A Invenção dos Direitos Humanos

A Invenção dos Direitos Humanos Lynn Hunt




Resenhas - A Invenção dos Direitos Humanos


22 encontrados | exibindo 16 a 22
1 | 2


Éverton 31/12/2020

Direitos muito mal compreendidos
Excelente livro para dias tão sombrios. Por que tantas pessoas atacam os direitos humanos? Por que vemos tantas críticas relacionados aos direitos humanos exatamente nos pontos que ele se propõe a combater? Entender o que são os direitos humanos é fundamental e este livro dá um panorama muito bom sobre como ele surgiu e dá a sua devida importância no nosso contexto histórico. Leitura curta, mas muito enriquecedora. Vale a pena destinar um pouco do tempo para ler este livro.
comentários(0)comente



Carol 22/12/2020

Impressões da Carol
E-book: A invenção dos direitos humanos. Uma história {2007}
Autora: Lynn Hunt {Panamá, 1945-}
Tradução: Rosaura Eichenberg
Editora: Companhia das Letras
288p.

Quando em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamou: "Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos", seu escopo era bem limitado, não incluindo crianças, insanos, prisioneiros, estrangeiros, os sem propriedade, escravizados, negros, muito menos, mulheres.

O que nos leva a questionar como um documento tão excludente tornou-se base para os direitos humanos, que por definição, são naturais, iguais e universais, ou seja, aplicáveis a todos.

É este paradoxo que animou a americana Lynn Hunt, especialista em Revolução Francesa, a traçar a gênese e o contexto histórico em que esses direitos surgiram e se desenvolveram. Para a pesquisadora, uma nova mentalidade popular precisou ser forjada para que eles se tornassem autoevidentes e, não apenas, a assinatura de um documento.

Seu argumento central é a participação da literatura nessa mudança. A leitura de romances criou um senso de igualdade por meio do envolvimento apaixonado dos leitores com a narrativa. Ao ler, eles sentiam empatia além das fronteiras sociais, tornando-se mais compreensivos em relação aos outros.

A autora cita o julgamento de Jean Calas, um francês protestante condenado, injustamente, à morte pelo suplício da roda por ter sido acusado de assassinar seu filho. O caso ganhou notoriedade quando Voltaire publicou o "Tratado sobre a tolerância", em que condenava o fanatismo religioso. Os debates públicos decorrentes levaram à extinção da tortura oficial em diversos países.

E assim, ao longo do livro, Lynn Hunt descreve o impacto dos livros nessa mudança de mentalidade social, impulsionando a luta por mais autonomia de grupos excluídos da sociedade. Uma leitura excelente e que me mantém motivada a continuar escrevendo sobre literatura por aqui =)

"Os direitos humanos só se tornam significativos quando ganham ganham conteúdo político. Não são os direitos de humanos num estado de natureza: são os direitos de humanos em sociedade."
comentários(0)comente



DaniM 01/10/2020

Direitos Humanos
Livro pra quem ama histo?ria. E? um livro simples, direto, uma prosa agrada?vel e zero afetac?a?o ou juridique?s. Uma viagem no tempo, desde que comec?aram a pensar que talvez a tortura na?o fosse assim ta?o legal ate? o po?s 2ª guerra. Ri va?rias vezes de nervoso por: ver que a mulher jamais era vista como sujeito ativo de direito nenhum...e ver que a histo?ria parece se repetir, especialmente nas partes de regressa?o de direitos. E ao longo dessa histo?ria, da?-lhe fake news contra judeus, negros, mulheres/bruxas, crista?os, protestantes, imigrantes, estrangeiros...
comentários(0)comente



Nay Ferreira 19/09/2020

ótimo para estudos
Um belo resumo da história das normas que todos requerem para si mas poucos sabem de onde e como surgiram.

site: https://www.instagram.com/p/CAQJKRvg5h1/
comentários(0)comente



Ricardo Silas 04/12/2016

Um excelente livro de introdução aos direitos humanos
É quase impossível compreender os direitos humanos sem antes fazer uma retrospectiva histórica. Não se trata de escolher um período, digamos, na Idade do Bronze e dizer: "veja, foi aqui que surgiram os direitos humanos". O objetivo de Lynn Hunt, ao escrever esse livro, talvez seja até mais complexo do que arbitrariamente datar o dia e a hora em que o ser humano começou a aspirar mais liberdade civil e política. Tomando como ponto de partida a Bill of Rights britânica, a Declaração de Independência dos EUA e a famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão francesa, Hunt tenta explicar as mudanças sociais que tornaram possível a busca por liberdade, igualdade e fraternidade. A partir do início do século XVIII, por exemplo, os livros de romance se tornaram cada vez mais populares, e, quanto mais pessoas tinham acesso à alfabetização, mais comuns eram os relacionamentos empáticos com o vizinho. Isso aconteceu porque o enredo dos romances, embora fictícios, exortavam a capacidade das pessoas de resistir e lutar contra o abuso de autoridade e a opressão. Além disso, os romances traziam uma novidade, algo inimaginável em outras épocas: encorajar as pessoas a conquistarem a própria autonomia, a serem donas do próprio nariz. Assim, uma mudança de pensamento gera, por sua vez, uma mudança de atitude em meio as relações sociais. As pessoas começaram a entender que, se quisessem conquistar mais liberdade individual, deveriam reconhecer a liberdade em seu semelhante. É claro que isso gerou algumas controvérsias, como o fato de escravos, mulheres e estrangeiros, bem como minorias étnicas e religiosas, serem tratadas como "diferentes" ou inferiores. No entanto, como nenhuma mudança estrutural ocorre da noite para o dia, essas distorções logo começaram a ser denunciadas com o passar dos anos. Graças aos romances epistolares de Samuel Richardson, autor de Pamela e Clarissa, e também ao famoso Jean-Jacques Rousseau, autor de Júlia, os habitantes de vários países incorporaram a linguagem dos direitos humanos. Outro fator importante foi o movimento iluminista, que gradualmente retirou nossa espécies das trevas da ignorância e da escravidão intelectual. A influência do Iluminismo serviu também de alicerce para os discursos sobre a razão e a natureza humana, temas retirados do domínio eclesiástico. Em síntese, esses e outros elementos, atuando conjuntamente, foram parte da atmosfera das grandes revoluções históricas do século XVIII, muitas delas banhadas em sangue. Um fato curioso é que, em defesa dos direitos humanos, milhares de revolucionários violaram direitos humanos. Exemplo disso foram os jacobinos, que instauraram o regime do Terror em solo francês em 1793. Todavia, nas circunstâncias em que essas violações ocorreram, entendia-se o uso da força e do massacre como justificável, às vezes até necessário para afastar as forças reacionárias. Chegada a Era Contemporânea, após vermos o século XX quase se afogar em escombros e sangue durante as duas Guerras Mundiais, os direitos humanos deixaram de ser uma preocupação meramente nacional e passaram a ter caráter global, inclusive com o apoio de órgãos presentes em vários lugares do mundo, dos quais a ONU é o resultado mais notório. Àqueles que procuram uma introdução sobre esse tema, A Invenção dos Direitos Humanos certamente não trará nenhum desapontamento.
comentários(0)comente



Joachin 02/12/2012

O foco central da obra de Hunt é debater como a noção de direitos humanos foi posta em cena como algo autoevidente e como essa concepção perdura do século XVIII até os dias de hoje. Embora a Declaração dos Direitos Humanos frise que a igualdade é uma condição natural ao ser humano, essa discussão é redimensionada no campo dos debates políticos porque o conceito de igualdade é submetido a interesses de grupos sociais diversos. Em A invenção dos direitos humanos, Lynn Hunt buscou compreender como se deu a construção dos conceitos de direitos inalienáveis e autoevidentes da humanidade.
comentários(0)comente



22 encontrados | exibindo 16 a 22
1 | 2