mulheres são as governantes e os homens são seus guardiões, segundo no comando e coisa e tal. As joias são adquiridas por direito de progenitura (nascimento), e depois se certa idade e treinamento, fazem a oferenda às trevas, e assim adquirem a joia "principal". Quanto mais escura é a joia, mais poder ela tem, sendo a joia negra a mais poderosa. E é muito raro alguém receber esta joia negra.

Os personagens tem idades elevada, mesmo tendo a aparência de jovens. Por isso, logo no inicio do livro uma feiticeira tem a visão de que, um dia a rainha virá, e que terá o poder de unir os territórios em guerra. Ela vai ser uma Rainha Negra, com mais poder do que alguém jamais viu. Ela será a rainha dos sonhos de quem tem, ao longo dos séculos esperavam para uma rainha justa para governar. Passados mais ou menos 700 anos, é que tem o surgimento desta rainha, uma menina que surge aos 7 anos pela primeira vez, e vamos acompanhando a sua evolução durante os anos. E quando ela completa 12 anos, Jeanelle, começa a mostrar que realmente é merecedora do destino que a aguarda.

O meu conselho para quem pretende ler o livro é "mantenha a mente aberta durante a leitura" as pessoas no livro são diferentes do mundo normal, todas possuem magia, uma pessoa com um poder maior, pode entrar na mente de outra pessoa pela teia do pensamento (geralmente através do sexo), e quebra-la desestruturando-a ou levando-a a destruição. Não tem cenas de sexo só insinuação de que algo aconteceu ou acontecerá. Porém, tem momento "estranhos" (mas acho que quem já leu ou conhece Game Off Thrones, pode se chocar, mas nem tanto), pois, como eu disse não mostra as vias de fato mas sabemos o que está acontecendo, tipo : incesto, pedofilia, assassinatos de crianças e outras coisas mais.

Os nossos "mocinhos" tem grande paixão e admiração por Jeanelle, mas a respeitam muito acima de tudo. Eles têm fortes sentimentos por Jaenelle, porque é o poder das Trevas nela que está convocando os machos para proteger e servir sua Rainha com devoção. E isso explica bastante e nos faz entender a diferença entre eles amarem sua futura rainha e estarem apaixonados por uma criança.

E as atitudes da menina também explicam os vários momentos em que eles terem vontade de esgana-la, afinal ela pode ser a futura rainha deles, mas ainda é uma adolescente, cheia de vontades e rebeldia e curiosidade, mas também cheia de bondade e ternura. Jeanelle possui um poder extraordinário, e apesar da facilidade que tem com as artes de magia mais difíceis e elaboradas, ela também tem muita dificuldade nas artes mais simples, e é ai que entra o Seatan, o Senhor Supremo do Inferno, orientador, protetor e um dos servos mais leais de Jeanelle.
Seatan, tem dois filhos bastardos Lucivar que infelizmente aparece pouco neste livro. e Deanon o Sádico, que é escravo e terá que lutar contra os seus próprios demônios, para proteger sua futura rainha, e isso não será uma tarefa nada fácil.

"O bem e o mal existem em todos os povos.
Atualmente, quem domina é o mal que existe entre nós."

Este é um livro onde as pessoas morrem e são mortas em mais de um sentido, as crianças são abusadas, os escravos são torturados independente de status ou cor de suas joias, o sexo é usado tanto como luxuria como para quebrar uma pessoa e muita coisa ficar obscura e sombria no decorrer do livro. Mas não deixe que nada disso seja um obstáculo para você ler este livro. É um história simplesmente diferente e sensacional... Um livro que nos transporta para fora de nossa realidade de conforto.


site: https://meupassatempoblablabla.blogspot.com.br
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Thaisa 09/05/2014

Uma fantasia sombria simplesmente épica!
A Filha do Sangue é um livro denso, complexo, mas é uma leitura fascinante. Um mundo completamente diferente de todas as fantasias que já li. Fazia tempo que não me sentia tão excitada lendo esse estilo literário! Apesar de me sentir um pouco perdida em alguns momentos pela quantidade de informações existentes, o enredo é extremamente envolvente e me prendeu até a última folha. A única coisa “ruim” desse livro é que ainda não foi publicado no Brasil a continuação.

Confira a resenha completa no link:

site: http://wp.me/p4pVjy-9N
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Cath´s 15/05/2014

Resenha A Filha do Sangue.
Anne Bishop conseguiu criar personagens profundos e um universo inteiramente novo, ao mesmo tempo em que deixou uma linguagem leve. Os outros livros que li da Saída de Emergência tem um linguajar mais complexo, que se você desvia a atenção um momento já tem que voltar e reler, em A Filha do Sangue isso não acontece, a história simplesmente flui.
O primeiro ponto a entender é a importância das joias, você pode receber uma por Direito de Progenitura e outra que pode ser três níveis acima da primeira. Os níveis são esses:
Branca, Amarela, Olho de Tigre, Rosa, Azul-Celeste, Violeta, Opala, Verde, Azul-Safira, Vermelha, Cinza, Cinza-Ébano e Negra.
Os Sangues deveriam ser protetores das Trevas, uma especie mágica e poderosa, mas desde que a Rainha Cassandra morreu tudo mudou drasticamente, Dorothea aos poucos foi tomando o poder e cada vez mais colocando em prática um reinado de terror, principalmente para os homens.
Há muitos anos é feita uma profecia que prevê a vinda de uma Feiticeira que governaria de forma correta.
Saetan é o Senhor Supremo do Inferno, muito poderoso, mas que deixou Hekatah, sua ex-esposa, tomando conta de tudo enquanto ficava em uma sala esperando a Feiticeira chegar.
Daemon e Lucivar são filhos ilegítimos de Saetan com mães diferentes. Daemon tem uma jóia negra, a mais poderosa, e é conhecido como o Sádico, é escravo sexual de Dorothea, ela o manda para varias rainhas, pois deixá-lo por perto é perigoso, não é a toa que ele tem esse apelido. Lucivar também é escravo sexual e Dorothea o enviou para Pruul, sabendo que enquanto tivesse poder sobre Lucivar teria poder sobre Daemon.
Então eu espero que estejam se indagando o porque Daemon sendo muito mais poderoso que Dorothea a obedece, e é aí que entra o Anel de Obediência, são anéis colocam nos pênis dos escravos sexuais, assim quem tiver o anel de controle, normalmente Dorothea + a feiticeira a quem estão a serviço, podem enviar ondas de dor diretamente para o membro.
Daemon acredita que pode se livrar do seu anel, mas como usariam seu irmão contra ele, não adiantaria de nada.
Quando enfim a Feiticeira chega não é como se esperava, Jaenelle tem sete anos e mais poder do que se lembram de alguém ter tido. Além de amigos incomuns, todos os lugares que ninguém se arriscaria a ir, Jaenelle vai e faz amigos.
Saetan começa a ensinar a Arte para Jaenelle, e assim se passam anos e a garota alcança seus doze anos.
Você deve estar pensando que falei muito sobre o decorrer do livro, mas isso é o básico, acontece muito no decorrer das páginas.
O livro começa com uma explicação sobre as jóias e sobre a hierarquia, que você não precisa decorar, pois vai aprendendo ao longo da história.
Embora Lucivar seja um personagem que apareceu muito pouco nesse livro, os momentos em que aparece me cativaram totalmente.
Daemon com sua história extremamente triste também me conquistou, mas foi aos poucos. Saetan ao contrário me deixou um pouco descontente, pois poderia ter evitado muito do que aconteceu a Lucivar e Daemon, mas preferiu agir de outra maneira.
Outro fato que devem entender é que Daemon dês que soube da Profecia considerava que a mulher certa seria a Feiticeira, então imaginem a surpresa quando se deparou com uma criança. Mas aprendeu a lidar bem com a situação e virou o que a Jaenelle precisava: um amigo.
Eu aviso que o livro não é uma leitura leve, é bem sombrio, teve partes que eu contava para o meu amigo que ficava: "Aiii!", sendo que quando terminei de ler ele me disse: "Não me conte mais nada!", pois eles estão vivendo em uma época que não é fácil, acontecem cenas mais fortes, como colocarem óleo de bacon no membro de um homem e largarem ratos para comer.
Ao mesmo tempo que o livro é forte, também demonstra sentimentos como amizade, bondade, proteção. Mas o livro começa e termina com uma importante lição: tudo tem o seu preço. E no decorrer do livro esse preço é varias vezes cobrado dos seus personagens.
A cada momento da leitura algo está acontecendo, é um livro que te captura a cada página, Anne não deixou cair o conteúdo em nenhum momento.
O que acredito que possa incomodar há alguns é a parte sexual, é uma obra que embora não use em nenhum momento palavras chulas está liganda a essa servidão que exigem dos personagens, o que pode também incomodar há outros é Daemon continuar apaixonado por Jaenelle mesmo ela sendo uma criança, eu não achei nada demais, pois ele não faz nada do estilo sexual com ela, mas há amou e esperou por anos e continua sentindo isso.
Pessoalmente, adorei a leitura, os personagens são complexos com várias nuances e a autora trás ingredientes importantes embora tristes que te capturam cada vez mais, seus sentimentos enquanto lê vão mudando junto com os dos personagens.
Quanto ao formato físico do livro, a Saída de Emergência Brasil continua focando forte, é muito lindo, tanto a parte exterior quando a interior, letras, papéis, diagramação, correção, tudo muito bem feito e com cuidado.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/05/resenha-filha-do-sangue.html
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Literatura 28/05/2014

Luxúria e poder corrompendo a inocência
Para mim, a boa fantasia não é aquela que começa com o clássico Era uma vez. É algo visceral, negro, sujo, escuro e prazeroso, onde a luz e a sombra são mostrados muitas vezes dentro dos seres humanos. E não adianta negar – todo mundo gosta disso. Mais do que fadas e duendes, vibramos com traições, intrigas, lutas por poder e a manipulação dos sentimentos que muitas vezes são bons – beirando em muitas ocasiões ao exagero – em algo forte, visceral e cruel.

Por isso Game of Thrones se tornou o sucesso que é. E por isso A filha de sangue, primeiro volume da Trilogia das Joias Negras, criado pela genial Anne Bishop, veio para ficar. Com o seu Mundo Distorcido, dominado por rainhas loucas e famigeradas, nos mostrou um universo novo e insano, forte como uma punhalada no escuro – ou uma carícia, dependendo do gosto do freguês – e capaz de deixar marcas indeléveis na mente do leitor.

Tudo começou com a cultura do Sangue, seres especiais detentores do poder capaz de proteger o Reino. Poder este que mostrou o melhor e o pior de todos os seus detentores, pois onde há bondade e amor, há também intriga e desejos implacáveis. Devido a isso, a missão primordial do Sangue perdeu-se entre os seus, esquecido, e o reino ficou nas mãos da traiçoeira e insolente rainha Dorothea, a mulher mais sem coração que eu já vi.

De acordo com as lendas, a cultura do Sangue só seria restaurada quando a Feiticeira surgir… A mais poderosa, com um poder capaz de salvar e destruir tudo o que era conhecido. E quando, finalmente, a profecia se realiza e revela que a mulher forte das lendas é apenas uma menina de 7 anos, Jaenelle… Tão facilmente de ser amada – ou manipulada. Tudo depende de quem estará ao lado dela nessa escalada.

A vida a coloca entre três homens. Três pessoas que desejam se tornar reis desta futura rainha – Saetan, o senhor Supremo do Inferno e seus dois filhos, Daemon e Lucivar, ambos escravos sexuais da fria rainha Dorothea.

Quem vocês acham que ganhará essa partida?

Que os jogos comecem!

Veja resenha completa no site:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-a-filha-do-sangue-luxuria-e-poder-corrompendo-a-inocencia/#.U4aC5fldWAU
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PorEssasPáginas 01/06/2014

Resenha: A Filha do Sangue - Por Essas Páginas
Tendo lido anteriormente dois lançamentos da Saída de Emergência Brasil que não me agradaram: A Corte do Ar e O Clone de Cristo, confesso que eu estava bastante reticente quando a ler esse novo lançamento: A Filha do Sangue. Porém, mesmo assim, resolvi dar mais uma chance, já que a capa (e novamente, a edição muito bem trabalhada) e a sinopse me encantaram. E fico feliz em dizer que foi ótimo dar essa chance, pois esse livro – apesar de um pouco confuso no começo – é uma fantasia vibrante, sensual, com personagens densos e cativantes. A Filha do Sangue, de Anne Bishop, é um livro extremamente bem escrito e imersivo e, sim, você deve lê-lo.

O início da obra é bastante confuso; parece que você recebeu um convite para uma festa, mas o anfitrião não o deixa sentar – ainda. Fiquei perdida em meio a nomes e termos relativos ao mundo criado pela autora, mesmo com a ajuda das informações que existem no começo do livro: lista de personagens, explicações sobre as Joias e sobre as hierarquias entre as raças. Essas informações ajudam, mas ao mesmo tempo, também confundem; prefiro muito mais que as coisas sejam explicadas durante o desenvolvimento da obra. Felizmente, isso aconteceu ao longo das páginas do livro e agora posso dizer que sim, estou versada na Arte desse complexo e belo mundo criado por Anne Bishop.

Após algumas páginas, o leitor começa a entender a história e receber doses calculadas de conhecimento, como se estivesse sendo educado por um mestre. Existe essa raça, chamada de os Sangue, que tem poderes e usa Joias de diferentes cores que representam sua magia e poder. A menos poderosa é a Branca e a mais sombria e cheia de poder é a Negra. Logo no início do livro, conhecemos três Machos de Sangue - é um termo utilizado no livro – que serão os protagonistas e condutores da história: Saetan e Daemon, que utilizam a Negra, e Lucivar, que utiliza a Cinza-Ébano, apenas um grau menos poderoso que os outros dois.

“Implacável, quase sempre irreprimível até o esgotamento de todo o sentimento, a raiva fria não era abrandada pela dor ou pela fome ou pelo cansaço. Emergindo das profundezas, tornava o corpo que a abrigava insignificante.” Página 147

Apesar da sinopse intrigante, acredito que ela está equivocada quando diz que Saetan, Lucivar e Daemon são inimigos viscerais. Na verdade, eles são homens poderosos que tiveram seus destinos separados e dilacerados pela ação de mulheres perversas. Nesse livro é interessante acompanhar o jogo de poder, especialmente entre os homens e mulheres. É uma sociedade em níveis, regida pela ordem das raças, mas especialmente, pela ordem das Joias. Mas, ao mesmo tempo, é claramente uma sociedade matriarcal, na qual as mulheres detêm o comando; existem Feiticeiras, Viúvas-Negras e Rainhas, sendo estas as mais importantes. Mas isso não significa que os homens não tenham voz ou poder; pelo contrário, a luta de poder existe, bem como os jogos de sedução. Existem homens que são escravos de prazer, obrigados a servirem em cortes às mulheres, satisfazendo seus desejos sexuais (e alguns outros); mas existem também as mulheres que são prostitutas e as que são abusadas, e existe até mesmo uma perturbadora parte do livro onde é abordado o tema da pedofilia.

Não, não é um livro leve. É pesado. Denso e complexo, mas abordado de um jeito natural – natural, não leviano – no qual você até mesmo aceita que um homem de 1.700 anos possa sentir amor (amor puro, amor servil e amor carnal) por uma menina de 12. Acredite, não vai parecer horrendo, mas sim natural naquele universo. Mas, sim, há passagens brutais, e uma ou duas chegaram a me deixar horrorizada - horror mesmo - e isso me agradou, pois esperava um livro apenas de fantasia, mas encontrei também uma narrativa sombria, uma história soturna, que muitas vezes alça vôos ao terror, repleta de toques de sensualidade e erotismo.

Sim, há muito erotismo em A Filha do Sangue. Todo o livro é recheado dele e há algumas cenas verdadeiramente picantes, mas nenhuma delas é despropositada e podem acreditar quando digo que todas enriquecem a obra. Mas, ao mesmo tempo, também há cenas extremamente ternas, de amor paternal, maternal, fraternal, e cenas doces de amizade. É um livro cheio de sensações e sentimentos, um livro para ser lido, mas também sentido.

É até difícil falar dele: é um livro tão rico, tão complexo, que qualquer coisa parece pequena diante de sua grandiosidade. A verdadeira “Filha do Sangue” a que se remete o título é uma menina chamada Jaenelle, uma personagem extremamente bem escrita, e ao redor dela gira toda a trama. Ela é a próxima Rainha, a Feiticeira, destinada a governar todo o reino e detentora de uma magia tão poderosa que assusta até mesmo Saetan, que é o Senhor do Inferno. Há uma teia delicada emaranhada entre os personagens que culmina em Jaenelle. Ao mesmo tempo que ela precisa ser educada e protegida, ela também é a mais forte entre todos no livro, capaz de gerar amor e temor na mesma intensidade.

“Estando perto o suficiente para observar aqueles olhos azul-celestes transformando-se em azul-safiras, era difícil pensar que se tratava de uma criança, era difícil não sentir um arrepio de apreensão diante da inteligência aguçada e selvagem por baixo da superfície, que tirava às próprias conclusões sobre o mundo.” Página 231

A narrativa é realizada em terceira pessoa, alternando entre vários personagens, não se mantendo apenas no trio de personagens chave. Na realidade, a única que não narra em nenhum momento é a própria Jaenelle, o que é ainda mais intrigante a seu respeito. Apesar da confusão inicial, depois de algumas páginas a narrativa começa a fluir com naturalidade e prazer, conduzindo o leitor cada vez mais fundo na história e nos mistérios daquele universo. Uma outra personagem bastante interessante é Surreal, uma mulher com uma história profunda e com uma importância vital na história, mesmo que não se perceba logo de cara; mesmo assim, todas as cenas com ela são vibrantes e interessantes. Falei muito de personagens nessa resenha porque esse é um livro essencialmente de personagens: muito bem desenvolvidos, cativantes, vibrantes e extremamente reais, são as suas relações, seus dramas, que dominam a trama.

A edição é caprichosa, e a Saída de Emergência Brasil está de parabéns. A capa dispensa comentários, é bela por si só, mas ainda tem o adicional de possuir um corte que mostra a primeira orelha, com uma bela ilustração da Rainha. A contracapa também é muitíssimo bem feita, bem como as páginas internas; a diagramação e o papel são confortáveis e encontrei bem poucos erros de revisão.

Sei que me alonguei nessa resenha, que ela parece confusa em vários momentos, mas minha única defesa para isso é que essa é uma obra difícil de explicar; é um livro ótimo, mas é um livro que deve ser lido e sentido e, somente assim, é possível compreendê-lo, mesmo que ele ainda tenha curvas tão misteriosas quando o corpo de uma bela mulher. O livro fechou muito bem e deixou um gancho ótimo para a continuação; aliás, há um pequeno trecho do primeiro capítulo nessa edição para dar um gostinho ao leitor. Sombrio, forte, denso, fantástico e sensual, A Filha do Sangue definitivamente foi uma ótima leitura e estou curiosa para a continuação, A Herdeira da Sombras. Os livros parte de uma trilogia – e, para minha satisfação, isso é informado logo na capa. Parabéns, SdE! E que venham as continuações dessa incrível obra de Anne Bishop!

site: http://poressaspaginas.com/resenha-a-filha-do-sangue
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