A Invenção dos Direitos Humanos

A Invenção dos Direitos Humanos Lynn Hunt




Resenhas - A Invenção dos Direitos Humanos


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buca 07/09/2011

Instigante
"Os homens nascem e permanecem iguais em direitos". Tal afirmação encontra-se na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Os americanos, em 1776, também já haviam declarado a igualdade entre os homens.

Através de uma narrativa brilhante, a autora nos conta "os bastidores" das declarações, os fatores que segundo sua interpretação ajudaram para a visão de que todos os homens tem direitos (e o que isso significava para as mulheres da época).
Hunt mostra também que, infelizmente, declarar os direitos não foi suficiente para que eles fossem respeitados (e isso até hoje).

Impossível terminar de ler o livro e não defender os direitos humanos, ainda que certas vezes eles ganhem uma conotação negativa pela mídia e por setores tradicionais da sociedade.
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Joachin 02/12/2012

O foco central da obra de Hunt é debater como a noção de direitos humanos foi posta em cena como algo autoevidente e como essa concepção perdura do século XVIII até os dias de hoje. Embora a Declaração dos Direitos Humanos frise que a igualdade é uma condição natural ao ser humano, essa discussão é redimensionada no campo dos debates políticos porque o conceito de igualdade é submetido a interesses de grupos sociais diversos. Em A invenção dos direitos humanos, Lynn Hunt buscou compreender como se deu a construção dos conceitos de direitos inalienáveis e autoevidentes da humanidade.
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Ricardo Silas 04/12/2016

Um excelente livro de introdução aos direitos humanos
É quase impossível compreender os direitos humanos sem antes fazer uma retrospectiva histórica. Não se trata de escolher um período, digamos, na Idade do Bronze e dizer: "veja, foi aqui que surgiram os direitos humanos". O objetivo de Lynn Hunt, ao escrever esse livro, talvez seja até mais complexo do que arbitrariamente datar o dia e a hora em que o ser humano começou a aspirar mais liberdade civil e política. Tomando como ponto de partida a Bill of Rights britânica, a Declaração de Independência dos EUA e a famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão francesa, Hunt tenta explicar as mudanças sociais que tornaram possível a busca por liberdade, igualdade e fraternidade. A partir do início do século XVIII, por exemplo, os livros de romance se tornaram cada vez mais populares, e, quanto mais pessoas tinham acesso à alfabetização, mais comuns eram os relacionamentos empáticos com o vizinho. Isso aconteceu porque o enredo dos romances, embora fictícios, exortavam a capacidade das pessoas de resistir e lutar contra o abuso de autoridade e a opressão. Além disso, os romances traziam uma novidade, algo inimaginável em outras épocas: encorajar as pessoas a conquistarem a própria autonomia, a serem donas do próprio nariz. Assim, uma mudança de pensamento gera, por sua vez, uma mudança de atitude em meio as relações sociais. As pessoas começaram a entender que, se quisessem conquistar mais liberdade individual, deveriam reconhecer a liberdade em seu semelhante. É claro que isso gerou algumas controvérsias, como o fato de escravos, mulheres e estrangeiros, bem como minorias étnicas e religiosas, serem tratadas como "diferentes" ou inferiores. No entanto, como nenhuma mudança estrutural ocorre da noite para o dia, essas distorções logo começaram a ser denunciadas com o passar dos anos. Graças aos romances epistolares de Samuel Richardson, autor de Pamela e Clarissa, e também ao famoso Jean-Jacques Rousseau, autor de Júlia, os habitantes de vários países incorporaram a linguagem dos direitos humanos. Outro fator importante foi o movimento iluminista, que gradualmente retirou nossa espécies das trevas da ignorância e da escravidão intelectual. A influência do Iluminismo serviu também de alicerce para os discursos sobre a razão e a natureza humana, temas retirados do domínio eclesiástico. Em síntese, esses e outros elementos, atuando conjuntamente, foram parte da atmosfera das grandes revoluções históricas do século XVIII, muitas delas banhadas em sangue. Um fato curioso é que, em defesa dos direitos humanos, milhares de revolucionários violaram direitos humanos. Exemplo disso foram os jacobinos, que instauraram o regime do Terror em solo francês em 1793. Todavia, nas circunstâncias em que essas violações ocorreram, entendia-se o uso da força e do massacre como justificável, às vezes até necessário para afastar as forças reacionárias. Chegada a Era Contemporânea, após vermos o século XX quase se afogar em escombros e sangue durante as duas Guerras Mundiais, os direitos humanos deixaram de ser uma preocupação meramente nacional e passaram a ter caráter global, inclusive com o apoio de órgãos presentes em vários lugares do mundo, dos quais a ONU é o resultado mais notório. Àqueles que procuram uma introdução sobre esse tema, A Invenção dos Direitos Humanos certamente não trará nenhum desapontamento.
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Nay Ferreira 19/09/2020

ótimo para estudos
Um belo resumo da história das normas que todos requerem para si mas poucos sabem de onde e como surgiram.

site: https://www.instagram.com/p/CAQJKRvg5h1/
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DaniM 01/10/2020

Direitos Humanos
Livro pra quem ama histo?ria. E? um livro simples, direto, uma prosa agrada?vel e zero afetac?a?o ou juridique?s. Uma viagem no tempo, desde que comec?aram a pensar que talvez a tortura na?o fosse assim ta?o legal ate? o po?s 2ª guerra. Ri va?rias vezes de nervoso por: ver que a mulher jamais era vista como sujeito ativo de direito nenhum...e ver que a histo?ria parece se repetir, especialmente nas partes de regressa?o de direitos. E ao longo dessa histo?ria, da?-lhe fake news contra judeus, negros, mulheres/bruxas, crista?os, protestantes, imigrantes, estrangeiros...
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Carol 22/12/2020

Impressões da Carol
E-book: A invenção dos direitos humanos. Uma história {2007}
Autora: Lynn Hunt {Panamá, 1945-}
Tradução: Rosaura Eichenberg
Editora: Companhia das Letras
288p.

Quando em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamou: "Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos", seu escopo era bem limitado, não incluindo crianças, insanos, prisioneiros, estrangeiros, os sem propriedade, escravizados, negros, muito menos, mulheres.

O que nos leva a questionar como um documento tão excludente tornou-se base para os direitos humanos, que por definição, são naturais, iguais e universais, ou seja, aplicáveis a todos.

É este paradoxo que animou a americana Lynn Hunt, especialista em Revolução Francesa, a traçar a gênese e o contexto histórico em que esses direitos surgiram e se desenvolveram. Para a pesquisadora, uma nova mentalidade popular precisou ser forjada para que eles se tornassem autoevidentes e, não apenas, a assinatura de um documento.

Seu argumento central é a participação da literatura nessa mudança. A leitura de romances criou um senso de igualdade por meio do envolvimento apaixonado dos leitores com a narrativa. Ao ler, eles sentiam empatia além das fronteiras sociais, tornando-se mais compreensivos em relação aos outros.

A autora cita o julgamento de Jean Calas, um francês protestante condenado, injustamente, à morte pelo suplício da roda por ter sido acusado de assassinar seu filho. O caso ganhou notoriedade quando Voltaire publicou o "Tratado sobre a tolerância", em que condenava o fanatismo religioso. Os debates públicos decorrentes levaram à extinção da tortura oficial em diversos países.

E assim, ao longo do livro, Lynn Hunt descreve o impacto dos livros nessa mudança de mentalidade social, impulsionando a luta por mais autonomia de grupos excluídos da sociedade. Uma leitura excelente e que me mantém motivada a continuar escrevendo sobre literatura por aqui =)

"Os direitos humanos só se tornam significativos quando ganham ganham conteúdo político. Não são os direitos de humanos num estado de natureza: são os direitos de humanos em sociedade."
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Éverton 31/12/2020

Direitos muito mal compreendidos
Excelente livro para dias tão sombrios. Por que tantas pessoas atacam os direitos humanos? Por que vemos tantas críticas relacionados aos direitos humanos exatamente nos pontos que ele se propõe a combater? Entender o que são os direitos humanos é fundamental e este livro dá um panorama muito bom sobre como ele surgiu e dá a sua devida importância no nosso contexto histórico. Leitura curta, mas muito enriquecedora. Vale a pena destinar um pouco do tempo para ler este livro.
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Rodrigo Celestino Menezes 31/12/2020

Esperava mais da obra!
Obra bem escrita e didática, mas esperava mais. Como sou da área jurídica, é possível que a obra se destine a não juristas, os quais podem avaliar melhor que eu o quanto a obra acrescentou-lhe de conhecimento. Não que eu tenha um conhecimento jurídico profundo, longe disso, mas talvez por deter algumas pré-compreensões a obra tenha se tornado menos surpreendente.
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Lucas.William 10/09/2021

Livro muito interessante, que conta de forma bem interessante toda a trajetória dos Direitos Humanos até chegar no que temos hoje. Em alguns momentos a leitura fica um pouco maçante, mas acredito que seja porque se trata de um livro mais teórico. Vale a leitura e a reflexão que o livro apresenta!
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Mateus 16/02/2022

A progressiva evolução dos direitos autoevidentes
A obra de Lynn Hunt é uma mistura de análise dos documentos que inventam os direitos individuais a partir de contextos sociais e politicos, com teorias e argumentos muito interessantes do porque aquele momento (XVII e XVIII) foi propício para a construção de uma consciência coletiva baseada no sentimento empático até por fim a história desses direitos em diferentes perspectivas e conjunturas que por sua vez iniciaram novas discussões e problemáticas que até hoje são muito relevantes.

É um bom livro para quem busca aumentar seu conhecimento sobre aspectos de nosso cotidiano que hoje consideramos autoevidentes
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Coruja 03/06/2022

Li esse por recomendação de uma amiga especialista em direitos humanos - estava trabalhando um artigo sobre o assunto (embora com um viés um pouco diferente) e o comentário dela me fisgou. O curioso é que nem de longe eu esperava o conteúdo que encontrei; talvez porque minha expectativa ia mais para o foco no Direito e na História e o que encontrei foi… Literatura.

Hunt traz aqui aquela ideia de fortalecimento da nossa capacidade de empatia como uma das funções primordiais da ficção - opinião de que compartilho e sempre repito cá no blog. A redução de custos editoriais com a invenção e aperfeiçoamento das máquinas de impressão, o aumento da população alfabetizada mesmo nas classes mais baixas (afinal, mercantilistas precisavam de uma mão-de-obra que soubesse contar) e, por consequência, de um público leitor, trouxeram consigo uma democratização não apenas no acesso a histórias, como também nas histórias contadas.

Em outras palavras, através da ficção, tornou-se mais fácil quebrar barreiras, colocar-se numa posição de enxergar o ponto de vista do Outro, um Outro que poderia ser de espectros sociais e culturais completamente diferentes daquele do Leitor. A tese de Hunt é que, ao colocar-se no lugar do Outro através da ficção, a noção de Igualdade se torna mais preemente nessas sociedades de leitores (a esfera pública); da Igualdade é apenas um passo para o lema da “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, e daí para a invenção de direitos humanos universais, conexo simplesmente ao ser humano.

Em resumo: a leitura de ficção literária abriu a mente das pessoas, tornaram-nas (um pouco mais) tolerantes, capazes de enxergar o Outro como um ser humano igual a elas e, por consequência, sujeito de direitos. Há mais em análise aqui, mas essa é a grande síntese (e sacada) da tese por trás de A Invenção dos Direitos Humanos. Fora da caixinha, definitivamente, mas excepcional em seu alcance.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2022/06/o-resumo-da-opera-perdida-na-biblioteca.html
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Graziele.Rodrigues 22/07/2022

Um dos melhores livros que eu li
É o tipo de livro que não costumo ler muito, por ser não-ficção a leitura é cansativa, lenta, são cinco capitulos li um por dia, por causa da escrita ser lenta e eu não costumo ler livros assim, mas não posso falar que esse livro é muito bom, como diz o título ele fala da história do direitos humanos, o que motivou, as lutas, é muito bom, é lento, mas é importante, gostei muito:)
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Naty 24/08/2022

Traz reflexões muito interessantes, ao longo do livro eu parava e pensava, mas estava na minha cara o tempo inteiro
Essa construção histórica dos direitos humanos é muito boa, recomendo a leitura
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Jean Bernard 20/10/2022

Empatia e Direitos Humanos
A autora levanta um pressuposto, no qual a leitura ajudou a dotar as pessoas de empatia por aqueles fora de seu ciclo de convívio. Dessa empatia, não apensas só dela, os direitos Humanos começam a ser criados. Com base na Declaração de independência e da Revolução Francesa, com dia Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a autora vai explicando as evoluções e retrocessos ao passar das décadas. Uma leitura informativa, importante e agradável.
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