Um teto todo seu

Um teto todo seu Virginia Woolf




Resenhas - Um Teto Todo Seu


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bi-a 04/09/2022

Provocador e espirituoso
No ensaio 'Um teto todo seu', Virginia Woolf discorre sobre o espaço da mulher na literatura e como o lugar que a mulher ocupa na sociedade de sua época e de épocas anteriores reflete inconscientemente em suas obras e no seu modo de escrever. A autora traz como tese principal a de que a mulher precisa de duas coisas para escrever: um teto todo seu (uma vez que, antigamente, as mulheres escreviam em salas de estar comum sujeitas a todo tipo de interrupção) e liberdade financeira.

Woolf tece outras teses instigantes que vão se enlaçando à principal de modo a proporcionar robustez ao ensaio. O livro carrega um caldeirão cultural literário imenso, uma vez que, para embasar sua tese, Virgínia perpassa obras de escritores e escritoras como: Shakespeare, Thackeray, La Bruyère, Jane Austen, as irmãs Brontë, Aphra Behn, e alguns artigos escritos por professores das universidades. A escrita de Woolf segue de forma fluída, por vezes até demais, pois a autora de quando em quando interrompe sua linha de raciocínio com divagações e reflexões a qual fica absorta, mas tudo isso sem o rebuscamento do academicismo. É muito fácil de se fazer compreender.

Muito raso falar que o livro se atém somente sobre o que uma mulher precisa para escrever um livro de ficção. Então pontuo aqui algumas outras teses tão interessantes quanto àquela e que estão presentes na obra: como a mulher serviu por anos como espelho para os homens (a partir do momento que ele a inferioriza, esse vê-se dobrar de tamanho nesse espelho); como as críticas das mulheres infligem muito mais tormento e desperta muito mais a cólera da sociedade do que um homem teria causado se as tivesse feito; se Shakespeare tivesse uma irmã igualmente talentosa, ela conseguiria escrever grandes obras como a do irmão? A análise da escrita do homem e da mulher e como elas refletem seus espaços na sociedade, seus anseios e privações, uma análise das personagens femininas retratadas em grandes obras em paralelo a como as mulheres eram realmente tratadas na sociedade, entre outros.

Enfim, fica aqui a minha recomendação desse livro provocador.
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Yulia.lu 04/09/2022

Impactante
Nossa, quando comecei a ler este ensaio me senti confusa, por muito tempo, e maravilhada. Virginia nos guia ao seu pensamento de uma forma deslumbrante, mudando o cenário, trazendo um outro tópico no meio da conversa e depois volta ao que estava.
A escrita da autora me deixou inquieta, pois nunca tinha visto algo parecido, mas fui até o fim, mesmo um pouco incomodada, porque o conteúdo abordado, a história das mulheres e as reflexões da escritora, foram contagiantes e, acredito eu, que são de extrema importância para nós mulheres termos conhecimento desse livro.
Super recomendo.
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DrieleCouto 02/09/2022

Muito boa a leitura
E muito bom ver a visão de mulher que vieram muito antes de nós e saber que lutaram tanto pra que hoje eu e você podesse ler suas vivências e lutas atravéz do tempo.
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Chu 26/08/2022

Nesse "ensaio", Virginia Woolf vai resgatar a relação entre as mulheres e a ficção, notando a lacuna que separa as duas até o início do século XX. "Ensaio" porque a estrutura do texto foge à de um ensaio comum, ela mistura aqui um pouco de ficção e estrutura a linguagem de maneira muito particular para chegar ao seu ponto.

Essa foi uma primeira surpresa: eu esperava encontrar um livro ensaístico mais pesado, de difícil leitura e pouca fluidez (Virginia Woolf tem lá os seus momentos né kkk), mas o que encontrei foi um texto gostoso de ler, com várias reflexões e analogias super interessantes, estruturado de forma super original. Como Noemi Jaffe diz no posfácio "Os limites entre ficção e realidade não estão claramente explicitados neste ensaio porque o tema mulheres e ficção é, em si mesmo, uma espécie de ficção".

Virginia Woolf foi uma escritora inglesa e vai falar sobretudo da produção do seu país e da Europa até o século XX. Esse ensaio foi publicado em 1929, um pouco depois de Orlando. De qualquer forma, suas reflexões não deixam de ser interessantes e muitas vezes atuais. Ela faz a gente pensar não só sobre a discrepância entre o número de autores e autoras, mas também sobre o fato de que a própria ideia que temos do que é literatura foi moldada e criada pelos homens, escritores e críticos literários. E não só: o imaginário que temos de personagens femininas, o papel que as mulheres ocupam nas narrativas, etc, etc.

Por fim, "um teto todo seu" dá nome justamente à condição básica que Virginia encontra para o surgimento de escritoras. Ela se afasta da ideia de uma inspiração de outro mundo e encontra uma razão bem material: ter um teto todo seu, em que seja possível se dedicar à escrita, com direito ao ócio e à criatividade, sem se preocupar com tarefas outras. Algo que ela vê de sobra na rotina dos grandes escritores.

Enfim, recomendo demais! ?
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Ceci 24/08/2022

Uma das obras mais importantes de nossa sociedade?
?Qualquer mulher que tenha nascido com um grande talento no século XVI certamente teria enlouquecido, atirado em si mesma ou terminado seus dias em um chalé nos arredores da vila, meio bruxa, meio feiticeira, temida e escarnecida.?

Acho que esse foi um dos livros mais incríveis que já li em minha vida toda, mesmo que minha opinião não seja tão importante e formal, até porque só sou uma jovem com desejo do conhecimento e da liberdade, sei da tamanha importância que esse livro apresenta.

Além da Virgínia Woolf ser uma mulher a frente de seu tempo creio que ela foi uma das romancistas mais importantes de nossa realidade, não só por seu papel na literatura, mas também por levantar o assunto ? mulheres e ficção ?. Que se formos parar para pensar, igual Mary( personagem do livro a qual acompanhamos a história), acaba sendo um assunto delicado e com uma difícil resposta a se pensar.

Uma coisa muito importante nesse livro também é o fato dele se questionar da raiva dos homens, da raiva das pessoas, porque estão com raiva? Qual o motivo exato? Mesmo mascarada ela ainda existe, em tudo e todos.

Acho importante que todas a pessoas, não só mulheres, mas principalmente elas, leiam este livro porque nós ajuda a pensar, pensar em nossa existência, ver nas entrelinhas da vida e poder ter um olhar crítico maior em ralação a nossa realidade.

Com certeza um dos melhores livros que já li, e sempre irei recomendá-lo a todos.

?Ela [a mulher] permeia a poesia de capa a capa; está sempre presente na história. Domina a vida de reis e conquistadores na ficção; na vida real, era a escrava de qualquer garoto cujos pais lhe enfiassem um anel no dedo. Algumas das palavras mais inspiradoras, alguns dos pensamentos profundos da literatura vieram de seus lábios; na vida real, ela pouco consegue ler, mal conseguia soletrar e era propriedade do marido.?

?Ainda assim, gênios desse tipo hão de ter existido entre as mulheres, da mesma forma que hão de ter existido entre as classes trabalhadoras. Vez ou outra uma Emily Brontë ou um Robert Burns se inflama e comprova essa presença. Mas com certeza nunca foi colocada no papel. Quanto, porém, lemos sobre o afogamento de uma bruxa, sobre uma mulher possuída por demônios, sobre uma feiticeira que vendia ervas ou mesmo sobre um homem muito notável e sua mãe, então acho que estamos diante de uma romancista perdida, uma poeta subjugada, uma Jane Austen muda e inglória, uma Emily Brontë que esmagou o cérebro em um pântano ou que vivia vagando pelas ruas, enlouquecida pela tortura que seu dom lhe impunha. Na verdade, arrisco-me a dizer que Anônimo, que escreveu tantos poemas sem cantá-los, com frequência era uma mulher.?
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Jéssica 20/08/2022

Já quero ler outra vez
Livro maravilhoso, faz refletir sobre as condições das mulheres no passado e sobre o que ainda resta de todo esse tempo de subjugação do feminino. Preciso reler para absorver todo brilhantismo dessa obra.
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Mulher dos Livros 20/08/2022

Há espaço suficiente para as mulheres e a ficção?
??Há espaço suficiente para ser mulher em sua totalidade de expressão?

??Indo um pouco além...Quanto espaço você tem só para si mesma?

? O livro Um teto todo seu da Virginia Woolf nos faz refletir por dois caminhos, o primeiro é a famosa verdade da submissão histórica da mulher, desde os mas remotos tempos, a mulher desempenha a "função" de colocar todos em primeiro lugar e colocar a si para a sobra de tempo "livre".

?Já no segundo caminho, Virgínia nos faz refletir sobre a realidade das autoras como Jane Austen, Emily Brontë, Charlotte Brontë dentre outras.

?O que fez essas mulheres escreverem praticamente apenas romances? por que não produziram textos de técnicas mais elaboradas, sonetos ou artigos como cientistas, desbravadoras de continentes?

?Eis a frase que eu comentei nos stories: 

"A liberdade intelectual depende de coisas materiais."

?Como poderia ser diferente? Elas escreviam conforme as circunstâncias sociais de gênero que viviam.

??Mulheres vivam para a família;
??Mulheres vivam para o casamento;
??Pouquíssimas podiam estudar;
??Raríssimas podiam trabalhar e ter renda própria!

? Mulheres daquela época, não viviam fazendo expedições, sendo "libertinas". Muitas delas, passavam a maior parte da vida dentro de casa, absorvendo a realidade externa através de histórias e por meio da fala dos homens viajados.

? Então, elas escreviam romances sim, colocavam nesse formato de escrita, sua vivacidade, anseios, medos e desejos. E não pense que isso era uma missão fácil de executar. Muitas delas, escreviam suas histórias no ambiente da sala entre um afazer e outro, podendo ser interrompidas a qualquer instante.

?Meio complicado alcançar uma excelência na escrita dadas essas circunstâncias não?

? As mulheres até o século XVIII "ralaram" muito para desenvolver a sua arte literária! Hoje com certeza não é tão fácil também. Por isso, Virgínia defende no livro, que toda mulher precisa ter um teto todo seu. Um quarto, uma sala, um espaço livre de interrupções, desatenções, e TEMPO suficiente para se dedicar a escrita.

Você já conhecia esse livro??
Eu amei!?

??????
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Hiária 08/08/2022

Clube de Leitura
Fiz releitura deste livro, lendo com mais calma, com pausas e reflexões. Atualmente, praticamente 100 anos depois, as mulheres ainda vivem em ?Ficção?. Sim, houve muitas conquistas de 1928 para 2023, contudo ser mulher num mundo ainda machista e segregador, não é tarefa fácil!
Quantas mulheres, nos dias atuais, são impedidas de trabalhar, de expressar opinião e são consideradas como inferiores? Eu, não sei exatamente a nível mundial, mas aqui no Brasil, principalmente entre evangélicos extremos, ocorre com frequência.

Em resumo, é um livro de leitura complexa, mas satisfatório!

08/08/2022:

Li esse livro pela primeira vez e ganhei através de um programa de ?Clube de Leitura? da empresa que trabalho.

Como o objetivo era ler alguns capítulos, ter encontros pra discutir e depois ler mais capítulos e voltar a discutir e por se um livro com abordagem diferente que costumo ler, meu propósito vai ser [re] ler ?Um teto todo seu? com calma e sem pausas longas, pois do modo que aconteceu, no início sentir tédio, depois confusa, depois me sentir desprovida de inteligência e do meio para o fim que comecei a pegar o fio da meada, mas já era tarde e sim, terei de reler.

Por isso que não pontuo o máximo, pois quero ter outra consideração após a leitura?
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elli elli 06/08/2022

Um Teto Todo Seu
Que obra fantástica. Realmente incrível. Devo dizer que nunca li um livro em um formato semelhante a esse, o formato é desconexo, a escrita é belíssima, a linha de pensamento é várias vezes interrompida, mas, de alguma forma, isso só torna esse livro ainda mais perfeito, esse formato singular é o que faz ele tão pessoal e bonito. Acho que é uma leitura que todos deveriam ter, mas principalmente escritoras e aspirantes a escritoras mulheres, é um acolhimento raro o que há aqui. Ele tem uma quantidade enorme de referências, algumas metáforas...Um livro muito muito bom. Ele me passou a impressão de uma grande conversa, e eu acabei esse livro querendo escrever e desejando voltar no tempo, apenas para poder conversar um pouco com a Virginia Woolf, uma mulher com um fluxo de pensamento tão interessante e ideias tão a frente de seu tempo. Gostaria que ela pudesse saber como as mulheres estão um século depois, como ela desejava saber.
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Louise 27/07/2022

Que mulher genial
Foi uma leitura incrível, confesso que eu abandonei Mrs. Dalloway e achava que não ia gostar desse também, mas eu adorei. É crucial lermos esse livro para entendermos sobre a importância das mulheres terem um teto todo seu. A genialidade da Virginia Woolf é de outro mundo e a maneira como ela disserta é impecável, fiquei muito impressionada. Ela traz reflexões de uma maneira tão inteligente que me faz ficar pensando sobre o assunto o dia todo.
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Jadina 21/07/2022

Muito bom
Ensaio provocador sobre mulheres e ficção, mas também sobre tantas outras coisas.

Uma brisa de inspiração para leitores e escritores e um chamado para que as mulheres ocupem cada vez mais espaços.

As reflexões e discussões podem e devem ir muito além dos temas contidos nesse ensaio, mas é interessante para percebermos de onde viemos, onde estamos e onde queremos chegar.

Obrigada, mulheres, por lutarem e escreverem. A literatura não seria tão grandiosa sem a nossa presença.
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paes.katherine 16/07/2022

Um teto todo seu, Virginia Woolf
Sempre que lemos algo ficamos com o desejo de que as outras pessoas leiam também, mas esta obra de Virginia Woolf tem um peso especial, ela deveria ser lida, principalmente, por mulheres. Não querendo puxar só para o lado feminino, porém esta obra merece ser compreendida da primeira palavra até a última e, só uma mulher para entender a outra, para se entender e para reconhecer tanta luta e sofrimento que as mulheres passaram e ainda passam em pleno 2022. 


Virginia foi audaciosa na escrita desse ensaio ficcional, pois mesmo com muito dinamismo de cenas e análises, ela nos prende ao questionar os primórdios da escrita feminina e mesmo sem obter respostas sólidas nos apresenta seus questionamentos, seus pensamentos, suas fúrias, suas feridas e a sua força. 


Não deve ter sido fácil buscar algo que foi tão escondido, apagado, escanteado. Afinal, por muito tempo, as mulheres só existiram, porque não lhe davam a oportunidade de participar, de viver. Eram seres humanos incapacitados, sem inteligência, sem valor. Portanto, aposto que hoje em dia Woolf teria muito orgulho de nós, que ainda com muito por caminhar, estamos vivendo. Vivissímas para conquistar e lutar por tudo que é nosso, por um Teto todo nosso. 
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Lady Rita 14/07/2022

Tenham um teto todo seu!
Esse foi o 4° livro de Virgínia que li esse ano, e de longe o livro que mais me tocou.
Nesse livro a autora fez mais uma vez uma retrospectiva histórica, sobre o destino feminino, nem preciso dizer o quão incrível é a forma que ela usa o tempo e nos leva junto, tem tanta coisa que poderia colocar aqui, mas seguindo o conselho dela, falarei e escreverei sobre o que eu quero, não escreverei apenas para agradar outrem.
Virgínia trouxe uma vontade que deixei adormecida por tanto tempo...ela me trouxe de volta a vontade de ganhar e viver a liberdade que hoje, nós mulheres podemos desfrutar mais do que em qualquer outro século.
Por isso, devemos buscar nossa independência intelectual e financeira, para que a gente viva a nossa vida e realize grandes coisas, como somos capazes de fazer.
Eu recomendo esse livro para todas as pessoas que precisam de inspiração.
Tal qual é dito no livro, enquanto escrevia fui interrompida, por isso repito o que Virgínia falou...tenham um quarto todo seu, onde você consiga ler, escrever e criar sem interrupção!
E encerro aqui, convidando todas as irmãs mortas de Shakespeare, para que acordem, leiam, pesquisem, trabalhem, vivam, digam o que querem, e escrevam!
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dia 09/07/2022

Um teto todo seu
Li "Um teto todo seu", de Virgínia Woolf, para uma disciplina da faculdade. É um ensaio muito interessante e que me fez refletir sobre várias coisas, fala muito sobre o espaço da mulher na literatura, levando em conta as condições sociais e a sua influência, com o tema "as mulheres e a ficção".
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