O Chamado de Cthulhu e Outros Contos

O Chamado de Cthulhu e Outros Contos H. P. Lovecraft




Resenhas - O Chamado de Cthulhu e Outros Contos


126 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Anica 04/06/2010

O chamado de Cthulhu e outros contos (H.P.Lovecraft)
Eu já tive contato com Lovecraft anteriormente. Naquele momento, para falar bem a verdade, era TANTA gente dizendo que era a coisa mais bacana do mundo em se tratando de horror que bem, como fã do gênero é óbvio que li os livros com altíssimas expectativas. E nós sabemos que esse tipo de coisa causa decepção na grande maioria das vezes, e com o sr. Lovecraft não foi diferente. Fiquei pensando em como ele fazia caca ao prolongar demais a história após o clímax (eu sou meio fã daquela coisa de unidade de efeito, sabe como é) ou ainda ao tentar explicar o que foi visto.

Pois bem. Eis que após a leitura de Smoke and Mirrors do Neil Gaiman eu me animei a ler novamente Lovecraft (até porque uma das minhas histórias favoritas na coletânea prestava homenagem ao autor). E lá vou eu, conferir uma edição de bolso publicada pela editora Hedra, que me surpreendeu, diga-se de passagem. Fui consultar os livros disponíveis no catálogo da editora e o legal é que eles fogem do óbvio tem muita coisa que foge dos títulos que vemos nas publicações de mesmo formato aqui no Brasil, a começar pela seleção de contos do Lovecraft. Troféu joinha para eles.

Sobre os contos. Hum. As teorias do Poe ainda pesam muito quando estou lendo um conto de horror. Eu fico pensando naquelas ideias de não ser muito prolixo, para não prejudicar o efeito final e yadda yadda yadda. Nesse sentido, Lovecraft falha miseravelmente MESMO. Porque alguns de seus contos são quase novelas.1 E então eu comecei a observar os textos não como quem tenta atingir a tal unidade de efeito, mas como quem simplesmente quer contar uma história de horror. E aí, meu filho, o sujeito manda muito bem.

O legal nos contos dele não é a unidade de efeito, mas as imagens. Lovecraft é um autor extremamente visual. Mesmo dias após ler alguns contos eu ainda fecho os olhos e vejo o que li como se tivesse presenciado aqueles momentos. E alguns deles são horror puro, ainda mais se somadas à exploração dos demais sentidos que ele faz, ao incluir elementos como frio intenso, fedor insuportável e afins. É um outro tipo de horror, mas é um ótimo horror.

Dos contos presentes na coletânea meu favorito é O Modelo de Pickman, simplesmente genial. Por causa de algumas coisas que o narrador comenta você meio que já sabe o que está por vir, mas essa antecipação acaba auxiliando no desenvolvimento da tensão cada vez que se aproxima da conclusão. E a conclusão por si, é daquelas para não colocar defeito algum.

Gostei também dos demais, mesmo Dagon que já tinha lido antes e não curtido muito, agora ficou interessante depois que adotei esse novo esquema de leitura dos contos do Lovecraft. E no final das contas valeu muito a pena, até (e aqui elogiando a Hedra mais uma vez) pelo trabalho bacana que fizeram, com uma ótima introdução e com uma carta do Lovecraft no fim, além de Notas sobre a escritura de contos fantásticos.

Resumindo: daquela história de Poe ser melhor do que Lovecraft, eu cheguei a conclusão de que eles são diferentes. E eu sei que isso parece ser o tipo de coisa que se fala sobre a amante para a esposa, mas a verdade é que a coletânea me convenceu que vale muito a pena reler e ir atrás de outras coisas dele.

1. por novela aqui entenda-se texto mais longo que conto e mais curto que romance, sim? []
thaugusto 02/11/2010minha estante
Mas nas leituras que já fiz dos contos desse livro, estou na metade, percebo a unidade de efeito. A narrativa em primeira pessoa dando um relato incompleto do acontecido, o que adentra melhor o pânico das personagens, e a tensão crescente para o final marca bem tal efeito.

Pode não ser o que Poe pensou puramente, mas até então, Maupassant fez contos de enredo com efeito de maneira exemplar.


Anica 03/11/2010minha estante
O problema é que a tensão é crescente, mas não coincide com o fim (pelo menos não na maior parte dos contos). Ele costuma fechar o conto com uma explicação, ou algum detalhe qualquer sobre o que aconteceu depois, e isso acaba com a unidade de efeito.

Mas óbvio, não são em todos. Inclusive nos que ele consegue fazer o clímax combinar com a conclusão são os mais memoráveis, na minha opinião.


Roger 19/10/2021minha estante
Já não sou fã de horror, mas busquei este livro por causa de Cthulhu, depois de ouvir tantos elogios. Vamos ver o que vem né. Seu comentário me animou.




Lari 11/10/2017

Como eu amo a escrita do Lovecraft. Fico na fissura pra saber o que vai acontecer. De 7 contos, 5 ficaram um bom tempo em minha mente após a leitura, e ainda ficam.
Crys 28/06/2018minha estante
Ar Frio e o Modelo de Pickman são impactantes.


Lari 30/06/2018minha estante
Sim!




raonypimentel 19/04/2020

Receio que H. P. Lovecraft não seja para mim, afinal. Essa coisa de cosmos, universo, galáxia, aliens, não funcionam como terror comigo.
O melhor conto desta coletânea, sem dúvidas, é O chamado de Cthulhu. A sua escrita me lembra, de alguma forma, It - A Coisa, do Stephen King.
Leo 04/08/2020minha estante
King se inspira nele, assumidamente kkkkk realmente lembra.




Diego Miúdo 25/04/2023

"O chamado de Cthulhu: Uma jornada pelo terror cósmico"
"O Chamado de Cthulhu" é um conto do escritor norte-americano H.P. Lovecraft, publicado em 1928. Considerado um dos principais trabalhos do autor, a história apresenta uma narrativa sombria e misteriosa que mistura elementos de horror e ficção científica.

O conto conta a história do professor George Gammell Angell, um especialista em línguas antigas que falece em circunstâncias estranhas. Seu sobrinho, o narrador da história, decide investigar as circunstâncias da morte de seu tio e descobre uma série de eventos misteriosos que apontam para a existência de uma entidade maligna e inimaginável chamada Cthulhu.

Lovecraft constrói uma atmosfera de terror psicológico e suspense, utilizando descrições detalhadas e linguagem poética para criar uma sensação de medo e angústia no leitor. A mitologia criada pelo autor é rica em detalhes e complexidade, apresentando uma vasta galeria de monstros e entidades sobrenaturais que habitam o universo criado por Lovecraft.

Além disso, "O Chamado de Cthulhu" é também uma reflexão sobre o conhecimento humano e o nosso lugar no universo. Lovecraft apresenta a ideia de que existe um vasto e desconhecido mundo que está além da nossa compreensão e controle, e que nossa busca pelo conhecimento pode ter consequências imprevisíveis e perigosas.

Em resumo, "O Chamado de Cthulhu" é uma obra-prima do terror e da ficção científica, capaz de mexer com a imaginação do leitor e provocar reflexões profundas sobre a natureza do universo e do conhecimento humano.
D'ow 08/05/2023minha estante
Demorei para conhecer Lovecraft, depois de conhecer comecei a ver a cultura pop com outros olhos. Tem referência dele por todo canto, de jogos de videogames, livros a filmes e séries. O cara foi um gênio!




Lorenna.Lory 01/01/2022

Lovecraft e o terror cósmico
Nessa coletânea de contos, é possível conhecer uma das faces de lovecraft cercada pelo terror imaginário, isto é, desconhecido, oculto e que atinge proporções galáticos. Seus contos trazem como ponto convergente o medo daquilo que não se sabe.
Criei expectativas sobre o autor, principalmente depois de vê-lo ao lado do gênio Poe. O terror dele é um bem diferente do que eu esperava, mas não deixou de ser uma leitura agradável.
Juh 01/01/2022minha estante
Acabei de ler ele




Rute.Guedes 09/08/2023

Esperava mais?
Que o Lovecraft revolucionou o gênero do terror é verdade, mas sinceramente foram poucos os contos que gostei e/ou que deram medo. Além disso, comecei a leitura tendo em mente que o autor era racista, mas pensei que fosse algo velado, não tão gritante quanto o que me deparei. Não dá. O conto que mais queria ler (o Chamado de Chuthllu) foi insuportável pelo racismo religioso. De tudo, o que se extrai desse autor é a contribuição na criação do horror cósmico e apenas. Recomendo a leitura para quem quer aprender a desenvolver esse elemento narrativo ou quem gosta de Edgar Allan Poe, mas baixe bastante as expectativas kk
Enzolda 13/09/2023minha estante
Tive a mesma experiência quando li. O pior é que da pra apontar o exato momento que a história passa a ficar ruim: quando o ?terror? deixa de ser o mistério que havia e passa a ser os delírios racistas do autor.




Elton.Lopes 20/08/2019

Esse livro me surpreendeu. Apesar da escrita rebuscada, existe um grau de sofisticação que excede qualquer problema com palavras complexas. Apesar de sempre ouvir as melhores referências sobre o conto barra noveleta: o chamado de (espera, é melhor nao nominar o inominável). Oconto que mais gostei desse livro foi o modelo de Pickman (acho que é assim que se escreve). Para quem ainda não leu, não se deixe intimidar por comentários como: "Lovecraft é literatura de horror". O horror senhores, também é arte.
Elton.Lopes 20/08/2019minha estante
Que bom que voce gostou da minha resenha. Valeu!




jessica 31/01/2023

encerrando a segunda leitura de 2023!!!
Meu primeiro contato com o gênero terror e com a escrita de Lovecraft.
Saindo totalmente da minha zona de conforto, sinto que essa foi uma ótima introdução ao universo gótico. Lovecraft é sensacional!
Com uma escrita incrível e contos que te envolvem do início ao fim num mistério incontestável, o autor nos mostra caos monstruosos causados pelo cosmos, caos que vão além da imaginação humana. É uma aventura sem igual. Trazendo críticas sociais e reflexões nas entrelinhas, H.P. conduz magistralmente viagens às mais insanas descobertas que o ser humano pode encarar.

com amor, j ?
D'ow 08/05/2023minha estante
Mandou bem no ponto de vista!




Edson Camara 25/05/2019

Prepare-se para ter bons sustos e boas surpresas aterrorizantes.
Esta edição da Hedra organizada e traduzida por Guilherme da Silva Braga, traz 7 contos escritos entre 1917 e 1928.
Ler Lovecraft requer uma grande dose de concentração e as ve\es paciência, seu relato, em primeira pessoa garante uma aproximação íntima com seus personagens, mas por ser muito prolixo, muitas vezes é necessário reler um trecho para entender. Esta coleção é uma amostra do talento excepcional deste homem como escritor de literatura fantástica, talento que nem ele próprio reconhecia enquanto vivo.

Dagon é o primeiro conto do livro relata a história de um marujo que perdido após um naufrágio encontra uma ilha no meio do Pacífico habitada por este Deus meio peixe meio homem. Verdade ou alucinação, isso só Lovecraft sabia. Como a maioria de seus contos, o leitor fica no escuro ao concluir.

Ar frio é composto de 10 páginas aterrorizantes. este conto, certamente influenciou Stephen King, só uma imaginação de outra dimensão sairia com uma ideia destas.
O enredo relata a história de um médico maluco que esconde um segredo horrível, morador de uma pensão precisa manter seu quarto refrigerado abaixo de zero. Quando um acidente ocorre e impede a refrigeração, o segredo terrível é revelado.
Este é um dos melhores trabalhos de Lovecraft fora da ficção científica, horror e suspense puro da melhor qualidade.

O conto “O que a lua traz consigo” deve ter sido criado após um baita pesadelo, só pode ser, nenhum ser humano normal é capaz de imaginar um terror tão profundo descrito em apenas duas páginas e meia.

A música de Erich Zahn é sem dúvida um dos melhores contos do livro, pelo menos é claro, é perceptível e é compreensível, tanto o roteiro como os personagens.
Eric Zahn era um músico que duelava com as criaturas da noite tocando cada vez mais alto até seu último momento. O narrador que fugiu no último concerto particular não conseguiu mais encontrar nem a rua, nem a casa e tampouco o músico Éric Zahn.
E assim termina o conto narrado em primeira pessoa deixando o leitor mais uma vez sem entender se o ocorrido foi alucinação ou fato.

O conto, “O modelo de Pickman”, conta a história de um pintor muito talentoso especializado em retratar criaturas sobrenaturais, o narrador, ficava intrigado e admirado de como sua incrível imaginação criava imagens terríveis de criaturas meio cão, meio gente
Até que ao chegar no ateliê deu de encontrar uma imagem que corroborava o terror, só que a imagem do modelo do pintor era na verdade uma fotografia.
O “Assombro das trevas” é em minha opinião o melhor conto do livro e um dos melhores do autor, é o primeiro conto que leio não escrito em primeira pessoa, conta a história de um artista, pintor e escritor chamado Blake que mudou-se para um apartamento em uma vizinhança estranha em um busca de inspiração para suas obras, certo dia olhando pela janela, viu um igreja abandonada, resolveu explorar o local, O que ele encontrou na igreja abandonada o encheu de medo e pavor, mas curiosidade fez com criasse uma sintonia com um ser sobrenatural que habitava o local.
O enredo deste conto é recheado de suspense e agonia, prepare-se para ter alguns sobressaltos durante a leitura. É terror puro da mai alta linhagem. O final, como peculiar de Lovecraft, é surpreendente e previsível ao mesmo tempo.

Finalmente chegamos ao conto que dá título ao livro: “O chamado de Cthulhu” é um conto um pouco mais longo, narrado em primeira pessoa, com uma linha mestra muito bem costurada e com muitos personagens e locações. Foi filmado em 2005, eu não assisti, mas tenho certeza que deve ser aterrorizante.
Chuthulu é uma entidade que aterroriza pessoas em seus pesadelos e em realidade, há muitas passagens de experiências contadas por sobreviventes deste monstro gigante, o encontro final entre o narrador e o monstro, a luta, a perseguição e fuga é literatura fantástica que você lê sem tirar os olhos até a última palavra.A descrição do monstro é perfeita e fácil de visualizar, mas há muitas fontes visuais disponíveis na internet.

O livro ainda traz um apêndice composto de uma carta de Lovecraft a R. Michael com uma pequena biografia de próprio punho do autor e uma nota póstuma do próprio Lovecraft contando como planejava, estruturava e escrevia seus contos.

leitura obrigatória para fãs de terror e de Lovecraft.
Caio 26/05/2019minha estante
Que resenha fantástica. Quero mt ler Lovecraft logo vou comprar um livro dele no sebo. vlw mesmo.




lucyinmars 05/09/2011

Lovecraft - escrito em 11/09/10
Algumas semanas atrás fui até a uma livraria pouco movimentada, na esperança já fracassada de encontrar livros sobre Karl Marx. Ao invés disso encontrei duas pilhas enormes com temas filosóficos, que iam desde Baudelaire a Goethe. Revirei bem as pilhas e, no meio disso tudo encontrei dois autores que eu ansiava muito em ler: Lovecraft e Poe. Como amo escritos do século dezoito, não pude deixar de lamentar os demais títulos que não pude comprar. Os contos góticos são realmente minha paixão!


Gastei cinquenta reais nos livros e encomendei o infeliz livro de Marx, O Capital, que eu estava com vontade de ler desde que havia eu participado de uma palestra sobre as teorias do mais-valia e do fetichismo de mercadoria. Assim, voltei lá uma segunda vez, de lá saí e com mais dois livros debaixo do braço; desta vez de Nietzsche e Marx, ainda que não fosse exatamente os livros que eu precisava.


Destes livros concluí de ler apenas o de Lovecraft, que reunia alguns contos e tão comentado O Chamado de Cthulhu.


No começo da leitura tive muita dificuldade com a linguagem extremamente rebuscada e nada objetiva do autor, com frases intermináveis que se lidas em voz alta tiram todo o nosso fôlego. Como resultado negativo tenho eu mesma escrevendo à estilo Lovecraft.


Pois bem, continuando minha crítica posso citar aqui que no final da minha leitura, principalmente nos dois últimos longos contos, comecei a sentir uma dor no coração como efeito colateral que se deveu a mania do autor de em rigorosamente todo o conto deixar apenas a grande revelação para as duas últimas linhas.


Certos padrões que percebi em seus contos, que os tornam previsíveis e pobres, apesar de variarem de tema, são que todos os que li envolverem alguém morto, ou que vai morrer, ou seja, a morte em si. O medo, como o próprio autor menciona. A arte também torna-se padrão entre os protagonistas, como o violinista de "A Música de Erich Zann", o pintor de "O Modelo de Pickman", e o também pintor e escritor de "O Assombro das Trevas". Todos, praticamente todos trazem como objeto de medo algum ser inominável, geralmente rastejante e vindo das profundezas do mar, como Dagon e Cthulhu. Citação de artistas e escritores de admiração de Lovecraft são citados aos montes em seus contos. "Ar Frio' e " A Música de Erich Zann" são praticamente iguais, suas diferenças sendo apenas os perfis dos estranhos homens que viviam no andar de cima do cortiço em que o protagonista vivia.


Gostei particularmente de O Modelo de Pickman, que retrata o modelo que um pintor usava para compor suas estranhas obras em seu estúdio escuro e estranho, lugar este onde pintava cenas primitivas e atuais da vivência de estranhos e alienígenas seres que habitavam o poço do porão da pequena casa que alugou.



O Chamado de Cthulhu, tão aclamado conto de Lovecraft, foi o que mais deu dor-de-cabeça para mim. Não que seja ruim, mas para um conto sua extensão em páginas foi um tanto quanto cansativa (36 páginas) e um palavreado cada vez mais cansativo e subjetivo. Eu realmente ansiava pelo fim da maldita história que nunca se dava e já me via desistindo de ler na terceira página após o início da leitura. Foi terrível concluí-lo. Eu parava de parágrafo em parágrafo, com a mente cansada de ter de processar e relacionar tantas palavras em uma única frase. Como já li Machado de Assis e não vi severas dificuldades depois de ler as dez primeiras páginas, pensei que com os contos de Lovecraft daria se o mesmo. Mas não. Quando conclui o livro meus olhos até agradeceram pelo fim da torturosa leitura.


O conto O Chamado de Cthulhu nada mais é do que todos os padrões de Lovecraft reunidos em um único só conto. Começa com um sobrinho falando de anotações de um tio já morto, e assim começa uma narrativa de fatos descritos no diário deste mesmo tio. Fatos que puxavam para outros fatos mais antigos, e assim eu já me via perdida na história, sem saber de que ano estavam falando.


O sobrinho resolve investigar e relacionar os fatos e anotações deixadas pelo tio, a fim de descobrir o motivo que fez tantos artistas e homens sensíveis enlouquecerem e sonharem com as palavras "Cthulhu fhtagn" durante os dias 22 de Março e 2 de Abril. Já desistindo das investigações, ele encontra por acaso uma reportagem da Austrália, que falava de um ataque marítimo e de um sobrevivente abalado pscicológicamente. Além disso, havia como anexo a matéria a foto do ídolo de pedra que o jovem sobrinho já tão bem conhecia, e logo ele foi para Sydney em busca de informações. Lá pouco encontrando, descobriu que o tal homem voltou para a Nova Zelândia com sua esposa e que lá agora vivia. Viajando mais uma vez e descobrindo que o tal homem havia morrido logo depois do acidente marítimo, conseguiu com a mulher um manuscrito em que o marujo detalhava todo o ocorrido. Pouco havia ele falado para a polícia, por não querer parecer louco. Mas ele e sua tripulação haviam entrado em combate com uma escuna de mestiços, a caminho de uma estranha ilha. Matando todos os estranhos homens por auto-preservação, dirigiu-se ao lugar onde os mestiços pretendiam chegar, e se depararam com uma gosmenta cidade ciclópica, e logo atiçaram-se de curiosidade pelo que havia por trás da porta cheia de hieróglifos. Abriram-na, libertando o temível Cthulhu, o que na verdade era a missão dos mestiços ao se dirigirem para aquele local, uma vez que as estrelas estavam alinhadas para o mesmo pudesse andar sobre a Terra mais uma vez. Apenas o marujo e mais um homem escaparam da fúria do enorme monstro de cabeça de polvo, corpo e garras de dragão e asas de morcego, escapando para a escuna e navegando mares à fora. E depois disso, supôs-se que a cidade ciclópica afundou mais uma vez, para esperar o próximo alinhamento das estrelas. Pois se não assim, diz o protagonista, o mundo já estaria decaído pelo caos total.


Um fim tanto que brusco, sendo que em minha opinião seria de mais valia se o autor esticasse mais a escrita, mesmo que se fosse para fazer um livro, e retratasse o mundo decaindo sobre as maldades de Cthulhu, e mostrar seu verdadeiro poder e força, um verdadeiro final - ou continuação - góticos. Pois o estilo gótico para mim é aquele em que os finais não são nem de longe felizes, ou acomodados, como o caso deste. Para todos os efeitos, o final foi feliz, porque o terror maior seria o que o tio falecido mais temia, a ressureição de Cthulhu sobre a Terra, e desta vez eternamente, a destruindo completamente.
Apreensiva foi a leitura interminável e rebuscada, e não o terror causado pela história, que foi completamente previsível e com um final sem graça e acomodado.
Longe de mim ofender os adoradores de Lovecraft, não teria eu me arriscado em uma leitura destas se não tivesse profunda admiração pela sua escrita. Acredito que não se pode ter uma opinião formada do que não se sabe, e por isso vi-me diante do desafio de analisar suas obras expostas no livro que adquiri a algumas semanas atrás. Acho O Chamado de Cthulhu realmente um conto exímiamente bom, considerando o ano em que foi escrito em relação a atualidade.
Recomendo a quem queira ler contos de Lovrecraft iniciarem por este, pois assim no momento em que a leitura se tornar cansativa vocês já terão lido a obra-prima deste autor, assim não agravando tantos pontos negativos deste mesmo conto como eu.
May Immortal 30/05/2013minha estante
Bem isso mesmo... Lovecraft escreve histórias maravilhosas, mas o estilo de escrita é extremamente cansativo




OGabrielML 20/04/2023

É inegável que Lovecraft revolucionou o terror de uma maneira inimaginável. No entanto, o racismo é tão latente durante toda a obra que me senti incomodado em muitas passagens, fato que prejudicou muito a minha experiência para com os contos.
D'ow 08/05/2023minha estante
Realmente as histórias dele são fora do comum, revolucionárias, perfeitas. O racismo dele é até constrangedor de ler, mas acredito que nos dias de hj ele não teria esse pensamento tosco.




Tyr Quentalë 28/02/2023

Polêmicas à parte
Todos sabem que Lovecraft é um autor polêmico ao que se refere aos seus ideais. Muitos se incomodam com sua escrita preconceituosa que fica extremamente marcante em seu conto mais famoso, O Chamado de Cthulhu, que na verdade devia ser Culto a Cthulhu, porém, Lovecraft continua sendo um autor que chama a atenção por conta do horror cósmico e pasmem, ele não se achava melhor que Poe.
Ler a versão lançada pela Hedra foi o início da minha jornada para averiguar as diferenças entre as traduções e percebi que Lovecraft mexe com a imaginação de quem possui facilidade em ver as cenas descritas. Não é um livro que se lê rápido em casos como esses e é necessária muita força de vontade para os que lutam contra todas as formas de racismo, caso queiram terminar a leitura.
Confesso que fiquei surpresa com a Carta e as Notas ao final do livro, pois elas quebraram o primeiro perfil que eu possuía de Lovecraft.
Enfim, leitura necessária para quem escreve. Leitura indicada para curiosos e Leitura desnecessária para quem já for preparado só para criticar
D'ow 08/05/2023minha estante
Caraca, vc falou tudo. O racismo dele é chato de ter contato, mas prefiro acreditar que nos dias atuais ele não seria o babaca que foi (nesse caso). As histórias dele são perfeitas, é o tipo de autor que consegue transmitir cheiro e cor através das palavras. Genial!




Coruja 31/01/2016

Nada como ler uma história de horror já enfiada na cama, pronta para ir dormir ao final do conto. Pesadelos? Quem falou em pesadelos? O que é hilariante (ou irônico, muito irônico) é que O Chamado de Cthulhu é uma história sobre pesadelos.

Nesse conto – que talvez seja o mais famoso dos trabalhos de Lovecraft – uma criatura ancestral comunica-se com a humanidade através de sonhos, o que se traduz numa onda de histeria e loucura quando, após um terremoto, uma ilha misteriosa emerge do mar.

A história é contada como uma investigação do narrador, que primeiro descobre sobre os misteriosos acontecimentos através de anotações de um parente que acaba de morrer, e avança até um misterioso e diabólico culto de criaturas que sequer podem ser imaginadas pela inteligência humana.

O horror da história é mais que simples fantasia de monstros embaixo da cama. É um horror cósmico: Lovecraft estabelece aqui os pilares de sua mitologia, com sua extraterritorialidade e extradimensionalidade. É um dos seus melhores contos, sem dúvida alguma, absolutamente essencial para entender a magnitude de sua criação.
Guilherme.Perim 24/02/2017minha estante
Boa resenha, já tinha interesse pelo livro, só me fez ficar com mais vontade ainda




Wellington V. 04/03/2010

Cthulhu fhtagn...

(Ainda falta citar as referências bibliográficas. Far-lo-ei em breve).

Êta seleção de "viagens" mais estranha, sô... O cara (o autor, para ser mais exato) que escreveu os textos não só sabia unir descrição e narração (e ao que parece também dissertava muito bem) como legou-nos algumas dicas caso desejemos escrever sobre temas sinistros e similares aos seus. Detalhe: essas dicas estão reunidas em um capítulo -- no final do livro -- escolhido especialmente pelo organizador e tradutor da obra: Guilherme Braga.

Eu digo "viagens" e não me engano -- mesmo. Aqui, o termo carrega consigo acepções como "delírio", "percurso", "alucinações" (de cunho literário, óbvio), etc. Pôxa vida, contemos nos "nossos calejados dedos delicados (ooohhh...), porém firmes, a quantidade (limitadíssima, portanto) de obras que influenciaram tanta gente, como o músico Cliff Burton(1), Jorge Luis Borges(2). Ainda no que diz respeito ao interesse do contrabaixista norte-americano pela obra de H. P. Lovecraft, podemos ouvir os trechos "perturbados", sinistros e coisas do gênero na canção "The Call Of Ktulu"(3), do disco "Ride The Lightning" (1984) e "The Thing That Should Not Be", do album "Master Of Puppets" (1986) -- esta com uma letra cheia de referências diretas ao "Chamado de Cthulhu".

Estou trabalhando num artigo "meio sério, porém descompromissado" sobre os (possíveis) paralelos entre "O Chamado de Cthulhu" e o que me parece que seriam regiões do universo (mundos?) habitadas por seres amorfos (ou disformes) que, de tão malévulos, superariam o que entendemos por "demônios". Tais regiões seriam citadas por Kardec(4) em "O Livro dos Espíritos", uma das mais importantes obras que compõem a parcela literária da Doutrina Espírita.

Não sei se terei terminado de ler o conto -- "O chamado..." --, até ter publicado esta resenha crítica (até porque "a coisa anda meio crítica", heh-heh). Mas isto é certo: à noite, antes de ir dormir, leio "O chamado..." enquanto ouço, com fone de ouvido, "Chtulhu fhtagn'", do Kratarknathrak (Aaave Mariaaa! Isso me parece nome de mais uma daquelas entidades criadas por Lovecraft, e denominadas pelo mesmo como "Os Grandes Anciãos"). A canção "Chtulhu fhtagn'" pertence ao disco "Antichrist" (2000). Possui passagens pegajosas (no bom sentido, claro), lentas e sinistras (sim, você já deve ter cansado desse papo de "sinistro"...), as quais poderiam se encaixar bem como trilha sonora de algum filme sobre a entidade com cabeça de polvo, cujo habitat é uma espécie de limbo. Tema perfeito como influência para bandas de black metal. Ai, ai: eu e minhas peculiares digressões. Fazer o quê?

Posso dizer mais só mais algumas coisinhas, posso? ô, minha gente, então vamos lá: o Urban Dictionary(5) traz uma breve -- porém concisa e objetiva -- descrição dessa história de Cthulhu e Grandes Anciões. Sobre estes últimos, diga-se de passagem, numa livre tradução de nossa parte, que "(...) foi dito que Eles retornarão, causando insanidade mundial e violência descuidada antes de finalmente destituírem a humanidade."(6) Deus! Já devem ter começado por R.O.H, "antiga" R.d.V., ou seja, a "Rosa de Vidro" de "A Última Rosa Viva", filme de Sérgio C. Gelassen, baseado em fatos reais -- até demais, heh...


NOTAS

(1) Clifford Lee Burton (1962-1986), um dos melhores baixistas de rock do mundo, morto em acidente de ônibus em 27 de setembro de 1986. Seu último registro de estúdio é o terceiro album do Metallica, "Master Of Puppets", um dos clássicos do Thrash Metal, referência até hoje para várias bandas. Faixas como "Orion" (instrumental) e a intro de "Damage Inc." provam o poder criativo e maestral técnica de Burton com o seu instrumento.

(2) Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (1899-1986), escritor e ensaísta argentino. Foi um incansável leitor de enciclopédias.

(3) Cuja composição é atribuída a Hetfield, Ulrich, Burton, Mustaine. O título original desta canção era "When Hell Freezes Over" (algo como "Quando o inferno terminar de congelar").

(4) Allan Kardec (1804-1869), graduado em Matemática e Psicologia, o codificador da Doutrina Espírita ou Espiritismo.

(5) Urban Dictionary: Cthulhu. Disponível em: (http://www.urbandictionary.com/define.php?term=Cthulhu). Acesso em: 04 mar. 2010.

(6) Idem.
comentários(0)comente



Henrique 24/06/2013

O CHAMADO DE CTHULHU E OUTROS CONTOS
Muito inspirador.
comentários(0)comente

thaugusto 02/11/2010minha estante
A tradução é extremamente fluida. Não acho que leitores de outros tipos tenham problema em acompanha-la.




126 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR