Marcela 25/02/2015Surpreendente, inspirador e emocionanteÉ completamente fora de contexto, fora de explicações Físicas ou Matemáticas o que aconteceu nesse livro, mas acabei parando para pensar: Você acredita na razão ou na emoção? Eu sempre fui uma emotiva assumida, por isso, quando o livro começou a vingar e eu entendi a proposta do autor, simplesmente deixei-me levar. Eu gostaria de ter inventado, ou até ainda inventar, uma máquina do tempo ou algo milagroso como esse. Não só para conhecer de perto os costumes da época, mas para conhecer pessoas que já se foram. Entretanto, Lucius, mesmo não criando uma máquina do tempo, consegue se comunicar, em 2014, com Annabelle, 1964, por meio de cartas. Se você vai acreditar nessa história e não acha-la tão fantasiosa, depende. De qualquer forma, o autor vai te conquistar que o amor não tem razão, ele tem emoção.
Lucius acabou de entrar em umas das melhores faculdades de Matemática do país, Campos do Jordão. Decidido a fazer valer a pena cada centavo posto na sua conta pelo seu pai, um viúvo jardineiro, ele fará o possível para não se meter em problemas. Porém, quanto menos você procura, mais rápido o problema te encontra.
Para residência, acabou comprando uma casa abandonada. O terreno era bem explorador e no fim de um trilho que mais parecia uma grande mata, tinha uma construção parecida com uma... montanha-russa? Quem faria isso? Colocando a cabeça para funcionar, após encontrar uma foto de uma linda garota naquele galpão, ele desenterra uma caixa de madeira com detalhes em prata. Lá, havia uma carta. Annabelle, 1964.
Annabelle conheceu a morte de perto. Com 18 anos, é órfã e mora sozinha em uma casa relativamente grande para apenas uma garota e um gato preto. Antes de morrer, seu pai, um fotógrafo, sonhava em ir muito mais além do que registrar momentos felizes, ele queria ser responsável por esse momento. Para isso, no fundo de sua casa, decidiu construir uma pequena montanha-russa. Sua saúde, porém, não o deixou finalizar a obra. A filha então, decidiu escrever uma carta para o próximo morador. Lá, continha seu desejo de continuar a obra do pai, mesmo não conseguindo por relações financeiras.
Sendo o segundo morador da casa, Lucius encontrou a carta com o pedido de Annabelle. Comovido, porém, sem quaisquer dinheiro para levar a obra adiante, ele decide escrever mais uma carta e deixar para o terceiro morador, para que ele lesse, se apaixonasse e comovesse, e assim, levasse a montanha-russa pra frente. O que nenhum dos dois esperava, porém, era que essa carta ultrapassaria 50 anos, chegando nas mãos de Annabelle.
Uma troca de cartas deu origem a um sentimento completamente novo para ambos. Annabelle e Lucius, fugiam da solidão escrevendo cartas entre si, e além disso, uma paixão atemporal surge entre eles. Mas como lidar com um sentimento sem futuro? Annabelle e Lucius nunca se veriam, isso era fato. E suas trocas de correspondências, tanto surgiu do nada, como poderia sumir de repente.
Lutando contra seus princípios e a vontade do pai, Lucius começa a reconstruir a montanha-russa, apenas para fazer Annabelle, onde quer que ela esteja no presente, feliz. Ao mesmo tempo, a vida da garota começa a mudar com a chegada de seu tio Lino, um ex-marinheiro viciado em álcool, folgado e principalmente... maléfico.
Eu posso escrever uma resenha enorme, daquelas impossíveis de serem lidas em uma sentada só, e nada conseguiria descrever o que eu senti ao ler cada página desse livro nacional. Como vocês puderam perceber (espero), o livro não conta com um romance, e eu posso garantir que ele não é focado nisso. Existe uma relação amorosa, porém, o foque do livro vai muito além.
Nunca tinha reparado neste livro, muito menos nesta capa. Eu soube da existência dele, no fim do mês passado, quando fui pela primeira vez em um Clube do livro daqui da minha cidade. Como sugestão de uma das leitoras, esse livro e mais A garota mais fria de Coldtown serão debatidos neste sábado agora (28).
A obra é mágica. O autor, sendo homem, achei que traria uma história mais voltada á ação. Mas não foi isso que aconteceu. Felipe possuí um dom da escrita, um poder de disseminar suas ideias em páginas e páginas que te deixa boquiaberta. Não tem como não amar cada página.
Bem na metade do livro, a história começa a ter um desenvolvimento completamente diferente e muito mais dinâmico. O autor incrementou mistério e ação para cada linha e eu comecei a ter uma sensação de acolhimento com os protagonistas, principalmente Annabelle.
Se você está em dúvida entre ler este livro ou não, leia. Eu nunca dei nada a ele, e agora estou aqui, recomendando para todo mundo. Ele tem tudo: História, Física, Matemática, romance, drama, ação e cartas. O livro é recheado de cartas, o que, surpreendentemente, foi o que eu mais gostei na história. Aliás, acho que eu gostei de tudo.
Um dos melhores livros lidos em 2015 até agora!
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